segunda-feira, dezembro 31, 2007

Prémios “Porreiro Pá” 2007

Blogue “Porreiro Pá” 2007: Corta-fitas

Personalidade “Porreiro Pá” 2007: José Manuel Rodrigues Berardo

Livro “Porreiro Pá” 2007: “As mulheres do meu pai”, José Eduardo Agualusa

Artista “Porreiro Pá” 2007: Gato Fedorento

Filme "Porreiro Pá" 2007: “À Prova de Morte”, Quentin Tarantino

Rock “Porreiro Pá” 2007: My Chemical Romance


Pop “Porreiro Pá” 2007: Mikka


Gestor “Porreiro Pá” 2007: Paulo Azevedo

Espectáculo “Porreiro Pá” 2007: Metallica – Sick of the Studio

Rádio “Porreiro Pá” 2007: Rádio Clube

Televisão “Porreiro Pá” 2007: FOX Broadcasting Company

Site “Porreiro Pá” 2007: Portugal Diário

Menção honrosa – Avô “Porreiro Pá” 2007: Barron Hilton

Os meus agradecimentos aos restantes membros do Júri: à Leonor Barros pelo excelente Bacalhau Espiritual; ao Hélder pelo serviço de bar e por ser o jornalista de serviço [dá sempre jeito ter um à mão quando se trata de atribuir prémios desta responsabilidade]; à Cristina Carvalho pela paciência em me aturar estes anos todos; e ao meu filhote Santiago por não se ter portado mal de todo, e nos ter deixado trocar algumas ideias sem berrar muito.

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Blogues em 2007

Este naturalmente, este, este e ainda este contaram com a minha visita diária.

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sábado, dezembro 29, 2007

A vida segundo Margarida Rebelo Pinto

Fiquei a saber hoje pela manhã que para Margarida Rebelo Pinto, a escritora embevecida por ter tido um buraco no coração que lhe provocou um acidente vascular cerebral, a desordem, doença, padecimento adequado a uma escritora romântica no seu dizer e que lhe trouxe muitas aprendizagens –praise the Lord-, só existem dois tipos de mulheres: as chatas e as resolvidas. E foi mais longe na categorização. As chatas são as que não f-o-d-e-m (sic) e as resolvidas as que f-o-d-e-m (sic). Obviamente disse-se resolvida. Tanto dislate logo pela manhã. A sorte da Margaridinha é que disparate não paga imposto, senão lá se ia a receita dos seus livros.
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sexta-feira, dezembro 28, 2007

Reescrever a História

Mil novecentos e noventa e sete? Retrocedo. Apuro o ouvido. Neunzehnhundert siebenundsiebzig. Ah bom. Mil novecentos e setenta e sete, naturalmente e logicamente também. Não lembra a ninguém, e no contexto do filme, que tivessem parado de fazer estatística da taxa de suicídio na RDA no ano da graça de mil novecentos e noventa e sete, até porque nesse ano a RDA jazia morta e apodrecia. Uma grande diferença, portanto. Esta foi a primeira das calinadas que a versão caseira d´As Vidas dos Outros, A Vida dos Outros, numa tradução literal e fiel, de resto, a que me parece ajustada. A segunda calinada surge bem para o fim do filme e conta que a Queda do Muro de Berlim se teria dado a nove de Novembro de mil novecentos e oitenta e cinco. E assim se reescreve a história pela displicência dos tradutores distraídos. Afinal, tratava-se da Vida dos outros.
Imagem: minha

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quinta-feira, dezembro 27, 2007

As boas festas


E agora digam-me se não tenho razão quando aviso que, se estiver doente, me levem ao veterinário em vez de ao médico? É que os médicos, mesmo depois de verem, reverem, apalparem, espreitarem, remexerem, estatelarem, amassarem e, concomitantemente, esvaziarem a carteira, são incapazes de um singelo Boas Festas. Já o veterinário é como se vê.
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quarta-feira, dezembro 26, 2007

os cozinhados do peixe das botas

O "peixe das botas" é o nome - divertido! - com que foi baptizada a parceria entre o Rodobalho [o peixe] e o Tradballs [as botas]. E quem são estes?! - perguntam vocês. Ora, são grupos de boa gente que trabalha com dedicação e muita boa vontade para que outros - como eu! - possam, agradecidamente, ir bailando durante todo o ano.


E é este "peixe das botas" o chefe de cozinha da passagem de ano bailante por terras de Coimbra... Para este festival estão, então, a ser cozinhados vários pratos - sem açúcar e sem gorduras, para abater aos disparates da semana ;) Na ementa constam:

APERITIVOS
- workshops de danças (iniciação/aperfeiçoamento):
bourrées, portuguesas, poitou, tango, irlandesas, expressão dramática, mazurka, scottische, valsa mandada, danças de grupo
- workshops de instrumentos (aperfeiçoamento/novas abordagens):
concertina, sanfona, gaita de fole, acordeão,...

ENTRADAS
- tertúlias-trad:
Triple-X, Alfa Arroba, Celina Piedade Duo

ACOMPANHAMENTOS
- projecção de vídeo
- contadores de histórias

PRATOS PRINCIPAIS
- bailes/concertos:
Diabo a Sete, Fol&ar, DJ Yggdrasil, Triple-X, Bailebúrdia, Alfa Arroba

DIGESTIVOS
- tertúlias-trad:
Mosca Tosca, Jam Session


Tudo servido com uma boa disposição contagiante!
[Ver ementa completa no site oficial.]

Para os interessados, "habituées", estreantes ou simplesmente curiosos, aqui fica, mais uma vez:

PASSAGEM DE ANO 07-08

COIMBRA - Centro Norton de Matos

29, 30, 31 de Dezembro
(com aquecimento na noite de 28/Dez
e despedida na tarde de 1/Jan)


imagens (1) (2) (3)

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A minha casinha no Natal

A minha casinha no Natal continua a ser amarela com portadas verdes. A minha casinha no Natal é igual à minha casinha dos restantes meses do ano, épocas festivas ou estação estival, apenas com mais ou menos luz, assim ordenará o astro-rei. No Natal, a minha casinha tem uma árvore de Natal, artificial, por amor ao ambiente, uma decoração pendurada à porta, duas árvores pequenas intercaladas com frutos secos, aromatizadas com paus de canela e meias rodelas de laranja seca, papel de embrulho ocasionalmente pela sala, fitas já em bouquet rotundo e farfalhudo, postais da época aqui e ali. Na minha casinha, o Natal foi pautado pela tranquilidade do tempo que se quer de recolhimento, sem exuberâncias, sem corridas, sem pressas. Também por isso, eu gosto muito da minha casinha, por isso, e porque, na minha casinha, o Natal foi passado à margem do zeloso cumprimento das regras castradoras que pululam por esse país fora e isto porque a minha modesta casinha amarela de portadas verdes é zona interdita PROIBIDA A ENTRADA aos extremosos zeladores das que se dizem regras da terra dos mexilhões. Na minha casinha a cozinheira não usou touca, bateu os sonhos com as mãos, depois de ter aconchegado os ingredientes com colher de pau, de resto, só há colheres de pau nesta casinha amarela, o azeite para a ceia da consoada foi servido em galheteiro de vidro, o mesmo aconteceu ao vinagre, já se vê, uma desgraça, portanto, e o café, já se sabe, tomado naturalmente em chávenas de porcelana. E depois, se tivesse visto o primeiro-ministro ainda podia maldizê-lo, comentar as sobrancelhas excessivamente depiladas, o discurso padresco com tiques e laivos passados, aqui na minha casinha posso fazê-lo e claro, também por isso, gosto muito mas muito da minha casinha, que é a amarela, tem portadas verdes e uma porção incomensurável de liberdade lá dentro.

imagem: minha

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Cada cavadela uma minhoca


Nesta febre de escolaridade para "inglês" ver, há cursos que se destacam pela inventividade. Eis um verdadeiramente genial promovido pelo Centro de Emprego da Guarda.
Um curso que se antevê de muito sucesso e com equivalência ao 9º ano.

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Boas Festas

Ontem fiquei "abstracta" com o recontar de uma conversa entre dois alunos. A pessoa em causa trabalha numa escola e está, por assim dizer, mergulhada na realidade. Estes actores são os verdadeiros conhecedores do pântano de lugares comuns em que se transformam, por vezes, as conversas sobre educação.
O diálogo entre dois alunos, numa aula, é o seguinte:
Aluno 1 - Afinal quantos cães é que tens?
Aluno 2 - Não tenho cães, tenho cadelas, 4 cadelas. A minha mãe, a minha irmã, a minha avó e a minha cadela.
Aluno 1 - Rindo-se e exclamando: eu tenho um cão.
Aluno 2 - O meu cão anda na Suíça a trabalhar p'ra todos.

O aluno 2 é um exemplar digno da sociedade da informação.
Nos seus maduros 18 anos, já no 10.º ano, é daquele tipo de "maior da cantadeira" que se desloca para a escola de carro, com um ar gingão, fumando o seu cigarro e aos "ss" pela rua acima.
As PSP, portáteis ou não, as tv's, os computadores e toda a parafernália técnica felizmente têm o condão de "doar" boas maneiras.
Enfim, estamos perante os novos "bons selvagens".

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segunda-feira, dezembro 24, 2007

Boas Festas

«E se o velho descesse da carroça para espairecer, e olhasse para o sítio onde havia uma bomba de água, que os soldados tinham feito explodir, sem que nada ficasse de pé, e lamentasse perguntando: Como vamos resolver o problema da água?, ele, Michael, tiraria da algibeira uma colher de chá e um fio muito comprido, limparia o cascalho à volta do orifício, formaria uma argola com o cabo da colher, atando-lhe um fio, faria descer a colher até às profundidades da terra e, quando a puxasse para cima, a colher traria água. E diria: É quanto basta para se viver. »(J.M. Cotzee, A Vida e o Tempo de Michael K.)
Boas Festas e um Feliz Natal.
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Carta aberta ao Pai Natal (Reloaded)

Imagem via: Little Bow Peep

Querido Pai Natal,

Já não lhe escrevo faz muito tempo mas espero que ainda se lembre de mim. Eu sou aquele André que em Dezembro de 1975 lhe pediu pelo Natal uma matraca e uma bandeira do MRPP. É. Sou eu mesmo! Mas espero que desta vez não se engane, porque em 75 deixou-me na chaminé uma bandeira do CDS e uma moca de Rio Maior. Também foi divertido mas acabou por me criar alguns problemas de integração no infantário da Voz do Operário. Mas como águas passadas não movem moinhos, estou-lhe agora a escrever para que interceda directamente junto do Menino Jesus porque já não sei mais a quem recorrer. O que agora me aflige e me faz dirigir-lhe esta carta é o caso das minhas queridíssimas tias continuarem a presentear-me todos os anos por esta época festiva com carradas da bela da peúga branca da Feira do Relógio™, e até o senhor Padre Freire já foge de mim depois da Missa do Galo. O ano passado ainda o consegui apanhar quando ele ia a sair de fininho pela porta lateral da Igreja, lá pela zona dos velórios. Foi mesmo ali que o senhor Padre me comunicou que era a última vez que aceitava os meus donativos para os pobrezinhos no Natal. Segundo ele, já não há pobrezinhos em Lisboa a necessitar de peúgas brancas – e também já não há espaço livre na Secção Peúgas Brancas do armazém da Diocese. Aproveito para o informar que foi o próprio senhor Padre Freire que me deu esta ideia de escrever ao Pai Natal, e até me disse que lhe podia dizer que vinha da parte dele. É que no ano passado quanto estava a abrir as minhas prendas não consegui conter a emoção e desatei num pranto quando constatei que mais uma vez tinha para cima de três dezenas de packs com as mais diversas variedades da bela da peúga branca – e todas 100% poliéster. As minhas tias também ficaram muito emocionadas e agarramo-nos todos a chorar. O que me preocupa é que quando as minhas tias me telefonaram este ano para acertar os últimos preparativos da consoada não houve nenhuma que não tenha recordado com saudade aquele momento de emoção colectiva que vivemos no Natal passado. Temo, portanto, que este ano as minhas tias sejam ainda mais generosas do que nos últimos natais. Mas a minha maior preocupação é que o senhor padre Freire me excomungue de vez da Santa Igreja quando me vir chegar mais uma vez à Missa do Galo carregado de sacos e mais sacos de peúgas brancas.

Peço-lhe encarecidamente que transmita ao Menino Jesus que se ele fizer o obséquio de acabar com este meu sofrimento prometo nunca mais gozar com os jeitinhos amaricados do “nosso” Primeiro-ministro. Diga-lhe mesmo que eu não me importo que me ofereçam daquelas caixinhas pirosas de madeira que se vendem nas lojas chinesas – pelo menos não há- -de faltar lenha para o inverno.

Bem… por agora é tudo. Espero que o buraco do ozono não esteja a afectar muito a neve no pólo norte e que o senhor Pai Natal e as Donas Renas de se encontrem todos bem de saúde.

Desde já lhe agradeço toda a sua melhor atenção para este meu melindroso problema.

Atenciosamente,
André

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domingo, dezembro 23, 2007

Mimesis [3]

Fotografia: Paul Octavious

A arte voa em torno da verdade mas com a atenção decidida de se não queimar nela. A sua capacidade consiste em encontrar no vácuo um lugar onde o raio de luz possa ser resgatado.

Franz Kafka

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sexta-feira, dezembro 21, 2007

Novembro

A característica mais difícil de conseguir quando se compõe música de fusão é a coerência. Não se pode estar a ouvir uma canção neste estilo e ouvir distintamente cada um dos géneros: tem de ter um só corpo - por isso se chama de fusão. Estas composições têm o cariz de aproximar os modernos da música tradicional e os conservadores da música liberal (não, não estamos a falar de política). Quando a coerência não se alcança, parece que estamos a ouvir uma banda com graves problemas psicológicos ao nível da dupla personalidade ou, eufemisticamente, os instrumentos parecem estar colados com cuspo à canção.

Os «Novembro» são um novo grupo de fusão de música portuguesa com a pop/rock. Apadrinhados por Rodrigo Leão, vão lançar o seu álbum de estreia em Janeiro e, pelo single que se vai ouvindo aí pelas rádios, Solidão a Dois, parecem ser um dos projectos mais arrojados, bem feitos e prometedores para 2008. O cantar cheio de melancolia, os trinados da guitarra portuguesa e a bateria que vai buscar o ritmo à percussão lusa, formam um magnífico par com as guitarras acústicas em distorção, os samples e a estrutura pop do tema. E, claro, como acima disse, neste género musical, a coerência e a consistência do som é a prova da qualidade ou não do trabalho. E, em relação aos «Novembro», só posso dizer que tudo aquilo faz sentido.

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quinta-feira, dezembro 20, 2007

Mimesis [2]

Fotografia: Alexander Lembke

São horas de te embriagares. Para não seres como os escravos martirizados do Tempo, embriaga-te, embriaga-te sem descanso. Com vinho, com Poesia, ou com a virtude.

Charles Baudelaire

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um ano a bailar...

Está a fazer um ano que eu entrei maravilhada na cave da igreja do Marquês (Porto) e conheci um novo conceito de baile! Aquela gente dançava... simplesmente porque sim... Bastava um bocadinho de música e logo se viam movimentações. O tradicional estender de mão em jeito de convite era prontamente aceite. «Danças?...» Nem todos sabiam o que fazer, mas o espírito convidava à experiência, e a aventura da dança tranformava-se numa imensa partilha.

Aprendi umas rodas, daquelas em que toda a gente entra e onde o "Maria vai com as outras" funciona lindamente - círculo e chappelloise, vim depois a saber. Ainda tentei dançar uma ou outra valsa e outras coisas a par e lembro-me, perfeitamente, de, no meu canto, observar atentamente os pés daquela gente, tentando perceber que raio de contagem estranha era aquela - mazurka... "a" mazurka... Também fiquei a conhecer os UxuKalhus e as novas roupagens das nossas músicas tradicionais, dançando o malhão, a erva cidreira, o mat'aranha ou o regadinho... com gente jovem e divertida.

Havia workshops durante o dia e dancei gregas, italianas, portuguesas, galegas, orientais... Também havia oficinas de instrumentos - mas eu é mais danças! Ao fim da tarde, antes de jantar, já havia música - jam sessions, diziam eles. Havia uns quantos músicos de base, mas o cantinho musical às vezes ganhava novos elementos, que com o seu instrumento se juntavam e livremente todos se acompanhavam uns aos outros; enquanto isso, claro está!, aquela gente bailava.


Está então a fazer um ano que eu dizia «aquela gente»... Um ano passou... concertos, bailes, workshops, festivais, algumas viagens, convívio e dança, muita dança... E agora também me considero, humildemente, parte d'«aquela gente»! E, se a dança vicia e a tradição corrompe, há sempre espaço para mais viciados e corrompidos...

E, para que daqui a um ano mais curiosos possam escrever sobre o quanto ficaram maravilhados com os bailes tradicionais da passagem de ano, aqui fica a informação:

PASSAGEM DE ANO 07-08

COIMBRA - Centro Norton de Matos

29, 30, 31 de Dezembro
(com aquecimento na noite de 28/Dez
e despedida na tarde de 1/Jan)

[site do festival]

Eu ainda hei-de voltar a isto, mas, a pedido de várias famílias, fica, então, para já, a informação. Se ainda não têm planos para a passagem de ano, aqui está uma excelente proposta. Se já têm... estão sempre a tempo de os alterar!


- fotos: Hugo Lima (Porto - Passagem de ano 2006/2007)
- cartaz

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quarta-feira, dezembro 19, 2007

Onde é que eu já vi isto?

As palavras saltando do livro com magia intempestiva. Afinal encontro alguém estruturante. E, não resistindo à tentação, arranca das palavras mágicas e dactilografa-as com despudorado prazer. A técnica não é de todo para aqui chamada.

"Quando o ser humano pretende imitar a outrem, já não é ele mesmo. Assim também a imitação servil de outras culturas produz uma sociedade alienada ou sociedade-objecto. Quanto mais alguém quer ser outro, tanto menos é ele mesmo.
A sociedade alienada não tem consciência do seu próprio existir. (...). O ser alienado não olha para a realidade com critério pessoal, mas com olhos alheios. Por isso vive uma realidade imaginária e não a sua própria realidade objectiva. Vive através da visão de outro país. Vive-se Rússia ou Estados Unidos, mas não se vive Chile, Peru, Guatemala ou Argentina.
O ser alienado não procura um mundo autêntico. Isto provoca uma nostalgia: deseja outro país e lamenta ter nascido no seu. Tem vergonha da sua realidade. Vive em outro país e trata de imitá-lo e se crê culto quanto menos nativo é. Diante de um estrangeiro tratará de esconder as populações marginais e mostrará bairros residenciais, porque pensa que as cidades mais cultas são as que têm edifícios mais altos. Como o pensar alienado não é autêntico, também não se traduz numa acção concreta.
É preciso partir de nossas possibilidades para sermos nós mesmos. O erro não está na imitação, mas na passividade com que se recebe a imitação ou na falta de análise ou de autocrítica.
Julga-se que os bolivianos ou panamenhos são preguiçosos, porque são bolivianos ou panamenhos. Por isso procura-se ser boliviano ou panamenho.
Acredita-se que ser grande é imitar os valores de outras nações. (...).
Outro exemplo de alienação é a preferência pelos técnicos estrangeiros em detrimento dos nacionais.
A sociedade alienada não se conhece a si mesma; é imatura, tem comportamento exemplarista, trata de conhecer a realidade por diagnósticos estrangeiros.
Os dirigentes solucionam os problemas com fórmulas que deram resultado no estrangeiro. Fazem importação de problemas e soluções. Não conhecem a realidade nativa.
Antes de admitir soluções estrangeiras, teria de se perguntar quais eram as condições e características que motivaram esses problemas. Porque o ano de 1966 da Rússia ou dos Estados Unidos não é o mesmo 1966 do Chile ou da Argentina. Somos contemporâneos no tempo, mas não na técnica.
Além do mais, os técnicos estrangeiros chegam com soluções fabulosas, sem um julgamento prévio, (...).
As soluções importadas devem ser reduzidas sociologicamente, isto é, estudadas e integradas (...). Devem ser criticadas e adaptadas; neste caso, a importação reinventada ou recriada. Isto já é desalienação, o que significa senão autovaloração.
Geralmente, as elites acusam o povo de fraqueza ou incapacidade e por isso suas soluções não dão resultado. Assim, as atitudes dos dirigentes oscilam entre um otimismo ingênuo ou um pessimismo ou desespero. É ingenuidade pensar que a simples importação de soluções salvará o povo. Isso se passa entre os candidatos que, por não conhecerem a fundo os problemas do poder, fazem mil promessas e ao chegar ao poder encontram mil obstáculos que, às vezes, os fazem cair no desânimo. Não se trata de desonestidade, mas de ingenuidade."

Sociedade Alienada in FREIRE, Paulo, Educação e Mudança, (2007). São Paulo: Paz e Terra. p. 35-36.


Questões pertinentes:

1 - Qual a família ideológica de Paulo Freire?
Esquerda. Defensor da educação popular. Responsável por ampla produção técnica na área da educação e prática de alfabetização. Conceitos-chave na sua obra: conscientização, consciência crítica, consciência ingénua, educação bancária, educação popular, empatia, compromisso, engajamento.

2 - A sua teoria educacional está ao serviço de que ideologia?
Esquerda, no sentido em que os valores da esquerda conduzem à valorização do ser humano e para a construção de uma sociedade fomentadora da igualdade de direitos e de oportunidades. Contudo, apesar de os seus conceitos se poderem conotar ideologicamente com a esquerda, e uma vez que a sua teoria educacional constroi os seus alicerces partindo da libertação do homem através da consciência crítica, diremos que países totalitários, sejam eles de direita ou de esquerda, olham para o seu conceito de educação como ideias perigosas.

3 - Outras questões:
- poderá a educação descomprometer-se da nossa ideia de homem e de sociedade?
- quem defende o mau estado geral de Portugal é tão só alienado? Ou realista?
- Portugal nunca poderá ultrapassar o seu fatalismo pois os seus nativos são pouco dados ao esforço e visão estruturante?
- os portugueses estão fadados à ignorância, menoridade intelectual, falta de civismo, educação?
- quando falamos de portugueses e Portugal estaremos a falar de nós ou dos outros?
- quando falamos mal de Portugal teremos uma ideia aprofundada de Portugal?
- devemos generalizar comportamentos, atitudes e valores?
- poderemos considerar os portugueses como seres alienados dado que cada vez são mais correntes expressões como: o chico esperto português, um país de corruptos, os políticos portugueses são todos uns corruptos, os médicos portugueses são x, os advogados portugueses são y, os professores são z, os formadores são p, etc, etc, etc.

4 - Para mim, é claro como a água o seguinte:
- enquanto não debatermos objectiva e honestamente estas questões não conseguiremos sair do mau-estar social a que chegámos.
- esse debate deverá ser aprofundado e arredado de preconceitos. O que pretendo dizer com preconceitos? ideias genéricas acerca de algo sem aprofundamento. Por exemplo: os portugueses são pouco generosos, logo somos um país com falta de civismo e solidariedade. Esse ideia quando confrontada com a opinião de um estrangeiro acerca de nós cai por terra, porquê? Seremos muito generosos para os estrangeiros e pouco generosos entre nós?
- com todo este artigo não se pretende ofender, provocar gratuitamente, defender uma ideia concreta acerca do ser português, deve ser apenas encarado como um tijolo para ajudar à reconstrução de um edifício em ruínas, é que está à beira de ser transformado numa pousada (elite? juventude?)*.


* - estará mesmo, Nancy? pelos vistos tu és das que não acreditas na mutabilidade da realidade. Ai essa consciência crítica, ai essa consciência crítica.

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Os sonhos

E os sonhos de que são feitos? Penso nisso enquanto o dia se aconchega na noite e a tarja de mar prateado cintila lá longe pela janela da cozinha. Será Natal do outro lado do mar? Um tacho, claro, largo, como todos os tachos, preto e pesado, naturalmente. Um copo de leite, uma pitada de sal, uma colher bem cheia de manteiga. Manteiga, jamais margarina. Deixar ferver sob olhar vigilante. Os sonhos são caprichosos, qualquer desvio pode derrotá-los ainda meninos. Retirar do lume. Acrescentar a medida do leite em farinha. A tarja de mar desaparece-me no horizonte entretanto. Levar ao lume outra vez e envolver vigorosamente todos os ingredientes com uma colher de pau, enquanto o calor se encarrega de os ligar. Deitar para um recipiente largo e, quando começar a arrefecer, ir juntando ovos inteiros: um, dois, três, quatro, cinco, seis. Os ingredientes de que os sonhos são feitos devem abundar em quantidade e qualidade, é sabido. Escureceu de repente. Da janela da cozinha escuro apenas. Momento improvável para acalentar sonhos. Depois as mãos na massa, os sonhos que se querem sonhos querem-se batidos com o vigor da vida, amassados com as próprias mãos, já se sabe. Com perseverança, sem desistir, até chegarem ao ponto exacto, difícil de explicar na palidez do ecrã para que escrevo e na noite que ouço lá fora, silenciosa e soturna. Depois a fritura. Aquecer o óleo e ir deitando pequenas porções na fritadeira. O óleo nem muito quente nem muito frio, um dos segredos mais bem guardados. E eis que se avolumam e crescem. Os sonhos devem crescer, pois claro. Envolver com açúcar e uma quantidade muito generosa de canela. E assim são os sonhos, envolvidos com carinho, batidos com robustez e saboreados com a doçura do açúcar e o exotismo da canela. O aconchego possível para a noite imensa que se pôs lá fora.
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terça-feira, dezembro 18, 2007

Mimesis [1]

Fotografia: B.Cortis

Era necessária a intervenção da serpente: O Mal pode seduzir o homem, mas não pode tornar-se homem.

Franz Kafka

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segunda-feira, dezembro 17, 2007

querido pai natal

A RTP tem um programa da autoria de Guilherme Leite chamado «Querido Pai Natal». Saltando de escola em escola pelos caminhos do Portugal profundo, o Professor Natalino (Luis Aleluia) recebe as cartas das crianças ao Pai Natal. Passado uns tempos, Guilherme Leite visita a sala de aula e prepara a entrada do Pai Natal (o velhinho das barbas brancas...), que traz consigo um saco gigante da Toys'r'us com os presentes para as crianças das cartas.

O pseudo-objectivo desta iniciativa é mostrar que o Pai Natal existe. E esta demonstração não pretende ser simbólica ou valorativa, a ideia é mesmo fazer com que as crianças acreditem e façam acreditar que o tal do senhor gorducho das barbas brancas existe. Não acho nada bem! É que o programa chega a menosprezar aqueles que não acreditam, fazendo passar a ideia de que, claramente, quem não acredita não sabe o que diz.

Em resumo, a declaração pública (pseudo-séria!), explicita e incentivada de que o Pai Natal como entidade física existe, não me parece correcta! Também não digo que se deva negar pública e explicitamente de forma incentivada... Mas há aí algures um meio termo. Há a ideia, os valores, o dar e receber, a alegria, a partilha,... E se querem mesmo fazer transparecer a ideia de que o tal das barbas existe, façam-no com passeios, aparições e presentes distribuidos. Não é preciso o discurso público!!! de apologia da ilusão e muito menos depreciativo do seu contrário.

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sexta-feira, dezembro 14, 2007

Clã na Casa da Música

Estive na Casa da Música para ver Clã mais uma... de muitas vezes! Lindo! Foi engraçada a transformação do "Cintura" de bolso da FNAC para a mega "Cintura" da Casa da Música. Em palco a Casa apresentava um cenário de obras, de construção, com o devido espaço para toda a gente, acompanhado de uns quantos aviões de papel gigantes a pairar sobre tudo isso.

- A Manuela pôde soltar-se, contagiando o público com a energia da menina-mulher e simpatia que a caracterizam.

- O Miguel e o Pedro Biscaia formam um par muito especial: os dois da vida airada! :) Juntos como estiveram na FNAC pareciam os meninos de coro que, a todo o momento, se preparam para fazer alguma... Na Casa, estavam separados, com espaço e palanque próprio para as matreirices pessoais. O Miguel pôde extravasar energia não deixando, do alto do seu palanqe, de tudo observar e todos olhar de forma tão cúmplice. O Biscaia mantém mais a postura do menino bem comportado... sem a vigia dos pais!

- O Hélder com o seu "low profile" chama ao palco, seja ele qual for, o sentido da responsabilidade e, muito na sua onda, vai-se mantendo sereno enquanto ao seu lado tudo explode.

- O Pedro Rito e o Fernando que me desculpem, mas, apesar de este ter sido o n-ésimo concerto a que assisti, ainda não lhes consegui captar a essência... Mais uns quantos concertos e eu chego lá ;)

Foram duas horas de concerto com a apresentação das canções do novo álbum e novas roupagens de êxitos mais ou menos antigos. Como seria de esperar os momentos altos foram conseguidos precisamente com as músicas mais emblemáticas...

- O primeiro grande aplauso - realmente longo! - surgiu no fim da "Loja de Porcelanas". O "Dançar na Corda Bamba" fez saltar (literalmente) grande parte da Sala. O "Problema de Expressão" (já em encore) deu voz à Sala - como não podia deixar de ser - que terminou a aplaudir em pé. Do novo CD destaco, pela encenação, o "Narciso sobre rodas" que (também em encore) nos apresentou uma Manuela inicialmente bailando com sombras e depois cantando envolta num longo casaco de veludo vermelho.

- Mas, para mim, o melhor momento da noite foi uma versão em dueto d' "O Sopro do Coração". Apenas a guitarra acústica do Hélder e a voz da Manuela que terminou abaixada junto da beira do palco a receber de forma agradecida o coro uníssono do público. Esta versão teve direito a uma sentida ovação de pé a meio do espectáculo.

- Para além de tudo isto e, obviamente, do novo CD, ouviu-se ainda "A Grande Pirâmide", "GTI", "O Meu Estilo", "H2Omem", "Amigos de Quem", "Eu Ninguém", "Topo de Gama", "Carrossel dos Esquisitos"... (A menos que me esteja agora a escapar alguma, o primeiro CD ficou esquecido...) Só uma coisa a apontar: depois de terem todo o público a cantar "O Problema de Expressão", os encores fecharam com uma das canções novas... Foi estranho... Não há uma regra escrita em algum lado que diz que os concertos não podem fechar com músicas novas?!... :)

São já 15 anos... Estão mais crescidos, mais maduros, mais conscientes... sem perderem a energia e diversão de palco. Para além de serem dos meus grupos preferidos, são, sem dúvida, das melhores bandas ao vivo! Que duas horas bem passadas!


imagem adaptada

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quinta-feira, dezembro 13, 2007

Granja-Amareleja 1996

É certo que gosto de Porto, ruby de preferência, nada que contrarie esta minha atracção pelos tons rubros, mas desta feita escolho um tinto, alentejano, talvez Granja-Amareleja de 96, para brindar a esta generosa referência.
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quarta-feira, dezembro 12, 2007

é bonito!...

E no final do jogo o cantinho dos adeptos incansáveis do Besiktas levanta alguns cachecóis do Porto... Os adeptos portistas que ainda restam para os lados do topo Norte aplaudem, os turcos retribuem e tudo fica na paz do senhor (seja ele qual for...) numa grande comunhão. É bonito!...

Isto de ganhar torna-nos mais permeáveis a estas manifestações de fair play...

imagem adaptada

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Educação e estatísticas

Em relação ao debate mensal no Parlamento e relativamente ao discurso do primeiro-ministro (PM) na AR, e já que a maioria da oposição permanece um pouco confusa quanto à questão de fundo e perdeu uma excelente oportunidade para forçar o PM a esclarecer a sua ideia de “Educação”, gostaria de lançar aqui algumas questões e notas acerca da temática*:

- as tão afamadas actividades extra curriculares cuja bandeira o governo ergue com alguma euforia caem, nalguns casos, num erro estratégico, é surrealista observarmos professores do 1.º ciclo, formados para ensinarem as crianças a ler e a contar, verem-se na contingência de terem de fazer de conta que ensinam música, ginástica, etc; quando, por outro lado, são contratados profissionais para o efeito, os pais teriam de não trabalhar ou então de pagar o transporte a privados, pois as actividades são atiradas para horários muito longe do da escola. Conheço várias escolas de um determinado concelho de Coimbra cuja actividade escolar não ocorre até às 17h30, não é por isso verdade que no primeiro ciclo as crianças estejam todas na escola até a essa hora. E pergunta inofensiva: haverá razão para estarem? Ou pretende-se que a escola agora também acautele a formação extra-escolar das crianças? e a comunidade? e a autarquia? Mais escola será sinónimo de mais educação? (ver António Nóvoa, com posições muito interessantes acerca deste assunto)

- melhoria das condições de trabalho dos professores? Enquanto encarregado de educação não é isso que eu ouço. Pelo contrário, os professores queixam-se de excesso de tarefas burocráticas, papel para aqui e para acolá, justificação para aqui e para acolá. Na última reunião com um director de turma deste país, os pais ouviram várias queixas do professor referentes a este aspecto. Pretenderá o PM dizer-nos que a melhoria reside na entrega de computadores às escolas e cursos de formação na área (?) e consequentemente potenciará uma boa performance com as novas tecnologias, já que muita papelada, desde que sejam criadas templates no Office, por exemplo, poderá ser rapidamente preenchida? Eu sinceramente gostaria que a melhoria das condições de trabalho contemplasse uma ou outra variante, mas um tanto diferente.

- quanto às taxas extraordinárias do não abandono escolar, é bom que a sociedade leia os sinais que demonstram a falácia desta tese. Actualmente os alunos que recorrem aos Centros de Novas Oportunidades, por exemplo, sabem que aquela é a melhor forma de realizarem durante um ano ou menos o que dantes realizariam em três (equivalência ao 9.º ano, por exemplo), está à disposição dos senhores jornalistas e deputados - que andam os primeiros algo distraídos com o exercício de auto-elogio do governo e os segundos "fertilíssimos" em criar a sua própria agenda política; no debate de ontem a excepção recaiu no PSD, o PCP, para mal de nós, abordou a temática com a cassete habitual, desprezando os professores e formadores que estão no mercado e que rapidamente contrariariam a tese de “SUCESSO” do PM, pena que o PCP tenha sido superficial e irrelevante -. Conheço variadíssimos casos, é só dirigirem-se a um CNO e entrevistarem os profissionais de RVCC (Reconhecimento, Validação de Competências Chave). Caso os senhores jornalistas ou políticos sejam bons ouvintes, poderão aperceber-se como o processo foi subvertido pelo actual governo, em nome das estatísticas e da adaptação profissional às necessidades do mercado. O método que pretendia reconhecer, validar e certificar a experiência relevante dos adultos, transformou-se, desde 2006, numa máquina de certificação. Caro PM, a isto não se chamará, certamente, governar para as estatísticas europeias?

- Santana Lopes, que poderia estar melhor preparado, para tal bastava ao PSD ter contactado vários CNO’s do país, tocou no cerne da questão: o facilitismo é o pano de fundo desta política de educação. A mim não me preocupam os alunos que poderão escudar-se no que é exigido a uns e não exigido a outros, preocupa-me sim a mentalidade de sucesso, demagogia e irrelevância pelo saber. O PM não está interessado em que os portugueses tenham mais instrução, está sim preocupado com a sua certificação. O PM não está preocupado com os portugueses, mas sim com o que as estatísticas demonstrarão aos líderes europeus. O PM escuda-se na mentalidade do “novo-riquismo” e da aparência e abre assim alas à direita mais conservadora de fazer a propaganda das escolas de elite e abrir caminho a mais ensino privado, pois se a escola pública é conotada com facilitismo. Dir-me-ão: mas o Director do novo modelo de gestão escolar combaterá esta ideia, sorrio, mas muito levemente, os caríssimos leitores já se aperceberam, certamente, da “palhaçada” em que se transformaram os concursos públicos? Pois… Este “fantástico” Director-professor que irá “endireitar” a gestão e autonomia das escolas dependerá exclusivamente da pessoa em causa, tal como qualquer autarca deste país ou governante. É importante que o “extraordinário” modelo de Director saiba responder objectivamente à seguinte questão: estou na escola para defender os interesses de quem? Espero que ele saiba que são os dos alunos e não os dos pais, dos professores, da autarquia ou dos empresários da região. E saiba clara e objectivamente que defender os interesses dos alunos não se coaduna com qualquer tipo de facilitismo, tendo em conta, obviamente, a diversidade dos alunos.

Sabemos bem que quem não se revê no modelo de escola, aproveitará a boleia do sistema. Poderá lamentá-lo um dia, é que as entrevistas de selecção, por exemplo, farão a triagem necessária. Por isso caro PM, menosprezar o mérito do governo não é desvalorizar o mérito dos professores, formadores, mediadores e finalmente os alunos, é que, felizmente para o país, alguns destes profissionais também sabem, e em muitos casos bem, perverter as prioridades do sistema (as estatísticas, por exemplo).

Caro PM, estou aqui só para tentar ajudá-lo a perceber o seguinte: a cassete do sucesso, estatísticas e números, não rimam com melhor Educação.

* - como não sou especialista no assunto, mas conheço algumas práticas que contrariam largamente a tese de sucesso do Primeiro-Ministro, gostaria que esta mensagem fosse lida com o seguinte pano de fundo: alguém que pretende ajudar a combater a tese da educação a reboque das estatísticas e em prole do facilitismo. Não é assim que ajudamos a tornar Portugal um país com uma sociedade civil mais esclarecida, combativa e crítica, muito pelo contrário.

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terça-feira, dezembro 11, 2007

Dezembro

Assim como em Agosto, há coisas que são típicas do mês de Dezembro português. Por mais que os governos mudem, que o tempo pregue partidas ou que a conjuntura seja adversa, o país será sempre invadido pela febre das compras, os jornais publicarão os desejos dos políticos para o próximo ano, as cidades apresentam-se desertas e os centros comerciais cheios, as televisões transmitem os seus programas de Natal com artistas de gosto duvidoso, a blogosfera publica os seus balanços e os seus votos de bom ano, os cronistas dizem mal do consumismo desenfreado, embora seja nesta época que os seus romances são publicados para piscar o olho ao «sapatinho», há uma vaga de bandas que cantam temas delicodoces até à náusea e, mais certo do que eu me chamar Carlos, em Dezembro, o Sporting anda nas ruas da amargura e pensa substituir o treinador. Há coisas que nunca mudam.

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domingo, dezembro 09, 2007

7 dias, 7 pecados



Ira: Andam todos engalfinhados. Estalou o verniz na ala direita da blogosfera. Tal é a confusão que já nem os próprios devem saber quem começou o quê e quando. Supostamente teve algo a ver com um desencontro qualquer entre Tiago Mendes e André Azevedo Alves, mas que também já meteu o Daniel Oliveira… e o maradona, e o João Pereira Coutinho… e o Paulo Pinto Mascarenhas… e o Carlos Abreu Amorim, e sei lá eu mais quem. Um verdadeiro 31.

Preguiça: Também já não há paciência para as constantes alterações de links de alguns blogues: um dia estão no weblog.com.pt, noutro no blogger.com, e depois há sempre quem se lembre de aceitar um convite mais personalizado para migrar para os blogs.sapo.pt. Mesmo aqueles que já têm um domínio próprio tipo .net, .org ou .com, de vez em quando também se lembram de alterar o raio do numeral que precede nome do blogue. Phone-ix!!!!!

Avareza: O New York Times elegeu Lisboa como o segundo de 53 locais a visitar em 2008. Se seguir as sugestões do NYT... só me vão restar 52 deslumbrantes destinos para visitar no próximo ano.

Gula: Está aberta a época dos jantares de Natal. Eu já comecei a minha dose na semana passada. Até ao fim do ano não vai haver semana sem um ou dois jantarzinhos de Natal. São os jantares de empresa, da Direcção X, da Direcção Y, dos colegas da faculdade, do secundário, da primária, do Sporting, etc. E por falar em jantares, julgo que já deve estar para breve o tradicional jantar de Natal com alguns dos amigos(as) da blogosfera. Este ano só falta marcar a data, a hora, o local, e confirmar as presenças. Como já não falta tudo, este ano a organização do evento fica a cargo da Carlota e do Espumante. Fico à espera de mais pormenores. :)

Luxúria: Esta posta surpreendente, repleta de uma espécie de espírito natalício, da Fernanda Câncio. Não era nada comigo mas, até eu [que também não sou nada preconceituoso], no final do post senti uma ligeira [muito muito ligeira] viscosidade nos meus olhos – mas nada que meia dúzia de pingos de Visadron ® não tenham ajudado a ultrapassar rapidamente.

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sábado, dezembro 08, 2007

Sentido de oportunidade

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Porto Ferreira

Enquanto escrevo estas palavras, os chefes de estado europeus e africanos em Lisboa para participar na Cimeira UE-África são recebidos num jantar oficial na Ajuda, a convite de Cavaco Silva. E durante a tarde, enquanto procurava as palavras, não consegui deixar de pensar na grande hipocrisia que ronda esta cimeira. Lisboa recebeu ditadores ilustres, muito bem descritos aqui. Mugabe, contava-se pela tarde, foi relegado para um lugar dos fundos, o castigo pelo seu mau comportamento, dizia-se que Sócrates não o cumprimentaria, dizia-se que o atropelo aos direitos humanos no Zimbabué iria estar na ordem do dia, dizia-se muita coisa, portanto. Num zapping fugaz assisti a Cavaco Silva a cumprimentar educadamente alguém que acabara de chegar, Sócrates a seu lado. Naturalmente não consegui deixar de pensar se também estes todos, um rol infindável de ditadores, verdadeiros maratonistas no desrespeito pelos direitos humanos mais elementares, teriam pedido ao Presidente da República para ser recebidos. E por uma questão de sanidade mental finjo que sim, finjo que acredito, apenas para ver se consigo digerir por que raio Dalai Lama foi ignorado pela razão citada e estes são alegre, cordial e protocolarmente recebidos, com um Porto Ferreira de vinte anos a selar o convívio.

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O pecado mora ao lado




Francisco José Viegas entrevistou, na passada quarta-feira no "Escrita em Dia", Miguel Real.
É uma entrevista interessante a todos os níveis.
Miguel Real* utiliza, no seu livro, Snu Abecassis como narradora da história.
No diálogo entre FJV e MR, Snu aparece como personagem consciente da mesquinhez de um certo Portugal, ela uma mulher alta, loura, bonita, que "rouba" o homem da nação à pacatez dos brandos costumes.
FJV leu, por duas vezes, extractos do livro de MR e a voz de Snu lá está como personagem endeusada e uma oportunidade perdida pelo país das elites mesquinhas, bolorentas e mal formadas.
Snu é a personificação de uma Europa que nos iluminará e fará brilhar enquanto povo pouco esclarecido, pouco educado, invejoso, mal preparado, culturalmente arruinado.
MR dá exemplos caricatos de "planos tecnológicos" ao longo da nossa história e de personagens que se auto-exilaram (Sá de Miranda, por exemplo) e desvaneceram às mãos dos incautos, mesquinhos, bolorentos, invejosos, mal preparados, mal educados, portugueses.
Nós perdemos a oportunidade Snu, nós perdemos todas as oportunidades, nós no eternamente e fadário desajustado.
Enquanto o programa decorre uma duvidazinha muito quixotesca surge no horizonte: uma Universidade revisitando cíclica e "fatalmente" velhas mitologias é capaz de formar cidadãos críticos, questionantes, em busca de um lugar no mundo?

Imagem


* - professor universitário de filosofia.

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sexta-feira, dezembro 07, 2007

Lux facta esd


Disse José Saramago hoje à Rádio do Concelho de Mafra que aceitará, “em nome do povo de Mafra”, a Medalha de Mérito Municipal, votada em unanimidade esta sexta-feira na reunião de Câmara. O escritor adianta que “está curioso para saber qual a argumentação que a Câmara Municipal de Mafra irá utilizar para justificar a atribuição da Medalha de Mérito depois de todos estes anos de insultos”.
Após catorze anos de contenda, fez-se luz no executivo camarário, a luz que tem lugar nas sociedades civilizadas, esclarecidas e tolerantes, naturalmente, motivo de enorme regozijo.


foto: minha
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quinta-feira, dezembro 06, 2007

é só para confirmar...

De caixa na mão, na qual leio explicitamente 10 CD set, dirigo-me ao moço das informações, um bocado incrédula...

- É só para confirmar: esta caixa tem mesmo 10 CD's?
- Sim. - responde atenciosamente.

- 10 CD's de Piazzolla, mesmo?!...
- Sim. - continua, mantendo a serenidade.

- E... só custa 9,95€?...
- Sim. - conclui com um sorriso complacente.

E, pronto, aqui está o resultado da minha mais recente deambulação pela FNAC: 10 CD's de Piazzolla por 9,95€!!! Estou feliz e deixo-vos com um cheirinho de Libertango, provavelmente, a obra mais conhecida do músico.

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quarta-feira, dezembro 05, 2007

A "mijinha" comercialmente correcta

Enquanto os pequenos comerciantes estão preocupados com as multas astronómicas que a ASAE lhes "vende" em acções de propaganda pública, se por acaso:
- não comprarem um detergente especial para o chão;
- uma faca para cada matéria prima;
- as arcas topos de gama para os congelados;
- o pé direito tal,
- a casa de banho y, x e z,
- o tabaco y,
- o mosaico delicadinho,
- o azulejo "nouvelle vague",
- a tinta plástica "cubista",
- o atendimento "apessoalizado"
- entre milhentas outras "pequenas" exigências,

cuja política económica "consertada" é a de pretender acabar com o pequeno comércio, e enquanto os pequenos comerciantes tratam de, obedientemente, fechar as portas, Sócrates trabalha e pretende um futuro higienicamente dignificante para todos.

A política de propaganda do governo PS não anda aqui a brincar à "mijinha comercialmente correcta". Instalou-se de forma consertada e age de maneira calculista:
- primeiro diabolizam-se os sujeitos que serão alvos da acção futura do governo, as acções de propaganda são calmamente "deglutidas" por toda a comunicação social, durante semanas, ou meses a fio.
- depois da opinião pública estar convenientemente "encharcada" trata-se-lhes da saúde.
E enquanto a telenovela bate records de audiência, o povo (entre os quais eu me incluo) "adormece" sereno.
Deus nos livre se tal se passasse num governo de direita.

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terça-feira, dezembro 04, 2007

Sublime

Uma das característcias mais sublimes da máquina de propaganda do governo de Sócrates é que é a ele, e só a ele, cabe anunciar as medidas positivas: é ele que entrega os computadores, é ele anuncia os aumentos quando são acima da inflação, é ele que visita as escolas de sucesso, é ele que anuncia um investimento, por mais ínfimo que seja, de uma empresa estrangeira no país, é ele que aparece a dizer que Portugal ficou uma décima acima das previsões de uma qualquer organização internacional. Quando se passa o contrário, e são bastas vezes que isso sucede, lá vem o ministro da tutela, o secretário de Estado ou um assessor de um subsecretário de Estado comunicar, em pezinhos de lã, que as coisas não correram tão bem como seria de esperar. Hoje calhou a sorte à Secretária de Estado dos Tranportes, que toda a gente sabe que é a Drª Ana Paulo Vitorino, vir anunciar que no próximo ano o aumento dos transportes será superior ao valor da inflação. A senhora lá fez o seu trabalho de manter intacta a posição do chefe, e diga-se em abono da verdade, nem é assim um escândalo tão grande tendo em conta o aumento absurdo do preço do petróleo e, consequentemente, dos combustíveis. Mas diga lá, caro leitor, se não gostava de ver, uma vez sem exemplo que fosse e só para deleite do espírito, o nosso primeiro, meio gago como é seu apanágio quando as coisas não lhe saem bem, dizer que afinal aquela estrada que estava prometida já era?

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segunda-feira, dezembro 03, 2007

eu imPORTO-me


Amanhã há festa no centro histórico do Porto. Amanhã passam 11anos do reconhecimento pela UNESCO do Porto Património da Humanidade. Amanhã chamam-se as pessoas às praças, na tentativa de revitalizar e de não esquecer. Amanhã tocam os sinos, cantam os músicos e falam os arautos.

Programação:

18:30h Concentrações/Pontos de encontro [com animações organizadas por escolas, associações e artistas da cidade] - Praça Parada Leitão (aos Leões), Terreiro da Sé, Miragaia (Praça da Ribeira), Praça Sandeman (Cais de Gaia)

20:00h Praça do Infante - Festa com a participação de Pedro Abrunhosa, Rui Reininho, Vozes da Rádio, Rui Veloso, Ana Deus, Bando dos Gambozinos, Conjunto António Mafra, entre outros.

22:00h Palácio da Bolsa - Intervenções musicais por Maria João Matos, João Lima e Pedro Burmester / Conferência por Alvaro Gómez-Ferrer Bayo [Arquitecto, consultor da UNESCO que avaliou a candidatura do Porto e propôs a inclusão do Centro Histórico na Lista do Património Mundial]

E ainda celebrações imPORTO-me, organizadas por entidades que se associaram à festa

18:00 Inauguração de Exposição de Fotografia, na Galeria da ESAP
18:30 Leitura de poemas Porto em Verso, pelos alunos do Curso de Teatro da ESAP, na Galeria da ESAP
19:30 Tuna dos Alunos, na Cantina da ESAP
20:00 (e depois) Petiscos a Um Euro e momentos musicais em bares e restaurantes do centro histórico


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A criatividade dizem eles

Os CTT lançaram recentemente uma campanha para a rede móvel com a designação de Phone-ix, pronunciado à portuguesa, pois claro. Diz a agência responsável por esta pérola que "a criatividade da Phone-Ix visa a memorização através «da força fonética e do humor" e que "a campanha pretende estender às famílias portuguesas o conceito de proximidade dos CTT junto do público em geral." E eu, que nunca fui particular simpatizante de Pedro Santana Lopes, dou por mim a subscrever por inteiro as suas palavras "O país está louco!"

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Continuamos a dar-lhe música

Para não perder a toada musical que os últimos post´s encerram, continuemos no mesmo ritmo. Enquanto a Cristina via e ouvia Jorge Palma, estava eu do outro lado do rio Douro a assistir ao concerto de Peter Murphy. A primeira pergunta que me ocorreu foi: quem teve a infeliz ideia de colocar um músico profissional dentro de um pavilhão desportivo? Parecem não saber que existe um conceito denominado acústica. Se esta não tiver a qualidade suficiente, então estamos duas horas a assistir a um concerto em que parece que os músicos estão desafinados. Foi mais ou menos o que se passou. Depois, Peter Murphy: esteve um pouco em baixo de forma: não só o factor idade não perdoa, mas também o facto de este ser um concerto único na Europa, e que não foi feito no meio de uma digressão, mas sim fruto de uma interrupção nas gravações do novo álbum dos Bauhaus contribuiram para o facto.
A despeito destas duas contrariedades, o concerto foi excelente, porque funcionou essa capacidade científica chamada «calo». Porque, meus amigos, quem tem calo sabe fazer um grande concerto, mesmo com uma acústica péssima e mesmo não estando em forma: sabe agarrar uma audiência, sabe levar o público a pedir por quatro vezes encore, sabe fazer um concerto em crescendo, sabe pôr cinco mil pessoas a cantar as letras que escreveu e sabe ser auto irónico quando um verso é esquecido ou cantado antes do tempo. Fiquem então com Mr. Peter «Calo» Murphy, com Cuts You Up:

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domingo, dezembro 02, 2007

7 dias, 7 pecados











1. Vaidade: Jose Mourinho needed by England;

2. Inveja: Reese Witherspoon é a actriz mais bem paga do cinema – recebe entre 10 e 13,50 milhões de euros por filme, e relegou Angelina Jolie (5,3 milhões de euros) para o segundo lugar;

3. Ira: A troca de galhardetes entre Soares Franco e Carlos Queirós;

4. Preguiça: A [res]sentida ausência da senhora ministra da Cultura em Lanzarote;

5. Avareza: Para a possibilidade do PSD se estar a preparar para inviabilizar [mais] um empréstimo de 500 milhões de euros à Câmara Municipal de Lisboa;

6. Gula: Para mais 400 mil euros na conta de Fátima Felgueiras;

7. Luxúria: Chamar Maomé a um ursito de peluche.

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o cavaquinho - o instrumento!

Lembram-se destas oficinas de instrumentos em Coimbra?... Pois eu estive lá e fiz a oficina de cavaquinho. Desde então que ando para escrever um post sobre o instrumento - o post do André, até com referência a Júlio Pereira, foi a deixa perfeita! Não é que eu perceba do assunto, mas achei que não devia deixar passar em branco. Cá vai então, um bocadinho do que eu aprendi...

O cavaquinho é um instrumento de quatro cordas... que se assemelha visualmente, digamos, a uma guitarra pequenina. Grupos de folclore e tunas parecem ser, actualmente, os principais clientes do cavaquinho, que é habitualmente utilizado como instrumento de acompanhamento. Mas também diversos grupos musicais têm no cavaquinho um dos seus principais aliados da nossa sonoridade.

Como instrumento de acompanhamento, todas as cordas são tocadas, fazendo soar acordes. Pode ser tocado com palheta ou sem ela, possibilitando neste último caso a utilização de mais dedos, fazendo soar um rasgado mais ligado. O rasgado é a forma de tocar os acordes que faz com que o tocador ande que nem tolo com a mão para baixo e para cima, de dedos abertos tocando em tudo o que é corda. A outra mão (a esquerda, habitualmente) firma os acordes no braço do instrumento, podendo também, simultaneamente, definir alguma melodia. Neste último caso, ao mesmo tempo que os dedos maiores prendem as cordas graves definindo os acordes que criam a harmonia, os dedos menores vão passeando as cordas mais agudas acrescentando melodia.

Isto tudo junto, quando tocado por quem sabe, é bonito de se ver! Para quem não sabe, a deixa é praticar, praticar, praticar!

Para além do toque rasgado de acordes, pode também ser tocado pontiado, mantendo-se a marcação da mão esquerda, mas tocando (com a direita) apenas uma (ou duas) cordas de cada vez - sai uma espécie de harpejo.

Por fim, como solista não é, claramente, o instrumento com mais potencialidades, mas pode também ter o seu lugar de destaque, tocado de forma dedilhada, um pouco ao estilo do bandolim ou da guitarra portuguesa.

Também aprendi umas coisas sobre a afinação das cordas, que para acompanhamento em acordes de folclore ou tunas é habitualmente sol-sol-si-ré pois facilita a composição de acordes, mas que é pouco prática quando se quer introduzir melodia, sendo aconselhável mi-lá-si-ré (ou alguma coisa lá perto).


E pronto! Foi o que retive de 1h30 há três semanas atrás... Mas podem ler o que nos diz Júlio Pereira, que ele tem mais umas horinhas disto que eu!

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sábado, dezembro 01, 2007

O Cavaquinho

Imagem via: juliopereira.pt

A opção do Presidente de República em enviar para o Tribunal Constitucional a lei dos vínculos, carreiras e remunerações pode [e deve] ser objecto das mais diversas análises políticas, mas confesso que o que mais me espantou nesta estória toda foi ter ouvido, pela primeira vez, comunistas, sindicalistas e outros “istas” aparentados, referirem-se ao actual Presidente da República com reverências do tipo: «O Senhor Presidente», «O Senhor Presidente da República», ou ainda [e mais espantoso], «O Senhor Presidente Cavaco Silva». O que é feito daquelas carinhosas enunciações que tanto gostavam de empregar cada vez que se referiam [aparentemente] à mesma criatura como, «o Cavaco», ou [em ocasiões mais solenes] «o presidente Cavaco»?

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