domingo, julho 23, 2006

Gaiteiros de Lisboa ontem no Porto

Em palco... uma montanha de instrumentos possíveis e imaginários no campo do sopro, da percussão e mais alguma coisa. Os bombos, os pratos, as latas,... predominantemente à esquerda e as gaitas, a trompa, as flautas,... predominantemente à direita. No meio, os tubarões: uma colecção de tubos de PVC cinzentos, convenientemente cortados e alinhados numa estrutura de madeira formando uma oitava, e tocados pela batida de uma espécie de chinelo de esponja. Os sete gaiteiros foram-se passeando pelo palco, saltando de instrumento em instrumento, dando um nó na cabeça do técnico das luzes, que ontem devia estar em dia não - digo eu! -, e gerando alguns (vários!) contratempos logísticos nos entretantos. O vilolino de Manuel Rocha juntou-se ao grupo em algumas músicas.

O público (que não encheu a sala), afectado pelo "snobismo" do espaço - como ouvi alguém dizer no intervalo -, demorou um bocado a aquecer, correspondendo apenas no final das músicas. A comunicação em conversa bem disposta, que tardou a aparecer, facilitou a aproximação e o acompanhamento espontâneo das palmas durante as músicas lá foi surgindo timidamente pelo meio.

Para quem não conhecia o grupo - para mim! - o espetáculo foi uma agradável surpresa - fiquei orgulhosa de ter comprado bilhete - ó pá, Nuno, "obrigados"! A força da percussão, a harmonia dos sopros, a envolvência das vozes, unidos por um espírito de raíz tradicional e salpicados pela exploração de novos sons saídos de instrumentos únicos feitos por medida... - "eu gosto disto!" era o pensamento que me ia assaltando de forma cada vez mais confiante durante o desfilar das músicas em palco, consolidando-se a convicção de que é um espetáculo que vale a pena ver ao vivo.

Resta dizer que ainda não foi desta que "Sátiro" viu a luz do dia, mas que continua ansioso por sair cá para fora.

[A Casa da Música segue em português no próximo dia 30 com Maria João e José Peixoto. E, não sei se já tinha dito, dia 7 de Dezembro há Sérgio Godinho! =)]
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4 Comments:

Blogger BRUNO said...

no estudio onde costumo ensaiar, também por lá ensaia o Fausto.
um dia tivemos quando chegamos, o percussionista havia perguntado ao gestor das salas se não havia problema em deixar num canto as suas armas e munições instrumentais, o que acabou por acontecer. quando chegamos lá estavam elas, uma panóplia de estranhos artefactos, uns inventados, outros modernos outros ainda retirados de um museu de etnologia. ficamos impressionados e apreciámos tocar ao lado daqueles ricos e coloridos meios de comunicação subtil que é a música. os gaiteiros de Lisboa são importantes, e todo a música que se enquadra nesses moldes tem sempre um brilho especial pela confiança que tranpiram, quase transportando no peito mensagens antigas que o tempo insiste em apagar.
acredito que tenha sido um bom concerto.

nota: ele tinha por lá um instrumento peculiar, um tripé de teclado com dois cabos de madeira de machados atados com cabo de telefone. o som que de lá saía era seco e sem brilho algum em particular.

mas com os outros instrumentos... já se sabe. Musica

segunda-feira, julho 24, 2006 9:17:00 da manhã  
Blogger cristina said...

Bruno:
Seja bem aparecido!

Com que então ensaias perto do Fausto! Não queres ir lá perguntar ao senhor quanto tempo mais vamos ter de esperar pelo último cd da triologia?...

Vi Fausto ao vivo no ano passado e foi realmente difícil tirar os olhos do percussionista, tal era a agitação em que ele se movia.

"Musica" - muito bem rematado! =)

segunda-feira, julho 24, 2006 1:42:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

mas não tem de quê cara Crisitina, não tem de quê. ora essa, por quem é? :)

sábado, julho 29, 2006 11:50:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Here are some links that I believe will be interested

segunda-feira, julho 31, 2006 6:11:00 da manhã  

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