quinta-feira, janeiro 31, 2008

e se...

Um pensamento que me assola de vez em quando e que não me sai da cabeça nos últimos tempos:

e se não fosse preciso trabalhar?...

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A escolha do desenho da nova moeda de €

Começou hoje o período de votação para a escolha do desenho comum da nova moeda de dois euros, que será emitida no início de 2009, por ocasião do 10° aniversário do lançamento da União Económica e Monetária.

A escolha será feita pelos cidadãos dos países da zona euro através de um site que foi criado para esse propósito. O prazo da votação termina a 22 de Fevereiro de 2008 e o anúncio do desenho vencedor será anunciado a 25 do mesmo mês. De entre os cidadãos que votarem no desenho que obtiver mais votos, será sorteado um, a quem será atribuída uma colecção de moedas de euro de elevado valor.

Os cinco desenhos concorrentes foram pré-seleccionados com base noutro concurso de desenhos apresentados por várias Casas da Moeda. No site de votação, clicando em cada moeda, pode ler-se o significado de cada um dos desenhos propostos.


Imagem: composta por mim, a partir daqui.
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Mundo mais louco não há

Notícia:

Oslo, 31 Jan (Lusa) - José Manuel Durão Barroso, antigo primeiro-ministro português e actual presidente da Comissão Europeia, deverá estar entre os candidatos ao Nobel da Paz de 2008, anuncia hoje a Agência France Presse (AFP), na data limite de apresentação de candidatos.

Nota do Redactor: Ou alguém teve um ataque de amnésia ou eu estou a ficar doido e essa fotografia aí em cima nunca existiu, Saddam foi um sonho e o Iraque afinal fica em Marte.

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quarta-feira, janeiro 30, 2008

CONVERSAS IMAGINÁRIAS... OU NÃO!

«- Estou? Isabel?
- Sim, quem fala?
- Eu, o Primeiro!
- Ah! Como está Sr. Engenheiro?!
- Deixe lá isso. O que você vai ter de dizer aos jornais é o seguinte... Tem caneta para apontar? Aí vai: "Sinto-me muito honrada em ter pertencido a este governo. Sei que foram tempos difíceis, mas todos os sacrifícios foram e são por uma boa causa, porque este governo está firmemente decidido a mudar Portugal. Foi muito gratificante trabalhar com o Primeiro-Ministro, que é um homem firme e que não se deixa abater e tem uma ideia forte de desenvolvimento para Portugal. Saio, porque entendo que se esgotou este projecto e para dar lugar a ideias e conceitos novos. O próximo Ministro será, estou certa, um bom Ministro e desenvolverá, como aliás todo o governo faz em todas as áreas, uma boa política para o sector cultural!" - percebeu? Anotou tudo? Se lhe perguntarem mais alguma coisa, tentando saber o que não há para saber, faça como eu faço. Não tem mais nada a dizer!»

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Mahatma Gandhi


An eye for an eye will make the whole world blind.
Mahatma Gandhi

60 anos do seu assassinato

Imagem daqui
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Curiosidades


Anda uma pessoa a aprender qualquer coisa sobre qualquer coisa e precisa de se desligar do mundo.
Pergunto-me: será necessário desligar-me do mundo para aprender?
Esta dicotomia entre o aprender e o mundo prevalece como uma das principais desarticulações entre o interesse pelo conhecimento e a vida?
Esta pergunta poderá, porventura, conduzir-me a reflexões interessantes, mas hoje esta desarticulação deixou-me chocada:

o governo da república muda de ministros e eu a leste do paraíso.

O que mais gostei da remodelação:

- de ter verificado o quanto a política e o marketing andam tão desligados. Portanto é cada vez menos imperioso espreitar a obra cuja imagem ilustra o presente post;
- das quotas, quanto ao género, terem sido respeitadas - enquanto mulher, e fazendo parte do género mais importante da humanidade, senti-me reconfortada;
- pelo talento do primeiro-ministro em inteligência emocional - sai uma mão leve, entra um aparente peso pesado; sai um peso pesado, entra uma mão aparentemente leve.

É preciso desligarmo-nos do mundo para o compreendermos?

Imagem

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Geração Tinoni

Fotografia: Julie Blackmon

Durante muito tempo as portuguesas deram à luz nas suas próprias casas e eram assistidas por parteiras. Era vulgar o local de nascimento indicar uma morada de uma qualquer aldeia, vila ou cidade, com nome da rua, número da porta, andar e tudo [na época ainda ninguém se tinha lembrado de inventar o código postal].

Mais tarde chegou a época das grandes maternidades. As mães passaram a ser assistidas por obstetras, e nós passámos a nascer praticamente todos no mesmo local. Há quem diga [e eu acredito] que mais de 30% dos portugueses que hoje têm menos de 45 anos nasceram na Maternidade Alfredo da Costa.

Até que chegou o período Correia de Campos. Nesse período uma elevada percentagem das nossas crianças passou a nascer em ambulâncias, e as portuguesas a serem assistidas no parto por motoristas dos bombeiros. Os locais de nascimento passaram a ser os mais variados mas com a tendência para ficarem sempre a meio caminho entre o local de residência da parturiente e a maternidade mais próxima. Assim, passou a ser vulgar encontrar uma criança portuguesa com idades entre os zero e os três anos que tenha nascido na Estrada Nacional xis, quilometro ípsilon, na direcção tal [norte, sul, este ou oeste], e já com código postal e tudo.

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terça-feira, janeiro 29, 2008

Brussels by moi

A fotografia inaugural desta série é especialmente dedicada à Nancy, pois tinha-lhe prometido fotografar a Praça do Luxemburgo após as obras do alargamento do Parlamento Europeu.
Era assim que a dita praça parcialmente se apresentava ao final da manhã do passado Sábado, vista de dentro do meu carro de onde, devo confessar, não me dei ao trabalho de sair. Estava um bocadinho de frio e tinha pressa em chegar a casa.
Tirei uma outra fotografia em que se vêem um pouco melhor as construções laterais, mas não posso publicá-la porque ficou um bocadinho... vá lá, um tudo-nada... torta. Por isso fica já aqui prometida uma outra, de preferência num dia menos cinzento do que este. Vamos lá ver se é este ano!

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Jejum dos dezassete





















Imagem via: iStockphoto


Apresentas-te como Sportinguista
de compromisso tácito
mas a mensagem que passas mais parece
a de um lampião lunático.


Se já conheces a mística
deixa de ser melodramático,
as tuas lágrimas de crocodilo
são o menos problemático.

Se o teu desinteresse começou
na presente temporada
talvez ainda haja alguma esperança de cura
(aguarda pela próxima jornada).

Gostavas que te dissesse
que a tua rima é comum, infantil e alarmista?
Tanto quanto te orgulhas de ser
um Rapper Trotskista belicista?

Nah Valete ouve tu com atenção
esta rima meio emparelhada
o que tu queres é vender discos
porque te faz falta a semanada.

Mas que moral é que tu tens
para acusar o Ronny de ser lento?
Não será como o teu Hip-hop
diléxico e pachorento?

A crise não é de agora
e tu não estás a ajudar
a “tranquilidade” é necessária
enquanto houver algo para ganhar

Refrão:
Valete, deixa de olhar para o teu umbigo
e decora o que eu te digo:
Lembra-te Valete do jejum dos dezassete,
lembra-te Valete, lembra-te Valete.
Lembra-te Valete do jejum dos dezassete,
lembra-te Valete, lembra-te Valete.

Valete,
Não sei onde sacaste
aquela cena do Poney.
Mas depois de ouvir o teu rap
sinto uma imensa saudade dos Boney.

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segunda-feira, janeiro 28, 2008

Reconhecimentos

Para os que me acusam de andar sempre a dizer que só estou bem a gozar com o mundo e arredores aqui deixo a resposta: Têm toda a razão!
Mas... há sempre um raio de um mas... Não podia deixar de colocar uma farda mais séria para escrever sobre isto.
Carlos do Carmo é um dos candidatos nomeados aos prémios Goya, na categoria de melhor canção original. O «Fado da Saudade», que consta da banda-sonora do filme «Fados», realizado por Carlos Saura foi o escolhido. A cerimónia vai decorrer em Madrid, no próximo dia 3 de Fevereiro.
Razões pelas quais Carlos do Carmo deve receber este prémio? Todas: uma carreira ímpar, uma voz como já há poucas e uma modernidade impressionante. A película do cineasta espanhol contou ainda com participações sublimes de artistas menos próximos da área do fado como o caso de Caetano Veloso e Chico Buarque, bem como as interpretações pungentes de Camané e Mariza.
Num ano excepcional, mais um, na carreira de Carlos do Carmo, o álbum de originais «À Noite», é pura e simplesmente delicioso. O fado é grande parte da nossa cultura e ver Carlos do Carmo reconhecido em Espanha é uma boa forma de começar a semana.

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Desconhecimentos

Notícia breve:

“Um satélite espião norte-americano sofreu uma avaria e pode embater na Terra em finais de Fevereiro ou em Março, informou fonte do governo americano. Desconhece-se onde o satélite possa cair”.

in Correio da Manhã, 27 de Janeiro de 2008

Nota do Redactor: A nós vai-nos caindo sobretudo, a economia, a saúde e a paciência mas, por cá como por lá, desconhece-se até onde possa cair.

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Certeiro como sempre


Video daqui

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domingo, janeiro 27, 2008

JANEIRO

Foto: (c) A. Luís, daqui

Não há dois dias iguais.
Quanto mais não seja, o céu muda de aspecto todos os dias. Basta estar atento para o perceber e ver.
Os dias amenos que temos vivido, meteorologicamente falando, são agradáveis no conteúdo, mas algo sinistros na mensagem que carregam consigo.
Ora, os dias andados pelo tempo que faz, dizem-nos que Janeiro é um mês frio. O mais frio do ano.
Desde que ele (este) começou, a lareira cá de casa ainda não sentiu o cheiro do fumo ou viu chamas no seu amarelo de laranjas.
Sejam quais forem as teorias que se apresentem à nossa interpretação, apenas a constatação da realidade nos diz, de forma segura, que algo está a mudar sem que tenhamos lúcida noção e concreta mão para o alterar, sendo que esta mudança não é, comprovadamente, boa mudança!
Para atenuar esta nota algo pessimista, partilho convosco um belo ocaso, captado por mim algures no início deste mês.

Boa semana!

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Dez post´s sobre Economia (v)

Atrair investimento para Portugal parece ser uma vaca sagrada que todos os governos se comprometem a respeitar e a incentivar o mais que possam. Acontece que nem todos os investimentos são bons. Certas empresas dão menos retorno ao país do que os subsídios, apoios a infraestruturas e isenções fiscais que recebem enquanto estão cá.
Penso que o acima descrito já é suficientemente conhecido dos governantes, mas continuo-me a admirar que sempre que existe uma visita de Estado a um país paupérrimo e completamente fora dos nossos padrões de desenvolvimento e sociais se prometa a captação de investimento. O caso da China é paradigmático: embora seja um país emergente, que retorno espera Portugal de um investimento chinês, sabendo que lá um salário médio é de três cêntimos/hora e que os gestores que cometam fraude são enforcados?
Outra falácia é a discriminição positiva na fiscalidade, vulgo, menos impostos, para empresas que apostem no interior. Tenho para mim que se um investimento é decidido com base em menos cinco por cento de impostos sobre os lucros é um mau investimento. Porquê? Porque todo e qualquer investimento tem em vista gerar retornos muito mais substanciais e porque os custos de transporte das mercadorias até ao litoral, onde ficam situados os grandes polos de consumo ou as grandes plataformas de distribuição (cais, aeroportos) encarecem mais o produto do que esses cinco por cento de bónus fiscal. Um exemplo daquilo que digo: as empresas estabelecidas em Viana do Castelo pagam menos cinco por cento de IRC do que no resto do país (efeitos do «negócio do queijo limiano»). Para além disso, as empresas que se estabeleçam em Ponte de Lima não pagam derrama. No ano passado, o Ikea esteve para se instalar no concelho. O município até se propôs a ceder o terreno, a ajudar na formação aos futuros colaboradores e Daniel Campelo chegou mesmo a gabar-se em jornais nacionais do feito. Acontece que a fábrica do Ikea vai estabelecer-se em Paços de Ferreira. Porque viu que transmitir know-how a centenas de trabalhadores ficaria sempre mais caro do que utilizar o já existente, mesmo pagando mais um pouco mais de imposto.
Para finalizar, o investimento que nos interessa é o investimento ocidental: são investimentos como a Auto-Europa, que representa grande parte do nossas exportações e contribui de forma decisória para o nosso PIB enriquecendo o país, são investimentos como a Siemens, que entrou no mercado há alguns meses atrás para contratar dois mil engenheiros de uma assentada, reduzindo um pouco o problema dos licenciados sem emprego. Exemplos que se poderiam explorar: Portugal tem a mais antiga aliança do mundo com Inglaterra e há pouquíssimos investimentos britânicos em solo luso; Portugal tem tido sempre óptimas relações com os EUA, cede-lhe a Base das Lajes, e, no entanto, é residual o investimento da maior economia do mundo em Portugal. Mas o mais importante de tudo é que o país e as empresas portuguesas têm de começar a investir em si mesmos. Porque, se não forem as empresas nacionais a darem o exemplo e andarem sempre com a litania do «isto está mau/péssimo», que confiança terá um investidor estrangeiro para colocar um cêntimo que seja em Portugal?

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De além-mar e além-fronteiras

Está uma pacata cidadã a arrumar os despojos do dia passado, quando é chamada com veemência e urgência. E a que se devia tal chamadela, perguntam os estimados leitores? À Pitucha, à Sinapse e à Carlota, agora também nossa, é dado destaque na revista do Correio da Manhã de Domingo, numa peça sobre a blogosfera. Parabéns a elas que andam lá fora a lutar pela vida e que nos dispensam um bocadinho da sua atenção, além de nos brindarem com belíssimos posts de além-mar e além-fronteiras.
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Avaliai-vos uns aos outros

Um governo que se diz socialista devia ter vergonha de propor sequer, quanto mais aprovar, o novo modelo de gestão para as escolas. Não contente com o feito, o governo pôs cá fora a nova avaliação dos professores. Na sexta-feira à noite saíram finalmente os documentos através dos quais milhares de professores irão ser avaliados. O Conselho das Escolas tinha emitido anteriormente um parecer, que certamente terá sido ignorado ou desvalorizado. Poupo-vos às enumerações miudinhas das fragilidades e incongruências da avaliação, mas depois da leitura atenta, pergunto-me onde é que o governo e a ministra de educação querem chegar afinal. Daqui para a frente, a espiral de dossiers ou portfolios – que linda palavra-, planificações no papel que ninguém irá ter tempo útil para rever ou discutir, fichas de observação e avaliação, objectivos de melhoramento traçados e outras inutilidades ainda em gestação vão ocupar o dia–a-dia dos professores, numa febre avaliativa sem precedentes, roubando tempo precioso para a preparação e desempenho das actividades lectivas, ensinar, portanto, o objectivo primordial da educação. Imagino-me como Peter Kien, personagem no romance Auto-de-fé de Elias Canetti, alienada, ardendo entre o meu adorado portfolio, as minhas ricas planificações, as minhas adoradas fichas de auto-avaliação.
Tomemos o exemplo de um professor de uma disciplina com quatro aulas semanais, duas vezes noventa minutos. Esse professor, se não faltou nunca, terá dado por esta altura umas sessenta aulas, sessenta planificações de aula, portanto. Se cada departamento tiver em média doze professores, estamos perante setecentas e vinte planificações, e ainda faltam uns meses até ao fim do ano. Estas setecentas e vinte planificações terão de ser passadas a pente fino pelo Coordenador de Departamento, também ele professor, com as suas sessenta planificações de aula, e como está prevista a observação de duas aulas de cada professor pelo coordenador, esse coordenador terá de observar vinte e quatro aulas em tempos e unidades lectivas diferentes nas cerca de dezasseis semanas que faltam até ao fim do ano lectivo no Ensino Secundário. E dar as aulas entretanto. O que está em causa não é a moralização do sistema ou a necessidade de uma outra avaliação anterior da existente. O que está em causa é a perversão da própria avaliação ao transformá-la em algo maior do que o próprio ensino, relegando tudo o resto para segundo plano.

A ler O governo e os zecos
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Nie wieder

Sessenta e três anos da libertação de Auschwitz


imagem daqui
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'bora lá desestabilizar o balneário, yô!

Valete é um músico português na área do hip-hop / rap. Neste meio, destaca-se dos restantes pelo cunho político das suas mensagens, pelas preocupações sociais que teima em não esquecer, mesmo quando outros se vão deixando contagiar pela onda comercial. Usa uma linguagem corrente próxima da oralidade da juventude actual, assume que gosta de testar os limites da liberdade de expressão e é, habitualmente, respeitado pela seriedade temática do seu trabalho.

Ora, na 6a feira, Valete foi convidado das "Manhãs da 3" (da Antena3). «Baza correr com o Paulo Bento» era o tema da conversa quando liguei o rádio - uma música gravada pelo artista após o jogo com a Académica, disponibilizada no MySpace do músico e que, pelos vistos, está a suscitar as mais diversas opiniões.

Em resumo, Valete, que se assume claramente sportinguista, faz uma (?pseudo-)análise ao plantel e táctica utilizados pelo "seu" treinador e vai concluindo que muita coisa vai mal no reino do Leão, sendo a culpa de... Paulo Bento. Portanto... Baza Correr com o Paulo Bento!

Não é a primeira vez que o músico grava em cima do acontecimento e divulga via internet. Mas, nunca, uma criação destas havia tido tanto eco - o tema futebol vem habitualmente com megafone incorporado. Esta não é uma música de álbum, é apenas uma quasi-brincadeira em tom de desabafo. Diz que apenas deu voz pública a conversas de café e comentários de bancada, que, sinceramente, esperava que pudessem chegar aos ouvidos do treinador. Surgiram reacções divertidas nas mais diversas cores futebolísticas (incluíndo das riscas verdes e brancas), mas também apareceram alguns sportinguistas bastante indignados/irritados, e ainda alguns fãs da obra do músico desapontados pela... futilidade do tema... Os insultos ao músico não tardaram a aparecer. Pelos vistos, os jornalistas já confrontaram Paulo Bento com a música... tendo-se este escusado a comentar, por não lhe merecer importância.

Ora, não sendo eu sportinguista, o estilo de jogo do Paulo Bento - como devem perceber ;) - não me está a incomodar minimamente e não pude deixar de achar piada a esta música, que, note-se, pela mão do músico, foi apenas disponibilizada no seu myspace. Não acho que tenha sido ultrapassada a barreira da liberdade de expressão, e, de facto, apenas põe uma batida por trás do que já têm dito. Pronto, o registo de linguagem não é o mesmo e é um bocadinho insultuoso... mas não é insulto gratuito, o músico procura justificar a sua posição. Não transcrevo a letra, mas acho que merece não passar em branco - podem lê-la também no MySpace do músico. Assim, e em dia de jogo ?grande?, partilho este tema convosco, numa de 'bora lá desestabilizar o balneário, yô!

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O regresso [em grande] do Boss

I just want to hear some rhythm
I just want to hear some rhythm
I just want to hear some rhythm
I just want to hear some rhythm

I want a thousand guitars
I want pounding drums
I want a million different voices speaking in tongues

This is radio nowhere, is there anybody alive out there?
This is radio nowhere, is there anybody alive out there?
Is there anybody alive out there?


Um excelente libelo contra as rádios com playlists elaboradas por executivos, que só dão airplay a uma canção após aturados estudos de mercado e que repetem até à exaustão temas como The River ou Born in the USA e que, de certa forma, ajudaram o Boss a ser um cantor mainstream à escala planetária.

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sábado, janeiro 26, 2008

kusturica and the no smoking orchestra

Coliseu esgotado. Em palco 11 músicos: teclas, bateria, precursões, tuba, acordeão, saxofone, violino, guitarra baixo, duas guitarras e voz. Ao segundo ou terceiro tema, Kusturica anuncia: «Isto foi apenas para verem que nós também sabemos tocar música.» Daí para a frente seria apenas pop-rock, energia, diversão, animação esfusiante. Pulos, saltos e palmas... impossível ficar parado.

O vocalista desce do palco e (literalmente!) trepa à tribuna; um passeio em equilíbrio pelo parapeito; um passinho de dança com a senhora embasbacada da primeira fila; um salto de novo para a plateia; novo passinho de dança, mais umas deambulações e o regresso ao palco. No palco há cumplicidades, companheirismo e diversão contagiante. Um violino tocado em mil e uma posições. Uma guitarra luminosa girando no escuro. Mini coreografias encenadas. Uma Juliet escolhida do público sobe ao palco para ser rodeada pelos não-Romeo's. Um despique entre um violino e uma guitarra eléctrica sob um arco gigante segurado por duas meninas do público.

- Preparados?...
- Siiiim!!!
- Preparados?
- Siiiim!!!
- Preparados para uma revolução?
- Siiiiiiiiiiiiiiiiiiim!!!
- Então eu volto cá para a semana e tratamos disso, agora vamos ao rock!

E foi Emir Kusturica and The No Smoking Orchestra... de calças de ganga, t-shirts, fatos de treino, fato-macaco e... um saxofonista sexy... - a sua trupe de ciganos-fake armados em rockers e fazer uma festa... maior... - ontem à noite, no Coliseu do Porto.

[E por falar em No Smoking... com ou sem a perseguição da ASAE, é pedir muito que se cumpra isso na plateia de uma sala de espectáculo fechada?!...]

imagem

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sexta-feira, janeiro 25, 2008

Parabéns, Eusébio!


Imagem daqui
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Preconceito[s]


















Fotografia: Arquivo GR

Hoje de manhã, na minha habitual pausa das dez e picos [para um cafezinho e um cigarro] dei comigo a cogitar: “Será que o meu preconceito [de direita] me está a toldar o discernimento e o actual primeiro-ministro até está a governar bem o país?” [não foram exactamente estas as palavras que pensei, porém, sempre que posso, gosto de utilizar num post expressões como, “cogitar”, “toldar” e “discernimento” – ou outras como “pertinente”, “congeminar” e “exequível”, que vou procurar utilizar lá mais para a frente]
Agora nem sei bem explicar porquê, mas naquele momento pareceu-me uma questão bastante pertinente. Assim sendo, tinha de pôr à prova o meu preconceito. O modo mais eficaz de o testar passaria necessariamente por duas fases. Na primeira, teria de tentar congeminar se de alguma forma seria exequível as políticas do actual governo de “esquerda” serem exactamente a mesmas das de um governo do PSD [com, ou sem PP – é indiferente para o caso]. Depois de meditar vagamente sobre este assunto, concluí [com alguma facilidade] que não seria nada problemático um governo de direita pretender colocar em prática rigorosamente as mesmas políticas do governo José Sócrates. E digo “pretender”, porque, um governo de direita encararia com toda a certeza com muito maiores «forças de bloqueio» do que as que o actual governo de “esquerda” vem deparando.

Ultrapassada com sucesso a primeira fase da minha reflexão, aventurei-me a passar para a premissa seguinte: “Qual seria então a personalidade da direita que melhor interpretaria o papel de José Sócrates?” Bem. Teria de ser alguém do sexo masculino, na casa dos cinquenta, divorciado, com filhos; um homem cuja vida profissional estivesse intimamente ligada à do seu partido e que já tivesse exercido anteriormente funções governativas; com um canudo obtido em condições algo peculiares; alguém que goste de estar rodeado de público e que se movimente bem nos media; um homem de acção, com interesses variados [nenhum em particular]; um tipo que aprecie um bom desafio; que goste mais de falar do que escrever; que seja rápido a decidir, mesmo quando não domina todos os elementos; uma pessoa que despreze os detalhes e que prefira a exploração de novas possibilidades à mera resolução de problemas concretos. E foi assim que encontrei o candidato perfeito.

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Ó seu enormíssimo palhaço

Confesso que depois de uma semana sempre a abrir, a ideia de chegar ao fim-de-semana, ainda mais sendo um daqueles em que o direito ao descanso é um dado adquirido, me parece quase paradisíaca – não tanto como se estivesse algures em Cabo Verde, ou noutro qualquer lugar cheio de sol e de dolce fare niente.
Não podia terminar a minha primeira semana enquanto Geração Rasca sem – como diria um velho comunista meu conhecido – espetar um preguinho. Uma das minhas dúvidas existenciais sobre a participação neste blogue prendia-se com o Livro de Estilo GR. Já tendo um código deontológico a respeitar – embora aqui a coisa esteja envolta em mistérios, ajuntamentos, clubes de amigos, protestos, associação MIL e afins – e portanto não estando muito seguro se mais um conjunto de regras para organizar durante o dia seria benéfico, resolvi aceitar. Sou absolutamente a favor de coisas fundamentais como protecção às fontes, respeito pelo próximo, e acima de tudo, bom senso, mas hoje, depois de ter entrado nesse estado de euforia ilusória da chegada do fim-de-semana, fui rever o Livro de Estilo do GR, e não resisti. Passo a citar: “São indesejáveis "posts" que ofendam gratuitamente qualquer blogger, do GR ou não, bem como instituições privadas, públicas ou outro(a)s.”
Pensei logo – cego pelo cansaço, obviamente – que me dava jeito um cartão amarelo e dois açoites, portanto agarrei-me ao mail e lá seguiu a mensagem para um outro blogger dizendo: És um palhaço, azar dos azares o homem estava on-line e na volta do correio recebi a resposta: Palhaço és tu meu grande estúpido.
Tendo ofendido outro blogger só me resta a penitência e o reconhecimento de culpa própria, tomando como primeira decisão pessoal mostrar a mim mesmo o cartão vermelho neste blogue, erradicando-me automaticamente por dois dias, e esperando que a Comissão de Disciplina do GR não decida agravar a pena. A meu favor só posso dizer que, depois deste acto tresloucado, o arrependimento me bateu na consciência e vou jantar com o outro blogger, afinal já vivo com ele há 36 anos.

P.S. – Bom fim-de-semana para todos.

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SOU

O meu nome é António Luís, tenho quase 40 anos, vivo em Coimbra. Gostava que o mundo fosse mais justo, com menos guerras, que não existissem crianças a passar fome, e que existisse de tudo para todos.
Estou aqui porque fui convidado por uma amiga que me encorajou, muito embora eu ache que tenho pouco jeito para isto. Desfilar não é comigo e não me equilibro bem em canetas e teclados de computador. Para além disso, estas roupas amassam-me o corpo e por vezes parecem uns farrapos quaisquer. Pelo menos era isso que dizia de mim para comigo quando era pequeno e via estas coisas na televisão.
De maneira que é assim, estou aqui, a desfilar pela primeira vez no Geração Rasca, e o que vale é que ainda é dia e por isso os flashes das máquinas de fotografar não me perturbam, pelo que corro menos riscos de me estatelar e, eventualmente, partir um braço ou uma perna, o que seria muito triste para mim!...

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Dias negros


Nunca fora notícia antes, não desta forma. A morte de um atleta em campo, a morte em directo a entrar na casa de todos nós como se de repente a vida se transformasse num filme de terror. Sentado num sofá, vi Miklos Fehér sorrir quando Olegário Benquerença lhe mostrou o cartão amarelo, vi-o dobrar-se e cair, vi o desespero e as massacrantes imagens de um homem estendido e derrotado por aquilo a que muitos chamam de destino. Desaparecia não um jogador de futebol mas antes um jovem com uma vida inteira pela frente, desaparecia não um jogador do Benfica mas um ser humano, ali, em directo perante os meus olhos e os de tantas outras pessoas.
Seja Fehér, Marc-Vivien Foe, Hugo Cunha, António Puerta ou qualquer outro comum mortal, a única certeza é mesmo que pode acontecer a qualquer um.

P.S. - Eusébio da Silva Ferreira faz hoje 66 anos e conhecendo-o tenho a certeza que desde há quatro anos que este dia tem outro significado.

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uma casa portuguesa: UPA




Este UPA traz-nos uma verdadeira "casa" portuguesa! Mensalmente será lançada uma música, resultado de uma parceria entre artistas nacionais, que se juntaram à causa. Cada dueto de artistas/bandas recebe um binómio inspirador sob a temática bi-polar da descriminação/integração. As músicas são criações originais e vão sendo disponibilizadas na página UPA08 do site da Encontrar-se, onde se pode ouvir a música gratuitamente e fazer o donwload mediante um donativo. Para já, a única janela activa é a de Janeiro: Xutos+Oioai... A música já passa na rádio (eventualmente!) e teve à cabeça o binómio discriminar/integrar [ver vídeo promocional].

o meu nome é joão e vivo ao teu lado
o meu nome é yuri do continente gelado
o meu número é zero nesta democracia
deixa-me pertencer eu quero pertencer-te

Pedro Puppe (dos Oioai), "Pertencer" (2008),
interpretada por Xutos&Pontapés + Oioai

Programa completo

Janeiro: Xutos&Pontapés + Oioai (discriminar/integrar)
Fevereiro: Rodrigo Leão + JP Simões (negar/assumir)
Março: Camané + Dead Combo (separação/união)
Abril: GNR + The Gift (medo/compreensão)
Maio: Sérgio Godinho + Xana (cupla/tolerância)
Junho: José Mário Branco + Mão Morta (vergonha/aceitação)
Julho: Cool Hipnoise + Tiago Bettencourt (dependência/autonomia)
Agosto: Paulo Gonzo + Balla (ofender/respeitar)
Setembro: Mariza + Boss AC (desespero/esperança)
Outubro: Jorge Palma + Clã (solidão/fraternidade)


Não estão, no mínimo, curiosos?... Eu estou! O projecto é excelente e as parcerias são, sem dúvida, prometedoras!

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Cada um tem a televisão que merece

Disseram-me agora que na TVI estava Manuel Luís Goucha a entrevistar Soraia Chaves, tema da conversa o filme "Call Girl".
Dizem-me de fonte segura que Goucha terá perguntado a Soraia se ela sabia qual seria o cúmulo da frustração, ao que ela disse que não, a resposta do apresentador deverá constar dos compêndios nos próximos séculos: "É alguém ser teu filho e ter de mamar no biberão".

Mais alguém assistiu a esta pérola?
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Oui, chéri, c'est vendredi


E já não era sem tempo! Esta semana arrasou comigo. E tudo por causa daquela malfadada aula de ginástica na quarta-feira.

Tudo começou quando escolhi uma aula de bodybalance. Li a descrição do que era a aula no folheto do ginásio e convenci-me de que seria o ideal para começar, a fim de não me lesionar logo no princípio da época. Não podia estar mais errada.

Na sala de aula propriamente dita, encontrei luzes fraquinhas, uma música cósmica, seis ou sete participantes descalças e um professor de cabelo rapado com um microfone daqueles sem fios por onde fazia passar com uma voz à Oceano Pacífico, mas em francês, descrevendo todos os movimentos que se devia fazer em cada exercício. Mas decidi empenhar-me na coisa.

Não vos passa pela cabeça como é difícil fazer ginástica em francês. O cérebro, demasiado ocupado a mandar ordens aos músculos e a evitar que nos estatelemos no chão por perda de equilíbrio, não consegue diferenciar, a tempo e horas, les épaules, les couds, la cheville, les yeux vers le plafond, les yeux vers le sol, la jambe droite vers la gauche e afins. Corremos sérios riscos de desatar a fazer pinos quando o que é preciso é cruzar as pernas.

Acresce que perdi sempre o fio à meada cada vez que o professor, olhando para uma das alunas e lhe berrava J'ai entendu! Não conseguia perceber que raio a mulher estaria a bichanar para ele a informar, naquele tom, que estava a ouvi-la muito bem. À quinta vez, lá recuperei o equílibrio. Percebi, finalmente, que o que ele lhe gritava era jambes tendues!... A língua francesa também é bastante traiçoeira.

Quando o fim da aula começou - e o fim durou, pelo menos, uns dez minutos - algumas pequenas distensões musculares à parte, sentia-me fresca que nem uma alface. Sim, fresca é o termo. Foi-nos indicado que nos deitássemos no tapete para relaxar e eu, ali no chão, de curtas calças de algodão e de t-shirt minimalista, passei o final da aula a tiritar de frio. Tanto que, no momento em que me levantei para ir embora, fui oficialmente declarada engripada.

Fotografia obtida aqui.
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Momento zen matinal

foto:minha
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quinta-feira, janeiro 24, 2008

Na rota dos livros

Logo agora que estou danada para me ir daqui para fora – a propósito, alguém me arranja um emprego longe do ensino?- esta notícia, que percorreu a blogosfera e a que os bibliófilos não ficaram indiferentes, ofereceu-me um belíssimo roteiro apadrinhado pelo sonho e alimentado por duas das minhas preferências: viagens e livros.
Por exemplo, podia ir daqui ao Porto, para visitar a Lello, e com a quantidade de voos low cost a sair da Invicta não seria nada difícil partir para outro local da Europa. Talvez Glasgow, muito embora a livraria me deixe algumas dúvidas. Depois seguiria para Bruxelas – olá Carlota e Pitucha- para espreitar a Posada, até porque não encontro uma imagem e sou um espírito curioso. A cidade seguinte seria Maastricht. A Boekhandel Selexyz Dominicanen é um deleite também pela simbologia da religiosidade e espiritualidade que os livros podem encerrar. Naturalmente isto sou eu a divagar, porque os amigos holandeses são rapazes pouco dados a estes devaneios espírito-religiosos. Depois de me refazer de tanta beleza, rumaria decididamente a sul numa das minhas ansiadas viagens: Buenos Aires, que obviamente depois desta descrição, ficou decididamente inscrito no meu roteiro de viagens futuro, espero que não muito. De volta, e porque não estamos longe, daria uma saltadinha fugaz à mais bela cidade do mundo, o Rio de Janeiro e entre coisas várias e tão simples como uma água de coco no Calçadão de Ipanema com o Morro Dois Irmãos do meu lado direito se contemplasse o Atlântico ou o Cristo Redentor a erguer-se no morro se voltasse a costas ao mar, difícil é escolher a vista na Cidade Maravilhosa, iria direitinha à Livraria da Travessa na Visconde de Pirajá, para celebrar o meu primeiro livro comprado em terras de Vera Cruz. Voltaria depois a casa, a mala prenhe de livros e a alma a transbordar. Sentar-me-ia por aqui a empanturrar-me de livros e a digerir tanta beleza. Sonhar não custa.

Imagem daqui

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Lá fora é que é bom

Sigamos a Itália! Cai, Sócrates, cai.

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Quando o telefone toca

- Está bom ?
- Ainda bem que ligou porque eu estava mesmo a ver se arranjava tempo para lhe dar um toque por causa do e-mail que me mandou esta manhã…
- Pois é mesmo por causa disso... Recebeu-o não é?
- Recebi.
- Então olhe, esse mail é off-the-record.
- Está a brincar? Inventaram essa agora presumo…
- Pá o mail não era para si, seguiu por engano meu.
- E então? Não estou a perceber onde quer chegar.
(silêncio)
- Já leu o documento em anexo?
- Não. Era mesmo por isso que ia ligar, no mail escreve lê isto mas não traz mais nada.
- Ah, ainda bem. Gostei de o ouvir, temos de ver se vamos almoçar um dia destes.

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Grandes ideias

E por falar em invasão de estabelecimentos: clicar aqui
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Invasão pacífica


Ahah, consegui furar a segurança deste estabelecimento!

Tenho a impressão de que não pertenço mesmo, mesmo à geração rasca de que falava o editorial de Vicente Jorge Silva em 1994. Se bem me lembro, nessa altura já tinha acabado a faculdade e estava a trabalhar, pelo que é pouco provável que fosse encontrada em cima de uma cadeira a mostrar o traseiro a uma qualquer máquina fotográfica.

De qualquer forma, isso não é de todo relevante, pois toda e qualquer geração passa por uma fase rasca, embora mais tarde dê sempre o litro para que isso passe despercebido às gerações seguintes.

Tenho ideia de que sempre foi assim. Que até os nossos avós, num dado momento, se terão revoltado contra o banho semanal na tina ou desafiado os seus pais ao aparecerem em casa com um pote de brilhantina para embelezar poupas. Que as nossas mães protestaram fortemente quando foram alvo de tentativas para as impedirem de sair à rua em mini-saias. Que nós tanto nos insurgimos por não nos deixarem fazer mais uns quantos furos nas orelhas e umas permanentes ao cabelo, como sofremos por ficarmos com as orelhas deformadas e os cabelos oleosos nas raízes e secos nas pontas.

Isto tudo para dizer que não são pormenores de somenos importância que vão fazer com que estes simpáticos senhores corram comigo daqui já. Vai-se a ver até me convidam para vir cá mais vezes, quem sabe?

Desculpem-me o buraco na parede.


Fotografia de Bob Elliott
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quarta-feira, janeiro 23, 2008

Coisas velhas mas educativas

Em 1912 Portugal participou pela primeira vez nas Olimpíadas.
Em 1912 morreu pela primeira vez um atleta nas Olimpíadas.
Em 1912 morria Francisco Lázaro, aos 21 anos, debaixo de um sol abrasador.
Por isto, o dia 12 de Julho fica assim tristemente marcado no modelo desportivo imaginado pelo barão Pierre de Coubertain.
José Luís Peixoto, no seu livro Cemitério de Pianos, deixa algumas referências sobre o assunto mas a melhor que encontrei foi esta, no que toca aos dias de hoje:

As might have been feared, the Marathon Race of the Fifth Olympiad was not to be run with impunity beneath the rays of an almost tropical sun, and several of the 68 competitors suffered very greatly from the heat. One poor fellow, indeed, who had started in the best of health, was struck down by the sun and never recovered. This was the Portuguese, Lazaro, who, after having covered the great part of the distance in the best condition, suddenly staggered and fell, and, after being attended to by the medical men who were immediately called to the spot, was taken to the Seraphim Hospital. There the doctors did their utmost for the unfortunate man, no means for his restoration being left untried. (…)

in The Olympic Games of Stockholm 1912, Official Report

Nota do Redactor: Felizmente que o Seraphim Hospital não ficava em Portugal.

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procrastinando...

Na RTP1, Malato é convidado de João Baião e Tânia Ribas de Oliveira. Conversam, como se estivessem no café três amigos de longa data. Sinto-me coscuvilheira, ouvindo uma conversa que não é minha, lembrando momentos que não presenciei, com piadas que não acompanho inteiramente...

Na RTP2, animais... Não tenho nada contra os bichinhos, mas se há coisa que não gosto de ver na televisão é um programa de animais, principalmente quando estou a comer - horário que é frequentemente coincidente.

Na SIC, intervalo de alguma coisa...

Na TVI, Júlia Pinheiro entrevista mais um "coitadinho"...

Volto ao Malato... Volto a não me sentir integrada naquela conversa...

Regresso à SIC, vai começar a Tertúlia Cor-de-Rosa (ou outra coisa parecida). Penso, cusquice, por cusquice, até posso tentar esta... Eu tentei, mas não consigo aguentar 5min seguidos daquela coisa... A roupa do Castelo-Branco, mais o anel de não sei quem e as madeixas de não sei quem mais...

Volto ao ponto de partida...

Não há condições! Parece que tenho mesmo de ir trabalhar...

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Hoje é dia de bola...

... e portanto logo mais o Sporting lá terá de enfrentar o Beira-Mar, numa competição onde Porto e Benfica já saíram de fininho, a famosa Taça da Liga.

Aproveito a minha entrada neste blogue para deixar por aqui uma dúvida que me acompanha há uns anos e que tem uma pequena história acoplada. Em dia de jogo dos Distritais de Futebol da Associação de Futebol de Lisboa ouvi numa rádio - coisa rara nos dias de hoje, ouvir um relato na rádio ao domingo à tarde - um homem gritar nas colunas do chaço: Goooollllllloooooooooooooooooooo!!! Jogada de insistência pelo lado direito com um passe rasgado de Finório para o avançado Mané Boi que com um remate forte, colocou a bola no canto superior do vértice (é favor ler isto com sotaque de homem dos relatos na rádio).

Os nomes dos jogadores são fictícios mas a situação foi real, tão real que ainda hoje quando vou à bola procuro a resposta que nunca encontrei, mas que raio é o canto superior do vértice - pelas minhas contas esse canto não daria golo - e de que lado a bola entrou na baliza?

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Lisboa como Miséria, desolação e piolheria

Caro Vasco Graça Moura,

é um homem da literatura, escreve bem, gosto especialmente das suas traduções, tenho algumas, as dos poemas de Shakespeare, por exemplo.

Poderia dizer-lhe o seguinte: as suas traduções são exercícios notáveis de hermenêutica, mas não vou por aí, a minha imodéstia e vaidade não o permitem, mas a razão é simples: a preguiça, no que diz respeito à aprendizagem de línguas, instalou-se irremediavelmente em minha casa e seria muito ingrato despedir uma velha amiga, enfim, os bons amigos não são perfeitos.

Quanto ao seu artigo tão visceralmente revoltado contra os socialistas europeus, como arma de combate contra o governo socialista português, apraz-me dizer-lhe o seguinte: é muito interessante.

Principalmente quando, numa exposição, se pretende "fotografar" uma cidade esplendorosa como Lisboa, atribuindo-lhe tão veneráveis adjectivos, num dos locais desagradáveis de Bruxelas: a Place du Luxembourg, ou será que nos últimos três anos a famosa praça se modificou assaz?

Quanto à sua argumentação, gostaria de lhe dizer que Lisboa também tem a sua faceta miserável, desolada e piolhenta, tal como qualquer cidade do mundo, se calhar ainda bem, pelo menos para os eternos detractores de Portugal e defensores do: lá fora é que é bom. Enfim, temos de ter de tudo, para contentar toda a gente.

Quanto à questão da exposição ser "aproveitada" como arma de arremesso ideológico, gostaria só de colocar as seguintes questões:

- caso o governo português fosse do PSD, o que faria o honorável deputado Vasco Graça Moura se a sua família ideológica europeia cometesse o mesmo tipo de "sacrilégio"?
- qual a razão da existência de famílias ideológicas na europa?
- estarão os deputados europeus a defender o seu país ou o seu partido?
- de que forma poderá ser encarado o combate político?
- será o combate político benéfico ou nefasto para a democracia?
- estarão os políticos europeus a salvaguardar os interesses da democracia europeia?

A riqueza de um artigo também se mede pelas perguntas que suscita.

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Dias de cão

foto: minha

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terça-feira, janeiro 22, 2008

Porta 65

Confesso que isto de receber um convite para participar num blogue é coisa que deixa um tipo nervoso, mais ainda se o blogue em questão é comunitário, é rapaz de boas famílias, e tem até o azar de ter um chefe sportinguista. Basicamente alguém decidiu pagar-me a peso de ouro – não tanto como pagaram a um outro para sair do BCP de forma vitalícia – e como pessoa de bem, aceitei.
Acredito sinceramente não ter nada de jeito para vos dizer, ainda assim, acredito que prefiram esta verdade assumida desde já a dez discursos políticos onde podem, alegadamente, ter sido prometidos: referendos, reformas antes dos 100 anos, crescimentos económicos tipo upa upa, inflações de 2,1 por cento em 2008 onde a única verdade está na semelhança fonética do por com o poor.
Resumindo, sou de uma Geração Rasca, que aprendeu a rir à custa de si própria, e que, enquanto rasca, considera difícil de acreditar que negar é o melhor caminho. Gosto do país onde vivo mas não nego que no actual momento há por aí uns quantos senhores que não riem, não fazem rir, e não fazem nada. No dia em que também eu cumprir essas três premissas fica desde já uma certeza, sairei do Geração Rasca e irei para o Governo do Principado da Fuzeta.

P.S. Com um ordenado de dois chupa-chupas, três cigarros e uma imperial estou desconfiado que o André fez mau negócio.

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segunda-feira, janeiro 21, 2008

Um remédio é um veneno: na dose certa cura; excessivamente mata

Eu até nem me importo de, tal como o leitor e os restantes portugueses, pagar um absurdo em impostos. Já me habituei. Mas gostava que eles servissem para alguma coisa. Servissem por exemplo, para deixar as urgências abertas, em vez de serem utilizados para aparições vaidosas do PM a anunciar que o défice ficou em 2,5%. Se o objectivo era abaixo dos três, 2,9% chegava, ficávamos bem vistos na Europa, quando o PIB crescesse encarregava-se de descer o resto e não era preciso andar com o argumento hipócrita do «vale tudo» para justicar os cortes cegos que por aí se têm feito em áreas como a Saúde. O melhor exemplo é a cidade de Chaves: onde Sócrates diz que não há população para manter o hospital, um grupo privado da Saúde vai abrir um. Não me parece que seja para perder dinheiro.
"Há mais vida para além do défice."

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Acredita quem quiser


Os receios de uma recessão nos Estados Unidos e o mais que previsível contágio às economias europeias e asiáticas levaram as bolsas europeias a caírem 20% desde os máximos atingidos em Junho de 2007. Apesar de nas últimas semanas já ser evidente que as bolsas entraram em ciclo bear market, o senhor “engenheiro” continua cheio de confiança, e garante que este é que "vai ser o ano do crescimento económico e do regresso do investimento".

Se nos últimos anos vivemos num período de crescimento económico e foi o que foi, nem quero imaginar como será a recessão.

Imagem: Arquivo do GR

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Avisos


foto: minha
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domingo, janeiro 20, 2008

Vale tudo, vale

José Sócrates, esse rapaz enxuto que os portugueses elegeram num belo dia de esperança, que dá o dito por não dito, não honra o eleitorado e tem brindado o país com exemplos sucessivos de autoritarismo cego, mostra-se indignado a propósito da celeuma levantada em torno da morte do bebé de Anadia e afirma que é o vale tudo! Que é o vale tudo já muitos de nós, infelizmente, entenderam. Neste momento vale tudo, morrer à porta das urgências encerradas também é uma possiblidade, ao que parece.
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sábado, janeiro 19, 2008

uma casa portuguesa: o cante alentejano

[Texto em resposta a um desafio lançado aqui, a propósito disto.]

Gosto do Alentejo lento e cadenciado. Gosto da paz, da quietude, do embalo, da entrega e da simplicidade. O Alentejo dos campos e das searas... O Alentejo das vidas e... das pessoas!

O cante alentejano transmite tudo isso, todo esse embalo real... de quem vive! e não apenas de quem canta. A força e o sentimento transparecem nas modas mais lentas: somos envolvidos pelas vozes e como que transportados para as colheitas e sementeiras, para a dureza dos trabalhos, os sacrifícios, as vontades e esperanças do povo. Em modinhas mais animadas, temos também os namoros de janela, a alegria e a simplicidade da vida do campo. E não é só Grândola que reclama a voz do povo, não é só a rama da oliveira que testemunha a vida campestre e não é só a menina da janela que é enamorada... O Alentejo é grandeé tão grande o Alentejo!...

Uma polifonia de não sei quantas vozes e em intervalos tonais de mais não sei o quê... – peço desculpa aos entendidos... É sem dúvida, importante que haja quem saiba o que se está a fazer, mas, para já, vai-me bastando o cante alentejano como voz de toda uma região, como expressão e partilha de um sentimento, de um estado de alma. O ponto informa para onde vamos, o alto diz que estamos prestes a partir, e, na cadência e união das pessoas e das vozes, é com a entrada do coro que tudo isto ganha sentido: é o coro que nos transporta e acompanha nesta viagem ao nosso Alentejo... profundo...

Temos a força dos ventos
Já ninguém nos aguenta
E se a nossa moda é lenta
Vão depressa os pensamentos

Vitorino, "Temos a força dos ventos" (1975)



NOTA: O cante alentejano foi considerado Património Cultural Imaterial de Interesse Municipal por alguns municípios alentejanos e há rumores de uma candidatura a Património Cultural Imaterial de Interesse Mundial da UNESCO daqui a uns anos.

[Para mais informações sobre o cante alentejano: MODA – Associação do Cante Alentejano.]

foto: António Cunha

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quinta-feira, janeiro 17, 2008

é triste...

Decido ir de comboio. A estação não fica longe, o bilhete é mais barato que a gasolina e sempre posso descansar um bocadinho... Depois de algumas voltas para estacionar, faltam apenas alguns minutos e ainda tenho de comprar o bilhete... Vá lá, uma corridinha!... Já está: bilhete na mão... Olho em volta e acho a plataforma demasiado populada para a hora em questão... Isto deve querer dizer que o comboio ainda não passou.... Aguardo... E aguardo... As pessoas impacientam-se. Percebo que há vários comboios em atraso. E uma hora depois do horário do primeiro comboio em falta...

"Informamos-se que a circulação no sentido Norte-Sul se encontra interrompida..."

- burburinho crescente -

"... devido à morte de uma pessoa na linha na estação de Gaia."

- silêncio abrupto...

... que dura apenas uns segundos, logo seguido de protestos e indignações: "E só agora é que avisam?!" "E é preciso estarmos aqui uma hora à espera para nos dizerem que não há comboio?!"

Tenho de confessar que os meus pensamentos também não foram os mais nobres... É que, não podendo apanhar aquele comboio, não chego a horas onde queria e tenho de voltar lá de tarde... É triste como a vida de uma pessoa é tão rapidamente sobreposta pelas nossas pequenas vidinhas...

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quarta-feira, janeiro 16, 2008

Pessoal e Transmissível


Carlos Vaz Marques entrevistou ontem António M. Feijó no Pessoal e Transmissível.

Gostei tanto da entrevista, espero ardentemente pela passagem do programa a papel.

António M. Feijó (AMF) falou da forma como lê e de repente ali estou eu perante o meu leitor alma gémea. O que mais me tocou e assino por baixo:
- enquanto leio não consigo imaginar;
- a leitura serve para ir construindo uma imagem do escritor;
- a leitura permite-me desvendar a imagem de um certo homem, o homem que está por detrás do escritor.

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Prós e Contras

Há por aí muita gente a cantar as virtudes da sociedade civil, alguns exemplos:
Zita Seabra, no Prós e Contras, e a pressão da sociedade civil contra a OTA, António José Saraiva, a propósito das diferenças de fundo dos dois candidatos à liderança no BCP, alguns defensores de menos educação para a cidadania, pois os pais não precisam que o estado “inculque” valores aos seus filhos, enfim à sociedade civil o que pertence à sociedade civil e ao estado o que pertence ao estado.
Só tenho uma pequena dúvida e ainda não a vi esclarecida em lado nenhum, menos estado é proporcional a menos impostos?

Espreito a TV e vejo dois mundos, aparentemente, inconciliáveis:
- o mundo das grandes e médias empresas e do poder autárquico das grandes cidades – o primeiro mundo;
- o mundo das pequenas e médias empresas e do poder autárquico do interior e das pequenas autarquias – o segundo mundo.
Estes dois mundos confrontaram-se segunda-feira passada no Prós e Contras.
De um lado senhores dignos e tecnicamente notáveis, como alguns dos presentes, por exemplo, Augusto Mateus, o bastonário da Ordem dos Engenheiros, um representante do IST, enfim, a cartilha “maternal” da credibilidade, e alguns autarcas, dignos representantes do devassamento da paisagem portuguesa e das obras megalómanas, e dos empreendimentos elefantes brancos, e de algumas aberrações que persistem em recriar por todo esse Portugal fora; mas, os digníssimos representantes do primeiro mundo, conhecem bem os colegas que "legitimam" a gula dos autarcas megalómanos do segundo mundo.

Os dois mundos são, aparentemente, inconciliáveis.

Um mundo é o digno representante de uma determinada classe, outro de outra.
Um mundo mais preparado, tecnicamente e intelectualmente falando, e outro menos preparado e superficial, mas com alguma responsabilidade de poder.

E entre estes dois mundos sobrevive uma ligação indelével: a do governo da nação.

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terça-feira, janeiro 15, 2008

Sempre

Jamais é palavra que espero nunca usar para agradecer tanta generosidade. Prefiro sempre.
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Língua de papel

Meses a fio o recorte de jornal tombou da estante da sala como uma língua, preso numa moldura de sorrisos abertos algures do outro lado do Atlântico. Pendia da secção de literatura portuguesa e reclinava-se sobre a de literatura brasileira. Uma língua, a mesma, ou uma ponte que une as margens de uma só língua, em cada extremidade a sonoridade tão distante, separada pela língua, -ou seria o oceano?- e unida pela mesma. Um recorte de jornal apenas. Terá sido numa altura de pintura da sala que tudo aconteceu, é sabido que as infiltrações são geradoras dos maiores males, numa outra ocasião não se propiciaria o ímpeto arrumador, até porque, por aqui não impera a obsessão por arrumação, impera a obsessão por ter à mão livros, papéis e recortes de acontecimentos passados. Algum tempo depois surgiu o arrependimento amargo deste impulso furioso. O conteúdo do pequeno rectângulo voltou a estar na ordem do dia e assim fiquei: desfalcada do pedacito de informação que dava conta dos erros que opuseram Miguel Sousa Tavares a Vasco Pulido Valente na querela que tanta tinta fez correr. E irritada Mas porquê? Porquê? Às vezes num crescendo Mas há tanta porcaria que fica por aí… logo aquele. Que raiva! Quando a querela reloaded se instalou prometi a mim mesma que não ficaria, desta feita, desfalcada do pedaço de papel, umas quatro páginas do jornal e guardei-o em cima do sofá, à espera de melhor destino, impossível que era deixá-lo que nem uma língua entre as estantes. E tudo estava a correr bem, a leitura do livro prometida para quando a pilha de livros a ler emagrecesse, o pedaço reservado para posteriormente averiguar a veracidade das acusações, de leitura feita e livro nas mãos, tudo bem, dizia eu, tudo muito bem até o frio ter apertado e as páginas centrais do jornal, exactamente, precisamente as tais, aquelas e não outras, terem sido arrancadas sem mais e usadas para combater o frio, -sabe deus, alá e jah como o odeio o mafarrico- e acender a lareira. Tanta verborreia e questiúncula talvez não merecessem mesmo outro fim.
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segunda-feira, janeiro 14, 2008

Balanços de 2007 & (algumas) Perspectivas para 2008

Blogs:
Jornais:
P2
Público
Televisão:
Portugal - Um Retrato Social
Rádio:
Ressurgimento do Rádio Clube Português
Música:
O melhor:
Jorge Palma (português) Arcade Fire (internacional)
O pior:
Concursos televisivos para construir boys bands (já não há que cheguem?...)
Melhor perspectiva:
Novembro
Cinema:
Cartas de Iwo Jima (Clint Eastwood); Promessas Perigosas (David Cronenberg);
Livros:
Cemitério de Pianos (José Luís Peixoto), Todo-o-Mundo (Philip Roth);
Político:
O melhor:
José Sócrates (português); Angela Merkel (internacional)
O pior:
José Sócrates (português); Sarkozy (internacional)
Gestor:
O melhor:
Luis Pallha da Silva (Jerónimo Martins)
O pior:
Todos os que tiveram responsabilidades no BCP
Acções:
A melhor:
GALP
A "nem carne nem peixe":
REN
A Pior:
BCP
Melhor Perspectiva:
Jerónimo Martins e Sonae Capital
(disclaimer: as opiniões sobre as acções expressas acima são análises pessoais e nunca deverão ser levadas em linha de conta em futuras decisões de compra ou de venda das mesmas)

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domingo, janeiro 13, 2008

Dúvida

Se "pecado" é um substantivo do género masculino, por que razão os sete pecados mortais são todos substantivos do género feminino? A natureza feminina é assim tão inexorável, tão fatal, tão mortal?

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Cabelinho à Camacho

Como o Camacho não fala português nem vai ficar por cá tempo suficiente para aprender, talvez seja lícito partir do principio que esta “falta de agressividade”, em castelhano, significa que o Luisão acabou o jogo sem bater em ninguém da própria equipa – o que, vistas bem as coisas, pode até já ser considerado um progresso bastante significativo na forma de jogar da equipa. Face à constância das paupérrimas exibições do central brasileiro talvez fosse mais interessante que Luisão direccionasse toda a sua agressividade para a prática reiterada da auto-flagelação no final de todas as partidas. No última semana também ouvi alguns entendidos a dizerem por aí que agora é que era, o Ésse Éle Bê ia finalmente passar a jogar com dois pontas-de-lança. Esta de uma equipa querer jogar com dois pontas-de-lança quando só tem o Cardozo no plantel pareceu-me ainda mais surrealista do que aquele comentário do Camacho no final do ano quando disse que a derrota no Fê Cê Pê na Madeira tinha relançado o campeonato.

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sexta-feira, janeiro 11, 2008

uma casa portuguesa: we

Não sou fã de Blasted Mechanism. Assisti a um concerto (por acaso!) há qualquer coisa perto de 10 anos em Gaia num festival de Verão. Nunca tinha ouvido falar deles. Ficaram, inevitavelmente, rotulados como o grupo da música estranha com fatos esquisitos. Não apreciei o estilo. Entretanto, foram ficando mais conhecidos, passaram à minha frente em mais alguns concertos e a rádio encarregou-se de me ir dando a conhecer meia dúzia de músicas. Além disso, já ouvi também entrevistas que como que acalmaram a minha indignação perante aquelas apresentações ao vivo - não são (só) parvoíces, há uma postura consciente de interpretação de um papel: um concerto é um espectáculo! Com tudo isto, não sei se foi de me habituar a ouvi-los mais vezes ou se, de facto, mudou alguma coisa, mas já os tolero bastante melhor. Continuo a não ser grande apreciadora do conjunto musical, mas respeito o trabalho e até nem desgosto de músicas como "Karkov" ou "I belive".

No cartaz do Avante do ano passado anunciava-se Blasted Mechanism com António Chaínho. ????? - pensei!... Acabei por não ir à Atalaia, mas se tivesse ido, este teria sido, sem dúvida, um momento em que eu estaria presente. Blasted e António Chaínho???!!!... Entretanto o tempo passou e eu fui esquecendo essa parceria inesperada. Mais para o fim do ano passado passava na rádio uma música que me soava a Blasted e que tinha... uma guitarra portuguesa... - é isto!!! Deixei-me a ouvir e depois lá veio a confirmação: "We" dos Blasted Mechanism com a participação especial do mestre António Chaínho.

Este "We" faz parte do álbum mais recente do grupo: "Sound in Light" (2007). E hoje voltei a ouvi-la na rádio. Achei que devia partilhá-la convosco. O vídeo só descobri agora, e também vale a pena.


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quinta-feira, janeiro 10, 2008

Mimesis [4]

Fotografia: Aaron Hawks


As palavras têm outra casca
lá mais para dentro
como as amêndoas
e a paciência.

Giánnis Ritsos

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é tão bom...

Hoje de manhã, em mais uma saída apressada da cama, uma música fez-me parar e ficar a ouvir, saltitando (mentalmente) numa alegria esfusiante - tendo em conta a hora matinal...




Enquanto vocês andavam a começar a pensar em protestos e manifestações eu ainda estava aconchegadinha no sofá a ver na televisão "Os amigos do Gaspar". Era uma série portuguesa de bonecos manipulados e o Gaspar era... um rapaz que tinha muitos amigos. O Manjerico - pois claro... ó-tói-ó-sói-ó-toi-ó - o Farturas, a Marta, o Romão, mais a D. Felismina da loja, o Pires marinheiro e o insubstuível... insubstutível... insubstituível - ou ixo! ou ixo! - Guarda Serôdio.

A banda sonora ficou a cargo de Sérgio Godinho e Jorge Constante Pereira e faz parte ainda dos vinis cá da casa. Há uns anos, num concerto intimista na Câmara de Matosinhos, ouvi, pela primeira vez, este "É tão bom" ao vivo... Foi assim como um pequeno mimo para aquela faixa em torno dos 25 anos - para mim, portanto. Bem... se calhar não era só para mim, mas o inesperado tocou-me como se pessoalmente me fosse dedicado.

Desde então já ouvi mais algumas vezes esse tema ao vivo e hoje de manhã, como disse, apanhou-me de surpresa na rádio! E o móbil radiofónico foi a apresentação de um novo trabalho de Sérgio Godinho, "ao vivo" (gravado no Maria Matos). Não sou grande fã de álbuns ao vivo, mas já me disseram que este vale a pena... Sai lá mais para o fim do mês. Venha ele!

É tão bom uma amizade assim
Ai, faz tão bem saber com quem contar
Eu quero ir ver quem me quer assim
É bom para mim e é bom para quem tão me quer

Sérgio Godinho/musicado por Jorge Constante Pereira,
"É tão bom" (1988, in "Os Amigos do Gaspar")

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Jamais

Num país decente, Mário Lino demitir-se-ia, obviamente, a Ministra da Educação já o teria feito aquando dos erros dos exames de Química de 12º anos e Correia de Campos, a esta hora, estaria a banhos em Paris ou na Roménia. Contudo, neste governo há uma máxima oculta, muito praticada entre os ministros: Demitir-me, eu? Jamais! Jamais!

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quarta-feira, janeiro 09, 2008

Já vais ver onde te enfio o tratado!

A frase que dá título a esta mensagem ouvi-a, um dia destes, nuns desenhos animados. Resumindo a história: alguém que é nomeado rei, pois tinha sido descoberto através da elaboração da árvore genealógica daquela população que o habitante x, era descendente real.

O interessante foi verificar a mudança de comportamento da personagem, de alguém pacato e até bastante tímido, passou a um ditador da pior espécie, tudo o que via nos habitantes que lhe causava admiração, via-se no direito de usurpar. Afinal era o rei. E um rei tem direito a tudo o que desejar.

A história acaba com a chegada do habitante mais velho que diz, em jeito jocoso, a toda a população: mas olhem bem para o Patrick, aquele “pachola” alguma vez poderia ser um rei? Espanto geral e debandada dos ex-oprimidos. Contudo ainda persiste alguma resistência por parte da realeza: ‘Tás a ver este tratado? Aqui exige que sejas um súbdito fiel.

Resposta do ansião: já vais ver onde te enfio o tratado!

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terça-feira, janeiro 08, 2008

fui aos saldos...

Prateleiras atulhadas, completamente desorganizadas. Três pessoas de cada lado. Pega daqui. Vasculha dali. Passam aqueles que olham ao de leve, remexem um bocadinho e avançam, soltando um arzinho de despeito sobre os outros que lá ficam. Permanecem os persistentes, aqueles que observam tudo individualmente, de fio a pavio, com uma organização própria, metódica e alheados da confusão em redor. No final, todos passam também nas secções sem desconto: "Isto é que devia estar ali..."

Fui aos saldos... à FNAC! Incrível como aquelas mesas de CD's me pareceram prateleiras da Zara...

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segunda-feira, janeiro 07, 2008

Dos manuais escolares (2)

O programa, um autor e uma editora. Assim se faz um manual escolar. Esta visão simplista da elaboração de manuais não anda muito longe da realidade e serve apenas o intuito de clarificar os enormes espaços em branco que são deixados à mercê de cada um dos intervenientes: o autor quer publicar, o editor ganhar dinheiro com a publicação e no hiato entre os dois encontram-se milhares de alunos e de professores que posteriormente recebem os manuais e, por vezes, os acolhem como se da Bíblia se tratasse, sagrados e lapidares. Nada de mais errado. Cabe aos professores, apenas a eles, adoptar O manual entre os muitos ao seu dispor e também a eles cabe a tarefa intrínseca a todo o processo de ensino/aprendizagem de escolher, adaptar, seleccionar, decidir e rejeitar, se assim for o caso.
O recente estudo de Maria Regina Rocha prova que os manuais do 4º ano de Língua Portuguesa não estimulam a compreensão, contêm erros e atentados ao texto literário na febre de adaptação que atinge muitos dos autores dos ditos manuais. Nada de novo para quem está no ensino. Os manuais reproduzem-se que nem coelhos, há dezenas largas no mercado para cada uma das disciplinas e, quem lida com eles numa base diária, sabe que muitos têm incorrecções, erros, gralhas, não são estimulantes, criativos e rigorosos nas fontes bibliográficas, muito grave, portanto, ainda mais se tivermos em conta o advento da geração copy and paste, e ainda que uma grande parte, pelo seu desajuste e fragilidade, não têm sequer razão para ter passado da fase inicial de projecto. Imputar a culpa do insucesso escolar aos manuais parece-me excessivo e, certamente serei crucificada por isto, acusada de traição entre os pares e condenada à fogueira pelas editoras, provavelmente já o teria sido aqui, mas cabe-nos também a nós, professores, minorar os efeitos perniciosos dos manuais escolares, rejeitando liminarmente os que para nada servem e adaptando outros à realidade e necessidades educativas dos alunos para cumprir um objectivo único: ensinar.
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Luiz Pacheco

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domingo, janeiro 06, 2008

Ad Memoriam

Luiz Pacheco
1925 - 2008

Imagem daqui
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