quarta-feira, setembro 13, 2006

ingenuidade gritando por neurónio

Ela – meu bem, ‘cê m’explica uma coisa?

Ele – sim, benzinho.

Ela – porque raio a gente tem de pensar todo o dia?

Ele – não tou t’entendo, benzinho.

Ela jogando o fazendo de conta – ‘cê até tá m’entendendo muito bem.

Ele entrando no jogo – é, benzinho, ‘cê tem razão, tou t’entendendo.

Ela – ‘cê vê o esforço intelectual que neurónio desgasta todo o dia, essa gente que não quer trabalhar deveria por olho em meu neurónio, esse bicho é de uma incansibilidade.

Ele – é, benzinho, ele acredita piamente no que há-de ser.

Ela – ‘cê escusa de tentar me convencer do qu’eu sou, com treta motivacional.

Ele – meu bem, isso não é treta motivacional é o que ‘cê essencialmente é: um caso exemplar de determinação.

Ela – ‘cê sabe eu acho que vou emprestar um pouco de meu neurónio prá Nancy.

Ele – Nancy não precisa de seu neurónio, meu bem.

Ela – ‘cê tá enganado! Nancy, por vezes, é ingenuidade gritando por neurónio.

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