Passeando pelos media

Campanha do hipermercado Continente que decorre de 25 de Setembro a 31 de Setembro. Por cada 30 eur em compras é-lhe oferecido um cupão Tudo a Ler, depois basta escrever no cupão o nome e a morada de uma escola e colocá-lo numa tômbola.





«Não tendo sido renovado o mandato do actual Procurador já não faz sentido ouvir uma pessoa que deixará as funções a curto prazo»
o meu sofrimento pelas minhas duas selecções: Brasil e Portugal, não tem comparação com qq outro tipo de sofrimento.
os valores das licitações até agora são os seguintes:

Ela – ‘cê sabe benzinho, Nancy anda muito triste.



“(…) Ai de mim! Se a heroína de um romance não for amparada pela heroína de outro, de quem poderá esperar protecção e respeito? Eu não o posso aprovar. Deixemos isso aos críticos, que eles maltratem como bem entenderem tais efusões da imaginação, e que acerca de cada novo romance falem nos esforços gastos com o lixo sobre o qual a imprensa agora se debruça. Não desertemos uns dos outros, somos um grupo maltratado. Embora as nossas produções tenham proporcionado maior e mais profundo prazer do que as de qualquer outro grupo do mundo, jamais outra escrita foi tão denegrida. Por orgulho, por ignorância ou por moda, os nossos inimigos são quase tantos quanto os nossos leitores. E, enquanto o talento da nonagésima pessoa que resume a História de Inglaterra, ou do homem que reúne e edita num volume algumas dúzias de linhas de Milton, de Pope, ou de Prior, com um nota do Spectator e um capítulo de Sterne são elogiados por mil canetas, parece existir um desejo generalizado de denegrir a capacidade e desvalorizar o trabalho do romancista, e de desprezar as execuções que só têm o engenho, o talento e o gosto para as louvar.” p.49-50
Ao ver aproximar o meu último dia de férias, e já com regresso marcado para Lisboa, lembrei-me, para amenizar o choque, de tentar organizar um pequeno convívio entre bloggers: um almoço dominical junto ao Tejo.

imparáveis na sua devassidão, o tema? a indecência católica apostólica. qualquer rapariga que se preze deve ter cuidados especiais com este tipo de moral, a não ser que algum dia decida espantar o mundo.
Etiquetas: Desassossegos, Fernando Pessoa



A Presidente do Conselho Executivo na sua vozinha desafinada, depois de se apresentar, dizia animadamente:
- É a vossa primeira vez e queremos dizer-vos de coração aberto: é uma alegria receber-vos! Eu estou aqui juntamente com todos os directores de turma, todos com uma missão acolher-vos. De seguida vou apresentar-vos os directores de turma e depois, nas mesas aqui ao lado, comeremos um bolinho.
- Schiu, calem-se lá, não se ouve nada! – pai incomodado.
Aqui à minha direita vocês têm o professor Desidério, director de turma do 5.ºA, quem é do 5.ºA ponha o dedo no ar!
No meio das cabeças circunspectas dos pais uns deditos mais magros dançam euforicamente.
- Olá, tás bom? Estás contente por vir prá’qui? – a presidenta interrogando um aluno.
A cabecita abana afirmativa e reluzente e, simultaneamente, pensando: ‘tava farto de ‘tar em casa!
- Esta – a presidenta abraçando alegremente uma mulher alta, simpática e gorda – é a minha querida amiga Maria João e é a directora de turma do 5.º B. Ora mostre-se lá o 5.ºB!
Deditos dançando no ar eufóricos e os pais bastante circunspectos.
- esta porcaria nunca mais acaba! – um pensamento voou para fora da boca de um pai e ele que bem o tentou agarrar.
- Quanto ao 5.º C temos um problema que não é um problema, a professora Graziela não pode vir à apresentação, um problema pessoal impediu-a, peço a vossa desculpa, mas a substituí-la temos aqui o professor Valente, vosso professor de educação física. – continuou informativa a presidenta - quem é do 5.º C?
E novamente uns dedinhos bailando no ar e convidando os pais à dança, enquanto isso um suspira olhando para o relógio:
- mas quando é que isto acaba?
Finalmente o professor Ambrósio, director de turma do 5.º E, a derradeira apresentação e com ele mais uns dedos imponentes e revirados no meio da população escolar.
- É com grande alegria que vos recebemos – continua a presidenta – esperamos que tenham um bom ano escolar, agradeço a presença dos pais, espero a vossa contribuição activa para termos uma escola melhor, isto é para os vossos filhos terem uma escola melhor, e a escola é um local que deve estar aberto à vossa participação, as críticas, os elogios, os problemas dos alunos, etc., deverão vir ao nosso encontro, só assim conseguiremos ser cada vez melhores e para bem de todos nós e fundamentalmente dos vossos filhos. – olhando para o lado direito e abanando a cabeça – bem, como vocês devem estar a reparar eu estou para aqui a empatar conversa, explico-vos a razão é que falta um bolinho numa das mesas e estamos à espera que ele fique pronto – rindo alegremente para a plateia e a plateia rindo também muito e os miúdos deixando saltar a alegria e a amiga da alegria e todos os familiares mais a linhagem geracional alegrota – um dos pais ainda deixa à solta:
- mas esta gente pensa qu’eu não tenho mais nada que fazer!
Entretanto os miúdos já comiam as mesas e os bancos e a toalha de mesa e os enfeites enquanto os pais acalmavam a paciência dando palmadinhas nas cabeças dos rebentos.
Quando a palavra mágica rebentou no ar era vê-los em filinha, arranjadinha e engomadinha, direitos ao bolinho.
O bolinho eram seis mesas recheadas de sumo, pãozinho fresco com fiambre ou queijo, pão no forno recheado de chouriço e queijo, bolo de laranja, bolinhos de coco e um enorme bolo colorido dizendo: sejam bem-vindos!
sentada no canto esquerdo da porta principal, cabisbaixa, aguada, no lado de lá da porta frontal as outras bichanando desassossego. contornando o motivo continuou fazendo de conta de seu taciturnismo, um soturno decadente seguindo um ou outro pensamento ilativo. a outra sentou-se junto dela, as mãos buscando sintomas de nervosismo, os pés desconversando cansaço.
- já estavam a falar de mim, eu sei, esta gente! – ela destronando o conclusivo.
- como sabes que falam de ti? – a outra alheando o reflexivo.
- bichanam e olham pra mim – ela convencendo o obviamente.
- sabes… há dois tipos de pessoas: as que dominam a imaginação e a transtornam criando; e as outras, as que se deixam domar pela imaginação e realmente se perturbam – a outra discreteando o complexo.
- ahum, não percebo nada do que estás a dizer – ela incentivando o imaculável.
- é, deixa lá, mas olha… não imagines o que os outros dizem sem eles to confirmarem por escrito, afinal uma escrita criativa é bem mais interessante do que uma previsível – a outra desvinculando o devaneio.
- eu acho qu’elas ‘tavam a falar de mim e do Ricardo, esta gente não tem mais nada pra fazer.
Ninguém chefia ninguém e os professores até têm medo da palavra director. Ninguém especifica objectivos a atingir. É um deixa andar descoordenado e um cada cabeça sua sentença.
O principal problema da educação e do funcionalismo público em geral, reside aqui.
Ela – meu bem, ‘cê m’explica uma coisa?
Ele – sim, benzinho.
Ela – porque raio a gente tem de pensar todo o dia?
Ele – não tou t’entendo, benzinho.
Ela jogando o fazendo de conta – ‘cê até tá m’entendendo muito bem.
Ele entrando no jogo – é, benzinho, ‘cê tem razão, tou t’entendendo.
Ela – ‘cê vê o esforço intelectual que neurónio desgasta todo o dia, essa gente que não quer trabalhar deveria por olho em meu neurónio, esse bicho é de uma incansibilidade.
Ele – é, benzinho, ele acredita piamente no que há-de ser.
Ela – ‘cê escusa de tentar me convencer do qu’eu sou, com treta motivacional.
Ele – meu bem, isso não é treta motivacional é o que ‘cê essencialmente é: um caso exemplar de determinação.
Ela – ‘cê sabe eu acho que vou emprestar um pouco de meu neurónio prá Nancy.
Ele – Nancy não precisa de seu neurónio, meu bem.
Ela – ‘cê tá enganado! Nancy, por vezes, é ingenuidade gritando por neurónio.
