terça-feira, junho 30, 2009

Movimento Social Europeu

"A política não deixou de se afastar dos cidadãos, mas temos motivos fundados para pensar que alguns dos objectivos de uma acção política eficaz se situam ao nível europeu, na medida em que as empresas e as organizações europeias conservam um peso determinante na orientação do mundo. E podemos dar-nos por fim devolver a Europa à política ou a política à Europa, lutando pela transformação democrática das instituições profundamente antidemocráticas das quais se encontra dotada: um banco central exempto de qualquer controlo democrático, um conjunto de comités de funcionários não eleitos que trabalham rodeados de segredo e que decidem acerca de tudo sob pressão dos lobbies internacionais e à margem de qualquer controlo democrático e burocrático, uma Comissão que, concentrando poderes imensos, não tem contas a prestar nem perante um falso executivo, o Conselho de Ministros da Europa, nem perante um falso legislativo, o Parlamento, instância ela própria mais ou menos totalmente desarmada perante os grupos de pressão e desprovida da legitimidade que só lhe poderia ser dada por uma eleição por sufrágio universal pelo conjunto da população europeia. Não podemos esperar uma verdadeira transformação destas instituições, cada vez mais submetidas às directivas de organismos insternacionais, que visam libertar o mundo de todos os obstáculos ao exercício de um poder económico cada vez mais concentrado, senão por meio de um vasto movimento social europeu capaz de elaborar e de impor uma visão ao mesmo tempo aberta e coerente de uma Europa política rica de todas as suas conquistas culturais e sociais do passado e forte de um projecto generoso e lúcido de renovação social abrindo deliberadamente para todo o universo."

BOURDIEU, Pierre (2001). Contrafogos 2. Por Um Movimento Social Europeu. Oeiras: Celta, p. xi-xii.

O movimento social europeu é uma reacção à globalização económica. Bourdieu defende, nestas linhas, um movimento capaz de fazer frente à débil transparência representativa da UE.
O problema do movimento social europeu é o mesmo que enfrenta a actual UE, quando as mudanças históricas ocorrem, a história não é determinista, ficamos "presos" a perspectivas supranacionais demasiado distantes e com tentações de imposição de formas de ver o mundo diferentes das sufragadas pelos estados nacionais.
É certo que o problema da débil representatividade existe, mas de que forma poderíamos fazer frente a uma forte representatividade que nos pretenda impor determinadas directivas imaginadas à escala supranacional por quem está afastado da nossa realidade? A forte representatividade será a solução?

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Soares no País da Felicidade


Ainda a propósito da confrangedora satisfação para com a vida revelada pela maioria das famílias portuguesas neste estudo, ouvi hoje na Rádio Clube uma análise de Mário Soares que passo a transcrever na íntegra:

«Evidentemente que estamos em crise – como muitos outros. Há muita gente que passa muito mal. Há muito desemprego. Há fo… há até algumas dificuldades em matéria de alimentação e tal. Há pessoas que estão a viver muito mal – abaixo do nível de pobreza. E precisamos de resolver esses problemas. Isso precisamos! Mas, não podemos daí concluir que a maioria dos portugueses são infelizes ou que estão descontentes. Nós temos um clima óptimo. Nós temos um mar fantástico. Nós temos uma História que nos honra a todos. Porque é que havíamos de ser infelizes? Não temos presos políticos. Não temos direitos (1) de opinião. Não somos… ninguém é perseguido. Então o que é que querem (2) mais?» [Mário Soares, Rádio Clube, 30 de Junho de 2009]

(1) Presumo que o ex presidente quisesse dizer, “delito”. Porém, tratando-se de Soares, temos de dar sempre o devido [e enorme] desconto.
(2) Atentem ao delicioso pormenor da utilização da terceira pessoa do plural em detrimento da primeira pessoa do plural

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segunda-feira, junho 29, 2009

A Inevitabilidade das Revoluções

"As revoluções não são factos que se aplaudam ou que se condenem. Havia nisso o mesmo absurdo que em aplaudir ou condenar as evoluções do Sol. São factos fatais. Têm de vir. De cada vez que vêm é sinal de que o homem vai alcançar mais uma liberdade, mais um direito, mais uma felicidade. Decerto que os horrores da revolução são medonhos, decerto que tudo o que é vital nas sociedades, a família, o trabalho, a educação, sofrem dolorosamente com a passagem dessa trovoada humana. Mas as misérias que se sofrem com as opressões, com os maus regímens, com as tiranias, são maiores ainda. As mulheres assassinadas no estado de prenhez e esmagadas com pedras, quando foi da revolução de 93, é uma coisa horrível; mas as mulheres, as crianças, os velhos morrendo de frio e de fome, aos milhares nas ruas, nos Invernos de 80 a 86, por culpa do Estado, e dos tributos e das finanças perdidas, e da fome e da morte da agricultura, é pior ainda. As desgraças das revoluções são dolorosas fatalidades, as desgraças dos maus governos são dolorosas infâmias."

Eça de Queirós, in 'Distrito de Évora'
Fonte: http://www.citador.pt/pensar.php?op=10&refid=200903151700

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domingo, junho 28, 2009

Canções.Mais.Que.Imperfeitas@18



Prefiro, sem dúvida, Wouldn't It Be Nice do genial "Pet Sounds", um dos álbuns que eu não me canso de ouvir. Fresco, criativo, original e repleto de encanto e de alegria de amar e viver. Ingredientes essenciais para quem pretende alcançar a genialidade no mundo da canção popular. Mas, como recusar o desafio irónico e inteligente de "Good Vibrations"?

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sábado, junho 27, 2009

Questionando o manifesto

Depois de ter lido o manifesto, algo rapidamente (e portanto as minhas desculpas por alguma interpretação mais leviana), algumas questões:

- o desemprego não poderá ter sido um compromisso estabelecido entre o Estado e os grupos económicos, de forma a que a mão-de-obra menos qualificada e subsequentemente desempregada pudesse “sobreviver”?

- de que forma é que as políticas públicas poderão reforçar, por exemplo, a coesão territorial e social se as políticas do governo PS reforçaram o abandono de certos serviços públicos do interior, proporcionando o desenvolvimento de certos localidades em detrimento de outras?

- de que forma é que os projectos de combate ao desemprego nacional conseguirão implementar-se numa lógica de "regionalização" económica promovida pela região UE? Ou como poderão os interesses da UE direccionar tais políticas públicas nacionais tendo em conta interesses que beneficiem os estados mais fortes?

- de que forma é que a defesa de projectos de investimento como o TGV não proporciona a mobilidade da mão-de-obra, no sentido em que a sua fácil e livre circulação se possa converter, acima de tudo, na mobilidade da mão-de-obra mais barata e, ao mesmo tempo, a disperse no espaço regional com a consequente perda de vínculos nacionais, identidades e, consequentemente, dê azo à futura constituição de uma Europa federalista, sem nações e estados, numa lógica de Estados Unidos da Europa como convém às necessidades da economia?

Alguns exemplos de boas intenções que rapidamente se transformaram em problemas sociais e legitimaram políticas públicas que contribuíram para a fragilização das camadas mais desfavorecidas:

- defesa de políticas da educação como um direito básico do ser humano, que rapidamente se transformaram num campo de luta ideológica e contribuíram para a exclusão e fragilização social do seu público mais débil (os argumentos são vastos, não poderemos aqui explicitá-los) e cuja identidade cultural e dignidade social foram desconsideradas (abandono escolar ou exclusão?) de tal modo que o reverso da medalha foi a adopção, por alguns, de comportamentos perversos que os fragilizaram ainda mais? (utilização da escola pública como ocupação do tempo dos filhos, sem que se tenham apercebido que a mudança de paradigma económico exige escolaridade e, por isso, um projecto de vida consentâneo, como reverso vemos a adopção de políticas educacionais que contribuem para a desvalorização do conhecimento para alguns - escola pública - e valorização para outros - escola privada -, novas formas de polarização social?).

- defesa da modernização e das novas tecnologias que rapidamente causaram níveis drásticos de desemprego e problemas sociais graves, cuja resposta do Estado foi o subsídio do desemprego, transformando os elementos mais frágeis da sociedade em elementos ainda mais frágeis pela sua não fiscalização e consequente utilização fraudulenta dos bens públicos, rendimento mínimo e subsídio de desemprego, por exemplo, o que contribuiu para a validação do discurso de reforma do Estado (dos neoliberais) e os fragilizou ainda mais.

Notas finais:

Após quase um século de democracia Ocidental parece-me que a construção de uma sociedade mais justa e digna (para todos) só poderá ser erigida se articulada com a emancipação e autonomia de identidades e diversidades culturais, no espaço Nação, e o controlo saudável (de baixo para cima) e não asfixiante da sociedade democrática (direitos e deveres sociais, políticos e económicos). Para tal os nossos economistas e cientistas sociais já tiraram, certamente, as devidas ilações de determinadas instrumentalizações históricas (de determinados grupos de interesses em desfavor de outros).

Para bem da democracia penso não ser saudável a imposição de determinadas opções que comprometam a diversidade de identidades e culturas nacionais em prol de um interesse regional (seja ele económico, social e/ou político), sob pena de estarmos a ser ingénuos e instrumentalizados pelo verdadeiro interesse do lado de lá da barricada (regionalização económica).

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Canções.Mais.Que.Imperfeitas@17



"Pois a vida da prisão, com as suas restrições e privações, torna as pessoas rebeldes. O mais terrível de tudo isto é o facto de não despedaçar o coração - os corações foram feitos para serem despedaçados - , mas, sim, de o tornar em pedra."

"Todos os que querem uma máscara têm de usá-la."

Michael Jackson fez parte do meu universo, sempre gostei de acompanhar os destinos da música, tal como sempre gostei de música dançável, daí que MJ tenha sido uma das minhas preferências pop. Billy Jean (desculpa Carlota) é, para mim, uma das grandes canções pop dançáveis ocupando, por isso, um lugar privilegiado no meu canone musical.
Quanto aos dislates do sucesso? Parece-me que quem o imagine apenas como o atingir de um sonho, repleto de felicidade, compreenderá na pele o quanto o sonho se poderá tornar num grande pesadelo dourado. Mas quem acreditará ainda que as suas opções de vida são sempre orientadas pela lucidez?

Fonte: http://www.citador.pt/biblio.php?op=21&book_id=531

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sexta-feira, junho 26, 2009

estreei-me no santo antónio...

Ponto de encontro: Avenida, depois de jantar, para espreitar as marchas. Tem alguma piada ver 3 ou 4, mas não percebi como se aguentam mais de 20!!! Não se ouve, não se vê, só se espreita. Espreitei meia dúzia delas: 5 eram brilhantes e cor-de-rosa e uma era interessante: Carnide, com retalhos e chapéus de palha, com abóboras e couves nos arcos, ladeados de espantalhos - gostei mesmo. Ainda vi os noivos passarem no meio do desfile, acenando às pessoas em jeito de magnatas - confesso que me ultrapassa um bocado o espírito das noivas de Sto. António...

Então, e agora? O Castelo dizia-se demasido populado; rumámos assim em direcção a Alfama. Complicado para quem não sabe o caminho: os sentidos de deslocação da multidão divergem, não há um rebanho único que possamos seguir... Mas algumas indicações após, lá fomos chegando a Alfama. Pelo caminho, os cheiro a sardinhas, pequenos manjericos na mão e... música de discoteca???!! Então e o bailarico?! Chegados a Alfama, as praças e ruelas estão mais bonitas, sim, bem enfeitadas, mas a música não muda muito... Nos outros anos havia baile aqui na praça... - diziam...

Mais à frente, uma pausa para caldo verde, chouriço, ginginha e arroz doce - o da Ti Beatriz, que faz o cliente mais feliz (ou qualquer coisa do género) - tudo muito bem, mas então e o Quim, a Tonicha ou as Doce?! Com o aproximar das 4h da manhã fomos corridos das mesas e botámos de novo pés ao caminho. Descendo até ao rio, ouvia-se Quim numas colunas e ainda se viam dois pares em passo de baile. Logo parámos e ali ficámos durante as três últimas músicas. Findado aquele baile, continuámos a descida. Já junto ao rio, as barraquinhas de feira, as farturas e no final um artista do acrodeão tocava as músicas finais! E dando ao pé e abanando a anca, lá cantámos "Cheira a Lisboa", "Aldeia da roupa branca" e "Uma casa portuguesa". E fechado o último baile, continuamos a caminhada cantando noite dentro pelas ruas para animar uma cruzada quase inglória...

Para a próxima faxabor de pôr umas setas a indicare o caminho! É que a gente somos da probíncia e queremos é bailarico! Que soudades do Som Juom!... Do alho porro, da cidreira e hortelã, do fogo, do balom e dos martelos, dos concertos, dos bailaricos e das cascatas… Bocêses em bez de bailar e lançar o balom abanam a cabeça e bêem as noibas... Balha-bos o arroz doce e a ginginha!


fotos (1) (2) (3) (4)

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Oui, chéri, c'est vendredi


Venus - Beautiful Days
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Michael Jackson [1958-2009]

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quinta-feira, junho 25, 2009

on the road

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quarta-feira, junho 24, 2009

Cenas Inesquecíveis (5)


Haley Joel Osment e Bruce Willis no filme The Sixth Sense (1999)

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A crónica da (ir)realidade

Alguém que se demarque numa qualquer área do pensamento (e não só) provoca a irremediável fama e a (des)necessária produção em série, incompatível com uma certa coerência/qualidade. Ao mesmo tempo que provoca, infelizmente, alguma saturação e previsibilidade no público leitor. As crónicas de Vasco Pulido Valente jogam com um certo cepticismo em relação ao ser humano em geral, o que é algo, ironicamente, de bastante religioso. Contudo, o seu cepticismo deverá ser articulado com o egoísmo e missão messiânica do intelectual. O intelectual é quem deverá iluminar os homens em geral, estando, de preferência, afastado deles. Assim, vê-se na contingência de falar sobre quem não acredita (homens/sociedade em geral) para se salvar, o que provoca a sua irremediável perda. O isolamento e o afastamento dos homens (conhece a realidade através dos meios de comunicação de massas) obriga-o a escrever sobre (ir)realidades. A (ir)realidade é, por isso, uma fábrica de criação de outras realidades, campo onde se movem actualmente os vários actores que opinam sobre a sociedade em geral, desde VPV, a Marcelo Rebelo de Sousa, a Miguel Sousa Tavares e a Pacheco Pereira, entre outros.
Todos, sem excepção, criaram uma rede de apoiantes e leitores que com eles convivem alegremente na construção de (ir)realidades e de factos políticos. Algum deles se aperceberá que os seus comentários poderão contribuir para a criação de ideias eficazes que ideologicamente poderão estar bastante longe dos seus propósitos e finalidades? (outra ironia). Os cronistas, são, afinal, seres humanos limitados a uma área do conhecimento e o culto da sua "autoridade" sob a análise da sociedade em geral deverá ser lida à luz das suas áreas de conhecimento e dos seus jogos de interesses (conflituais) com o poder mediático. Quando a influência dos media na sociedade se quebrar, para isso basta diminuírem drasticamente os efeitos da propaganda e do consumo, logo o paradigma económico criará outros profissionais tão necessários, quanto eles, para a implementação dos ideais económicos do momento. Os novos profissionais serão igualmente qualificados, mas igualmente descartáveis. Os cronistas e os intelectuais regressarão então à academia (e outras/outros), lugar(es) onde começarão a criar novas teorias sociais, económicas, políticas e culturais sobre pessoas que desconhecem. Bem, afinal entre a teoria e a prática há sempre certas dualidades, ambivalências e contradições.

Nota final: o meu comentário não faz a apologia de uma visão redutora da Universidade como defendem os neoliberais, que pretendem adaptá-la exclusivamente às necessidades da economia. O homem não se move apenas na esfera do trabalho, para além desta realidade outros interesses e outros sentidos preenchem a sua existência.

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a vista perde-se

Ribatejo #2

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terça-feira, junho 23, 2009

os horizontes são largos

Ribatejo

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segunda-feira, junho 22, 2009

Generación 'ni-ni'

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Que és um dia de verão não sei se diga.

Que és um dia de verão não sei se diga.
És mais suave e tens mais formosura:
vento agreste botões frágeis fustiga
em Maio e um verão a prazo pouco dura.
O olho do céu vezes sem conta abrasa,
outras a tez dourada lhe escurece,
todo o belo do belo se desfasa,
por acaso ou pelo curso a que obedece
da Natura; mas teu eterno verão
nem murcha, nem te tira teus pertences,
nem a morte te torna assombração
quando o tempo em eternas linhas vences:
enquanto alguém respire ou possa ver
e viva isto e a ti faça viver.

Fernando Pessoa
Poema 18, p. 47
Tradução Vasco Graça Moura
2002
Os Sonetos de Shakespeare
Lisboa
Bertrand

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sábado, junho 20, 2009

Avé Maria e o Senhor esteja convosco!

A instituição tinha inicialmente bons propósitos, os seus profissionais eram competentes, eticamente responsáveis, deontologicamente alinhados. Quando Deus acordou chegou à conclusão que a perfeição é inimiga da expansão da fé. Demorava-se mais tempo. A doutrina deveria ser espalhada de uma forma eficaz. Afinal, para uma igreja se expandir e ganhar adeptos interessa mais a quantidade. Os profissionais anteriores foram sendo substituídos alguns, resistindo outros e substituídos, ainda outros. Os novos foram sendo formatados na nova fé. Muitos féis, garante a minha fé, o garante da minha fé é o garante da minha existência. Enfim, o que interessa é que hajam fiéis, se são de fraca, média ou alta qualidade, que interessa? Afinal, a grande massa de fiéis, os que são a razão da nossa existência, garantem os nossos lugares, nos púlpitos. Vai daí construiu-se uma nova igreja, muito bem oleada, com os seus critérios de decência, os seus valores de referência e as suas ousadias diárias.

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sexta-feira, junho 19, 2009

Le vendredi est presque fini

E ainda bem, pois esta é uma sexta-feira para esquecer.

Um bando de camponeses em tractores bloqueou Bruxelas durante todo o dia. Eram agricultores que protestavam contra as quotas leiteiras, por ocasião da reunião do Conselho Europeu de ontem e hoje.

Graças a eles, saí de carro por três horas para ir a lado nenhum. Logo pela manhã, fui refém no túnel de acesso a uma das auto-estradas e, quando de lá finalmente me escapei, vi-me aflita para encontrar um caminho que me fizesse chegar a casa antes de segunda-feira.

Espero que se lhes azede o leite das vacas.
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quinta-feira, junho 18, 2009

Leituras cruzadas

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quarta-feira, junho 17, 2009

Cenas inesquecíveis (4)


Peter MacNicol, Greg Germann, Jane Krakowski e Lucy Liu na série Ally McBeal (1997)

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A arte de bem engolir sapos

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Pelos Caminhos de Portugal



As cegonhas reinam na paisagem, os seus ninhos oram são demonstrativos de uma relação homem-natureza amigável, ora não.
Largar a auto-estrada e reconhecer este Portugal, uma experiência inesquecível.

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o blog convidado da semana...

O convidado desta semana ali no cantinho é um blog de natureza diferente, uma vez que é um blog de uma rádio: Rádio Europa Lisboa de que já aqui falei.


Reflectindo a programação da referida rádio, é um espaço onde assumidamente


O jazz agora e sempre omnipresente deixa entrar a programação cultural (da capital), as curiosidades científicas, as crónicas bogosféricas, o comentário da actualidade politico-social e ainda alguns sons franceses (em consonância com a parceira de frequência herteziana francesa).

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terça-feira, junho 16, 2009

A Beleza da Blogosfera

Este rapaz tanto se pode revelar parvo como as horas como demonstrar uma inteligência petulante e deliciosamente mordaz que eu acho fantástica. Quando a segunda se consegue sobrepor à primeira, faz posts muito bons. Como este que, autenticamente, me tirou as letras do teclado.

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Um ministro, uma certa cultura e uma espécie de franja penteada

"António Pinto Ribeiro [ministro nome trocado], é todo ele um fórum, é todo ele um penteado, é todo ele um fórum penteado, é todo ele um discurso, é todo ele um discurso penteado, é um discurso em forma de fórum, é um penteado em forma de discurso. A sua política cultural é toda ela um fórum, um fórum penteado, uma política do discurso em forma de penteado, é um fazer mais com menos em forma de penteado, é uma franja no topo de um fato, um fato penteado em forma de fórum. É assim a política cultural de Pinto Ribeiro [ministro nome trocado], uma política que é discurso em forma de franja em cima de um fato. Toda ela um penteado, toda ela um fórum.
Que grande ministro, o deste penteado!
Que bela política, esta franja!"
Henrique Silveira, 28/03/2009

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Estocolmo views II

::A academia sueca: um dos constantes centro de atenção na cidade::


::"Travessa" no centro histórioc de Estcolmo::

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domingo, junho 14, 2009

O mérito, o desmérito e a neutralidade científica

O discurso de António Barreto linkado pelo Miguel num post lá mais abaixo é um discurso interessante, diria até mais, o discurso de AB é muitíssimo interessante.
Quando lemos um discurso assim apetece-nos saltar de alegria, afinal há académicos preocupados com algumas relações escaldantes.
As relações escaldantes são as seguintes: os símbolos de Portugal, os seus representantes e os portugueses.
Segundo AB, as relações escaldantes entre símbolos, representantes e portugueses poderão ser resolvidas através do exemplo (aliás se perguntarem a um português de 70/80 anos porque continua a venerar Salazar ele responderá, porventura, o Salazar tinha um comportamento exemplar, nasceu e morreu pobre). Também concordo que o principal problema de Portugal é o comportamento pouco exemplar dos nossos representantes, também estou de acordo, afinal os nossos representantes em vez de pregarem o padre nosso deveriam preocupar-se em ir à missa (no sentido laico do termo, p.f.).
Aparentemente a palavra mágica de AB é o "mérito".
Os portugueses estariam na paz do Senhor com os seus representantes se estes através de um comportamento exemplar, meritocrático, se dessem ao respeito.
O mérito é, aparentemente, uma palavra neutra.
Contudo, o mérito, tal como outras palavras politicamente neutras, precisam de ser problematizadas, pois entre o mérito e o desmérito há razões que a razão reconhece. O mérito é, aparentemente, uma condecoração em prol da competência, mas e se afinal não passasse apenas de um prémio para muitos que o teriam sem necessitar dele, e para poucos que o têm e que, ironicamente, são a razão de ser para o fazer de conta que o mérito premeia qualquer um? Entre outras razões que a razão reconhece, como por exemplo, há dois candidatos a um cargo, ambos com competências semelhantes, se o júri de selecção conhecesse a família do candidato A e não conhecesse a família do candidato B, e se o candidato A vencesse continuaria a dizer-se: afinal foi um justo vencedor, cujo mérito é indiscutível?
Convém acabar como se começa, sim, o discurso de AB é um belíssimo discurso para um digníssimo representante da aparente neutralidade científica.

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Uma Boa Semana Para Todos

Que me desculpem os colegas de blog (sim, que eu sei que isto é um blog familiar) mas não consegui resistir.

Aqui fica, dedicado a todos os simple minded que me estiverem a a ler.


e eu que até embirro com a moça!
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Canções.Mais.Que.Imperfeitas@16

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sexta-feira, junho 12, 2009

Estocolmo views!

por estes dias, pelas ruas de Estocolmo, o estudantes que terminam o equivalente ao nosso 12° ano, passeiam-se pelas ruas da capital sueca em carros barulhentos e onde a cerveja impera. lembrei-me da TOPAZIO!
e quem disse que os suecos e suecas sao todos/as louros/louras? a comunidade de muculmamos é das que mais salta à vista por estes lados.


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Portugal


A referência obrigatória ao discurso do António Barreto no 10 de Junho.

E só espero que na minha conduta eu consiga sempre ser consistente com o facto de o estar aqui a linkar.
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Dúvidas de Sexta-Feira


Dizer que as mulheres são muito complicadas é um cliché, um overstatement ou um axioma?
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Oui, chéri, c'est vendredi


Gorillaz - Feel Good Inc.
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a festa...

Cais do Sodré. Comboio para Oeiras. Saida na Cruz Quebrada. É já ali. Camionetas número 27, 34 e 52 procuram entrada para o parque. Nós vamos subindo calmamente pelo meio da mata com um suave cheiro a eucalipto. À nossa frente, de saco às costas, dois vendedores trocam indicações sobre a localização mais indicada para parar. Continuamos a subir. Avistam-se mais alguns caminhantes e vão-se revelando já as cores da tarde: azul e amarelo.

Fim da subida e o maralhal adivinha-se pela rua à direita. Tendas e barraquinhas, bifanas e cervejas, gelados e cachecóis. No final, o acumular dos autocarros - os tais 52 que passaram por nós na entrada. Com os autocarros vazios, as pequenas multidões concentram-se de volta de churrascos improvisados, partilhando algo mais que uma refeição. Alegrias e esperanças, ainda que incompatíveis, co-existem de forma saudável - este ano somos todos amigos, diz-se.

Terminadas as refeições, arruma-se o estandarete e vá de rumar calmamente ao palco da tarde. As cores, agora separadas, mostram um contraste não visível até então, que se vai afirmando cada vez mais em aplausos e assobios.

A tarde já vai longa e os ânimos quentes vão esfriando num súbito nevoeiro que parece reflectir melhor um novo estado de espírito. O espectáculo chega ao fim, os assobios esvaiem-se e ficam os aplausos. Glória aos vencedores e honra aos vencidos. Continuamos todos amigos... só um pouco menos entusiastas...


Ah, entretanto, diz que houve um jogo de futebol...

imagem

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quinta-feira, junho 11, 2009

Quem diria?


Afinal, no estrangeiro também se batem recordes estúpidos.

Fotografia do Daily Mail
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quarta-feira, junho 10, 2009

Sempre a Razão vencida foi de Amor



Sempre a Razão vencida foi de Amor;
Mas, porque assim o pedia o coração,
Quis Amor ser vencido da Razão.
Ora que caso pode haver maior!

Novo modo de morte e nova dor!
Estranheza de grande admiração,
Que perde suas forças a afeição,
Por que não perca a pena o seu rigor.

Pois nunca houve fraqueza no querer,
Mas antes muito mais se esforça assim
Um contrário com outro por vencer.

Mas a Razão, que a luta vence, enfim,
Não creio que é Razão; mas há-de ser
Inclinação que eu tenho contra mim.


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Mapa Azul

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Cenas inesquecíveis (3)


Uma Turman e John Travolta no filme Pulp Fiction (1994)

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imagens do norte


em Estocolmo em vez de se dizer "em que bairro" pergunta-se "em que ilha"
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10 de Junho em Santarém


Santarém foi o local escolhido pelo Presidente da República para comemorar o dia 10 de Junho.
Esta foto da Igreja de Santa Clara tem alguns meses, na altura o jardim das Portas do Sol estava inacessível aos visitantes e Santarém uma cidade em reformulação.
Gosto de cidades que preservam a tradição, facto que se percebeu ser digno da atenção da actual autarquia.
Locais a visitar?
Trajecto proposto pelo Roteiro Monumental e Museológico entre outros, por exemplo:
Museu Salgueiro Maia
Centro Cultural Regional de Santarém/Fórum Mário Viegas

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terça-feira, junho 09, 2009

Desmancha prazeres

nao entendo estas palavras de sueco e este teclado nao tem til...mas juro que nada bebi. os polícias - dizem - sao muitos e andam à paisana
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Singela homenagem aos bons professores


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A cidade dos Nobel

City Hall de Estocolmo visto de Riddarholmen. 
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segunda-feira, junho 08, 2009

Anda com uma cara, a infeliz!

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Acabou a desculpa da Crise

Nos países europeus onde a direita governa também há Crise.

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domingo, junho 07, 2009

O melhor post da noite

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Leituras de uma noite eleitoral

Conclusões pessoais que tiro destas eleições:

1 - O PCP ganha sempre.

2 - Paulo Rangel deu ao PSD muito mais que os mais optimistas esperavam.

3 - O CDS-PP parece o Freddy Krueger da política, os votos que recebem na realidade só mesmo Paulo Portas imagina nos sonhos.

4 - O BE parece ter encontrado a mistura perfeita para subir: à ideia do "vota em quem lhes bate forte" aposta em juntar umas caras bonitas no feminino.

5 - Se eu fosse ao Carlos Alberto Vidal iria ponderar uma acção judicial contra Vital Moreira. Depois desta noite o Avô Cantigas poderá ter muito menos fãs.

6 - Usar o apregoado CC (Cartão do Cidadão) para exercer o direito de voto revelou-se um fiasco, a não ser que se tivesse na memória o número de eleitor, o tal que com o CC deixava de ser necessário.

7 - Ao pedido de Cavaco Silva para que ninguém fosse de férias, (leia-se praia) para votar nestas eleições, respondeu de forma pronta o homem lá de cima, São Pedro, que doravante deixará de ser o responsável pela abstenção das Europeias de Junho.

8 - O MEP afirma-se como 6ª força. Nada mau para um partido que até se arrisca a ter pelo menos um presidente de Junta de Freguesia daqui a três meses.

9 - Tentar entrar a esta hora no sítio da Comissão Nacional de Eleições para conferir um qualquer resultado mostra que a minoria de portugueses que votou utiliza de forma massiva a Internet. Talvez por isso ninguém lá consiga entrar.

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A maioria silenciosa volta a atacar

E para agravar a derrota... Vital ainda vai ter de votar em Durão.

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Canções.Mais.Que.Imperfeitas@15



A minha adolescência e esta música dos Bauhaus cruzam-se de tempos a tempos.

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sábado, junho 06, 2009

Dona Melancia no mundo da Twittosfera

Dona Melancia - Meu bem, 'cê assistiu a fenómeno?
Dom Melão - Bota fenómeno nisso, benzinho!
Dona Melancia - A conta de Nancy no Twitter foi deletada, será que alguém pretendeu lhe fazer um favor?
Dom Melão - 'Cê me desculpe, benzinho, mas tou baita agitado com vitória de seu Bettencourt.
Dona Melancia - Sinceramente, meu bem, eu acho isso fenómeno extraterrestre, combinação atmosférica ou mãozinha invisível.
Dom Melão -...uma curva belíssima... la, la, la
Dona Melancia - ...enfim fenómeno atmosférico também poderá invadir blogosfera, é seu Miguel tem sua razão.
Dom Melão - Sporting nasceu um dia/Sob o signo do leão/Nós aprendemos a amá-lo/E a trazê-lo no coração/Rapaziada oiçam bem o que eu lhes digo/E gritem todos comigo/Viva ao Sporting!
Dona Melancia pintando unha - ...é, benzinho, twitter é uma rede social meio Stromp.

Nota a posteriori - Este "post" apenas pretende brincar com dois factos: o misterioso desaparecimento da minha página no Twitter, provavelmente por algum motivo cuja compreensão me escapa; e a euforia noticiosa que envolve a eleição do novo presidente do Sporting.
O Sporting Club de Portugal nunca se afastará do meu horizonte pessoal, pois traz-me à memória duas pessoas que sempre fizeram questão de reabastecer a sua amizade através de uma conflitualidade clubística. É uma espécie de revitalização e diálogo entre factos do passado e do presente.

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Reflexão em torno da Europa

"(...) parte da realidade mundial tornou-se efectivamente supranacional e, por outro lado, quando começaram a erigir o espaço político e cultural da Europa, numa perspectiva inelutavelmente supranacional, os actores descobriram as resistências das identidades culturais. Ao passar do ideal ao real, o princípio de supranacionalidade encontra os seus limites e dificuldades. (...) Se o modelo supranacional não consegue resolver a questão do multiculturalismo, essencial para o futuro da Europa, também a solução contrária, de uma divisão com base nas regiões como princípio de construção do multiculturalismo, não parece naturalmente eficaz. Antes de mais, porque as regiões não têm todas o mesmo estatuto, a mesma história, o mesmo papel nos vários países da União, e também porque aquilo que no multiculturalismo emerge como reivindicação não remete necessariamente para a escala da região." p. 65-66

Este pequeno extracto do texto de Dominique Wolton inserido na obra Que identidade para a Europa? de Rita Kastoryano, editora Ulisseia, 2004, levanta algumas questões interessantes, contudo para compreendermos a verdadeira especificidade do problema (?) europeu deverá ser equacionada uma questão central: os pilares fundadores da Europa foram fundamentalmente económicos, daí que não pareça viável tratar as questões dos choques culturais sem desocultarmos a sua possível instrumentalização. Razões: a formação de regras identitárias comuns de que forma poderão ser convenientes a todos sem esquecermos o contexto económico, isto é de que forma é que poderemos contribuir (ingenuamente) para a configuração de uma região europeia em que os mais fortes ditam as regras e os mais fracos serão, convenientemente, remetidos a um papel residual?

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sexta-feira, junho 05, 2009

A máscara!




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Maioria silenciosa

Angus Young, Lisboa, 3 de Junho 2009
Se a capacidade de mobilização contasse para alguma coisa Jerónimo de Sousa era Primeiro-ministro e o Angus Young presidente do Sporting

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Desejos de Sexta-feira

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Dúvidas de Sexta-Feira

Ainda não consegui perceber se isto dos blogs é mesmo um fenómeno social ou se é só um grupo de maluquinhos que se junta para mandar umas bocas.
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au programme

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É cá um artista este primeiro!

Recentemente no momento em que o governo português entregou formalmente 200 estágios em intituições culturais espalhadas pelo mundo, a actriz convidada para "abrilhantar" o evento (Beatriz Betarda) aconselhou os 200 contemplados para aproveitarem a oportunidade rara e terminou a sua missiva com um "vão e não voltem!".
Já sem a actriz no evento, o nosso ilustre primeiro ministro, no discurso de felicitações aos presentes, terminou com um jucoso "somos um país de artistas!".
Ele há cada artista!

Esta foto (em formato polaroid) foi inspirada no trabalho de Mário Cesariny! Mas podia ser para qualquer outro ousado/a que, num país onde a palavra "artista" é um adjectivo similar a "malandro", lá vai persistindo e tornado a lusitânea mais fresca e leve.



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Oui, chéri, c'est vendredi


Pet Shop Boys - Love etc. (do novo álbum Yes)

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quinta-feira, junho 04, 2009

Capitalismo e tradição

As contribuições da ética ascética do protestantismo para o aparecimento do espírito do capitalismo foram sinalizadas no início do século XX por Max Weber. A sua obra "A ética protestante e o espírito do capitalismo" publicada em 1904/5 (?), explica, de uma forma objectiva e clara, as características que contribuíram para o aparecimento de um novo sistema económico chamado capitalismo. No caso americano Weber explica que foi o cruzamento de determinados elementos existentes na tradição religiosa protestante (capacidade de renunciar às tentações, liberdade individual) com ideias novas (ganhar dinheiro de uma forma honesta propiciava a evolução da sua comunidade e consequentemente da instituição comunitária de suporte - igreja local) que colaboraram activamente para a formação de tal sistema (esta é uma explicação algo simplista). Não é, por isso, possível compreender integralmente a racionalidade do sistema capitalista e os seus contornos americanos sem revisitar a obra do mestre (Weber).Após a vitória incontornável (mas discutível) de um sistema económico que contribuiu (para o bem e para o mal) para uma progressão tão rápida da tecnologia, da ciência e alteração de costumes e tradições e, por fim, da evolução da qualidade de vida das pessoas (este argumento dos liberais é indiscutível para alguns -direita, e discutível para outros - esquerda), resta perguntar que motivos poderão estar na base para a viragem política nos EUA, quando, ao que parece, Bush e a facção religiosa fundamentalista que o apoiava dominavam o principal aparelho de reprodução ideológica (media, religião e, consequentemente, poder económico).Talvez Weber explique tal viragem de uma forma simples, talvez o pecado mortal de Bush filho e dos seus apoiantes tenha sido o de não se terem apercebido de que a sociedade americana já ultrapassou (aparentemente) uma determinada tradição: a cruzada do bem contra o mal poderá fazer valer todas as formas de luta (influência da Declaração Universal dos Direitos Humanos); ou que é sempre importante manter uma certa aparência cavalheiresca no acto de ganhar e usufruir do dinheiro. Aparentemente o sistema neoliberal não respondeu a este elemento da tradição: a capacidade de ganhar dinheiro de uma forma honesta equivale a não esquecer que há determinado tipo de comportamento a manter, um capitalista não deverá ultrapassar determinadas normas de conduta, o capitalista é um cavalheiro, ganha dinheiro mas comporta-se em sociedade de uma forma irrepreensível e honesta. A incapacidade de esconder a auto-confiança global e altamente agressiva dos seus agentes económicos, poderá ter sido uma das causas do fracasso da política neoliberal, assente na verdadeira ideologia da auto-confiança americana, mas com novos contornos: ganhar dinheiro de uma forma desregrada, ostensiva e agressiva e cuja competição desenfreada não soube esconder algo a que a tradição dá sempre valor: a aparência de que os fins não justificam os meios. A tradição americana actual cruza, assim, de uma forma complexa e, por vezes, contraditória: liberdade individual, multiculturalismo, dinamismo empreendedor e religião. A eleição de Obama poderá ter na raiz estes elementos (e outros) e foi um sinal inequívoco de que a tradição ainda é o que era!

Em Portugal tais contornos poderão ser extrapolados politicamente para as lutas internas no PSD (Luís Filipe Menezes versus Pacheco Pereira) /PS (Sócrates versus Alegre) e externas que se configuram de uma forma muito complexa (governo/oposição/lutas internas). As várias facções contribuem para fornecer elementos de combate e guerrilha entre si e a luta é travada fundamentalmente na comunicação social e nos grupos económicos que de alguma forma sustentam a legitimidade de certos profissionais do poder.
Contudo, há ainda outros aspectos a considerar: as famílias tradicionais da elite económico-política, os novos grupos económicos formados a partir dos novos contornos económicos e a pressão para a criação de novas elites e, consequentemente, novas tradições.
Quanto aos meios de comunicação de massas a luta entre a tradição/novos valores pareceu evidente nas lutas internas do Expresso e que propiciaram a criação do jornal SOL (tradição) e nova roupagem do Expresso (novos valores).
A luta pela conquista dos vários tipos de poder ocorre na comunicação social e faz-se pela tentativa de manipular a opinião pública, contudo contribuem drasticamente para o descrédito das mais variadas profissões que se digladiam entre si para atingirem o poder (seja ele qual for).

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quarta-feira, junho 03, 2009

dia da criança...

Foi Dia da Criança e eu não fui à Feira do Livro...

Desde que me lembro que o meu Dia da Criança era sinónimo de dia de Feira do Livro. Lá ia a família em passeio à Boavista ou ao Palácio, de stand em stand, parando junto dos suspeitos do costume a procurar as novidades nas colecções habituais ou a espreitar surpresas desconhecidas. Era dia de passeio, de lanche fora de casa e ainda tínhamos direito a escolher um livro, o nosso livro que era a nossa prenda do nosso dia.

Os anos passaram e o Dia da Criança foi-se prepetuando como dia de Feira. Nos últimos tempos o ritual foi-se diluindo, em conflitos de horários conjuntos, mas eu continuei a passar na Feira no dia 1, mesmo que apenas de fugida.

Este ano não fui à Feira do Livro...

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Agenda: Portugal dos Pequeninos

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Lições práticas de Capitalismo para Socialistas “Democráticos" [4]


Recordemos este investimento “fictício” de 5.000 € em acções do PSI20 à data de 10 de Outubro de 2008. Se optasse por vender estas mesmas acções hoje, às 10h15, teria encaixado 2.136,35 €. Se durante um período de enorme instabilidade nos mercados financeiros esta carteira fictícia valorizou 42,71% em pouco mais de 6 meses, não entendo qual é a estupefacção por Cavaco Silva ter conseguido em 2 anos retirar mais-valias superiores a 100% em pleno Bull Market.

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Cenas inesquecíveis (2)


Anthony Hopkins no filme The Silence of the Lambs (1991)

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Blogue convidado da semana: Coulisses de Bruxelles


Em semana que antecede as eleições para o Parlamento Europeu, a minha escolha recai num blogue feito a partir de Bruxelas por um jornalista francês, Jean Quatremer.

Em parágrafo ao jeito de revista cor-de-rosa, tenho de acrescentar que este jornalista teve alguns desentendimentos com o presidente português da Comissão Europeia, ou com o seu gabinete, e que, desde que fizeram as pazes, dizem as más-línguas que lhe lançou mau olhado, uma vez que o Berlaymont (edifício-sede da CE), já teve de ser evacuado duas vezes: uma por causa de um incêndio e outra por causa de uma fuga de água.

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Apresentação


A partir de agora faço parte do grupo de autores deste blogue! Chamo-me Alípio Padilha, vivo em Lisboa actualmente mas nasci em Penacova.
Rádio, jornalismo, comunicação foram sempre áreas em que me movi. Sou funcionário público nas horas livres. Fotógrafo quase a tempo inteiro!
Nunca encontro a combinação de palavras certas para falar de mim confortavelmente. Neste caso, dado ser a minha primeira missiva neste Geração Rasca, há que me apresentar sumariamente. É um momento que estou a exercer com alguma solenidade, confesso.
Gosto de comunicação e comunico melhor através das fotografias que vou fazendo. O meu olhar é o reflexo da minha vivência (um chavão!). Apaixonado por Lisboa, vivo próximo do teatro que fotografo, seja em cena, seja durante o processo criativo. Tenho ainda trabalhado com alguns músicos da nossa praça, dando continuação a projectos que ficaram lá atrás e que morreram à sombra de interesses subtis mais poderosos que o poder legislativo.
A reprodução da vida real ou imaginária expande-me as expectivas da vivência que vou experimentando. Tudo é teatro e teatro não é fingir.
Mas este exercício de usar a luz para escrever, foge-me para outras realidades. As pessoas são o denominador comum.
Para inaugurar a minha participação escolhi a foto de uma das minhas heroínas: a minha avó. nascida ainda nos anos vinte ela é um lutadora que passou de tudoatrvessou o Estado Novo, esteve em filas de racionamento, foi afastada da sua aldeia aos nove anos para ajudar a sustentar os pais, foi abandonada grávida e sózinha aos vinte anos. E sempre com a atitude positiva perante os obsctáculos que um país bolorento oferece a quem procura apenas sobreviver.
Este é o meu primeiro olhar aqui!

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terça-feira, junho 02, 2009

Receita para eleger um Provedor

Será que Nascimento Rodrigues irá revelar o segredo ao PR?
A ver vamos.

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