sábado, fevereiro 28, 2009

É pá 'atão' não é que no outro dia vi um boi a voar?

E o prémio foi atribuído ao departamento de Estado dos EUA e a alguns meios da comunicação social em Portugal, entre os quais a RTP.

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Congresso Partido Socialista

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sexta-feira, fevereiro 27, 2009

Oui, chéri, c'est vendredi


James Morrison & Nelly Furtado - Broken Strings


(A esta hora, quase estive para trocar o vendredi pelo samedi. As minhas desculpas pelo lamentável atraso.)
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Lido Por Aqui e Por Ali

Em cenários trágicos como os que hoje vamos vivendo, é sempre bom que artigos como este nos lembrem que por vezes pequenos gestos como o de Frederick Terman, que convenceu a Universidade de Standford a emprestar espaços para a instalação de novas empresas, podem dar origem a coisas tão fantásticas como Silicon Valley.

E não digo que se comece a lotear o parque da Fonte Luminosa, mas se deixassem de discutir palermices e canalizassem os esforços para tentar definir uma verdadeira visão para Portugal, talvez conseguissem encontrar o nosso Silicon Valley.

E já agora que se fala da utilização eficaz do esforço, este outro artigo dá-nos conta do novo livro de James Lovelock em que ele acha que já não vale a pena continuar a gastar tempo e dinheiro para tentar evitar o aquecimento global (porque ele é inevitável!). Devemos antes começar a investir seriamente na procura de soluções para minimizar os seus efeitos (no outro dia alguém me dizia que no caso do gelo da Antárctica derreter todo, a estimativa para a subida do nível do mar é de 76 metros. Creepy….).

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Birds Eye View

Concedo que a imagem que tenho da sociedade portuguesa possa estar um bocado enviesada devido ao facto de não viver o dia-a-dia do país. No entanto este meu distanciamento físico também pode servir de justificacao para a minha pretensão de conseguir ter uma visão tipo birds eye da coisa. Por isso, e mesmo caindo no risco de parecer injusto ou desajustado, aqui vai a minha análise a la Pedro Arroja (com as devidas distâncias, naturalmente)

Também eu não quero dar demasiada importância aos casos dos livros de Braga e do autocolante de Torres Vedras. Como casos isolados não passam realmente de episódios anedóticos ou petits faits-divers.

Mas também acho que não há muita diferença entre estes dois casos e, por exemplo, a forma escolhida pelos professores para se manifestarem contra as mudanças propostas, ou o facto de os militares acharem normal andar a "passear" fardados pela avenida, ou de alguns dos mais altos responsáveis da nossa justiça e investigação criminal não resistirem a tornar-se vedetas dos media, ou muitas outras situações do mesmo género.

Todas elas revelam essencialmente uma grande falta de bom-senso. E esta falta de bom-senso é o efeito imediato da perda de um quadro de referências sólido, sem o qual qualquer sociedade terá uma tendência natural para se desarticular.

A nossa elite, responsável pela manutenção deste quadro de referências, deixou-se corromper pelo novo-riquismo e pelo egoísmo individualista e dissociou-se desta sua função essencial. Mais, aproveitou-se mesmo da sua situação privilegiada para benefício próprio e cavou um fosso ainda maior entre ela e o resto dos cidadãos.

A este factor acrescenta-se a situação de completo desinvestimento na cultura portuguesa. Desamparada e entregue a si própria, a nossa cultura tornou-se extremamente permeável a influências exteriores e descaracterizou-se, contribuindo assim para a perda de identidade colectiva.

As cerejas no topo do bolo são os sucessivos governos que, muito preocupados em discutir e mascarar indicadores para ficarem bem nas sondagens e nas reuniões de Bruxelas, deixaram de olhar para baixo e nem se apercebem que a população não está com eles e já nem reage aos seus estímulos por melhores ou mais bem tencionados que sejam.

É claro que de tudo isto não vem grande mal ao mundo. Portugal é e vai continuar a ser um lugar aprazível para se viver. Uns vão continuar a ter as suas casas, os seus carros, as suas férias no Brasil, …enquanto outros esperam pachorrentamente pela sua vez de aceder a este Olimpo do consumismo. As elites, essas passam a definir-se pelo tamanho da conta bancária ou pelo número de aparições na Caras; e os valores que veiculam passam somente a ser….diferentes.

A única coisa que esta desarticulação traz é que o país deixa de funcionar como um todo e torna-se somente num grupo de pessoas que partilha o mesmo espaço físico. Cada um traça o seu caminho de acordo com a sua personagem preferida das séries da Fox, e se alguém se mete com ele: leva!

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quinta-feira, fevereiro 26, 2009

Se Maomé Alegre não vai ao Congresso

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Vou tornar-me num vegetal

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Prioridades e lealdades

Uma leitura que afectou, drasticamente, a minha (in)coerência.
“Pois recontar o passado é um acto social do presente, feito por homens do presente e afectando o sistema social do presente.
A verdade muda porque a sociedade muda. (…) E no presente nós todos somos irremediavelmente o produto do nosso background, do nosso treino, da nossa personalidade e papel social e das pressões estruturadas no seio das quais operamos.”
Wallerstein (1974). O Sistema Mundial Moderno. Vol.1. Porto: Afrontamento, p. 20.

Seremos determinados pelas circunstâncias e nada poderemos fazer para “ver” de outra forma?
Sabemos o quanto o ser humano é um ser resistente à mudança, mas ao mesmo tempo mudando sem conseguir oferecer oposição a determinados factores que o impelem a tal. Alguns desses factores surgem do campo mais pragmático da vida de todos nós, nas organizações onde operamos a nível profissional, por exemplo, constituindo-se como uma das possibilidades de confronto e conflito social com outros grupos, outros protagonistas de uma determinada vivência social, política e económica, também eles, como nós, tomando decisões relativas às suas prioridades e lealdades ideológicas. Nem cientistas, nem filósofos estão isentos desta exigência. Nem esta é limitada aos seus papéis não científicos, isto é aos seus papéis especificamente políticos.
Tendo como pano de fundo esta realidade, conseguiremos ultrapassar a tendência vigente em todas as sociedades ocidentais, de colocarmos no cargo X alguém cuja competência está para além das suas prioridades e lealdades ideológicas?
Perante o quadro anterior tal comportamento é quase impossível, pois as lealdades ideológicas e as prioridades colidem drasticamente com as competências pessoais.

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Uma questão de proximidade

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quarta-feira, fevereiro 25, 2009

2009 Odisseia Em Portugal

Multiplicam-se as opiniões e comentários a defender a ideia de que algo está para acontecer em Portugal (ou que se não está devia estar). A argumentação anda normalmente à volta do princípio de que como o sistema não se consegue regenerar por dentro tem que levar um grande safanão para que a coisa possa ter um novo começo.

É muito jogo de computador, pessoal.



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Task Force para a Justiça

Numa época em que a taxa de desemprego está a tomar proporções assustadora e em que existe uma enorme quantidade de mão-de-obra qualificada no desemprego, em vez do governo andar preocupado a gastar dinheiro a salvar bancos mal geridos ou em mega projectos que não trazem qualquer valor acrescentado de relevo para o desenvolvimento do país, não seria mais interessante investir alguns destes recursos financeiros na criação de task forces de juristas, gestores ou outros licenciados, para apoiarem os juízes, e procurarmos acabar definitivamente com estes atrasos sistémicos na justiça que andam a prejudicar o país a todos os níveis?

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Colecção O Diligente Funcionário

O Professor e a Dren

O Panfleto No Centro de Saúde

As Massagens Na Praia

A Lusa e a Estagnação

As Fotos do Magalhães

O Courbet de Braga

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terça-feira, fevereiro 24, 2009

Lego para Adultos

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Isto sou eu a pensar

Se por um lado cheguei à conclusão de que a pornografia dos dias de hoje vai ser considerada arte daqui a cem anos, por outro questiono-me sobre a capacidade de um adulto instruir uma cria quando não quer que ninguém passe com uma criança à frente da capa de um livro porque tem medo que esta coloque perguntas inoportunas.

P.S. - Enquanto redigia este texto, fui reler esta notícia do Público, que exibe o quadro de Gustave Courbet em questão no incidente de Braga.
O meu filho de seis anos, sentado ao meu lado, viu a imagem e perguntou-me o que era. Passaram-se cinco minutos desde que lhe respondi e ainda não se transformou num monstro.
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A Fenomenologia do Ser

Não é verdade que o livro que Pedro Passos Coelho disse que leu não exista. O livro existe, mas o título original da obra é, L'idiot de la famille. Como na edição portuguesa foi colocada na capa uma fotografia do grande líder José Sócrates, o IGAC [Inspecção Geral das Actividades Culturais] exigiu à editora Povo Livre que recorresse aos serviços da mesma empresa que fez a tradução para português do título do filme, Lost In Translation.
Ainda ontem, a recém-criada Brigada dos Costumes da PSP confiscou alguns exemplares nos saldos de uma feira do livro em Braga porque considerou que representação exagerada do nariz do grande líder era pornográfica.

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segunda-feira, fevereiro 23, 2009

Coisas Que Me Ocorrem Sem Eu Perceber Bem Porquê

Aquela Senhora que no meio do concurso para a rainha das costureiras, no filme A Canção de Lisboa, pega na filha e exclama: Ó Amelinha vamos embora que isto é tudo uma grande palhaçada!

Isto estava-se bem era no Rio de Janeiro.

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Blogue da Semana

Tinha tudo alinhavado para que fosse outro o blogue da semana. Mas neste post o autor convidou-me a dar uma espreitadela e fiquei fã da qualidade do sítio: textos bem fundamentados sobre economia, política e sociedade em geral, actualizado com frequência e com ideias claras. Certo que não estou de acordo com o autor em determinadas matérias, mas isso só o torna num espaço melhor: «isto» era muito chato se pensássemos todos da mesma maneira. Convido então os leitores a ficarem com «O Valor das Ideias».

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O Larry Flynt do século XIX

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Poemas que ardem
















Quarto

Os posters, colados com fita-cola
arderam nas paredes. Os ursos de
peluche fecharam os braços e, por
quase nada, arderam sobre a cama.
Os cartões de estudante antigos, os
postais de férias e os três poemas
passados a limpo arderam dentro
da gaveta da mesinha-de-cabeceira.
Fiz dezasseis anos, chegou o verão e
os bombeiros não tiveram meios
técnicos e humanos suficientes.

José Luis Peixoto; "Quarto", in Gaveta de Papéis, Edições quasi, 2008, pág 37

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O Zé esperto

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Uma definição possível

Twitter: bisbilhotice de classe média.

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domingo, fevereiro 22, 2009

Canções.Mais.Que.Imperfeitas@4

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sábado, fevereiro 21, 2009

Canções.Mais.Que.Imperfeitas@3

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sexta-feira, fevereiro 20, 2009

Campanha de descontos: afinal existe mesmo uma campanha, mas não é negra

Espero que o ministro Santos Silva não se esqueça de dar um saltinho à RTP para lhes agradecer o facto de não noticiarem esta campanha de “descontos".

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Justiça carnavalesca

Se persistissem dúvidas sobre o estado da Justiça em Portugal, o contraproducente caso de censura de Torres Vedras acaba por as dissipar por completo. Como é que é possível tomarem-se decisões desta natureza, com esta ligeireza, com base em fotografias desfocadas? Com base em que fundamentos legais a senhora procuradora-adjunta do Primeira Delegação do Tribunal de Torres Vedras tomou a decisão de proibir a exibição de uma imagem num cortejo de Carnaval? Esses fundamentos legais alteraram-se de ontem para hoje?

Nota: isto num país em que escutas incriminatórias perfeitamente perceptíveis não são admissíveis como prova mesmo não existindo quaisquer dúvidas quanto à sua veracidade

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Provavelmente o Maior Clube do Mundo

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Ó Mar Salgado

No estrangeiro, Portugal é essencialmente conhecido pelo futebol e pela ligação que tem com o mar (eu também gostava que fosse igualmente conhecido por outros motivos, mas não é!).

Na primeira vertente estamos servidos (e estou convencido de que a vaca lá continuará a dar o seu leite).

Na segunda, tivesse o Ernâni Lopes os pezinhos do Cristiano Ronaldo e o tal do hypercluster marítimo era mesmo coisa capaz de se tornar numa das grandes forças motivadoras do desenvolvimento do país e da sua projecção no estrangeiro.

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A lógica da batata


Atendendo a que o Magalhães é direccionado à criançada e que, através dele, se acessam as páginas de imagens do Google - na mais ingénua das hipóteses -, alguém toma a iniciativa de apresentar uma queixa-crime com o intuito de banir o dito expediente socrático do alcance dos miúdos?
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Oui, chéri, c'est vendredi


Miley Cyrus - 7 Things

É o que dá passar a semana a ouvir o Disney Channel...
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quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Fotos geniais [12]

Nocturne in the Ruins, 1943, Iakov Khalip

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Já temos tema fracturante para o Carnaval

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Isto é Coisa De Sociólogo

email, telemovel, blog, hi5, facebook, delicious, twitter e mais não sei quantas formas inventadas para que as pessoas possam, cada vez com mais facilidade, partilhar as suas ideias, pensamentos, compromissos, preferências, interesses, rotinas, desejos, intimidades, defeitos, vícios, virtudes ou mesmo o facto de terem acabado de fazer um pão, ….

E ainda dizem que a sociedade está cada vez mais individualista….

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na mouraria...

O metro de Almada [sim, Almada tem metro!!!] também é de superfície!




Porque é que só se desdenha o do Porto?!...




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quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Stratego

Chefe o bloco está a subir nas sondagens! Ai ele é isso….avança com o casamento dos alegres.

Chefe os betinhos também estão a subir e se calhar é por causa daquelas cenas que os sacanas andam sempre a dizer sobre os impostos! Fosga-se. Vê se arranjas aí uma maneira fixe de dizer que nós também vamos mexer nos impostos.

Chefe não se esqueça que vêm aí as autárquicas! É pá, manda umas bocas sobre a regionalização.

Oh chefe e o Manel? Malha no gajo, pá, malha no gajo!

E quanto aos outros, o que é que fazemos? Oh, não te preocupes que esses já nem são alternativa...

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terça-feira, fevereiro 17, 2009

Agora também estou no Twitter

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O que faz falta é animar a malta

José Sócrates, 17 de Fevereiro de 2009: “Temos de olhar para este número [taxa média desemprego em 2008 de 7,8%] como um número animador”

Como recorda Pedro Correia, em 2005 José Sócrates considerava que 7,1% de taxa de desemprego representava “a marca de uma governação falhada”.

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Blogue convidado da semana: Hole Horror

O blogue convidado desta semana, Hole Horror, é já um blogue de referência. Mas não é um blogue de referência qualquer. Quem o acompanha percebe porquê.
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I Have a Dream

I have a dream que um dia a politica à portuguesa deixe de ser feita de tricas, intrigas e jogos de interesses mesquinhos, onde só se discutem miudezas e não se debatem as ideias.

I have a dream que um dia os governos e as oposições passem a ter uma ideia concreta do que querem para Portugal e não se limitem a navegar à popa e ir reagindo ao sabor acontecimentos.

I have a dream que um dia se possa mudar uma certa mentalidadezinha medíocre e pobrezinha que confunde a crítica com o maldizer e o cumprimento com a bajulação. Que acha que o entusiasmo é boçal e defende o culto do pessimismo. Que tão depressa aclama o vulgar como menospreza o que sobressai. Que tem inveja do sucesso dos outros mas que vive em função deles.

I have a dream que um dia acabem estes tugas chico-espertos, incultos, estúpidos, que não respeitam ninguém, que tratam mal a mulher e os cabrões dos putos, que vivem para encontrar maneiras de vigarizar os outros (principalmente o Estado) mas que ao mesmo tempo queixam-se a toda a hora que são uma vítima do sistema e dizem frases idiotas como “agora que já me comeram a carne têm que me roer os ossos”.

I have a dream que um dia as cidades do meu país deixem de ser sítios sujos, poluídos e desordenados. Que comecem a valorizar o seu património e a fazer um esforço para se tornarem locais agradáveis para viver.

I have a dream que um dia o povo português perceba finalmente que a sua grandeza de espírito compensa os seus muito defeitos e fraquezas, e que com a vontade de todos Portugal pode ser um Grande país.

I have a dream today!

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segunda-feira, fevereiro 16, 2009

Agenda: AC/DC, 3 de Junho, Alvalade

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domingo, fevereiro 15, 2009

Canções.Mais.Que.Imperfeitas@2

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sexta-feira, fevereiro 13, 2009

“YES, WEEKEND“

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Uma espécie de demagogia canibalesca

Ele há dias em que Pacheco Pereira consegue aliar variadíssimas qualidades:
- brilhantismo;
- capacidade de análise;
- esclarecimento das massas;
- clarividência intelectual.

Efectivamente até agora ainda ninguém tinha percebido que Louçã é um anti-capitalista demagógico.

Mensagem subliminar do txt de PP: ouçam o que eu digo, Louçã é uma espécie de demagogo, daquele que come criancinhas, lembram-se?

Combater a demagogia com mais demagogia é uma espécie de... demagogia canibalesca?

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Oui, chéri, c'est vendredi


Lily Alen - The Fear


À sexta, aqui é que estão as graaandes músicas.

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Antes da MTV o Rock Era Assim


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quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Entre a globalização e o proteccionismo venha o diabo e escolha

Um grande amigo, acérrimo defensor do capitalismo, enviou-me esta frase de Marx por email:

"Os donos do capital vão estimular a classe trabalhadora a comprar bens caros, casas e tecnologia, fazendo-os dever cada vez mais, até que se torne insuportável. O débito não pago levará os bancos à falência, que terão que ser nacionalizados pelo Estado."
Marx, O Capital, 1867

Esse meu amigo sabe que eu tenho uma certa aversão à cegueira a que conduzem as ideologias, tal como a cegueira da religião. A ideologia é o substituto da fé no sistema mundo capitalista (ai, se o Wallerstein lê-se isto excomungava-me). A ideologia põe alguns homens a fazerem de conta que estão a representar milhões de eleitores. Fazer de conta? Se estivessem a trabalhar a sério, mesmo a sério, trabalhavam em prole do bem comum, melhor qualidade de vida, emprego, segurança, saúde, educação, etc, cá por mim até poderiam escolher o sistema de Estado que lhes desse mais jeito, estou-me rigorosamente nas tintas para isso. Em vez disso temos meia dúzia de iluminados que há luz de teorias assazmente fundamentadas tratam de servir o interesse de determinada onda económica. Entrementes cozinham a coisa com meia dúzia de patacoadas à laia de preocupação social.

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Até tu Brutus?

A União de Sindicatos de Lisboa, afecta à CGTP, vai encerrar no final do mês a sua delegação em Mafra, a única representação sindical nesse concelho. Dizem os seus responsáveis que com crise, e com o aumento do desemprego, veio a diminuição de quotas, logo também esta união de sindicatos se vê a braços com o estrangulamento financeiro. A opção foi então a de encerrar a delegação de Mafra e extinguir o posto de trabalho da única funcionária que ali trabalhava há 28 anos, que será mais uma a entrar nas contas do desemprego já no próximo mês de Março.
Numa altura como a que atravessamos seria de esperar que não fossem também os sindicatos a agirem como uma qualquer empresa. Fica como sempre o velho ditado: "Faz o que eu te digo, não faças o que eu faço".

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quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Quem fala assim não é gago [2]

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Onde é que eu já ouvi isto?

L - Sabes bem que a maioria das minhas colegas são imbecis e paradas no tempo. Aquela gente fala como se nunca tivesse sido adolescente. Estão sempre freneticamente em busca de normas e regras e comportamentos absolutamente perfeitos, tanto na esfera social, política e cultural.
M - Pois é, já reparaste em como comentam que a rapariga da farmácia é isto, porque não tem aquilo, o rapaz do restaurante é isto, porque não veste aquilo, o senhor do táxi é isto, porque não fala?
L - Às vezes agarro num cordão, acrescento-lhe um testo e ando com aquele penduricalho ao pescoço, é hilariante chocar com comunicações teóricas de combate à discriminação racial versus comportamentos práticos de discriminação social.
M -É pá, às vezes parece que estou dentro de um bunker, toda a gente pensa de forma igual, todos querem impor formas de pensamento, só o deles é que está bem, recusando todos os outros.
L - É! A malta assim não vai a lado nenhum.
M - Por isso é que gosto de estar no meio dos jovens, a malta a partir de determinada idade parece que cristaliza e tem verdades irrefutáveis acerca de tudo.
L - É! E esquecem-se do combate que travaram contra os seus pais, precisamente devido a um discurso semelhante.

Algumas horas mais tarde...

M - É pá, mas a malta agora cada vez está mais igual, mais carneirinha, mais discriminatória. Os putos de hoje são horríveis só querem computadores, jogos, televisão, são uns individualistas, uns cretinos sem imaginação nem criatividade. Por amor de Deus!
L - Podes crer, isto cada vez está pior.
M - Este país sempre foi assim, nunca há-de ir a lado nenhum.
L - Pois é, é uma valente bosta, lá isso é!

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Quem fala assim não é gago [1]

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Sensibilidade e bom senso


Desculpem lá, mas quem tem autoridade aqui para definir e classificar os homens sensíveis da Carlota (MRP dixit, caixa de comentários do post linkado que, por sinal, é daquelas que eu gosto porque estão repletas de comentários, que é o que verdadeiramente lhes dá sentido), sou eu!

Uma coisa são homens sensíveis e outra são homens com sensibilidade. Não sei se os gajos conseguirão compreender isto que acabo de afirmar. Mas eu posso explicar.

Não sou particular apreciadora de homens sensíveis, especialmente daqueles atentos a todos os pequenos pormenores a que eu dou também importância. São demasiado ingerentes, o que é absolutamente incompatível com o meu feitio e se transforma um sério problema. Porquê? Ora bem, PORQUE... Cortaste o cabelo?, Mas não tinhas já comprado umas botas no mês passado?, Não, quem sabe lavar bem os vidros das janelas, sou eu!, Como é que pudeste esquecer-te do nosso aniversário?, A tua saia está um bocado amarrotada!, Era simpático se fosses almoçar comigo e com a minha mãe..., Vais para a rua com esse decote?...Um pesadelo de que é bom guardar uma apreciável distância!

Os que mais aprecio e com os quais posso perder o meu tempo são os homens com sensibilidade, mas que não são opressivos, nem sufocantes. Apresentam-se com inteligência e bom senso q.b. e assim conseguem encontrar um equilíbro entre as coisas que verdadeiramente lhes interessam e as nossas coisas, para as quais conseguem guardar alguma percentagem da sua disponibilidade, embora, na maior parte das vezes, só se interessem se delas conseguirem tirar algum proveito. Contudo, este equilíbro de que falo, de frágil que é, pode quebrar-se e tornar um homem com sensibilidade num porco insensível, que é a categoria de me ocuparei no parágrafo seguinte.

O porco insensível é uma espécie mais comum do que se possa imaginar. Define-se como o homem que, para além de virado para si próprio, está-se pura e simplesmente nas tintas para os outros. A não ser que os outros venham convidá-lo para as chamadas coisas de homem. É normal que ele próprio tenha sido, em tempos, um homem com sensibilidade. Mas foi-o contra natura e de forma atabalhoada, pois o seu único objectivo era arranjar maneira de trocar a mãe por uma mulher que não pudesse dar-lhe ordens. Não é difícil de se reconhecer, mas identifica-se por na maior parte das vezes poder ser encontrado sentado ou deitado, em frente de um computador, de um televisor ou de um jornal e à chamada Podes vir aqui ajudar-me que fiquei com um fio da camisola presa ao trinco da porta e tenho o Zezinho ao colo e uma fralda suja a pingar na mão? responder, num tom pseudo-floreado Ó môr, vou já, mas antes trazes-me uma bjeca qu'agora 'tou aqui a ver uma coisa e não posso levantar-me?


E isto resume, o melhor que pude e em síntese rápida, as três grandes categorias desse grupo de homens que apelidamos de heterossexuais.

Em princípio, todos dirão que se encaixam no grupo do meio. Mas eu acho que é de todo conveniente não ir em conversas, sendo preferível ser eu a avaliar e a tirar conclusões.
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terça-feira, fevereiro 10, 2009

Provavelmente a Melhor Balada Rock de Sempre

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Título do Dia

O Jogo - 10 de Fevereiro

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Esquerda Caviar

Se a estratégia do BE passa por procurar uma ampla convergência à esquerda, contra o PS e sem o PCP, resta-lhes, por exclusão de partes, a divergência com a Joana Amaral Dias.

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segunda-feira, fevereiro 09, 2009

Blog Convidado da Semana: Mini-saia


Para provar que a minha blogosfera não é só política, política e mais política, esta semana convido-vos a visitar o blog temático de Moda e Beleza da blogger profissional Mónica Lice, que se transformou no último ano num dos casos de maior sucesso da história da blogosfera nacional. Fiquei a conhecer um pouco dessa história, e do modelo de profissionalização adoptado pela sua autora, após ter tido o privilégio de a conhecer num jantar com um pequeno grupo de bloggers organizado pelo GR que ocorreu no final de 2008 na Adega Kais, em Lisboa. Porém, a melhor forma de compreender o imenso sucesso do Mini-saia passa, necessariamente, por o visitar.

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Uma resposta possível



«So the Platonic year
Whirls out new right and wrong,
Whirls in the old instead;
All men are dancers and their tread
Goes to the barbarous clangour of a gong

W.B. Yeats, The Tower

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Avancem Os Intelectuais

Nos últimos anos os políticos, encantados com a sua dama vestida de púrpura e cifrões, empenhados em acreditar nos que lhes diziam que a história tinha acabado, ficaram de costas voltadas para maioria dos intelectuais que insistiam que uma sociedade sem ideias é como um corpo sem alma. Agora, órfãos da sua religião, voltam-se de novo para eles na esperança que dali possa vir a luz que procuram ao fundo do túnel.

Concordo que é necessário repensar alguns conceitos, reformular certos apriorismos, reformar a maioria das instituições e que o contributo dos intelectuais é fundamental para questionar e lançar pistas.

Mas cuidado com essas sociedades ideais, desenhadas a régua e esquadro que normalmente saem da cabeça desses ideólogos, mortinhos por tentar por em prática os seus devaneios intelectuais. É que depois ainda aparece por aí alguém mais literal que acha tanta graça à coisa que se põe a querer obrigar a malta toda a achar a mesma coisa. É que este filme já passou várias vezes.

Eu também gosto imenso de jogar Sim City e Civilization, mas quando a coisa corre mal é só fazer Reset.

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domingo, fevereiro 08, 2009

Canções.Mais.Que.Imperfeitas@1

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sábado, fevereiro 07, 2009

l'herbe folle

Esta semana a pequena sala do Contagiarte (Porto) encheu-se para um grande concerto - L'Herbe Folle - muito bom! Eu não os conhecia, ouvira apenas um cheirinho das músicas no site de grupo que me tinha agradado. São franceses e tocam... acústico, alternativo, jazz - com anuncia o MySpace.

Nas guitarras a expressividade, nos baixos a descontração, nos sopros a critividade, nas percussões a energia e em todas as vozes uma alegria contagiante. Todos juntos com um harmonia deliciosa e divertida.

Chama a atenção a baterista que, no meio dos três homens, assume o papel de faz tudo, saltando de instrumento para instrumento, sem nunca descurar a presença da voz - isto salta à vista, face ao papel habitual de vocalista da mulher no meio de um grupo de homens.

Voltando ao concerto... muito, muito bom! Tocaram duas horas para uma plateia comprimida no espaço que absorveu cada momento, não deixando de se manifestar num reflexo natural da entrega divertida e profisional vinda do "palco". "Terminado" o concerto, regressaram para mais duas ou três músicas, com o público já em pé a libertar a vontade de mexer, de dançar, de saltar. Fecharam a capella, com a plateia novamente sentada num respeitoso silêncio a acalmar o espírito e a interiorizar aquilo que foi um grande concerto!



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sexta-feira, fevereiro 06, 2009

[In]justiça

Bom dia Tenente. Vinha aqui a passar à porta e não resisti a vir aqui fazer-lhe uma pergunta: o que é que alguém precisa de fazer para ser preso?
Neste momento vi claramente nos seus olhos que achou que eu estava a gozar mas respondeu simpaticamente: Cometer um crime...
Foi aí que lhe expliquei o motivo da minha visita. Na passada terça-feira uns tipos usaram um carro que tinham roubado em Benfica para fazer um assalto a uma ourivesaria em Mafra. A violência usada ficou bem patente nas montras que partiram, no facto de ameaçarem o proprietário com uma caçadeira de canos cerrados e pelas ameaças físicas que proferiram.
Foram capturados cerca de 30 minutos depois pela PSP de Odivelas depois de uma tentativa de fuga que terminou quando o carro roubado foi abalroado por um jipe da PSP.
Por uma questão de jurisdição, e pelo facto destes senhores terem já um cadastro recheado, foram ouvidos um dia depois no Tribunal de Instrução Criminal, em Lisboa.
Foi no momento em que lhe disse Foram soltos Tenente! que o militar percebeu a minha pergunta inicial.
Depois de roubarem um carro, assaltarem uma ourivesaria, usarem uma arma ilegal, ameaçarem a integridade física de várias pessoas, tentarem fugir às autoridades, e já terem cadastro, alguém no TIC achou que bastava mandá-los para casa com termo de identidade e residência, e a obrigatoriedade de apresentações periódicas nas esquadras da área de residência, aguardando assim julgamento em liberdade.
Foi nesse momento que também o militar da GNR à minha frente deixou de saber responder à minha pergunta: o que é que alguém precisa de fazer para ser preso?

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Oui, chéri, c'est vendredi


The Last Shadow Puppets - My Mistakes Were Made For You

À sexta-feira, só música daquela mesmo, mesmo boa.

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Federem-se!

O Basílio Horta só veio confirmar o que toda a gente já tinha percebido: o pessoal anda à nora!

A União Europeia devia cerrar fileiras e pôr em prática um plano conjunto. As atitudes proteccionistas e as medidas unilaterais não podem ser a solução.

Para que um tal plano ganhe pernas para andar, e não tropece no primeiro obstáculo, é essencial encontrar um líder. Goste-se ou não o único político europeu actual capaz de assumir este papel é o Sarkozy. Tem o meu voto!

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Emoções Básicas



Mark Rothko (1903-1970), Reds no. 5, 1961

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quinta-feira, fevereiro 05, 2009

Como criar um buraco negro em 3 passos

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Provavelmente o Melhor Single Malt do Mundo

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quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Faz o que eu digo; não faças o que eu faço

Protesta-se, e bem, contra a discriminação de que estão a ser alvo os trabalhadores portugueses em Inglaterra e na Islândia. Mas que não nos julguemos moralmente superiores: em Portugal passa-se exactamente o mesmo, se bem que com outros "motivos". Em ambos os casos se utiliza um argumento discriminatório inadmissível; em ambos casos os discriminadores dizem que não discriminam; em ambos os casos os discriminados ficam sem emprego.

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Dona Melancia na barbearia do senhor Luís

Dona Melancia - Benzinho, 'cê lhe pretende massagem de nuca, turca, helvética, ou a la carte?
Dom Melão - Meu bem, hoje 'tou meio despreocupado, afinal como bem explicou seu Carlos nós 'tamo numa de solução p'rá crise.
Dona Melancia - Benzinho, isso aqui é uma empresa capitalista, conversa mole 'tá consumindo minha eficiência, se decida d'uma vez por toda.
Dom Melão - Meu bem, 'cê me chama aí seu Luís? Hoje não tou numa de massagem, tou numa de intelectualizar "testerona".

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Let's go to the stoning

É conhecida, e todos os dias nos é recordada, aquela cena de que é muito difícil traduzir accountability para português.

Pelos vistos também há algumas dificuldades no move forward

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Todos Diferentes, Todos Iguais

No mês passado participei num workshop em que representantes de quase todos os países europeus debateram o futuro da aviação civil na Europa. Durante uma semana fizeram-se as habituais análises de riscos e oportunidades dos vários sectores da indústria e tentou-se chegar a conclusões sobre o impacto que uma Europa mais globalizada poderá e deverá ter nesta importante indústria. No fim da semana (no “wrap up”!) o director do workshop fez questão de frisar que nas várias análises que se fizeram foi recorrentemente referida como oportunidade a colaboração entre os vários países; e nunca o facto de o céu se estender indiscriminadamente por vários países foi referido como uma ameaça ou risco. A pergunta que se impôs foi: porque não acontecem então os projectos transeuropeus mais facilmente? E a resposta foi unânime por toda a audiência: por questões puramente politicas!

Estou convicto de que existe, e se vai reforçando de dia para dia, um espírito Europeu. Os cidadãos dos estados Europeus têm consciência de um sentimento de pertença a uma certa unidade onde são partilhados muitos valores. Este sentimento tem que ser explorado e alimentado para o fortalecer. Algumas das vantagens práticas da EU são evidentes no dia-a-dia (o euro, as fronteiras). A construção da Europa deve ser feita de baixo para cima, através do aproveitamento dos vários exemplos que vão acontecendo aqui e ali, e não de cima para baixo, através dos jogos políticos dos bastidores.

É claro que não podemos exagerar. Não se podem esperar mais afinidades do que aquelas que existem naturalmente. Os diversos povos europeus estarão sempre afastados por enormes diferenças culturais (eu, por exemplo, depois de ter sido algumas vezes surpreendido, lá tive que explicar a alguns colegas meus (de diversas nacionalidades) que em Portugal os beijos entre homens estão circunscritos ao domínio dos laços familiares, e que de futuro eles se deveriam abster de, por mais festivas que sejam as ocasiões, virem todos lampeiros prontos para me pespegar com duas grandes beijocas). Esta diversidade tem que ser respeitada e qualquer tentativa de a subestimar deitará por terra qualquer projecto de união.

este texto foi originalmente publicado em Julho/2007 num outro blog
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terça-feira, fevereiro 03, 2009

Adeus cooperação estratégica

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Dark Forces

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Olhem para o nosso exemplo

Andam para aí prémios Nobel da economia, o Barack, e mais meio mundo a discutirem se a criação de um «Bad Bank» ajuda a resolver a crise. Nós, portugueses, pioneiros em tudo, e sem direito a discussão, podemos adiantar que é uma má ideia. Já criámos o nosso próprio Bad Bank: para além de assumir os activos tóxicos do BPN e BPP, ainda tem de injectar capital nas contas das empresas públicas falidas, salvar défices e dar guarida a políticos em fim de carreira a pagar-lhes chorudos salários. Querem activos mais tóxicos do que isto?

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É uma sorte para quem está no poder que as pessoas não pensem*

Há vários factores explicativos da permanente desconfiança com que analiso os media de um forma geral. Entre a informação/desinformação/propaganda a linha é verdadeiramente ténue. O que não me impede de perceber que há jornalistas cuja postura ética é irrepreensível, desde que a doutrina ideológica não lhes "empalhe" o espírito, infelizmente ao longo de vários casos manufacturados ou não há sempre quem confunda compromisso ideológico com parcialidade noticiosa. Esse é um dos grandes males do jornalismo contemporâneo, para além de outros.
Há certos exemplos noticiosos: - caso da pedofilia, - caso licenciatura Sócrates; - caso BPN; - caso BPP; - caso Operação Furacão; - caso Noite Branca; - caso Freeport; cujo modelo de comportamento foi o seguinte:

- injecção maciça de informação e desinformação, intervenção dos tribunais; desadequação entre a criação monstruosa de desinformação e informação e sentença dos tribunais (devido à irrealidade do tribunal manufacturado pela comunicação social?). Entre a criação/manufactura de notícias, a realidade das intrigas/corrupção no seio do poder, o desejo de poder das oposições, a ?ineficácia? de estruturas de apoio ao poder (juízes, polícia judiciária, escritórios de advogados, entre outros) amplamente coniventes com determinada estratificação social e ?ineficiente? contra as novas realidades da criminalidade e os múltiplos interesses envolvidos, nomeadamente de propaganda e contra propaganda, é muito difícil pensar de forma crítica e substancial, tal como é muito difícil percebermos se a apologia da ineficácia é apenas uma forma eficaz de traduzir uma estrutura eficientemente manufacturada.
Daí que nos tempos que correm quem lê jornais tem alguma dificuldade em interpretar correctamente a informação. Essa dificuldade advém-lhe da certeza de que algures por ali há uma fonte anónima interessada em fabricar/propangadear uma certa realidade.
Contudo, é real o seguinte contexto: ao mesmo tempo que jornalistas com alguma postura ética tentam lutar contra a maré, outros jornalistas tentam garantir a sua sobrevivência económica (os contratos a prazo são lixados p’rá ética, pá). Entre uns e outros existem actores interessados na situação caótica em que vivemos e que se transformam em vítimas reais e fictícias e manipulam e propagandeiam a sua mentira.
Em relação ao caso Freeport o povo português só pretende que José Sócrates lhe explique o seguinte:
- a razão do seu ministério ter transformado (em dias) uma área protegida numa área altamente especulativa.
Quanto à conversa sobre o tio, primo, mãe, poderes ocultos, entre outro ruído de fundo? Santa paciência!

*Adolf Hitler

Livro de cabeceira:
CHOMSKY, Noam (2008). Cartas de Lexington: Reflexões sobre propaganda. Mangualde: edições pedagogo.
(Visão crítica do papel dos media na sociedade actual e a sua indústria de 'manufactura do consentimento', imprescindível!)

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Onde Estás Tu Zé Carlos?

A ênfase no proteccionismo e no mercantilismo como vias para ultrapassar a crise económica ganha adeptos em cada dia que passa.

O Buy British, Acheter Francais e outros que tais podem facilmente tornar-se gritos de guerra de movimentos extremistas e xenófobos dos mais variados quadrantes e orientações.

A continuar assim, esta realidade poderá facilmente exacerbar a clivagem entre os extremos Federalistas e Eurocépticos, e inclusive pôr uma pressão enorme sobre os próprios alicerces da União Europeia.

Os ventos que ameaçam vir da América também não auguram nada de bom. Por analogia (e mesmo salvaguardando qualquer anacronismo) basta lembrar que o proteccionismo de Roosevelt é normalmente apontado como uma das causas da profunda crise económica europeia que na prática conduziu à II Guerra Mundial.

A Rússia acossada pela perda do poder que lhe vinha dos exorbitantes preços do petróleo vai tornar-se cada vez mais perigosa.

A Turquia parece ter-se cansado dos jogos politiqueiros e das discussões inócuas sobre a sua adesão à UE. Isto além de não ser nada bom por si só, poderá facilmente servir de alavanca para o extremismo dos restantes países muçulmanos.

Os conflitos existentes, sejam eles a guerra no Afeganistão ou o drama de Darfur, estão longe de terem soluções à vista. A OTAN não funciona e as Nações Unidas mostram-se cada vez mais incapazes de resolver problemas.

No meio de tudo isto os países europeus são (salvo raras excepções) governados por políticos sem carisma e pouco interessantes, o pequeno Durão nem em bicos de pés passa por líder europeu, e em Portugal estamos suspensos, a tentar descobrir se o nosso Primeiro-Ministro é ou não um malandro.

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segunda-feira, fevereiro 02, 2009

Brevemente numa sala de conferências perto de si

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Coisas que não param de me surpreender

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Pamôdedeus!




O país agradece. E o estrangeiro também.


Na imagem: homem a cavar batatas.
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Pequenas coisas que me obrigam a comprar discos

Muitos recordarão o trabalho de João Aguardela pelo cruzamento - magnífico, diga-se de passagem - que fez entre o acordeão e a guitarra distorcida, pelo projecto Megafone ou pelas canções dos Sitiados. Eu continuo a achar que basta a linha da guitarra baixo desta música para provar o seu génio.


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domingo, fevereiro 01, 2009

Descubra as diferenças

Fotos de Lisboa e Gaza

«Lisboa geminada com Gaza. A crise económica não é nada comparada com a bomba nuclear que parece ter destruído os neurónios dos ilustres vereadores da Assembleia Municipal da capital portuguesa.»

Isabel Stilwell, Destak

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