quinta-feira, julho 31, 2008

Armistício

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may i feel said he

may i feel said he
(i'll squeal said she
just once said he)
it's fun said she

(may i touch said he
how much said she
a lot said he)
why not said she

(let's go said he
not too far said she
what's too far said he
where you are said she)

may i stay said he
(which way said she
like this said he
if you kiss said she

may i move said he
is it love said she)
if you're willing said he
(but you're killing said she

but it's life said he
but your wife said she
now said he)
ow said she

(tiptop said he
don't stop said she
oh no said he)
go slow said she

(cccome? said he
ummm said she)
you're divine! said he
(you are Mine said she)

e. e. cummings

imagem: Egon Schiele, "Die Umarmung"

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Há guerras e guerras

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... ou Esta

Budweiser

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Ai! Se Todas As Guerras Fossem Como Esta

Bar Refaeli

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tivera eu o dom da multiplicação...

Ollin Kan Portugal
31, 1 e 2 - Vila do Conde

Galaicofolia
1, 2 e 3 - Esposende

Intercéltico de Sendim
1, 2 e 3 - Sendim / Miranda do Douro

L Burro i l Gaiteiro
3 a 6 - Miranda do Douro

Andanças
4 a 10 - Carvalhais / S. Pedro do Sul

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Constatações

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Estarei na primeira fila


Nunca se deve perder uma estreia.

Estou morta de curiosidade. E estou a falar a sério.

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Provocações (3)

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quarta-feira, julho 30, 2008

Fotos geniais [3]

Coltrane on soprano, 1963, Roy DeCarava

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Comes a time...

when you settle down, assim cantava Neil Young, se não me falha a memória. Estou em crer que foi o que o senhor da fotografia fez. E é por isso que eu gosto do Mick Jagger. Pelo menos, e mesmo tendo sido agraciado por Sua Alteza Real, a Rainha Isabel II com o título de Sir, continua selvagem. Atentem só no cabelinho arranjado do senhor aqui em baixo. Terá feito uma mise?
Quem será o cromo?
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Running in the family

Para terminar, o efeito-balão. Quem consegue dizer o nome desta famosa ex-elegante?
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O que não vale uma boa dieta!


E agora, mais difícil (espero eu!): quem é esta mulher, detentora de uma das mais poderosas vozes do início dos anos 80?
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Eunice Muñoz


Eunice Muñoz confessou hoje que não gosta de apagar apenas duas velas, apagará hoje 80, na sua festa de aniversário. Parabéns, Eunice!

Imagem daqui
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Pior a emenda

Um desafio aos leitores do GR: quem consegue adivinhar o nome da pessoa está por baixo desta intervenção cirúrgica?
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A matemática explica

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Mariza no Portugal Profundo

Já há algum tempo que não assistia a um concerto (olá Cristina!).

A música sempre fez parte da minha vida, sempre senti curiosidade (na adolescência mais que agora, o tempo é outro) em saber quem anda a fazer o quê, postura essencial para nos mantermos actualizados seja em que domínio for.

Há dias surgiu um convite irresistível para assistir a um concerto de Mariza, no âmbito da tournée Terra, patrocinada pela Caixa Geral de Depósitos, e lá fui eu.

Notas sobre o concerto:

- se os números da organização forem verdadeiros encontravam-se no recinto 60.000 pessoas;

- a Mariza que eu vi era uma formiga bem acompanhada e arranjada;

- as pessoas que me rodeavam? Lisboetas que estavam de férias na província, entre outros, e uma adolescente algo irritante que levou grande parte do concerto a tecer considerações altamente “qualificadas” acerca da actividade fadista.

- o alinhamento musical da tourné privilegiou essencialmente músicas mais antigas.

- destacaram-se os temas: “Nem às paredes confesso” (com o público a acompanhar); “Ó Gente na Minha Terra” (a cantar no meio do público); “Rosa Branca” (acompanhamento do público); “Barco Negro” (extraordinária), “Diga lá ó Senhor Vinho”, “Feira de Castro” (ambas um exercício de alegria e vivacidade).

- nota negativa: o exagero do timbre no “Fado Primavera”. Os ahhhhs intermináveis pretendem revelar perícia vocal, mas tornam-se maçadores.

- Mariza aprendeu com Amália que um artista para ser verdadeiramente popular precisa de cantar para o povo profundo, daí que o folclore deva fazer parte do alinhamento (Feira de Castro e Diga lá ó senhor vinho – lá estavam). Talvez a razão de ser da sua popularidade também resida nesta postura, mas também porque é das poucas fadistas da nova geração cuja digressão contempla as feiras comerciais/industriais do país.

Já há muito tempo que não estava cerca de uma hora e meia a ouvir alguém cantar, no meio de tanta gente e com tanto gosto.

Pelo facto de me teres seduzido a sair do casulo: Bem-hajas Mariza!

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Provocações (2)

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terça-feira, julho 29, 2008

Cinco anos mais perto

A 29 de Julho de 2003, lá decidi publicar aquilo. O texto já estava escrito. Naquela altura o pudor em mostrar o que escrevia era tanto que primeiro alinhavava as ideias no papel, depois passava no Word e finalmente é que copiava o texto para o blogger. Mais tarde, passei a escrever só no processador de texto e depois publicava o post. Causava-me calafrios a ideia de a gramática ser atropelada por causa da pressa. Com o hábito, comecei a escrever e publicar directamente no blogger. E admito que com essa nova e mais apressada forma de postar o Português tenha sofrido.
Há 5 anos a blogosfera em Portugal dava os primeiros passos. Quem começou por essa altura, sabe que o blogger não permitia caixas de comentários, sabe que quase era necessário ser programador para colocar imagens e que só um técnico especializado em templates sabia fazer um link ou uma barra lateral com as preferências [blog roll]. No entanto, eu já apanhei a vaga de crescimento do blogger: em menos de um ano tornou-se fácil fazer tudo isso. Consequentemente, a aparência dos blogs uniformizou-se.
Os media tradicionais reagiram com desconfiança ao advento da blogosfera. Pedro Rolo Duarte dizia ser contra os colunistas, como por exemplo Pedro Mexia que na altura mantinha o Dicionário do Diabo, que tinham espaços na imprensa escrita e que abriam blogs, retirando «audiência» às outras vozes que não tinham acesso aos jornais como autores. Essa foi uma das maiores polémicas da blogosfera, sendo que não tinha nenhum motivo para sê-lo, uma vez que PRD não disse mal da blogosfera em si. Mais tarde foi a vez de Vasco Pulido Valente escrever uma crónica sobre blogs. Primeiro, ao seu estilo, ou seja, que éramos todos uns miseráveis, mais tarde a enamorar-se pelo encanto destes bichinhos até abrir um estaminé. A tendência foi sendo cada vez mais esta: a aceitação de um fenómeno que veio para ficar, sendo que aqui a democratização do espaço não significou a possibilidade de acesso dos menos ouvidos ao blogger, estes já tinham o seu espaço na blogosfera, mas antes a crescente apetência que os opinion-makers, políticos e gente com mais poder público mostraram por criar um espaço destes.
Cinco anos depois sei apenas alguma coisa sobre blogs: a principal razão para alguém carregar no botão «publicar» pela primeira vez é criar algo diferente. Esta á para mim a maior das virtudes dos blogs. Se é verdade que os blogs também ajudam a manter hábitos de escrita regulares, o tentar fazer diferente preside a todas as motivações. Outra coisa que os blogs proporcionam é um conhecimento cultural mais vasto: já comprei discos de bandas que o André meteu no videopost a rodar, já li livros de autores que não conhecia até, por exemplo, a Leonor e a Vera terem copiado excertos deles aqui para o GR. Sei mais sobre música, livros, quadros, filmes hoje do que sabia há cinco anos, não só, mas também por causa da blogosfera. E acima de tudo as pessoas.
A blogosfera faz-nos ficar mais perto das pessoas. Travamos conhecimentos, entramos e polémicas, fazemos jantares, desburocratizamos relações, mandamos vir livros de uma cidade que um amigo vai visitar, o gestor fala com o filósofo, o cronista com a professora. Até agora foram cinco anos a escrever. Foram cinco anos a ficar mais perto das pessoas.
A quem me acompanha na viagem, o meu sentido obrigado pela companhia. Bem-hajam.

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Guerra é guerra

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Provocações (1)

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é só uma...

milhentas anedotas que assentam na eterna guerra dos sexos, nas alegadas diferenças comportamentais e características dominantes. Não nos chegava o mês para as desfilarmos todas. Mas, com vossa licença, deixo, quase no fim, só uma que achei deliciosa:

O homem, sentado no sofá em frente à televisão...
- Ó Maria, vai-me buscar uma cervejinha antes que comece...
A mulher deixa o serviço e vai prontamente à cozinha buscar uma fresquinha.

Pouco depois...
- Ó Maria, vai-me buscar outra cervejinha antes que comece...
A mulher larga, novamente, as suas lides e atende o pedido do marido.

Pouco depois...
- Ó Maria, vai-me buscar mais uma cervejinha antes que comece...

A mulher deixa, mais uma vez, o trabalho e... dirige-se ao marido...
- Ó Manel, eu estou a trabalhar, tu estás aí refastelado no sofá a ver televisão e só pedes cervejas atrás de cervejas à espera que eu tas vá buscar... Já chega! Queres cerveja, vais lá tu buscá-la!

O Manel...
- Pronto, já começou...

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A moral e os bons costumes

Depois disto ainda vai ser imposto um dress code nas praias.

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O valor de uma vida

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segunda-feira, julho 28, 2008

Mitos

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domingo, julho 27, 2008

Dez posts sobre economia

Quando se compara Portugal com outros países que também saíram de níveis de desenvolvimento idêntico, os políticos gostam de referir a Espanha e a Irlanda como exemplo a seguir. É inegável o boom económico destes dois países, mas as razões apontadas - o aumento da produtividade, reforma do Estado e a aposta na formação - parecem-me insuficientes para se compreender tais fenómenos.
Para além desses três indicadores, existiram outros dois que contribuíram de forma decisiva para o inegável crescimento das duas economias. Primeiro um reajustamento social e depois uma aposta na produção de bens transaccionáveis de alto valor acrescentado (eu traduzo depois).
Vamos por partes. Portugal necessita urgentemente de alargar a sua classe média em centenas de milhares de pessoas. Não é possível desenvolvermo-nos com 20% dos cidadãos a viverem na pobreza. Não é possível imaginar qualquer sucesso económico quando, como demonstrou um estudo, existem pessoas que trabalham que são pobres. Não é possível termos empresários que contratam pessoas remunerando-as pior do que se estas tivessem a receber do subsídio de desemprego. Não é possível um soldador de Viana ir para Vigo (80 Kms de distância) ganhar o triplo do salário por executar exactamente as mesmas tarefas, numa empresa similar e com mais regalias, como acontece actualmente com os estaleiros de Viana e Vigo. Portugal tem urgentemente de alargar a sua classe média, não só em número como também em profundidade.
Assim, urge criar empregos de qualidade: bem remunerados, qualificados, e que contribuam para o aumento da produtividade. Para que possa suceder aquilo que penso fazer falta: criar um milhão ou milhão e meio de empregos de classe média, sem destruir os já existentes. Estes empregos não poderão ser encontrados no Estado, que já está estrangulado, mas sim em empresas. De preferência em empresas de bens transaccionáveis de elevado valor acrescentado.
Sugiro agora uma comparação entre o PSI-20, o principal índice bolsista português, o DAX e o Dow Jones, os índices de referência das maiores economias mundiais: a alemã e a norte americana, respectivamente. Para além do volume e da capitalização, há uma diferença substancial em relação ao português: o tipo de empresas que os constituem. Assim, na bolsa portuguesa encontramos empresas de serviços, distribuição, telecomunicacões, energia. Que quase se limitam a operar em Portugal. Os outros dois índices são constituídos, na sua maioria, por empresas que produzem bens que todos nós necessitamos: carros, aviões, computadores, pneus, material de escritório, refrigerantes, alimentos, electrodomésticos, produtos de higiene, vestuário desportivo, medicamentos, enfim, uma miríade de produtos que necessitamos quotidianamente e que nos levam a importar, importar, importar.
Portugal tem de começar rapidamente a produzir os bens que consome e que possa comercializar com o exterior. Com design, com qualidade, isto é, produtos transaccionáveis de elevado valor acrescentado. Essa produção teria de ser feita com empresas dinâmicas, modernas, que procurassem a excelência e que, por terem esses atributos, criassem empregos de qualidade que poderiam alargar a classe média em quantidade e em profundidade. Com o aumento desta, existiria mais riqueza, mais consumo, mais investimento e mais poupança. Logo mais impostos para o Estado, mais lucros para as empresas e melhor qualidade de vida para os cidadãos.
Para finalizar, que já não vai curto, resta dizer que a Espanha e a Irlanda desenvolveram-se exactamente porque criaram mais e melhor classe média. Este fenómeno conseguiu-se não através da supressão dos rendimentos das classe mais altas, mas através de um upgrade social das classes mais desfavorecidas com o aparecimentos de postos de trabalho bem remunerados. De uma coisa não devemos ter ilusões: com vinte por cento de pobres, sem classe média e com as principais e mais fortes empresas a não apostarem naquilo que consumimos não vamos a lado nenhum. Com défice ou sem ele.

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Sensibilidade e bom senso

Alberto João Jardim brindou o contenente e os cubanos com mais uma das suas investidas. Desta feita foi Sócrates o seu principal alvo, antes foi o Sr. Silva, os jornalistas, o dito lobby gay e e tantos outros que nem vale a pena enumerar. Não sou sequer simpatizante do PSD mas começo a compreender que os seu líderes não se queiram conviver com Alberto João Jardim. Qualquer pessoa com um mínimo de formação e bom senso o quereria à distância. A obra feita não apaga a grosseria do linguajar ofensivo.
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eu devo ser homem...

O homem tem dentro dele uma espécie de snoopy que chega a casa e se senta no sofá a ler o jornal, a ver televisão e que ninguém lhe fale nem de dinheiro nem de problemas - ter o seu tempo - e a mulher deve respeitar isso porque é da genética masculina.

Os homens não têm aquela mola que nós temos dentro de nós que às 20h levantamo-nos onde quer que estivermos a ver o telejornal e vamos para a cozinha fazer o jantar.

Paula Bobone,
na semana passada num dos programas da Prova Oral (Antena3)


Hummm... eu devo ser homem e ninguém me avisou...

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Dia de Bahia

Ontem foi dia de Bahia. Dia de Itaparica, dia de Bahia de Todos os Santos e de Quase Todos os Pecados, dia de Recôncavo e da Cidade Baixa. Dia de João Ubaldo Ribeiro e de Caetano também. Grisalho, acompanhado apenas da sua presença inigualável e do violão, Caetano foi único, a prova de que o talento se aprimora com a maturidade.

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Microondas

Há algum tempo atrás assisti incrédula a uma definição muito especial, o significado alternativo da palavra microondas no Rio de Janeiro, qualquer coisa do género:
"enrolam um cara em arame farpado, regam com gasolina e o colocam dentro de uma fila de pneus, depois incendeiam ele".
O carioca que explicitava o significado desta palavra sorria, brincava e murmurou no fim: "é, tem muita violência no Rio, muita violência mêmo, a gente se acostumou a ela."
Ao que parece a banalização da violência extrema aliada à relatividade da noção de mal são duas constelações de resolução muito complicada, um dos seus principais problemas reside na concepção ideológica da sociedade e o politicamente correcto da esquerda (desculpabilização dos criminosos, multiculturalismo) e da direita (o relativismo de soluções reivindicadoras de mais segurança alheadas dos contextos).

Nota: Neste momento devoro uma obra fabulosa:
NEIMAN, Susan (2005). O Mal no Pensamento Moderno uma História Alternativa da Filosofia. Lisboa: Gradiva.

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O escritor e o boteco


Um dos meus escritores brasileiros preferidos já falado aqui. Prémio merecido.
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Prémio Camões 2008

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sábado, julho 26, 2008

Fotos geniais [2]

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Yes you are

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O pensionista


Mick Jagger faz hoje 65 anos. Na idade da reforma, o que lhe conferirá uma pensão de 85 £ por semana de acordo com a lei britânica, o pensionista continua a dar cartas e, ao contrário de muitos, ostenta com indiferença os traços inequívocos de tantos anos de vida e de muitos outros de sexo, drogas e rock'n'roll. A passagem do tempo não deve ser mito. Parabéns, Mick!

Imagem daqui
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Waste not

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Apatetada curiosidade


Por aqui, alternando entre potentíssimos raios ultra-violetas e valentes cargas de água, dei comigo a pensar que não tenho notícias sobre a silly season portuguesa. Não tenho uma informação. Zero. E logo ontem, que podia ter passado pela loja portuguesa da rue du Noyer e comprado uma revista cor-de-rosa, logo havia a minha cabeça de estar longe desses pensamentos e apenas preocupada com a compra do jantar feito na feira que tenho por hábito visitar no último dia da semana.

Será que ainda estão na moda aqueles corpos horrorosamente queimados a que eles chamam bronzeados? Será que as mulheres portuguesas continuam cada vez mais louras de tanta madeixa? Será que usam todas aquelas túnicas que estão super na moda, cheias de franzidos e elásticos, tipo sacas de batatas? Será que ainda aparecem aqueles senhores de meia-idade vestidos com calças vermelhas?

Mal posso esperar por chegar a Lisboa e entrar no cabeleireiro para cortar o cabelo atracada a um monte de Caras, Vipes e Luxes!
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sexta-feira, julho 25, 2008

Fotos geniais [1]


Picasso, Cannes, 1965 - Arnold Newman

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Apito final, parágrafo [8]

Freitas do Amaral considera o comportamento de Gonçalves Pereira ofensivo para “o princípio do Estado de Direito Democrático e o princípio constitucional da imparcialidade no exercício de funções públicas”, classificando ainda a “decisão de encerramento” da reunião como um “acto nulo e de nenhum efeito”. Já o Presidente do Conselho portista de Justiça ficou algo “admirado” com o parecer.


Parecer completo do Professor Freitas do Amaral aqui (PDF)

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Férias

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Guerras e Fogachos

milhões de pessoas queixam-se por não terem o que comer ou água para beber; os palestinianos queixam-se porque não os deixam construir o seu próprio estado; os tibetanos queixam-se da repressão chinesa; os albaneses do kosovo queixam-se do orgulho sérvio que os coloca como seres inferiores; os católicos da irlanda do norte queixam-se por serem obrigados a servir um estado que não consideram o seu; os homossexuais queixam-se por não terem os mesmos direitos civis do que os outros; os ciganos da quinta da fonte queixam-se porque têm que viver com os pretos; e por aí em diante, numa lista que bem facilmente se tornaria interminável….

as mulheres queixam-se porque os homens não baixam o tampo da sanita!

do you really think you’ve got a case?

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Totalmente de acordo

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quinta-feira, julho 24, 2008

God knows

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quarta-feira, julho 23, 2008

É a economia estúpido!

George W. Bush deixa atrás de si um legado de momentos para mais tarde recordar.

A história deste vídeo que anda a atravessar o Planeta é curta:

1 - O presidente dos Estados Unidos da América resolveu falar de forma mais descontraída com os jornalistas sobre a crise económica.
2 - Aos jornalistas foi pedido que desligassem as câmaras.
3 - George "king of the jungle" W. Bush falou então.
4 - Os assessores da Casa Branca continuam à procura do (ou dos) repórter(es) que disse(ram) 'talvez'.

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Comoções

Eu cá só me comovo com louça se a partir. E tem de me cair em cima dos pés antes de se estatelar no chão.


Ao lado: extracto da entrevista de Ana Gomes ao jornal Sol (edição do passado fim-de-semana).
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No comment, como no Euronews


Protestos de ontem de manhã, junto aos Paços do Concelho do Porto, contra o plano de requalificação do bairro do Aleixo.

Imagem daqui.
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O economicismo

A corrente do economicismo pretende convencer-nos da necessidade premente da mudança de matriz, assim, em vez de um conceito contrapõe o seu equivalente, contudo, ambos encerram "irrealidades" profundamente antagónicas:

- identidade nacional versus identidade regional - os países não existem, existem sim oportunidades de negócio, daí que não é de todo estranho, por exemplo, a defesa da união com Espanha;
- ética versus moral - postura ética é algo profundamente antagónico à postura moral. A ética impede-me de negociar com assassinos a moral "relativiza" a oportunidade de negócio;
- país versus comunidades económicas - é profundamente perturbador que estejamos sempre a confrontar-nos com as normas europeias e as especificidades culturais de um determinado país, a ASAE é só uma das partes visíveis do Iceberg;
- cultura local versus cultura global - é interessante o quanto perspectivas culturais estrangeiras são importadas como se o seu valor fosse profundamente superior à nossa cultura. Perturbador, também, o discurso de mau-estar português de um certa esquerda e direita que contribuem para a transformação deste tipo de discurso em senso-comum;
- língua materna versus língua global - transmitida sabiamente através do discurso: "tens de saber inglês como a tua língua materna", se olharmos para a história da humanidade e para os sucessivos impérios, seria interessante perceber que Babel se tinha, afinal, transformado no paraíso de uma só língua;
- especificidades locais versus especificidades regionais - os países como sinónimos de aposta numa área específica, aposta no desenvolvimento turístico, caso português;
- violência versus segurança - a violência é traduzida numa palavra: imigrantes o remédio é a Lei da Imigração e o reforço da Segurança.

Daí que o discurso da crise esteja sempre presente como pano de fundo, é o discurso da crise que fundamenta a necessidade de reformulação de instituições, que para esta corrente são oportunidades de negócio, exemplos: saúde, educação, serviços diversificados tradicionalmente no universo de gestão estatal.
O mundo para a corrente economicista é muito simples: se existe oportunidade de negócio eu estou lá! Estarmos indiferentes a este discurso, como se o mundo não fosse da nossa responsabilidade, poderá traduzir-se numa frase simples: "o prazer individual é o ópio da contemporaneidade".

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uma casa portuguesa: Danças Ocultas no FMM

dancasocultas_250Em palco, quatro cadeiras, ladeadas por quatro (na verdade, cinco!) concertinas aguardam a entrada de quatro músicos... Eu aguardo também expectante. Conheci o projecto por acaso, gosto da sonoridade, conheço algumas músicas... nunca os vi ao vivo. Entram silenciosos, contrastando com os aplausos do público... Um breve momento para sentar e abraçar a concertina, troca de olhares e soam as primeiras notas. Nada mais se ouviu do palco para além do som das concertinas, mas viu-se e sentiu-se muito mais do que isso...

dancasocultas2_250

Atrás dos músicos uma tela branca vai ganhando formas e imagens. A tela una divide-se e também a imagem acompanha a melodia, o contributo e a interpretação de cada uma das concertinas: os silêncios, os fortes e os fracos alimentam imagens rurais e movimentações cosmopolitas que se quedam, aceleram e abrandam.

Voltando às quatro cadeiras, nelas estão agora sentados quatro músicos que dão vida às concertinas inicialmente inertes. As notas e ritmos diferenciados formam um conjunto harmonioso. Mas este todo unificado tem ainda personalidade própria pois atrás de cada concertina continua a estar um músico. E é delicioso observar a entrega de cada um, a expressividade e a concentração, a energia e a contenção, a emotividade pessoal partilhada numa cumplicidade de olhares e sorrisos.

dancasocultas3_250Artur Fernandes mais contido, Filipe Ricardo mais expressivo (com a sua concertina-baixo "gigante"), Filipe Cal mais enérgico e Francisco Miguel mais concentrado fazem soar as notas e os foles das suas concertinas em viagens e paisagens sonoras diversas, musicando silêncios e movimentações ainda por descobrir... - Danças Ocultas!

E, no domingo, em Porto Covo, vi-me no meio de um público que soube acolher e aplaudir, acompanhando os momentos mais enérgicos e respeitando os momentos mais introspectivos.


fotos: Carlos Santos

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terça-feira, julho 22, 2008

Muito para além da música

Como sou confesso e orgulhoso fã de cada palavra que Cohen escreve e canta, pensava que era uma subjectividade própria de admirador ter achado que o que viu, e essencialmente o que viveu, no sábado passado não tenha termo de comparação com nada do que até então assistiu. Para tirar tais dúvidas e também para não fazer um balanço em que me limitasse a debitar elogios ao senhor, convoquei os jornais para me ajudarem a ser mais objectivo.
No IOL Diário, dizem que foi "um espectáculo tão inesquecível para quem assistiu como, pelas suas palavras, para o próprio Cohen: «Thank you for this memorable evening!»" . O Diário de Notícias da Madeira afirma que "Cohen cantou "Bird on the wire" como se fosse uma oração, embalou o público com "Take this waltz", recordou "Hallelujah" e "Suzanne" em momentos de fazer arrepiar os mais distraídos." O JN não se poupa: "A partir daí é um abuso de deslumbre: "Suzanne", "The gipsy wife", "Hallelujah", "I'm your man", "Take this waltz", "Firts we take Manhattan", "Sisters of Mercy" ou "I tried to leave you". Há encores pelo meio, o público esmagado pela magnificência desta música enorme. Leonard Cohen não mais deverá cá voltar. Felizardos são aqueles que testemunharam tudo isto." O DN, para esclarecer o leitor ao que vai, abre a sua notícia desta forma: "Cantou, dançou, tocou, falou, disse poemas em tom de oração e outros num registo de protesto, elogiou a música portuguesa, sorriu muito e no fim agradeceu uma "noite memorável". Quem o viu - e foram cerca de nove mil - não vai esquecer aquele que foi um dos melhores concertos dos últimos tempos em Lisboa." E o Destak conclui que "For he's touched your perfect body, with his mind. As palavras, sussurradas por 10 mil pessoas, em Suzanne, transmitiam na perfeição o sentimento que tomou conta, sábado, de uma plateia rendida e avassalada, ao ar livre em Algés, numa noite de Verão que superou qualquer expectativa."
Após este pequeno apanhado de notícias, sou levado a crer numa de três coisas: ou o senhor nos enganou a todos muito bem, ou as redacções dos jornais estão cheias de fãs incondicionais de Cohen, ou aquilo que se passou em Algés no Sábado foi mesmo muito especial. Não me restam dúvidas em qual acreditar.

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Eu é que sou uma escrava moderna!


De certa forma, o destino das raparigas na casa dos trinta ou quarenta anos corre o risco de ser pior do que o meu. Quando casei, o que de mim se esperava, além da procriação continuada, era que passasse o dia a arrumar a casa, a cozinhar pratos requintados e a vigiar a despensa. Hoje, a estas tarefas vieram juntar-se outras. As mulheres modernas são também supostas ser boas na cama, profissionais competentes e estrelas nos salões. Mas isto é uma utopia. Nem a mais super das supermulheres pode levar as crianças à escola, atender os clientes no escritório, ir à hora do almoço ao cabeleireiro, voltar ao escritório onde a espera sempre um problema urgente, fazer compras num destes modernos supermercados decorados a néon, ler umas páginas de Kant antes de mudar as fraldas do pimpolho, dar um retoque na maquilhagem, telefonar a três "babysitters" antes de arranjar uma, ir ao restaurante jantar com os amigos do marido, discutir a última crise governamental e satisfazer as fantasias sexuais democraticamente difundidas pelos canais de televisão. Estou a falar, note-se, de mulheres socialmente privilegiadas. A vida das pobres é um inferno sem as consolações de que as suas irmãs de sexo, apesar de tudo, usufruem.

Maria Filomena Mónica, via.

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segunda-feira, julho 21, 2008

niente but caipirinha

Uma entrevista feita por Jô Soares a Toquinho, vista há pouco no cabo através da Globo, lembrou-me que as férias estão à porta, a única altura em que a maioria dos portugueses se esquece de se lembrar da crise. Tarde em Itapuã é um hino ao dolce fare niente que se aproxima.

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domingo, julho 20, 2008

O pecado mora ao lado

Nas leituras de fim-de-semana apeteceu-me fazer um exercício algo simplista, comparar duas primeiras páginas de dois semanários: Expresso e Sol e tentar perceber que tipo de mensagem ideológica perpassavam.

Primeira página do Expresso:

“A vida de António Estrela autor do tiroteio de Loures” – tema: violência, insegurança.

“O que a bolsa perdeu dava para dois aeroportos e dois TGV… e ainda sobrava” – inocentemente surge antes deste título a palavra Crise (cinzento claro) – tema: crise económica.

“Plano tecnológico exportado para a Venezuela” – apologia do governo a competir no mercado global, como uma empresa. Tema: globalização

“Deputados visitam central nuclear” – tema: energia. Globalização: competição, investimento.

“Cavaco promulga acordo ortográfico” – tema: Portugal. Língua normalizada como oportunidade de negócio.

“Passos Coelho diz-se ‘excluído’ do PSD” – tema: político liberal.

“Fim do voto por correspondência” – tema: emigrantes.

“CDS foi o mais produtivo na AR” – tema: política liberal.

“Vieira de Carvalho critica ministro” – tema: oposição ao governo.

Primeira página do SOL:

“Manuela Ferreira Leite – Aeroporto de Alcochete é irreversível” - tema: investimento. MFL direita com consciência social.

“Mário Lino força Fernando Pinto a ceder na TAP” – tema: política laboral. ML esquerda e consciência social.

“Portugal arresta bens de Jean-Pierre Bemba” – tema: justiça e direitos humanos.

“Carta a El-Rei Dom Manuel sobre o Achamento so Brasil” – colecção de clássicos portugueses contados às crianças. Tema: cultura portuguesa.

“Rui Moreira fala da sucessão de Pinto da Costa” – tema: norte versus sul

“Santana desafia Portas a esclarecer falsidade” – tema: confronto político

“O que é a terapia quântica” – tema: ambiente?

“Líder da ONU escreve sobre salvação do Planeta” – tema: ambiente.

1.ª hipótese de trabalho: será que o Expresso se pretende assumir como representante do liberalismo económico e o SOL representante da direita mais conservadora e com consciência social?

Quais são os políticos que simbolizam estas correntes?

- no PSD Pedro Passos Coelho, e, obviamente, Paulo Portas (ambos na primeira página do Expresso na coluna da esquerda, letras pequenas, assumidamente?).

- no PSD MFL simboliza a direita conservadora com consciência social (assumidamente pois aparece em destaque em fotografia de perfil – o perfil dissimula a idade de MFL?)

2.ª hipótese de trabalho: a cisão entre José António Saraiva e Francisco Pinto Balsemão terá sido uma cisão de linha ideológica do semanário Expresso?

3.ª hipótese de trabalho: quais são os valores veiculados pelo Expresso e pelo Sol?

Expresso – notícias ao serviço da economia globalizada? Indivíduos, consumidores e não cidadãos?

Sol – notícias ao serviço do confronto político, dos valores éticos e de Portugal? Consciência social, ética, o questionar de posições rígidas?

Agora, se não se importam vou ali dar um mergulho que a teoria da conspiração está prestes a tornar-me numa cidadã “deslumbrada com o poder mediático do GR” (ver “Ter razão não basta” de Fernando Madrinha, p. 9, Expresso) ou de como o “Novo Expresso” pretende veicular a ideologia democrática “Para ter razão basta calar o bico”?

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sábado, julho 19, 2008

"There is a crack in everything / That's how the light gets in"*

Musicalmente falando, hoje talvez seja um dos dias mais importantes da minha vida. Vou assitir ao concerto de Leonard Cohen. O cantor canadiano desloca-se a Portugal para um concerto único a ter lugar no Passeio Marítimo de Algés.

Se procuram em Cohen uma voz certa, límpida, com técnicas vocais de sobe e desce nas escalas ou um utilizador exímio de graves e agudos, esqueçam-no de vez. Nada em Cohen é agudo. Tudo é grave. A voz de Leonard Cohen não tem nada de musical. Tem apenas toda a alma do mundo lá dentro.

Se procuram na música de Leonard Cohen ritmos exuberantes, guitarras com tecnicismos dos brinca-na-areia ou um músico que se limita a fazer bem um estilo, esqueçam-no. A música de Cohen não se compadece com tais perfeições. A música dele é imperfeita. Como a vida.

As letras de Cohen não são letras. São poemas dos mais perfeitos alguma vez feitos. Falam de amor, de morte, de política, de depressão, de alegria, da crença, de ser. Mais do que falar, os poemas de Cohen são tudo isso. E tudo isso é apenas a vida no que de mais profundo tem para oferecer ao ser humano.

Bem-vindo, Mr Cohen. Obrigado por esta última oportunidade. E, logo à noite, vamos deixar a sua Sabedoria entrar nas nossas almas. Uma vez mais.
*Anthem - Leonard Cohen



PS: Parece que por aqui quiseram fazer uma "guerra" ou um "derby"entre o que era melhor: Lou Reed ou Cohen. Como se não fossem os dois gigantes. Como se fossem Sporting e Benfica. Até contaram quantoas entradas no Google tinha cada um. Vejam-nos AQUI na cerimónia de entrada do cantor canadiano para o Rock and Roll Hall of Fame. Cohen a dizer que é fã de Reed desde sempre e Reed a dizer que é uma sorte estar vivo ao mesmo tempo que Cohen. Por vezes somos mesmo muito pequenos.

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Portugal também é Mundo...

Começou na passada quinta-feira e dura até dia 26 o Festival Músicas do Mundo de Sines - FMM. Muita música... muito mundo... nomes imponentes dentro da área recheiam o cartaz desta décima edição do FMM. A minha ignorância não me permite conhecê-los... Ainda assim, espero estrear-me este ano com uma curta passagem pelo Festival. E, apesar da imponência dos nomes internacionais, e porque Portugal também é Mundo, o meu móbil é: Danças Ocultas [aviso: estes links contêm concertinas! ;)].

Portugal no Mundo ou o Mundo em Portugal... escolham o que mais vos interessa e passem por Sines/Porto Covo para ver pessegueiros, roer laranjas e... ouvir música!

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sexta-feira, julho 18, 2008

A Woman's Touch

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quinta-feira, julho 17, 2008

Obama e a caricatura da New Yorker

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Estratégias Militares

Nestas discussões sobre a dita Guerra dos Sexos é corrente, e eu sou o primeiro a admiti-lo, concluir sobre a superioridade das mulheres em praticamente todas as áreas. Digamos que, para além da força bruta, muito pouco resta onde os homens consigam afirmar a sua superioridade.

No entanto também é voz corrente afirmar que o mundo é dominado pelos homens. Ora aqui a bota não bate com a perdigota! E como nós não andamos por aí à chapada ao mulherio a explicação deve estar em outro lugar.

E a minha explicação é muito simples: está no colectivo! Em doses individuais as mulheres até podem conseguir superar os homens em quase tudo, mas numa dinâmica de grupo não têm hipóteses. Enquanto que os homens desenvolveram uma consciência corporativa, as mulheres não perdem uma oportunidade para se chamarem cabras* umas às outras.


*passe a ofensa! inspirado num spot publicitário em que a copywriter foi muito provavelmente uma mulher.

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Faixa de Loures

Comenta o entrevistador

- Mas João, aquilo até parecia a Faixa de Gaza!

Responde o entrevistado

- Ó Mário também não exagere! Eles não tinham mísseis…

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Keep On Dreaming Girl


o verdadeiro amor, especialmente para a Vera.

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quarta-feira, julho 16, 2008

É o que dá [não acreditar em bruxas]

Vital Moreira não acredita em bruxas e o “nosso” Primeiro em bruxarias, pero que las hay, las hay.
Efectivamente, e como é do senso comum, não é possível prever, com precisão [ao dia/hora/mês], o início de uma crise económica mundial – Nostradamus e Júlio Verne também se debateram com o mesmo problema, quando se puseram a tentar adivinhar outras coisas. Porém, até eu, um comum mortal, sem qualquer responsabilidade política/governativa, nem contactos “privilegiados”, poderia facilmente antecipar, mesmo em 2004, que entre 2007 e 2009 nos iria certamente bater à porta mais uma crise económica. Assim sendo, e como não é crível que estas duas ilustres personalidades da nossa praça nunca tenham ouvido falar de ciclos económicos, restar-me-ia concluir que [também] existe alguma falta de seriedade, e falso assombro, nas afirmações que proferiram.
Mas se em 2004 não seria fácil antever, com exactidão, nem o ano, nem a dimensão da próxima crise, já em pleno Verão de 2007, nem sequer seria necessário ser bruxo para se poder adivinhar que a crise que se tinha começado a abater nos mercados financeiros mundiais acabaria por se alastrar, e numa proporção similar, à economia real, o mais tardar, no decorrer do ano seguinte [2008].
Se até se pode entender, com naturalidade, que quem detém responsabilidades governativas possa/deva procurar evitar pronunciar-se sobre uma previsível futura [a curto/médio prazo] crise económica – pois é já conhecido o efeito propulsor psicológico que estas declarações têm na confiança de investidores e consumidores –, não sou capaz de deixar de ficar perplexo com o facto de se poder considerar normal que alguém que tem a responsabilidade de governar um país e que anda, dia sim dia sim, a bradar aos sete ventos o seu virtuosismo, tenha o despudor de confessar publicamente que não teve capacidade para discernir em meados de 2007 a mais que previsível mudança de ciclo na economia mundial em 2008.
Das duas uma: ou José Sócrates foi apanhado completamente desprevenido nesta crise, o que nada abona em seu favor; ou as suas declarações não passam de desculpas de “mau pagador”. Seja qual for o caso [e qual deles o pior], uma coisa é mais que certa: continuamos a ser governados por incompetentes.


P.S. Menos-mal seria que a nossa sina passasse somente por andar no rasto dos ciclos económicos de crescimento e recessão das nações mais industrializadas do planeta. Mas o nosso problema é muito mais profundo: passa sempre, e invariavelmente, pela falta de preparação e de visão a longo prazo dos nossos governantes – com tudo de trágico que isto acarreta: ciclos políticos seculares que “alternam”, invariavelmente, entre o péssimo e o muito mau.

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Até dou munições ao inimigo

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A gargalhada da semana

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Mitos e crenças heterossexuais

A encontra B, B em depressão, A ouve calmamente.

ou

A entra em conflito permanente com B, C, D, E, …, razões mais plausíveis: mudanças de prioridades, solicitações de ajuda técnica entre outras…

A mitologia feminina e masculina é extraordinariamente rica e diversificada, felizmente. A sociedade Ocidental sempre ousou atribuir papéis irreverentes tanto aos homens como às mulheres. Ao longo dos tempos assistimos à assumpção de um papel cada vez mais tradicionalmente masculino, pelas mulheres, e vice-versa, pelos homens.

É comum assistirmos a conversas entre A e B cujo conteúdo é o seguinte:

“João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou pra tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.”

Carlos Drummond de Andrade, Quadrilha

Ou

“João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.”

Ou ainda

“Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de apreço ao Sr. Diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o
cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas

Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de excepção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis

Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora
de si mesmo
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário
do amante exemplar com cem modelos de cartas
e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc.

Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.”

Manuel Bandeira, Sem Título e Poética

O segundo poema de Manuel Bandeira é utilizado pelo elemento A, defensor do acordo ortográfico e B contra-argumentando com um poeta clássico ou com a exemplar literacia dos ingleses e a sua Bíblia canónica.

A mitologia atribui um papel agressivo, competitivo e instrumental à mulher e um papel assertivo, compreensivo e pouco agressivo ao homem. A mulher racionaliza, o homem fala demais.

Reside aí a sua especial apetência por homens e mulheres contrários, é que tanto uns como outros são… mais mitológicos.

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terça-feira, julho 15, 2008

I Love Energia Nuclear

Estas declarações proferidas hoje no parlamento pelo governador do Banco de Portugal vêm ao encontro do que tenho defendido aqui, no GR, nos últimos anos. Com o passar dos anos, e o agravamento da crise energética, a opção pelo Nuclear parece-me, mais do que nunca, uma inevitabilidade, e resume-se nas palavras de James Howard Kunstler* ao seguinte:

«Se não quisermos que, na ausência de petróleo e gás natural baratos, o nível de vida nos Estados Unidos desça muito abaixo dos níveis pré-modernos, teremos de usar a fissão nuclear como método principal para gerar electricidade durante uma parte do século XXI, enquanto lutamos para encontrar outras alternativas. Contudo, mesmo que os Estados Unidos se empenhem numa política agressiva de construção de uma nova geração de reactores nucleares, a vida terá ainda de mudar drasticamente. Na verdade, trata-se de saber se queremos que essas mudanças ocorram enquanto estamos com a luz acesa ou apagada. O que distingue a vida moderna da vida pré-moderna é o acesso à electricidade e a reservas abundantes e regulares dessa energia.»
James Howard Kunstler, Depois do petróleo: Por que não nos salvarão os combustíveis alternativos

Quem estiver interessado em conhecer melhor os argumentos deste autor e os motivos pelo qual considera que os combustíveis denominados de “alternativos” acabam por o não ser, recomendo a leitura deste excerto.

[*] James Howard Kunstler nasceu em 1948 em Nova Iorque; é um autor, orador e crítico social reconhecido. Trabalhou durante anos como jornalista em diversas publicações e na Rolling Stone. Tem sido um crítico feroz dos subúrbios e das políticas de urbanismo nos Estados Unidos da América. Escreveu diversos livros sobre o assunto de que se destacam: The Geography of Nowhere, Home From Nowhere, e The City in Mind: Notes on the Urban Condition. É também autor de diversos romances. O texto acima é a transcrição do capítulo 4 de O fim do petróleo: O grande desafio do Século XXI, Editorial Bizâncio, Lisboa, 2006.

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Quase diário de uma crise

Sem mais palavras deixo-vos quatro links para textos que temporalmente distam entre si pouco mais de três anos.

Programa de Governo de José Sócrates é hoje apresentado e debatido.
(Agência Financeira - 21 de Março de 2005)

Crescimento em alta, desemprego e défice em queda.
(Associação Empresarial de Portugal - 6 de Novembro de 2006)

Crescimento abranda e inflação preocupa mas, UE resiste bem às turbulências externas.
(Associação Empresarial de Portugal - 28 de Abril de 2008)

O governador do Banco de Portugal admite que a actual crise financeira internacional pode vir a assumir proporções ainda mais preocupantes e converter-se na pior crise desde a II Guerra Mundial.
(Portugal Diário - 15 de Julho de 2008)

Adenda: a 31 de Outubro de 2006 este homem fazia o anúncio que marcaria a viragem disto tudo... eis o verdadeiro 'gato preto' da Economia portuguesa.

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O amor não tem preço

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segunda-feira, julho 14, 2008

Iliteracia financeira

Segundo o DN, anda a CMVM preocupada com o baixo grau académico do investidor da bolsa portuguesa. Parece que a maioria tem apenas a quarta classe e poucos são os que têm um curso médio ou superior. Penso, contudo, que é bem mais legítima uma outra preocupção do presidente da CMVM, expressa na passada sexta-feira, em entrevista concedida ao Diário Económico. Segundo ele, os bancos e as casas de investimento recrutam para seus analistas financeiros gente acabada de sair da universidade, enquanto lá fora só após de muitos anos de estudo e acompanhento dos mercados bolsistas se adquire esse estatuto. Penso que esta preocupação de Carlos Tavares é bem mais importante do que o nível de escolaridade dos investidores. Afinal, o dinheiro é deles.
No entanto, são estes analistas acabados de sair da universidade que deram como price targets, há um ano, para intervenções a doze meses, valores como seis euros/acção para o BPI, onze euros/acção para a Sonae Indústria ou trinta euros/acção para a Galp. Ou seja, tudo para cima de 50% de falhanço. Isto para já não falar nas recomendações feitas por gestores de conta dos bancos aos seus clientes para que adquirissem acções da «casa». O mercado está em baixa, está bear, mas penso que a existirem culpas elas estarão sempre mais do lado dos conselhos irrealistas e imprudentes dos analistas do que na falta de formação dos investidores. Porque grande parte destes últimos investe no que os primeiros ditam.

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Dream on girl



Rita RedShoes, especialmente para o Miguel...

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que amorosos!

Está aberta mais uma fase do concurso de professores - a manifestação de preferências para contratações. A coisa, mais uma vez, funciona de forma electrónica, recomendando-se a leitura atenta (de entre outras) do «Manual de Instruções» para que todos os campos sejam preenchidos de forma correcta e consciente. Acabei agora de passar os olhos pelo dito cujo e não resisto em reproduzir a última página:

FIM

A DGRHE deseja-lhe...
... uma boa manifestação de preferências!


Não consegui conter uma gargalhada... Que amorosos!

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Coisas que se pensam no Mês da Guerra do Sexos

No fundo, no fundo isto da reivindicação feminina por mais igualdade, quotas, e tal e patati e patátá não passa provavelmente de mais um capricho, tipo daqueles em que elas são exímias especialistas. Quando conseguirem o que querem acabam por mandar tudo para o canto do armário, para junto da outra centena e meia de pares de sapatos.

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Prenuncio

Agora que é a nossa vez de ter um treinador giraço pode ser que este ano seja o tal!


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Tudo tem um preço


Marcelo Rebelo de Sousa, ontem, em directo na RTP1, sugeriu (a compra? a leitura?) o último livro de Margarida Rebelo Pinto.

Há coisas que podem pagar-se caro, mas tudo tem um preço. Não necessariamente em dinheiro.

No que a mim diz respeito, nesta matéria, não dou mais crédito ao meu Professor preferido.

Imagem.

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na dança, como na vida...

Nas danças de pares - sejam elas quais forem! - sempre que o par é misto - como é suposto ser, na maioria das vezes - é o homem que comanda a dança, é o homem que decide para onde vai e o que quer fazer; a mulher segue indicações, interpreta sinais e deixa-se levar.

Na dança, como na vida - dizem eles!

Na dança, o homem tem, portanto, o consentimento público para mandar e a mulher o dever social de obedecer. (Não percebo porque não há mais homens nas danças; não este o seu ideal de vida?!...)


Entretanto, a falta de homens no meio "obriga" as mulheres a assumir o comando, revelando-se muitas vezes melhores condutores que os parceiros...

Na dança, como na vida - dizem elas!

Na dança, o homem é socialmente apenas metade de um todo, enquanto que a mulher sem o homem pode ser um todo individualmente, de forma natural.

imagem: ClipArt do MSWord

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domingo, julho 13, 2008

O debate-detergente

A democracia é o melhor dos regimes até prova em contrário, ouve-se por aí.

A democracia é o melhor dos regimes até ao debate-detergente de questões como:

- a qualidade da justiça

- a qualidade da educação

- a qualidade da saúde

- a …

enfim, a qualidade dos sistemas de apoio aos diversos estratos sociais cujos problemas são profundamente debatidos em cimeiras do G8, G7, europeias, africanas, etc.. As tais cimeiras dos donos do mundo e em que se resolvem, muito pragmaticamente, as tais questões compressoras.

Perante o estado actual da democracia uma questão-detergente surge no horizonte: estaremos perante a apoteose de um sistema político?

O sistema monárquico afundou-se nas malhas da corrupção e inaptidão para integrar e resolver os problemas da maior parte dos seus serviçais. A democracia parece afundar-se no faz de conta do espectáculo, previamente produzido pelo sistema oleado de uma qualquer produtora independente.

Será que as classes sociais “emergentes” de todas as épocas não terão de se aperceber que a sua “tranquilidade” depende tão só de uma certa “solidariedade” redistributiva?

Ou deveremos continuar a assistir impávidos e serenos à violência, corrupção, estrangulamento e queda de mais um sistema político de organização da sociedade?

E a escoltar as investidas “hollywoodescas” de quem está perfeitamente convencido de que a violência não tem absolutamente nada a ver com a defesa de determinada ideologia ou "desorganização" económico-social.

Se calhar o Platão tem razão: o melhor é continuarmos presos na caverna, fazendo de conta que o mundo lá fora é algo que não nos pertence.

Enfim, como qualquer dependente comum e com a vantagem de exercitarmos um vício individualista.

Qualquer coisa como a apoteose dos indivíduos e das suas irrealidades.

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sábado, julho 12, 2008

Mil invejas

Ana Moura canta o fado mil vezes melhor do que eu toco guitarra.

Ana Moura toca guitarra mil vezes melhor do que eu canto.

Ana Moura é mil vezes mais bonita que eu.

Levar uma manta para aquecer as pernas deverá estar mil vezes no pensamento de quem vai ver concertos ao Jardim do Cerco, em Mafra, em dia de vento sul.

Podem passar mil anos mas a voz de Maria de Fé é sempre uma grande voz.

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Invejas mil

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A idade, esse posto

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Cada tiro, cada Melro

Sócrates enganou-se nas obras e custos

Adenda das 12:55: Parece que o PR já anda a ficar preocupado com as consequências que as ditas obras podem ter no défice público. E já sabemos o que acontece quando este PR fica preocupado com alguma coisa. Espera-se portanto uma vigorosa marcha–atrás do governo a qualquer momento.

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À segunda só cai quem quer

A recente conclusão da SEDES de que o governo já anda a “governar” para as eleições, deixou, como não poderia deixar de ser, surpresas-chocadas-ofendidas-chateadas as hostes pró-governamentais. Mas quem ouviu o primeiro-ministro nos últimos dias a prometer a descida de um imposto que não existe, e a anunciar a criação de uma taxa de tributação a aplicar às empresas produtoras de produtos petrolíferos refinados que já ameaça fazer subir ainda mais os preços, pode, porventura, ficar com “algumas” dúvidas quanto à seriedade das mais recentes propostas governamentais.

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sexta-feira, julho 11, 2008

Policiamento de proximidade

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quinta-feira, julho 10, 2008

Vira o disco e...

Manuela Ferreira Leite anda em maré de azar. Primeiro decide candidatar-se à presidência do PSD (PPD/PSD para os santanistas), depois de vencer, sem convencer, enfrenta um congresso que teve o seu ponto alto no discurso do 'vou-me embora mas vou andar por aí' de Angelo Correia. O congresso serviu ainda para que se percebesse o 'target' eleito por Ferreira Leite - a classe média. Esses pobres coitados a quem José Sócrates tira tudo.
Mas Ferreira Leite é uma política que gosta de viver perigosamente e lá foi ao encontro do seu mestre, hoje Presidente da República, natural de Boliqueime, Aníbal Cavaco Silva. Há por aí alguns blogues que até dizem que ela foi a Belém não para dizer como vai fazer oposição mas para receber umas lições do Homem. A coisa até funcionou bem inicialmente, passando em claro aquele pequeno problema de comunicação que a fez ficar calada em plena crise dos camionistas, mas hoje a estreia de Paulo Rangel à frente da bancada parlamentar do PSD foi um desastre.
O homem a quem se pede que lidere as tropas empolgou os seus seguidores, mas deu o flanco e esqueceu-se que, melhor do que os aplausos dos amigos, nestas ocasiões, vale o silêncio ou embaraço dos inimigos. Foi triste perceber que o PSD não quer nada com o ser oposição, com a Internet, nem sequer com a senhora, funcionária do Parlamento, que tentou - e se tentou - entregar uma cópia em papel das dúvidas levantadas por Rangel - graciosamente dispensada por José Sócrates. A imagem da debandada geral da bancada do PSD após esse momento merece uma reflexão séria. A equipa de Ferreira Leite, a oposição que quer ser Governo em 2009 começa a debandar ser sequer chegar ao Governo. Basicamente estamos entregues ao bichos, sem qualquer ofensa para Paulo Rangel, obviamente.

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Fome? Qual fome?

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