Reflexão em torno da Europa
"(...) parte da realidade mundial tornou-se efectivamente supranacional e, por outro lado, quando começaram a erigir o espaço político e cultural da Europa, numa perspectiva inelutavelmente supranacional, os actores descobriram as resistências das identidades culturais. Ao passar do ideal ao real, o princípio de supranacionalidade encontra os seus limites e dificuldades. (...) Se o modelo supranacional não consegue resolver a questão do multiculturalismo, essencial para o futuro da Europa, também a solução contrária, de uma divisão com base nas regiões como princípio de construção do multiculturalismo, não parece naturalmente eficaz. Antes de mais, porque as regiões não têm todas o mesmo estatuto, a mesma história, o mesmo papel nos vários países da União, e também porque aquilo que no multiculturalismo emerge como reivindicação não remete necessariamente para a escala da região." p. 65-66
Este pequeno extracto do texto de Dominique Wolton inserido na obra Que identidade para a Europa? de Rita Kastoryano, editora Ulisseia, 2004, levanta algumas questões interessantes, contudo para compreendermos a verdadeira especificidade do problema (?) europeu deverá ser equacionada uma questão central: os pilares fundadores da Europa foram fundamentalmente económicos, daí que não pareça viável tratar as questões dos choques culturais sem desocultarmos a sua possível instrumentalização. Razões: a formação de regras identitárias comuns de que forma poderão ser convenientes a todos sem esquecermos o contexto económico, isto é de que forma é que poderemos contribuir (ingenuamente) para a configuração de uma região europeia em que os mais fortes ditam as regras e os mais fracos serão, convenientemente, remetidos a um papel residual?
Este pequeno extracto do texto de Dominique Wolton inserido na obra Que identidade para a Europa? de Rita Kastoryano, editora Ulisseia, 2004, levanta algumas questões interessantes, contudo para compreendermos a verdadeira especificidade do problema (?) europeu deverá ser equacionada uma questão central: os pilares fundadores da Europa foram fundamentalmente económicos, daí que não pareça viável tratar as questões dos choques culturais sem desocultarmos a sua possível instrumentalização. Razões: a formação de regras identitárias comuns de que forma poderão ser convenientes a todos sem esquecermos o contexto económico, isto é de que forma é que poderemos contribuir (ingenuamente) para a configuração de uma região europeia em que os mais fortes ditam as regras e os mais fracos serão, convenientemente, remetidos a um papel residual?
Etiquetas: A Europa a seus pés, Elisabete no mundo das fadas
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