O mérito, o desmérito e a neutralidade científica
O discurso de António Barreto linkado pelo Miguel num post lá mais abaixo é um discurso interessante, diria até mais, o discurso de AB é muitíssimo interessante.
Quando lemos um discurso assim apetece-nos saltar de alegria, afinal há académicos preocupados com algumas relações escaldantes.
As relações escaldantes são as seguintes: os símbolos de Portugal, os seus representantes e os portugueses.
Segundo AB, as relações escaldantes entre símbolos, representantes e portugueses poderão ser resolvidas através do exemplo (aliás se perguntarem a um português de 70/80 anos porque continua a venerar Salazar ele responderá, porventura, o Salazar tinha um comportamento exemplar, nasceu e morreu pobre). Também concordo que o principal problema de Portugal é o comportamento pouco exemplar dos nossos representantes, também estou de acordo, afinal os nossos representantes em vez de pregarem o padre nosso deveriam preocupar-se em ir à missa (no sentido laico do termo, p.f.).
Aparentemente a palavra mágica de AB é o "mérito".
Os portugueses estariam na paz do Senhor com os seus representantes se estes através de um comportamento exemplar, meritocrático, se dessem ao respeito.
O mérito é, aparentemente, uma palavra neutra.
Contudo, o mérito, tal como outras palavras politicamente neutras, precisam de ser problematizadas, pois entre o mérito e o desmérito há razões que a razão reconhece. O mérito é, aparentemente, uma condecoração em prol da competência, mas e se afinal não passasse apenas de um prémio para muitos que o teriam sem necessitar dele, e para poucos que o têm e que, ironicamente, são a razão de ser para o fazer de conta que o mérito premeia qualquer um? Entre outras razões que a razão reconhece, como por exemplo, há dois candidatos a um cargo, ambos com competências semelhantes, se o júri de selecção conhecesse a família do candidato A e não conhecesse a família do candidato B, e se o candidato A vencesse continuaria a dizer-se: afinal foi um justo vencedor, cujo mérito é indiscutível?
Convém acabar como se começa, sim, o discurso de AB é um belíssimo discurso para um digníssimo representante da aparente neutralidade científica.
Quando lemos um discurso assim apetece-nos saltar de alegria, afinal há académicos preocupados com algumas relações escaldantes.
As relações escaldantes são as seguintes: os símbolos de Portugal, os seus representantes e os portugueses.
Segundo AB, as relações escaldantes entre símbolos, representantes e portugueses poderão ser resolvidas através do exemplo (aliás se perguntarem a um português de 70/80 anos porque continua a venerar Salazar ele responderá, porventura, o Salazar tinha um comportamento exemplar, nasceu e morreu pobre). Também concordo que o principal problema de Portugal é o comportamento pouco exemplar dos nossos representantes, também estou de acordo, afinal os nossos representantes em vez de pregarem o padre nosso deveriam preocupar-se em ir à missa (no sentido laico do termo, p.f.).
Aparentemente a palavra mágica de AB é o "mérito".
Os portugueses estariam na paz do Senhor com os seus representantes se estes através de um comportamento exemplar, meritocrático, se dessem ao respeito.
O mérito é, aparentemente, uma palavra neutra.
Contudo, o mérito, tal como outras palavras politicamente neutras, precisam de ser problematizadas, pois entre o mérito e o desmérito há razões que a razão reconhece. O mérito é, aparentemente, uma condecoração em prol da competência, mas e se afinal não passasse apenas de um prémio para muitos que o teriam sem necessitar dele, e para poucos que o têm e que, ironicamente, são a razão de ser para o fazer de conta que o mérito premeia qualquer um? Entre outras razões que a razão reconhece, como por exemplo, há dois candidatos a um cargo, ambos com competências semelhantes, se o júri de selecção conhecesse a família do candidato A e não conhecesse a família do candidato B, e se o candidato A vencesse continuaria a dizer-se: afinal foi um justo vencedor, cujo mérito é indiscutível?
Convém acabar como se começa, sim, o discurso de AB é um belíssimo discurso para um digníssimo representante da aparente neutralidade científica.
Etiquetas: ele merita, Elisabete no mundo das fadas, Eu merito, O rei vai nú, tu meritas
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