terça-feira, julho 15, 2008

I Love Energia Nuclear

Estas declarações proferidas hoje no parlamento pelo governador do Banco de Portugal vêm ao encontro do que tenho defendido aqui, no GR, nos últimos anos. Com o passar dos anos, e o agravamento da crise energética, a opção pelo Nuclear parece-me, mais do que nunca, uma inevitabilidade, e resume-se nas palavras de James Howard Kunstler* ao seguinte:

«Se não quisermos que, na ausência de petróleo e gás natural baratos, o nível de vida nos Estados Unidos desça muito abaixo dos níveis pré-modernos, teremos de usar a fissão nuclear como método principal para gerar electricidade durante uma parte do século XXI, enquanto lutamos para encontrar outras alternativas. Contudo, mesmo que os Estados Unidos se empenhem numa política agressiva de construção de uma nova geração de reactores nucleares, a vida terá ainda de mudar drasticamente. Na verdade, trata-se de saber se queremos que essas mudanças ocorram enquanto estamos com a luz acesa ou apagada. O que distingue a vida moderna da vida pré-moderna é o acesso à electricidade e a reservas abundantes e regulares dessa energia.»
James Howard Kunstler, Depois do petróleo: Por que não nos salvarão os combustíveis alternativos

Quem estiver interessado em conhecer melhor os argumentos deste autor e os motivos pelo qual considera que os combustíveis denominados de “alternativos” acabam por o não ser, recomendo a leitura deste excerto.

[*] James Howard Kunstler nasceu em 1948 em Nova Iorque; é um autor, orador e crítico social reconhecido. Trabalhou durante anos como jornalista em diversas publicações e na Rolling Stone. Tem sido um crítico feroz dos subúrbios e das políticas de urbanismo nos Estados Unidos da América. Escreveu diversos livros sobre o assunto de que se destacam: The Geography of Nowhere, Home From Nowhere, e The City in Mind: Notes on the Urban Condition. É também autor de diversos romances. O texto acima é a transcrição do capítulo 4 de O fim do petróleo: O grande desafio do Século XXI, Editorial Bizâncio, Lisboa, 2006.

Etiquetas: , , , ,

Partilhar

5 Comments:

Blogger dutilleul said...

Sim, é exactamente isso o que diz quem estudou o assunto, David J C MacKay do Departamento de Física da Universidade de Cambridge, por exemplo.
Os números são uma coisa danada.
Alguns dar-nos-iam vontade de rir, se não nos lembrássemos das macacadas ruinosas da “política energética” do nosso engenheiro.
Para se perceber melhor, leia-se atentamente aqui: http://www.theregister.co.uk/2008/06/20/mackay_on_carbon_free_uk/

quarta-feira, julho 16, 2008 3:02:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

vêm ao encontro

quarta-feira, julho 16, 2008 12:17:00 da tarde  
Blogger André Carvalho said...

Vou corrigir. Obrigado jpg.

quarta-feira, julho 16, 2008 2:21:00 da tarde  
Blogger Freire de Andrade said...

Óptimo postal. Não resisti a fazer um link no meu blog.
Só não percebo porquê "TGV SIM - Novo Aeroporto não". Para mim talvez fosse o contrário, mas ainda me parece preferível adiar tudo ou pelo menos esperar pelos famosos planos financeiros (não planos de custo/benefícios e actualizados para 2008) para saber quem paga e quanto. Desconfio que o quem seremos todos nós.

quarta-feira, julho 16, 2008 7:53:00 da tarde  
Blogger André Carvalho said...

Obrigado Freire de Andrade. Quanto ao TGV, e não querendo ser muito exaustivo na resposta porque pretendo postar algo sobre o assunto brevemente, também partilhava da sua opinião, porém, face ao “novo” paradigma energético, com o qual passámos a ser recentemente confrontados, parece-me ser uma opção a ponderar. Pelo mesmo motivo, considero, agora, que um investimento num novo aeroporto pode ter deixado de fazer qualquer sentido.

Abraço

quarta-feira, julho 16, 2008 9:34:00 da tarde  

Enviar um comentário

Voltar à Página Inicial