quinta-feira, julho 28, 2005

EXCLUSIVO: ESCUTA TELEFÓNICA A JORGE SAMPAIO

Tive o privilégio de ter acesso a esta escuta telefónica efectuada ontem à noite ao telefone do Presidente da República Jorge Sampaio no Palácio de Belém, e dada a sua relevância, transcrevo-a na íntegra:

José Sócrates (JS): Está?

Presidente da República (PR): És tu Zé Sócrates?

JS: Sou sim! Quem é que fala?

PR: Sou eu pá… o Jorge!

JS: Tudo bem Jorge? Se me estás a ligar a esta hora é porque já tens novidades não é?

PR: Novidades?

JS: Então o Soares já aceitou?

PR: Já aceitou o quê pá?

JS: Como me estás a ligar a esta hora, julgava que já o tinhas convencido a candidatar-se a Belém.

PR: Eu? Convencer o Soares? Deves-me estar a confundir com outro pá…

JS: A confundir? Mas... não estou a falar com o Jorge Coelho?

PR: Não pá! Daqui fala o Jorge Sampaio! S-A-M-P-A-I-O!

JS: Ahhhh… Peço desculpa Sr. Presidente, é que julgava que estava a falar com o nosso Companheiro Jorge... Coelho.

PR: O que eu estou a ver é que agora não acertas uma pá!

JS: (silêncio)

PR: Está?

JS: Sim… sim!

PR: Ó pá… agora não se pode dizer-te nada que amuas logo… já pareces um menino mimado da Direita reaccionária pá.

JS: Sabe… é que ultimamente tenho andado mais susceptível do que é habitual.

PR: Deixa-te de lamúrias pá!

JS: Está bem Sr. Presidente! Diga... diga lá!

PR: Então vamos directos ao assunto pá…

JS: Força!

PR: Então é assim: eu já não sei como fugir às perguntas dos jornalistas e aos comentaristas reaccionários que estão sempre a dizer que eu utilizo dois pesos e duas medidas pá...

JS: Pois...

PR: Vê lá é se falas com a tua equipa para ver se eles deixam de abrir a boca e de dar entrevistas, pois cada vez que o fazem ou entra mosca ou sai asneira.

JS: Pois...

PR: Pois? Isto assim não pode continuar pá! Eu quero sair com dignidade!

JS: Com dignidade?

PR: Ó pá… pelo menos com a que me resta.

JS: O Sr. Presidente pode estar descansado!

PR: Posso?

JS: Pode! Vou falar com todos os Ministros e Secretários de Estado e avisá-los que a partir de agora só podem fazer declarações ou dar entrevistas com a minha autorização prévia.

PR: Boa! É assim mesmo pá!

JS: Caso contrário indico-lhes o mesmo caminho que indiquei ao Campos e Cunha…

PR: W H A T ?

JS: Indico-lhes o...

PR: ESTÁS DOIDO OU QUÊ PÁ?

JS: Mas...

PR: Mas o quê pá? Nem penses em mandar mais nenhum embora… então é que os reaccionários não me largavam mais a perna pá.

JS: Então o que é que faço Sr. Presidente? É que os jornalistas reaccionários também andam atrás de mim.

PR: Ó pá… faz como eu! Tenta passar despercebido e quando te perguntarem alguma coisa que não te interessa responder faz uma cara séria, não olhes para eles, e faz uma retirada estratégica.

JS: Realmente é boa ideia Sr. Presidente!

PR: Eu só dou bons conselhos pá! E agora até temos a vantagem de terem chegado as férias e o pessoal começar a acalmar.

JS: Tem toda a razão! Obrigado Sr. Presidente!

PR: De nada pá! … Já agora…

JS: Sim?

PR: Vê lá se esqueces aquilo da OTA e do TGV pá…

JS: Esquecer a OTA e o TGV?

PR: Sim pá! És surdo?

JS: Mas Sr. Presidente...

PR: Sim...

JS: Isso é impossível!

PR: Impossivel? Mas porquê pá?

JS: É que já assumi publicamente que essas são duas das principais prioridades do meu Governo para relançar a Economia.

PR: A OTA e o TGV vão relançar a Economia? Ah...

JS: Claro que sim! E agora já não dá para voltar a trás Sr. Presidente!

PR: Ó pá… deixa lá de ser teimoso, pois já te fartaste de prometer montes de coisas e fizeste precisamente o contrário, por isso faz é o que eu te digo pá!

JS: Mas...

PR: Aqui não há mas, nem meio mas! As prioridades do teu Governo agora são outras pá!

JS: Outras prioridades do meu Governo? Mas quais Sr. Presidente?

PR: A prioridade agora é aguentares-te até ao fim do mandato pá!

JS: Ah...

PR: E olha que não vai ser nada fácil pá!

JS: Bem vistas as coisas... o Sr. Presidente até é capaz de ter razão.

PR: Eu tenho sempre razão pá! Porque eu é que sou o presidente da Junta!

JS: Da Junta?

PR: Não é da Junta é da... agora não me lembro!

JS: Da República!

PR: É isso pá! Tu percebes!

JS: Percebo?

PR: Claro que percebes pá!

JS: Claro...

PR: Boas férias Zé Sócrates!

JS: Boas férias Sr. Presidente!


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Deixo-vos com este exclusivo que consegui arranjar para o http://geracao-rasca.blogspot.com/ , e vou também aproveitar para tirar umas férias... :)

Volto daqui a 2 semaninhas.

Boas férias para todos!

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quarta-feira, julho 27, 2005

TAL PAI TAL FILHO

A revista «Grande Reportagem» desta semana (n.º237) faz referência a mais um daqueles momentos de arroubo do espírito aos quais João Soares nos tem habituado ao longo dos tempos.

Segundo reza a estória, o dr. João "saiu-se" com a seguinte pérola de retórica numa entrevista que concedeu ao jornal «24 Horas»:

«Já tinha sonhado candidatar-me à Câmara de Sintra em tempos».

Parece-me evidente que com esta retórica toda, o dr. João Soares arrisca-se a sofrer mais uma humilhante derrota nas urnas. De facto não é de estranhar que tenha perdido para Santana Lopes o Município de Lisboa.
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terça-feira, julho 26, 2005

O ÚLTIMO FÔLEGO DE SOARES

A Esquerda rejubila de alegria com a disponibilidade demonstrada por Mário Soares para se candidatar à Presidência da República. Os apoios e o regozijo são evidentes, embora alguns, ditos mais “radicais”, aqui e ali vão colocando algumas dúvidas existenciais, mas com a plena consciência que, como noutros tempos, vão ter de engolir mais um sapo, pois Soares é o único candidato da Esquerda que pode enfrentar uma personalidade com o prestigio do Professor Cavaco Silva e aspirar a ter sucesso.

A esquerda portuguesa tem a noção que o actual governo apesar de apoiado numa maioria absoluta parlamentar e de ter somente quatro meses de "vida", já evidencia bastantes sinais de desgaste e múltiplas fragilidades; mas como a esquerda valoriza a simples existência de um governo que se diga de esquerda – mesmo que seja um mau governo – e não tolera nenhum governo de direita – mesmo que seja um bom governo –, prepara-se então para apoiar um septuagenário que já tem com toda a justiça o seu lugar de destaque assegurado na nossa História, mas cuja data de validade já expirou faz tempo.

Não sou daqueles que acha que se a disputa se centrar em Cavaco e Soares, o primeiro já tenha a eleição garantida conforme alguns parecem querer fazer crer, pois até agora a esquerda elegeu – e reelegeu – sempre os seus candidatos presidenciais, independentemente de terem ou não, perfil para exercer o cargo, ou de serem adeptos de um presidencialismo populista como Soares, ou do presidencialismo partidário como Sampaio.

Não concordo com os opinion-makers que à laia de conselho sugerem que Cavaco deveria desde já assumir a sua candidatura. Quanto a mim, se de facto o Professor Cavaco Silva quiser ser o candidato do Centro-Direita, deve guardar o anúncio da sua decisão até ao último momento, pois a seu silêncio beneficia a sua candidatura e está a causar imensa instabilidade nas outras candidaturas.

Entretanto a Esquerda, temendo o pior resultado de sempre nas próximas presidenciais, e ciente que o silêncio de Cavaco Silva não lhes é em nada benéfico, vai dizendo que a Direita não tem alternativas, e lembrando sempre que pode, que Soares está habituado a recuperar de desvantagens bem piores do que as actuais sondagens lhe conferem. Desta forma a esquerda vai tentando desestabilizar como pode, procurando que outros nomes sejam veiculados como potenciais candidatos do Centro-Direita, e simultaneamente tenta pressionar Cavaco a anunciar, ou mesmo a desistir, da sua candidatura a Belém.

O que parece evidente é que de todo o espectro partidário, os candidatos mais fortes para disputar as eleições presidenciais são Cavaco Silva e Mário Soares, mas desiludam-se os esquerdistas, a Direita tem outros candidatos muito fortes caso Cavaco Silva não considere o desafio suficientemente aliciante.

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domingo, julho 24, 2005

A INTELIGÊNCIA JÁ NÃO É O QUE ERA

José Sócrates adjectivou de «inteligente» as respostas do seu Ministro Freitas ao DN.

Depois de ouvir estas declarações do sr. Primeiro-ministro, fiquei preocupado, pois já tinha lido a entrevista e provavelmente tinha-me escapado alguma coisa. Voltei a ler a entrevista mas, continuei sem encontrar vestígios - dignos de monta - da dita tal... bem pelo contrário.

Senão vejamos, se considerarmos os factos subsequentes, identifico pelo menos - e por enquanto - dois "tiros" certeiros do Professor Freitas nos próprios pés.

O Professor Freitas quis aproveitar-se da indecisão do PS na escolha do seu candidato presidencial e aproveitou a entrevista para "sugerir" ao PS o apoio à sua candidatura. Se o Sr. Professor tivesse pensado um pouco, chegaria à conclusão que o aparelho do partido socialista nunca aceitaria apoiar um candidato com o seu passado político. As suas declarações acabaram por espicaçar os socialistas a acelerarem a sua busca presidencial. O nome de Manuel Alegre começou a ganhar maior consistência e também Mário Soares é "pressionado" a avançar contra um suposto forte candidato de Centro-Direita - há quem diga que é o Professor Cavaco Silva. :)

Como se pode observar afinal a entrevista teve o condão de servir simultaneamente como tiro de partida e "tiro" no próprio pé do Professor Freitas. Se graças às suas declarações a sua candidatura acabou quando começou, por muito que me esforçe não consigo discernir nesta opção do Ministro dos Negócios-Estrangeiros nada de inteligente.

O segundo "tiro" é mais sub-reptício pois parte da suposição que as "críticas" de Freitas às falhas de comunicação governamentais, não se dirigiam ao Governo mas teriam sido direccionadas ao Minístro Campos e Cunha que acabou por abandonar as suas funções escassos dias depois.

Apesar desta análise de conteúdo à entrevista de Freitas só ter surgido após o Ministro Campos e Cunha ter abandonado o Governo, a verdade é que essa saída abalou a credibilidade do Governo e não veio a ajudar em nada à superação da crise política-económica que se vive nos últimos tempos no nosso país e que este Governo assevera estar empenhado em querer ultrapassar.

Este cenário de instabilidade governativa que se traduz numa falta de rumo que é cada vez mais evidente, acaba por beneficiar a candidatura de Cavaco Silva, tal como têm indiciado as últimas sondagens.

Como se vê, é difícil de descortinar sinais de inteligência nesta entrevista de Freitas do Amaral, e só mesmo quem anda muito desatento como o nosso Primeiro-ministro, consegue encontrar inteligência onde ela não existe de forma alguma, ou então a inteligência já não é o que era.
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sexta-feira, julho 22, 2005

SHE BYTES


















André 2003 (Infografia)
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SE A MEMÓRIA NÃO ME FALHA

Se a memória não me falha, no ano passado por esta altura os incêndios também devastavam o país de lés a lés, só que a diferença é que no ano passado a culpa dos incêndios era do governo…

Também foi no ano passado que um ministro se demitiu pouco tempo após ter tomado posse, por divergências de cariz particular – e não por divergências políticas – com o Primeiro-ministro de então. O resultado deste “quiproquó” foi a dissolução da Assembleia da República pelo actual Presidente da República.

Já este ano e em escassos meses conseguimos observar: um Primeiro-ministro a dar o dito por não dito quanto ao aumento dos impostos; um Ministro da Defesa ao lado do Presidente da Republica a confessar as suas reservas quanto à independência nacional; uma Ministra da Educação que demonstrou uma série de dúvidas sobre a questão da jurisdição e competências dos tribunais das regiões autónomas; um Ministro de Estado e das Finanças com incertezas quanto à qualidade do investimento público conjecturado pelo seu próprio Governo; outro Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros embaraçado com os níveis de corrupção que reconhece no país; e ainda um Ministro da Administração Interna que não tem qualquer dúvida sobre um excêntrico relatório policial que concluiu que o que se passou em Oeiras não foi um «arrastão» mas uma «fuga».

Vale ainda a pena relembrar uma primeira tentativa falhada de retaliação política de alguns sectores bem identificados do partido socialista sobre o Procurador-geral da República, com o aval do actual Governo; dos constantes equívocos no Orçamento que culminaram com o bater da porta por parte de Campos e Cunha; na inércia demonstrada perante as declarações claramente xenófobas de Alberto João Jardim; e na tentativa algo burlesca de auto promoção do Professor Freitas à Presidência da República.

Se a memória não me falha, também foi no ano passado que o Presidente Jorge Sampaio deu os seus últimos sinais de “vida”.
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quarta-feira, julho 20, 2005

O "CANSAÇO" DE CAMPOS E CUNHA

Quatro curtos meses foi o tempo suficiente para o Minístro de Estado e das Finanças Campos e Cunha confessar o seu "cansaço" governativo e abandonar as suas funções.

Por muitas desculpas que se arranjem, parece-me evidente que a sua saída se prendeu com divergências e conflitos de interesses cada vez mais indisfarçaveis que estão a surgir no seio do governo e internamente no partido socialista.

Este episódio é bastante mais grave do que alguns querem fazer crer, pois este governo conta com uma forte base de apoio: uma maioria absoluta parlamentar; um Presidente da República que ao contrário de outros tempos anda muito condescendente e silencioso; uma multidão de opinion makers que pretendem todos os dias e por todos os meios «tapar o sol com a peneira»; um relevante número de apoiantes com cartão rosa que querem manter os "bons empregos" que entretanto lhes arranjaram; e até com o apoio dos portugueses que como eu não acreditam neste governo mas que sabem que o país necessita de estabilidade governativa.

Com esta sólida base de apoio este governo deveria ter a obrigação de governar sem qualquer sobressalto e com um rumo definido, contudo, o Primeiro-ministro
José Sócrates parece continuar a vacilar entre a defesa dos verdadeiros interesse do país e os caprichos dos seus camaradas de partido.

Não era isto que eu esperava, assim como não me parece que fosse isto que o povo português esperava de um novo governo saído de eleições antecipadas forçadas por outras «trapalhadas» que, em comparação com as actuais, cada vez me parecem mais umas simples brincadeiras de mau gosto.

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FREITAS E XENOFONTE

Procurei ler com atenção a entrevista do Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros que foi publicada hoje no DN, e que antes de o ser, já fazia correr muitos pixéis pela nossa infosfera.

Achei deveras curiosa a referência feita pelo Sr. Ministro a Xenofonte pois, se por um lado demonstrou um grande desconhecimento do autor citado, por outro, e apesar dessa incongruência, existem duas similitudes importantes nos percursos de vida de ambos que interessa revelar.

Xenofonte foi um militar e escritor destacado na sociedade ateniense, contemporâneo e amigo do famoso filósofo Sócrates, mas que por defender posições muito próximas dos inimigos de Atenas - os Espartanos - acabou por ser obrigado ao exílio. O Ateniense não conseguiu agradar a Gregos e a Troianos tal e qual o Professor Freitas (apesar de querer parecer só agradar a Troianos).

A vontade do Sr. Ministro ser Presidente da República é tanta, que na sua estratégia parece ter-se esquecido dos factos que o impedem de tornar o seu sonho realidade: em primeiro lugar não pertence ao aparelho partidário socialista, sendo por isso olhado com desconfiança pelos mesmos; simultaneamente, também é tido como uma espécie de "foragido" por parte das hostes da Direita Conservadora e Liberal.

Outra coincidência entre Freitas e Xenofonte é que durante um determinado período das suas vida ambos surgem ligados a um Sócrates - o que, ao contrário do que o Professor Freitas afirma, não fez de Xenofonte um filósofo nem irá fazer (espero eu) do Sr. Doutor um engenheiro.


Se os deuses gregos estiverem connosco, o "nosso" Sócrates também há-de ser condenado por um tribunal popular a “tomar cicuta” antes que nos enterre completamente no buraco que continua a escavar alegremente.
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segunda-feira, julho 18, 2005

Democracia verdadeiramente representativa

Se todos os eleitores que se abstivessem, ou que votassem nulo ou em branco, estivessem devidamente representados por umas boas clareiras na Assembleia da República, podia ser que os deputados eleitos, reduzidos à sua real representatividade popular, ganhassem alguma vergonha.
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A GRANDE IDEIA DE HERR ULRICH

Na última edição do Expresso, o presidente do BPI, Fernando Ulrich, defende, que os portugueses devem preocupar-se menos com a praia e mais com a competitividade do país, e que para isso deveriam aceitar uma redução de 10% nos seus salários.

Como resposta a esta "ideia brilhante" faço minhas as palavras de Pedro Rolo Duarte, que no editorial do DN de Domingo, considera que a ideia é boa, mas que «as boas ideias morrem sozinhas enquanto a imoralidade e a irresponsabilidade forem as imagens de marca de quem governa».

Eu sei que ninguém me pediu a opinião, contudo, gostava de acrescentar que me parece que Herr Ulrich também se deveria preocupar menos com os seus chalés, com os seus iates, com os seus bólides, com as foto-reportagens nas revistas cor-de-rosa, com as suas férias nos trópicos, com o ski e o golf, e passar a doar mensalmente 10% do lucro do seu banco ao Estado Português para ajudar a relançar a economia nacional.


Como se vê eu também tenho excelentes ideias. Porque é que ninguém me ouve? Será por o meu nome ser 100% português? Será por gostar muito de praia? Porquê? Porquê? :)
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quinta-feira, julho 14, 2005

O POVO GOSTA DA BÁRBARA

Ontem, num jantar organizado pelo PS de apoio ao seu candidato à Câmara Municipal de Lisboa, e onde estiveram presentes 1500 comensais socialistas, o momento alto da noite aconteceu quando Jorge Coelho subiu ao palanque para declarar públicamente, e sem pudor, uma tripla afeição: uma sua, outra do seu partido e outra em nome do povo. "O PS gosta de si e o povo gosta de si", exclamou Jorge Coelho. O burlesco da situação é que estas palavras não foram dirigidas ao seu candidato, mas à sua amiga Bárbara, a tal com a qual o seu candidato é casado.

Para que conste, e segundo rezam as crónicas, o candidato pareceu sentir-se ofuscado pela presença da bela Bárbara e limitou-se a lançar umas «ideias simples», pois a mais não é obrigado.

Assim se faz política em Portugal... e o povo gosta!
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terça-feira, julho 12, 2005

RELEMBRAR AS RESPONSABILIDADES DE JORGE SAMPAIO

Os opinion makers que defenderam a "legitimidade" e "necessidade" de Jorge Sampaio dissolver a Assembleia da República com o intuito de substituir o governo de Pedro Santana Lopes, devido a umas forçadas «trapalhadas», já se devem estar a começar a aperceber que a «emenda foi pior que o soneto».

Apesar da censura evidente que reinou no agendamento dos media, foram muitos que questionaram na altura a legitimidade de tal acção presidencial num regime semi-presidencialista como o português, contudo, a maioria dos opinion makers fizeram «orelhas moucas» à "legitimidade", pois estavam convictos da "necessidade" de novas eleições.

Os resultados nefastos da acção do Presidente da República com o passar do tempo vão sendo cada vez mais evidentes, mas por enquanto, os opinion makers continuam a querer fingir ignorar as reais responsabilidades de Jorge Sampaio nesta crise que vivemos.

Entretanto a propaganda socialista ainda vai surtindo algum efeito, pois conta com o apoio incondicional dos habitués do costume e de alguns sectores socioprofissionais com têm grande influencia no agendamento dos media, mas, exceptuando algumas anunciadas medidas pseudo-populistas que, levadas a efeito, poderão ser benéficas para o país, este governo continua a empurrar irremediavelmente o nosso país para uma crise sem fim à vista.
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sexta-feira, julho 08, 2005

SÓCRATES: UMA «MÁSCARA SEM CÉREBRO»

Quando em Agosto do ano passado, Nuno Gaioso Ribeiro, militante socialista e actual candidato número dois de Manuel Maria Carrilho à Câmara de Lisboa, caracterizou José Sócrates em artigo de opinião publicado no jornal Público, como uma «máscara sem cérebro», não sonharia decerto que nove meses depois o mesmo seria eleito Primeiro-ministro com maioria absoluta.

Será que este é mais um equívoco hilariante do Partido Socialista no apoio à candidatura de Carrilho à Câmara de Lisboa?

É que Nuno Gaioso que se mostrava bastante inspirado no referido artigo de opinião, escrevia ainda que José Sócrates queria «ocultar o vácuo ideológico com promessas de modernidade e moderação», o que era uma «ilusão tão impossível quanto paradoxal», e que «a corrente de apoios a José Sócrates do bafiento aparelho do costume desilude qualquer esperança de renovação ou modernidade».

Passado quase um ano é deveras engraçado recordar este artigo.
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quarta-feira, julho 06, 2005

SÓCRATES E A TEORIA DO AZAR

Depois de José Sócrates afirmar a sua determinação em repor o rigor e a transparência nas contas públicas, o Orçamento Rectificativo teve de ser de imediato rectificado. Foi azar!

Depois de corrigido o Orçamento Rectificativo veio a verificar-se que a rectificação diverge do Programa de Estabilidade e Crescimento que foi apresentado em Bruxelas. Deve ser por isso que se costuma dizer que «um azar nunca vem só».

Afinal o próprio relatório da «Comissão Constâncio» também contém gralhas. A isto pode-se chamar de «azar dos azares».

Com este "rigor" todo não estranharia que o azar lhe batesse à porta mais uma vez. Eu
não sou bruxo, mas isto é azar a mais para ficar por aqui...

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segunda-feira, julho 04, 2005

O TIO ALBERTO JOÃO

Sou um confesso admirador do Dr. Alberto João Jardim, por isso costumo-o tratar quando me refiro a ele como Tio Alberto João.

Admiro-o porque concordo muitas vezes com a sua visão original e quase única da nossa vida política, embora também não possa negar o evidente, que é o facto das suas afirmações serem polémicas e que por vezes raiarem a ofensa pessoal, mas mesmo assim gosto de o ouvir e de conhecer as suas opiniões.

Contudo, pela primeira vez, acho que o Tio Alberto João passou todos os limites, e que deveria pedir desculpa públicas pelas suas últimas afirmações sobre os imigrantes chineses, indianos e dos países de leste.

As preocupações do Tio Alberto João com os efeitos nefastos da concorrência dos produtos chineses na nossa economia são aceitaveis e até compreensiveis, mas um ataque nestes termos, de indisfarçavel índole xenófoba não é aceitavel, muito menos numa pessoa com a sua responsabilidade.


O que não se compreende é que o Primeiro-ministro e/ou o Governo da República não tenha nada a dizer sobre esta matéria.
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domingo, julho 03, 2005

LIVE 8, POLITICOS E CÍNICOS

Bob Geldof está de parabéns mais uma vez - e 20 anos depois - pela sua generosa iniciativa na tentativa de ajudar África.

Ontem foi publicada uma carta aberta de Geldof em diversos jornais britanicos, no qual o músico pediu aos políticos para não criarem uma «geração de cínicos».

Com a qualidade dos políticos no mundo inteiro, receio que mesmo sem querer, Bob Geldof tenha baptizado uma nova geração.
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sábado, julho 02, 2005

O BANCO DE PORTUGAL É «FIXE»!

Sou daqueles portugueses que gosta de trocar opiniões sobre questões políticas com os amigos, colegas de trabalho, família, etc. Obviamente que neste meu circulo de conhecimentos há pessoas de todos os sectores politicos, das mais dispares idades, e de ambos os sexos.

Quando foi divulgada a noticia que teria existido um "erro" no «Relatório Constâncio», o que foi relevado pela maioria destas pessoas que conheço é que estes não são admissiveis em profissionais que são pagos a peso de ouro com dinheiros públicos e que têm regalias que a grande maioria dos portugueses não tem acesso.

Se numa empresa privada de dimensão, um grupo de profissionais de topo elaborasse um relatório com "erros" similares, esse profissionais estavam no mínimo em "maus-lençois".

Contudo tem sido interessante analisar as notícias nos diversos orgãos de comunicação social a este episódio, assim como observar as reacções dos partidos ao mesmo. Simplesmente ignoram que mais grave que o suposto "erro" é a incompetência demonstrada pelo grupo de profissionais que elaborou o dito «relatório».

É que existe na política e nos media sempre quem defenda uma suposta "ética" que continua a proteger os «instalados» do regime democrático, pois é precisamente nestes sectores que ganham a vida a maioria deles.

A mensagem que os media e os politicos passam constantemente é que "não é nada bem" andar a levantar-ondas e a apontar o dedo aos incompetentes, e quem não segue esta «regra» é logo censurado e rotulado de «populista».

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sexta-feira, julho 01, 2005

ZILLA














André 2003 (Infografia)

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OS ENGANOS DA COMISSÃO CONSTÂNCIO

Segundo noticia de hoje do Jornal Público, a «Comissão Constâncio» “enganou-se” no relatório sobre as contas públicas, e em vez de apresentar uma previsão para 2005 de um défice público de 6,72% do PIB, enganou-se em cerca de 151.000.000 € e referenciou no relatório 6,83% do PIB.

Se isto não fosse tão sério, até que daria vontade de rir, pois é preciso não esquecer que os senhores que elaboraram o referido relatório, deveriam ser profissionais competentes, porque são principescamente pagos com dinheiros públicos e ganham direito a reformas vitalícias chorudas em poucos anos.


Se, como demonstra o resultado final, não têm capacidade para elaborar estes relatórios, porque é que os fazem?

A ser verdadeira esta noticia, se estes senhores deveriam apresentar a demissão das funções que ocupam, pois demonstraram sem qualquer duvida que não possuem as competências necessárias para o seu exercicio.

O mais provavel é terem arranjado estes "empregos" depois da indicação de um amigo ou companheiro de partido.

O Sr. Dr. Pacheco Pereira provavelmente caracterizaria a minha opinião no que concerne a este assunto de populista, mas a verdade é que os bons "empregos" neste país estão todos ocupados por amigos dos amigos, e quando o «embuste» vem à tona é preciso não hesitar, mesmo correndo o risco de passar por populista.

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