segunda-feira, fevereiro 23, 2009

Poemas que ardem
















Quarto

Os posters, colados com fita-cola
arderam nas paredes. Os ursos de
peluche fecharam os braços e, por
quase nada, arderam sobre a cama.
Os cartões de estudante antigos, os
postais de férias e os três poemas
passados a limpo arderam dentro
da gaveta da mesinha-de-cabeceira.
Fiz dezasseis anos, chegou o verão e
os bombeiros não tiveram meios
técnicos e humanos suficientes.

José Luis Peixoto; "Quarto", in Gaveta de Papéis, Edições quasi, 2008, pág 37

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