quinta-feira, julho 10, 2008

Vira o disco e...

Manuela Ferreira Leite anda em maré de azar. Primeiro decide candidatar-se à presidência do PSD (PPD/PSD para os santanistas), depois de vencer, sem convencer, enfrenta um congresso que teve o seu ponto alto no discurso do 'vou-me embora mas vou andar por aí' de Angelo Correia. O congresso serviu ainda para que se percebesse o 'target' eleito por Ferreira Leite - a classe média. Esses pobres coitados a quem José Sócrates tira tudo.
Mas Ferreira Leite é uma política que gosta de viver perigosamente e lá foi ao encontro do seu mestre, hoje Presidente da República, natural de Boliqueime, Aníbal Cavaco Silva. Há por aí alguns blogues que até dizem que ela foi a Belém não para dizer como vai fazer oposição mas para receber umas lições do Homem. A coisa até funcionou bem inicialmente, passando em claro aquele pequeno problema de comunicação que a fez ficar calada em plena crise dos camionistas, mas hoje a estreia de Paulo Rangel à frente da bancada parlamentar do PSD foi um desastre.
O homem a quem se pede que lidere as tropas empolgou os seus seguidores, mas deu o flanco e esqueceu-se que, melhor do que os aplausos dos amigos, nestas ocasiões, vale o silêncio ou embaraço dos inimigos. Foi triste perceber que o PSD não quer nada com o ser oposição, com a Internet, nem sequer com a senhora, funcionária do Parlamento, que tentou - e se tentou - entregar uma cópia em papel das dúvidas levantadas por Rangel - graciosamente dispensada por José Sócrates. A imagem da debandada geral da bancada do PSD após esse momento merece uma reflexão séria. A equipa de Ferreira Leite, a oposição que quer ser Governo em 2009 começa a debandar ser sequer chegar ao Governo. Basicamente estamos entregues ao bichos, sem qualquer ofensa para Paulo Rangel, obviamente.

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