não há festa como aquela - impressões de uma estreante [I]

A Carvalhesa

Dia1 – Chegados ao local. Tendas montadas. Sentados no chão olhando o programa para decidir o que fazer. De repente começa-se a ouvir qualquer coisa... “Vamos dançar!” – dizem ao meu lado. “???!!!...” – penso eu. Levanto-me e vou atrás dos outros...
ta-tarara-tataaa tata-tarara-tataara ta-tarara-tataaa tata-tarara-tarara...
Tudo aos pulos e aos saltos, braços dados a cantar. “O que é que lhes deu?! Está-se tudo a passar!” – pensava a única pessoa ignorante lá no meio – eu!

Dia2 – Fim do concerto dos Xutos...
ta-tararatataaa tata-tarara-tataara ta-tarara-tataaa tata-tarara-tarara...
O mar de gente que estava a assistir ao concerto como que ganha ondas... Todos aos pulos e aos saltos, braços dados a cantar.

Dia3 – Inicio da tarde, sentada à sombra em frente a um dos pavilhões...
ta-tararatataaa tata-tarara-tataara ta-tarara-tataaa tata-tarara-tarara...
Saem da cozinha, de avental e luvas postas e juntam-se ao homem que esta a grelhar a carne. Todos juntos em volta do fogareiro aos pulos e aos saltos, braços dados a cantar. É bonito de ver!
Dia3 – Encerramento da festa...
ta-tararatataaa tata-tarara-tataara ta-tarara-tataaa tata-tarara-tarara...
E meia dúzia de Carvalhesas depois, feliz e contente, também eu lá ando aos pulos e aos saltos, braços dados a cantar. É realmente contagiante!

Vamos então às explicações: A Carvalhesa é um tema popular transmontano que, em 1985, depois de alguma busca, foi adoptado pelo PCP para a campanha eleitoral, recebendo um novo arranjo. Ao longo dos anos foi-se tornando uma espécie de hino da Festa do Avante, sendo tocada na abertura e no encerramento dos palcos. As gaitas anunciam muito ao de leve e logo dão lugar aos bombos, tambores e baixo, que fazem como que um chamamento ao qual o pessoal atende rumando para a frente do palco, entram as flautas com a melodia
ta-tararatataaa tata-tarara-tataara ta-tarara-tataaa tata-tarara-tarara...
e... desata tudo aos pulos e aos saltos, braços dados a cantar.