quarta-feira, setembro 27, 2006

Agosto, Setembro e os cabeças de abóbora


Existe uma cena magistral em que um casalinho circunstancial, numa onda de romantismo mágico, contempla Viena de Áustria a partir do telhado de um imponente monumento. É justamente a consciência dessa magia romântica que alimenta o clímax da cena.

Obviamente ao clímax segue-se imediatamente o anticlimax. Na mesma noite, no mesmo telhado, sobre a mesma Viena de Áustria um deles ousa dizer: "O problema é que amanhã de manhã voltaremos a ser os mesmos cabeças de abóbora de sempre ..."

Para alguns Agosto é assim: o mês de todos os sonhos e de todas as oportunidades e depois lá vem Setembro como um balde de água fria.

Para outros Agosto é uma autêntica travessia do deserto: resta-lhes a imponência das tílias na Lisboa semi-deserta de Agosto. O problema é que no fundo no fundo as tílias são tão imponentes em Setembro como em Agosto. Mesmo com mais gente na rua.

Venham as tenebrosas chuvas de Outubro. No fundo, no fundo, eu já tenho é saudades das minhas nuvens Londrinas.

(Na imagem: o lago Serpentyne com o Palácio de Kensington ao fundo, em Hyde Park, Londres)
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