Onde Estás Tu Zé Carlos?
A ênfase no proteccionismo e no mercantilismo como vias para ultrapassar a crise económica ganha adeptos em cada dia que passa.
O Buy British, Acheter Francais e outros que tais podem facilmente tornar-se gritos de guerra de movimentos extremistas e xenófobos dos mais variados quadrantes e orientações.
A continuar assim, esta realidade poderá facilmente exacerbar a clivagem entre os extremos Federalistas e Eurocépticos, e inclusive pôr uma pressão enorme sobre os próprios alicerces da União Europeia.
Os ventos que ameaçam vir da América também não auguram nada de bom. Por analogia (e mesmo salvaguardando qualquer anacronismo) basta lembrar que o proteccionismo de Roosevelt é normalmente apontado como uma das causas da profunda crise económica europeia que na prática conduziu à II Guerra Mundial.
A Rússia acossada pela perda do poder que lhe vinha dos exorbitantes preços do petróleo vai tornar-se cada vez mais perigosa.
A Turquia parece ter-se cansado dos jogos politiqueiros e das discussões inócuas sobre a sua adesão à UE. Isto além de não ser nada bom por si só, poderá facilmente servir de alavanca para o extremismo dos restantes países muçulmanos.
Os conflitos existentes, sejam eles a guerra no Afeganistão ou o drama de Darfur, estão longe de terem soluções à vista. A OTAN não funciona e as Nações Unidas mostram-se cada vez mais incapazes de resolver problemas.
No meio de tudo isto os países europeus são (salvo raras excepções) governados por políticos sem carisma e pouco interessantes, o pequeno Durão nem em bicos de pés passa por líder europeu, e em Portugal estamos suspensos, a tentar descobrir se o nosso Primeiro-Ministro é ou não um malandro.
5 Comments:
Bom texto, mas a primeira palavra ("O") está errada.
Ênfase é feminino: a ênfase, não "o" ênfase.
corrigido, obrigado anónimo (maldita morfologia!)
Entro por aqui dentro em concordância com "anónimo", o texto está muito bom!
Mas não resisto a acrescentar um cruzes! credo! Tanto pessimismo (realismo?) num post só!
sinapse, no outro dia alguém me falou de um provérbio russo que diz qualquer coisa como
o que distingue um optimista de um pessimista é que
o optimista diz que nós vivemos no melhor dos mundos possíveis;
o pessimista acha que o optimista tem razão.
Os russos sempre tiveram grandes dificuldades em se fazer entender sem ser à estalada. Com ditados destes, começo a perceber porquê.
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