terça-feira, dezembro 04, 2007

Sublime

Uma das característcias mais sublimes da máquina de propaganda do governo de Sócrates é que é a ele, e só a ele, cabe anunciar as medidas positivas: é ele que entrega os computadores, é ele anuncia os aumentos quando são acima da inflação, é ele que visita as escolas de sucesso, é ele que anuncia um investimento, por mais ínfimo que seja, de uma empresa estrangeira no país, é ele que aparece a dizer que Portugal ficou uma décima acima das previsões de uma qualquer organização internacional. Quando se passa o contrário, e são bastas vezes que isso sucede, lá vem o ministro da tutela, o secretário de Estado ou um assessor de um subsecretário de Estado comunicar, em pezinhos de lã, que as coisas não correram tão bem como seria de esperar. Hoje calhou a sorte à Secretária de Estado dos Tranportes, que toda a gente sabe que é a Drª Ana Paulo Vitorino, vir anunciar que no próximo ano o aumento dos transportes será superior ao valor da inflação. A senhora lá fez o seu trabalho de manter intacta a posição do chefe, e diga-se em abono da verdade, nem é assim um escândalo tão grande tendo em conta o aumento absurdo do preço do petróleo e, consequentemente, dos combustíveis. Mas diga lá, caro leitor, se não gostava de ver, uma vez sem exemplo que fosse e só para deleite do espírito, o nosso primeiro, meio gago como é seu apanágio quando as coisas não lhe saem bem, dizer que afinal aquela estrada que estava prometida já era?

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7 Comments:

Blogger Sinapse said...

ahahahahahahah! valente!

terça-feira, dezembro 04, 2007 4:51:00 da tarde  
Blogger O Império said...

Concordo contigo, no entanto há que dar algum créddito às coisas boas e mudar a mentalidade dos portugueses de forma a que deixem de dizer sempre mal do nosso país... Algum optimismo só nos faria bem.

terça-feira, dezembro 04, 2007 7:07:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

keep dreaming...

terça-feira, dezembro 04, 2007 9:20:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Mas o que é que esperava do bacharel aprendiz-de-feiticeiro e da respectiva tropa fandanga,ignara e subserviente?
Lembra-se do "Jamé"? Pois é...

quarta-feira, dezembro 05, 2007 5:23:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

será que ninguem votou no homem?
à partida quando nele votei, esperava precisamente que fosse reformador ( e não, não são só as grandes reformas que contam ), que fosse ordeiro ( sim, porque pelo que me lembro desde o guterrez - incluívé este pais tem estado a saque )e que pusesse em sentido as coisas nos primeiros 4 anos aproveitando a maioria que nós ( é pá!... sim! nós! ) lhe demos. ao contrário de ir devagarinho e só depois no segundo mandato é que fazia qualquer coisinha.

passamos a vida a pedir, e quando o temos, a malta ( oh surpresa das surpresas )critíca!

melhor... daqui a 10 anos vamos tar a dizer: " eh pá! o gajo até fez umas coisitas boas!"

pffff

quarta-feira, dezembro 05, 2007 5:44:00 da tarde  
Blogger Carlos Malmoro said...

Sinapse,
:)

império,
Claro que tem de se dar algum crédito às coisas boas. E neste espaço já elogiei as coisas boas do homem. Mas isso não me obriga a ser cego: eu não disse mal do homem; eu só fiz uma constatação.

rui pedro lima,
Ok, continuarei a sonhar.

anónimo,
Eu continuo a esperar e a exigir tudo do homem. Para o bem e para o mal, não posso esperar ou exigir de mais ninguém.

Bruno,
Se tens acompanhado o GR, sabes que eu já disse que ele era o melhor PM desde Cavaco, sabes que já escrevi que é o político melhor preparado em Portugal para exercer o cargo, sabes que eu já disse que Mendes caiu porque o subestimou, entre outras coisas. Mas podia ter dito exactamente o contrário. Chama-se a isto liberdade de opinião, que Sócrates parece não ver com muitos bons olhos, porque, à mínima crítica transforma-se num «animal feroz». Por isso, quando as coisas correm menos bem, delega as explicações no subordinados. Não sei se sabes, mas numa organização hierárquica, o "chefe" pode delegar o poder, a autoridade, o comando etc, mas a responsabilidade é sempre mas sempre do chefe dessa mesma equipa.

Despeço-me com um abraço, ao contrário do teu pfff

quinta-feira, dezembro 06, 2007 12:17:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Carlos, não me tem sido possível acompanhar este blog que tanto estimo e que um dia já fiz parte. É dificil, como sabes, ter uma leitura equilibrada do conjunto de um blog quanto mais de um autor.
Para muita pena minha!

Por isso é que -junta ou injustamente - um post vale por ele mesmo, tal como um comentário e os consequentes debates.

No que toca a este teu post,
a verdade é que lhe noto uma insatisfação apoiada pelos teus argumentos.

Soberbo!

Contudo não concordo com eles e expresso essa não concordancia.
E não, não é a liberdade de expressão ou a democracia que causa ou permite isso, é mesmo a minha ( nossa ) natureza.

E repara: não é inteiramente verdadeiro o que mencionas, apesar no esquema subliminar do modus vivendi da política, ela é uma regra acessível e mais que natural.

Sócrates faz-se sempre acompanhar dos ministros nas suas viagens de propaganda vitoriosa, e é mais que natural que um ministro assuma as suas patacoadas. Ao final, eles estão à frente de um ministério que eles... "ministram".
Para além do mais... os ministros mudam... têm de mudar, às vezes pelas razões mais banais - cansaço da imagem pública por exemplo.

Mas isso é política. E é a política que o povo - na generalidade - descomprometido e de ataques fáceis merece!

A nobilidade quase vitoriana na política que pareces falar, antes de ser posta em prática pelos políticos, tem de ser louvada pelo povo. E isso é uma lição muito longa e sobejamente auto didacta.

Estou apesar de tudo confiante!

e para terminar...

amigo,
é claro que te mando abraços,
pois é sempre um prazer degladiar argumentos! mas não retiro o meu pfff que é apropriado e revelador da minha opinião do que no teu post está declarado. Como se de uma figura de estilo.

dont take it personal... when its not!

:D
confesso que já tinha saudades!

abraços Carlos

quinta-feira, dezembro 06, 2007 10:36:00 da manhã  

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