Iliteracia financeira
Segundo o DN, anda a CMVM preocupada com o baixo grau académico do investidor da bolsa portuguesa. Parece que a maioria tem apenas a quarta classe e poucos são os que têm um curso médio ou superior. Penso, contudo, que é bem mais legítima uma outra preocupção do presidente da CMVM, expressa na passada sexta-feira, em entrevista concedida ao Diário Económico. Segundo ele, os bancos e as casas de investimento recrutam para seus analistas financeiros gente acabada de sair da universidade, enquanto lá fora só após de muitos anos de estudo e acompanhento dos mercados bolsistas se adquire esse estatuto. Penso que esta preocupação de Carlos Tavares é bem mais importante do que o nível de escolaridade dos investidores. Afinal, o dinheiro é deles.
No entanto, são estes analistas acabados de sair da universidade que deram como price targets, há um ano, para intervenções a doze meses, valores como seis euros/acção para o BPI, onze euros/acção para a Sonae Indústria ou trinta euros/acção para a Galp. Ou seja, tudo para cima de 50% de falhanço. Isto para já não falar nas recomendações feitas por gestores de conta dos bancos aos seus clientes para que adquirissem acções da «casa». O mercado está em baixa, está bear, mas penso que a existirem culpas elas estarão sempre mais do lado dos conselhos irrealistas e imprudentes dos analistas do que na falta de formação dos investidores. Porque grande parte destes últimos investe no que os primeiros ditam.
Etiquetas: Finanças
2 Comments:
Lá para o final de 2009 já deve estar bom para se voltar a entrar. :)
Abraço
Para entrar em força, claro. Se bem que agora dê sempre para arranjar as chamadas «pechinchas».
Abraço
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