Muito para além da música
Como sou confesso e orgulhoso fã de cada palavra que Cohen escreve e canta, pensava que era uma subjectividade própria de admirador ter achado que o que viu, e essencialmente o que viveu, no sábado passado não tenha termo de comparação com nada do que até então assistiu. Para tirar tais dúvidas e também para não fazer um balanço em que me limitasse a debitar elogios ao senhor, convoquei os jornais para me ajudarem a ser mais objectivo.
No IOL Diário, dizem que foi "um espectáculo tão inesquecível para quem assistiu como, pelas suas palavras, para o próprio Cohen: «Thank you for this memorable evening!»" . O Diário de Notícias da Madeira afirma que "Cohen cantou "Bird on the wire" como se fosse uma oração, embalou o público com "Take this waltz", recordou "Hallelujah" e "Suzanne" em momentos de fazer arrepiar os mais distraídos." O JN não se poupa: "A partir daí é um abuso de deslumbre: "Suzanne", "The gipsy wife", "Hallelujah", "I'm your man", "Take this waltz", "Firts we take Manhattan", "Sisters of Mercy" ou "I tried to leave you". Há encores pelo meio, o público esmagado pela magnificência desta música enorme. Leonard Cohen não mais deverá cá voltar. Felizardos são aqueles que testemunharam tudo isto." O DN, para esclarecer o leitor ao que vai, abre a sua notícia desta forma: "Cantou, dançou, tocou, falou, disse poemas em tom de oração e outros num registo de protesto, elogiou a música portuguesa, sorriu muito e no fim agradeceu uma "noite memorável". Quem o viu - e foram cerca de nove mil - não vai esquecer aquele que foi um dos melhores concertos dos últimos tempos em Lisboa." E o Destak conclui que "For he's touched your perfect body, with his mind. As palavras, sussurradas por 10 mil pessoas, em Suzanne, transmitiam na perfeição o sentimento que tomou conta, sábado, de uma plateia rendida e avassalada, ao ar livre em Algés, numa noite de Verão que superou qualquer expectativa."
Após este pequeno apanhado de notícias, sou levado a crer numa de três coisas: ou o senhor nos enganou a todos muito bem, ou as redacções dos jornais estão cheias de fãs incondicionais de Cohen, ou aquilo que se passou em Algés no Sábado foi mesmo muito especial. Não me restam dúvidas em qual acreditar.
Etiquetas: Leonard Cohen, O Mestre
2 Comments:
Boa noite Carlos, antes de mais obrigada pela visita ao meu espaço e pelas suas palavras...acho que somos mesmo uns felizardos pela oportunidade que tivemos em viver de forma tão sentida aquela noite...
não acredito, não acredito mesmo que o Leonard Cohen nos tenha enganado...assim, seria obrigada a concordar com uns "urros" escritos por aí, na tentativa frustrada de chamar otários a quase 10 mil pessoas...
foi uma noite demasiado desejada, com expectativas demasiado altas, que foram de longe superadas, por aquele que é o 2º homem da minha vida, está logo a seguir ao meu Pai, também ele presente naquela noite, numa emoção inebriante...afinal o "Tio" Cohen fez parte dos grandes momentos das nossas vidas...;)
"aquilo que se passou em Algés no Sábado passado foi mesmo muito especial."
O meu pai fazia-me ouvir o Cohen desde que eu tinha 5 anos. Por causa de tudo isso, cresci a adorar aquela voz. No último sábado ouvi-lo ao vivo foi alguma coisa de fantastico, daquelas sensações que só temos raras vezes na vida. Foi realmente inesquecivel.
(Obrigado pelo comentário no meu blogue)
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