sexta-feira, julho 31, 2009

Visto de Fora

A política em Portugal é rasca.

Resume-se ao que o PSD ou o PS dizem, e às consequentes discussões entre eles. Tudo o resto é considerado ruído que só é usado quando pode ser contextualizado no primeiro caso.

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Chain Reactions


Mesmo depois do seu auge nos 70’s e 80’s o Disco manteve um pezinho em vários outros estilos musicais. Além disso, houve sempre artistas que, mesmo sendo mais conhecidos por outros registos, incluíram no seu repertório músicas em que facilmente se podem identificar as influências. Mas este ano tenho a sensação de que se está a ir mais longe, e que (pelo menos nas rádios e nas mtv’s) se estão mesmo a recuperar os verdadeiros clássicos.

Acho bem. Embora nunca tenha sido a minha música de eleição, sempre admiti que não há ritmo melhor para embalar uma noite estival numa discoteca de verão.



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O Monstro Rosa Choque


Depois de o próprio Professor Ricardo Reis defender que esta análise de Miguel Frasquilho “é boa, séria, e merece respeito” espero que o hilariante porta-voz do PS volte a chamar a imprensa para comunicar a todos os portugueses que o “Monstro” está de volta - e mais rosa do que nunca.

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quinta-feira, julho 30, 2009

Os Contos de Maldoror

Tudo esclarecido! "Os cantos de Maldoror" escrito por Isidore Ducasse foi o primeiro livro que terá marcado a adolescência de Adolfo LC. Passados uns anos, e quando se achou devidamente preparado, ele e os seus habituais companheiros de palco, intervalaram a carreira rock dos Mão Morta para levar a palco a encenação musical deste texto terrível.
Esta foto foi feita numa das duas apresentações no teatro Viriato em Viseu. Perdeu quem não viu!
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um ano pela mouraria...

... e muitos, muitos teatros


Lisboa tem muitos teatros! Um ano deu para coleccionar alguns deles e muitos ficaram ainda por visitar. Ah e tal e o Porto também tem muitos... Até pode ser, mas em Lisboa o número e a concentração sobe de forma incrível. Isto é exemplo da multiplicidade de oferta cultural, mas também da riqueza arquitectónica conservada. Os teatros são mais que muitos e muitos deles valem também apenas pelo espaço em si.

As peças de teatro, de dança, os concertos, os bailes,... - os motivos de visita foram os mais diversos. Grande parte previamente planeados, alguns decididos apenas no momento. Abrir a agenda cultural ao fim da tarde e averiguar o que fazer e onde ir à noite, tendo ainda direito de escolha é algo a que era capaz de me habituar... E agora, mais do que nunca, não percebo como é possível ficarem em casa sem fazer nada...

Isto de vir da província à capital deixa-nos assim, um bocado estúpidos...

fotos: camões / ccb / comuna / culturgest / ibérico / luz / d.maria / maria matos / tivoli / trindade

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A vista de um ponto não é necessariamente um bom ponto de vista

Estou a gostar da luta política entre os dois blogues que referi no post anterior.
E também não posso deixar de considerar oportuna a vinda de académicos ideologicamente comprometidos para a blogosfera.
Penso que hoje em dia é importante percebermos o quanto andamos mergulhados em ideias feitas, palavras sem história e banalidades transformadas em erudição.

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segunda-feira, julho 27, 2009

Blogosfera e eleições

Estamos em ano de eleições e a silly season na blogosfera reaparece com a leveza ideológica da luta política.
Os dois partidos do poder concertaram afinidades electivas e construiram um alinhamento ideológico.
À esquerda o Simplex assume-se como um blogue colectivo de apoio ao PS, à direita o Jamais assume-se como um colectivo de apoio ao PSD.
Sinceramente se há algo que me agrada é a luta política clara e sem subterfúgios ou neutralidades aparentes.
Será que existe alguém que ainda duvide da carga ideológica de todo o domínio da actividade humana?
Será que existe alguém que ainda duvide que os discursos sobre educação, economia, saúde, justiça, privatização, estatização, ... possuem leituras divergentes precisamente porque são distintos os modelos de sociedade que se defendem?

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domingo, julho 26, 2009

Canções.Mais.Que.Imperfeitas@21

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sábado, julho 25, 2009

Tó Trips

...no jardim do Museu do Chiado

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quinta-feira, julho 23, 2009

Iremos a votos, iremos a votos, PIM!

O senhor contrabaixo há-de votar,
A senhora violoncelista também,
O senhor contrabaixo há-de recobrar,
A senhora oboé porém,
O senhor trompete há-de todavia aprovar,
A senhora corne-inglês conceber,
Os instrumentos de cordas, madeiras,
metais, instrumentos de percussão e de teclas em afinidade melodiosa,
enfim todos votarão em prol da desarmoniosa harmonia instrumental,
e todos esquecerão, momentaneamente, a imerecida evidência social do contrafogue,
os inadequados desméritos das trompas, méritos das tubas, tropelias dos trombones,
todos olvidarão, unissonantes, um ilustre desactivismo estético.
O triângulo, instrumento com pouca influência criativa, interroga-se porém:
E se em vez da caixa antes um cravo?
E se em vez de um piano uma filarmónica litúrgica?
E se em vez de uma família de violas, outra de violinos, sopros tão destemperados, um baixo descontínuo?
Não! - exclama a orquestra uniclorante.
Pois o senhor flautim gosta de votar
A senhora harpa juntamente,
O senhor fagote antigamente,
A senhora contra os fagotes similarmente,
E o senhor tímpano que sempre vantajosamente e bem,
E a senhora trompa identicamente,
E embora os senhores da sinfonia, da música absoluta,
os dessenhores agradáveis
enfim, aqui também se vota por uma desorquestração pós-moderna!
Primeira conclusão, de todos e em desconsonância, os instrumentos menores terão de amealhar!
Segunda conclusão e desfinal:
A orquestra jovem habitualmente não votaria,
A orquestra filarmónica vulgarmente e numa harmoniosa incompatibilidade,
A orquestra livre regularmente e numa apologia emancipada,
A orquestra sinfónica usualmente e perfilhando uma certa cadência socialmente progressista
E um Pim
desacabou assim: uma orquestra em franca desorquestração!

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quarta-feira, julho 22, 2009

jorge palma em belém

Na semana passada, os jardins da Torre de Belém (Lisboa) encheram para ver Jorge Palma e os seus ilustres convidados encerrar as Festas de Lisboa. «Qualquer Coisa Pá Música» - assim se chamava o espectáculo.


Abriram os Tocá Rufar com os Gaiteiros de Lisboa nas percussões e gaita e entraram os Demitidos e Palma à guitarra desvendando Portugal, Portugal. Ao palco, cada um na sua vez subiram também os tais convidados... os amigos! Rui Reininho cantou Frágil - muito bom! Mariza acompanhou a Canção de Lisboa - interpretação "demasiado" própria. J.P.Simões cantou no Bairro do Amor - desafio cumprido. Cristina Branco foi a Estrela do Mar - muito bem! Sérgio Godinho foi cúmplice do Jeremias - não foi um bom momento, com muita pena minha... Adolfo Luxúria Canibal declamou À Espera do Fim - uma boa ideia, mas que precisava de ser mais trabalhada. Fausto cantou e acompanhou à guitarra Dá-me Lume - estranha confluência de estilos. Os Gaiteiros voltaram para o Encosta-te a Mim - uma justaposição que deixou em falta alguma interligação. E, no final, a chamar de novo todos ao palco, os Tocá Rufar deram o ritmo do A Gente Vai Continuar. Pelo meio também um quinteto de metais foi acompanhando o desfile de canções: os clássicos, as novidades e algumas outras mais ou menos conhecidas do grande público.

Foi um bom fim de Festas. Entre as músicas que esperamos e aquelas que nos surpreendem houve um pouco de tudo. Não foi, no entanto, uma boa imagem... Começa a incomodar-me a, digamos, boémia aplaudida, incentivada, troçada, pelo grande público. Não me interpretem mal, gosto muito da sua obra, e apesar de pôr em dúvida o seu estilo de vida, aprecio o seu à vontade com o público e a ligação que consegue em cima do palco. No entanto, tudo isso começa a desmoronar-se quando a tendência para o disparate surge como resposta a isso mesmo. Saber rir de si próprio é uma virtude... quando temos as pessoas a rirem-se connosco e não a rirem-se de nós... E saber distinguir essas situações é que pode ser complicado. Acho que estou a ficar velha...

imagens (1. do cd Qualquer Coisa Pá Música) (2. do vídeo Encosta-te a Mim)

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A esplêndida utilidade da língua inglesa

A esplêndida utilidade da língua inglesa apresenta-se unânime e memorável.
Há uma espécie de razão insuficiente ou imperativo categórico, acuidade psicológica ou masculinidade monárquica, erotismo ou ironia clássica na evidência da sua instrumental utilidade.
Brincam, na verdade, às evidências estéticas.
Sentemo-nos, então, na ausência de alternativas.
Glorifiquemos as homogeneidades amigáveis e concordemos, enfim, acerca da incomensurável conveniência social de pronunciarmos correctamente a língua inglesa.

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domingo, julho 19, 2009

The Soaked Lamb

Atenção a este colectivo: The Soaked Lamb.
A fotografia tirada durante um concerto no espaço GERALDINE em Lisboa.

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Canções.Mais.Que.Imperfeitas@20

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sábado, julho 18, 2009

Ignorâncias

"Pode dizer-se, aparentemente, que existe uma ignorância alfabética que precede a ciência, e uma outra, doutoral, que vem depois da ciência - uma ignorância que a ciência faz e gera, do mesmo modo que desfaz e destrói a primeira."

Montaigne (2004). O pequeno Vade-Mécum. Lisboa: Antígona, p.53.

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sexta-feira, julho 17, 2009

Oui, chéri, c'est vendredi


Starsailor - Four to the floor

Também muito bons nesta versão aqui.

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quinta-feira, julho 16, 2009

O Prognóstico das Negociações

À mesa estarão corporações (professores/políticos) com objectivos e finalidades dificilmente inconciliáveis (uma avaliação consensual), no final da reunião as acusações serão mútuas.
Os "uns" acusarão os "outros" de autoritarismo, os "outros" acusarão os "uns" de inflexibilidade e dificuldade de adaptação a novas regras, incapacidade de resposta aos novos desafios.
Os "uns" também diabolizarão o capitalismo, os "outros" a mentalidade corporativa.
Os ingredientes dos "uns" e dos "outros" pressupõem, ironicamente, a mesma base, talvez resquícios de uma mentalidade corporativa e autoritária, talvez incapacidade de conviver com os "outros nós".
Ambas as corporações construiram um interior metaforicamente consensual, com alicerces no autoritarismo e ausência de prática democrática. Quer me parecer que quando se impede o diálogo e conflito interior, rapidamente se alcança uma "forma" corporativa de ler o mundo. Enfim, a melhor forma de ler o mundo é a nossa, não há diálogo possível com outras formas de ler o mundo, pois são as dos "outros" e os "outros" nunca serão o "nós".
Os "outros nós" a razão de ser implícita de uma ida à mesa de negociações, e a garantia do emprego dos "uns" e dos "outros", rapidamente se transformarão em actores manipuláveis, mas os "uns" e os "outros" estarão "conscientes" da necessidade de os defenderem, a causa metafórica da "sua" existência.
Nos noticiários das 20h00 as reportagens dos jornalistas evidenciarão as vozes dos "uns", estes acusarão o governo de prática anti-democrática e autoritária, e as dos "outros", estes acusarão os professores de prática corporativista e anti-avaliação.
Os "outros nós" assistirão ao noticiário e, continuando a garantir a razão da existência dos "uns" e dos "outros", encolherão os ombros e pensarão: "Estes fdp não se entendem! É sempre gira o disco e toca o mesmo! Tou farto(a) destes c*!"
Para o ano que vem os "supra uns" (instituições supranacionais) voltarão a garantir, nos media nacionais, as razões da defesa dos argumentos dos "uns" e dos "outros" e quanto aos "outros nós"? Encolherão os ombros, assobiarão para o lado e dirão "Este país é sempre a mesma m*!". De repente uma onda consensual invade todos, não é que os "uns", os "outros", os "outros nós" e os "outros outros nós" chegaram finalmente a um consenso e perceberam que afinal têm mais convergências do que divergências? Então, perdendo o medo de manifestar a sua alegria consensual concluem um tanto ou quanto euforicamente "este país é sempre a mesma m*!"

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quarta-feira, julho 15, 2009

Cenas inesquecíveis (8)



Emilio Estevez, Anthony Michael Hall, Judd Nelson, Molly Ringwald e Ally Sheedy no filme The Breakfast Club (1985)
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terça-feira, julho 14, 2009

Democracia, consenso e conflito

Descobri, por acaso, a razão de ser do absurdo em que por vezes se transforma a democracia.
Sinto-me, por isso, uma pessoa brilhante e, especialmente hoje, uma verdadeira democrata.
As minhas conclusões, brilhantes, foram as seguintes:
O regime democrático foi construído há luz de dois elementos essenciais: consenso e conflito.
Existe consenso quando uma perspectiva é momentaneamente ganhadora.
A tal perspectiva só se torna ganhadora quando conquista uma entidade histórica do regime democrático: o Estado. Percebe-se a razão: é o Estado por intermédio dos seus representantes que transformam a nova teoria no novo modelo, através das políticas públicas, impostas a todos os nacionais, ao mesmo tempo que é o Estado (com maior ou menor protagonismo) que regula as relações entre os diversos tipos de interesses que existem na sociedade.
Os diversos tipos de interesses que existem na sociedade estão na origem dos conflitos e construção de consensos. Quando as contradições do modelo dominante produzem mais benefícios para uns do que para outros é de esperar que estejamos perto de novos conflitos e, consequentemente, de um novo consenso.
Assim é de supor que logo após um debate aceso e conflitual entre diversas perspectivas, se possa deduzir que um novo modelo está prestes a ser construído.
Como se operacionaliza?
As diversas perspectivas vão realizando acordos pontuais com perspectivas divergentes, que ao apostarem consensualmente nos pontos em comum visam, fundamentalmente, atingir o mesmo objectivo, com o propósito demarcado de influenciar os actores políticos e visando transformar-se no modelo dominante (o artigo de Manuel Alegre no Expresso do passado fim de semana apela a este tipo de actuação à esquerda).
Ora um modelo dominante não se impõe sem uma determinada autoridade.
Quem são, assim, os principais construtores do consenso?
Bem, esses construtores do consenso são, por exemplo, as "vozes" divergentes dos representantes do conhecimento e da Igreja, os dois grandes modelos de autoridade que influenciam os representantes políticos.
Parece-me, por isso, que a democracia como um regime sempre à procura de novos consensos não possa descurar o papel da Universidade, nem o papel da Igreja, como os dois principais actores na construção de consensos e conflitos.
Assim, quando alguns "articulistas" pretendem "vender" a ideia de que um determinado manifesto ou encíclica papal não devem ser levados em conta, pois os seus signatários/signatário são apenas os representantes da teoria/Igreja e devem remeter-se ao seu papel de educar a mente ou o espírito, o que eles estão verdadeiramente a temer é outra coisa...

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domingo, julho 12, 2009

uma casa portuguesa 2009

A Casa Portuguesa da Casa da Música (Porto) está de volta, este ano em formato alargado (de 8 Jullho a 2 Agosto) miscigenado com o Verão na Praça. O tema da temporada 2009 é o Brasil, que assim se junta a esta portugalidade.

Faz dois anos que Casa Portuguesa saiu à rua e montou arraiais na Praça. Frio... muito frio fez na altura. No ano passado, voltou para dentro de portas. Este ano está de novo na Praça, mas com um pequeno mimo: distribuição gratuita de mantas da Super Bock! Fiquei maravilhada - é que ali à noite faz mesmo frio! Um agradecimento sincero à organização e ao patrocinador. Resultado final: uma plateia toda coberta pelo vermelho das mantas. «Uma gracinha!» - dizia um dos convidados da noite. «Assim nem é preciso perder tempo a escolher a roupa para vir ao concerto» - dizia a senhora tia ao meu lado.

Entrando pela Casa propriamente dita, na 5a feira assisti a:

- Pauliteiros de Miranda: a tradição portuguesa que teima em não desaparecer. Lhaços tocados por duas gaitas (surpreendentemente, abrindo com uma mulher a tocar!), uma caixa e um bombo, dançados pelos oito bailadores (homens), acrescidos de uma dança mista com uma quadrilha de pares a bailar o Repasseado. Apresentações com algumas explicações dos nomes, temas e parte das letras mirandesas, pena não ter sido integralmente em mirandês - lembranças dos Galandum (que estão a tocar esta noite na Praça)...


- Hamilton de Holanda (quinteto) : um jazz chorado, um choro jazzado, com muita sonoridade à mistura. Não conhecia, fui no escuro, mas foi uma boa aposta. Visual descontraído, conversa apaixonada de brasileiro irmão. Em palco o bandolim (de 10 cordas) de Hamilton, uma harmónica, uma guitarra, um baixo e uma guitarra. Na espectativa dos primeiros momentos, sou surpreendida pela sonoridade do jazz - sinceramente não estava à espera. O bandolim e a harmónica não faziam parte do meu universo jazzístico - como eu sou ignorante... Gostei! Uma vez que a Casa é Portuguesa, aos convidados estrangeiros é pedida uma interpretação de um tema português: Hamilton tocou a solo no seu bandolim Serenata de Carlos Paredes e, em colaboração com a percussão de Naná Vasconcelos, Canção do Mar celebrizada por Dulce Pontes.
Hamilton de Holanda volta a Portugal no fim do ano (4/Dez) para tocar em Lisboa com Richard Galliano - uma combinação que promete!

Quanto à Casa, continua a dar música até ao fim do mês, com o meu (pessoal, claro!) destaque para Galandum Galundaina (hoje à noite) e Laginha e Sassetti (dia 25). Os bilhetes variam entre os 10€ e 15€, havendo um passe de 30€ para quatro concertos à escolha.

imagens (1) (2)

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Canções.Mais.Que.Imperfeitas@19



Bob Marley quase sempre me comove, quase sempre me relembra as causas que me dizem respeito. Nenhum povo, em nome de um profeta do desenvolvimento económico, social e político poderá abrir mão da sua cultura e identidade. Tal senso comum para alguns é claro como certa cristalinidade de um certo rio Mondego, apesar de todas as tropelias autárquicas em nome do progresso e do desenvolvimento não sustentado, não integrado, apenas sinónimo de construção predadora a todos os níveis.

Todo o desenvolvimento que exclua as tradições, a terra, a inventividade e a participação dos locais em nome de palavras da moda dos economistas, dos políticos, dos cientistas sociais e dos bem colocados e enredados homens dos negócios, não passam de propostas, algumas até muito bem intencionadas, mas cuja persistência dos predadores quase sempre as faz resvalar para oportunismos a la carte.

Daí que qualquer proposta "desenvolvimentista" articulada com a palavra progresso, seja, para mim, sinónimo de necessidade de vigilância, muita vigilância, não vá continuar a ser palco de poiso de alguma ave rara cujo interior é sempre o mesmo: muito para poucos e pouco para muitos.

Há muito que se percebeu que as diversas elites em Portugal se preocupam bem mais com a depredação do Estado, a rapinagem dos bens públicos, o incentivo à desgovernação (bem presente nos seus representantes mediáticos) do que com o tal povo que representam, enfim não passam de uns deseducados, ignorantes e que "não se deixam governar", enfim lá disse o romano (este discurso é transversal a todos os representantes ideológicos).

Assim parece-me que a conclusão óbvia é um dado cada vez mais empírico: um povo que é desrespeitado pelas suas elites é um povo que não as deve respeitar!

Assim, como diria Marley, a luta continua!

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sábado, julho 11, 2009

a festa



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sexta-feira, julho 10, 2009

Branqueamentos


É por demais evidente a intenção de michaeljacksonlização da actuação do BdP nos casos BCP, BPN e BPP por parte do partido socialista.

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Oui, chéri, c'est vendredi


Orzak Henry - Remains


Orzak Henry (Piet Goddaer) é um compositor e intérprete belga flamengo que descobri há pouco tempo. Na verdade, já há muito que vinha ouvindo alguns temas dele na rádio, mas ainda não tinha tido oportunidade de fixar o seu nome.

O tema que aqui publico hoje, através do YouTube, deve ser tão novo, tão novo, que ainda não tem video. Mas não faz mal, pois assim podemos concentrarmo-nos naquilo que verdadeiramente interessa, que é a música.
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outro cliché

não sendo a paisagem o meu género de fotografia favorita, há coisas que não se deixam de fotografar. eis a minha versão de um dos mais famosos símbolos do mundo!
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Alcochete


a terra do freeport, do novo aeroporto, e da academia do sporting tem um dos fins de dia mais irresistíveis que conheço. não resisti ao cliché do pôr do sol... mas este tive mesmo que o partilhar. um final da tarde em alcochete tem esta luz!
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quinta-feira, julho 09, 2009

As luas dos que casam

"Se querem que haja uma lua por força para os que casam, façamos umas poucas de luas:
Lua-de-mel;
Lua de cicuta;
Lua de láudano;
Lua de tártaro emético;
Lua de mostarda inglesa;
Lua de óleo de rícino;
Lua de fel da terra;
Lua de salsaparrilha;
Lua de raspa de veado;
Lua de jalapa;

Luas tónicas, luas antiflogísticas, luas irritantes, luas vómitas, luas drásticas, etc.
Convém, de seguida, observar, que a lua não influi por igual nos dois noivos. Cada um deve ter sua, nos casos exceptuados de casamento por paixão recíproca.
Tal marido é aluado em ovos-moles, e sua mulher em jalapa.
Tal noiva saboreia-se nos dulcíssimos favos da colmeia lunar, e o homem enjoa um cozimento salobre de raspa de veado, animal que muitas vezes lhe lembra, por causa das virtudes medicinais, e outras causas."

Camilo Castelo Branco, O que fazem Mulheres, ed. Planeta de Agostini, p.45.

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quarta-feira, julho 08, 2009

Cenas inesquecíveis (7)


Michelle Pfeiffer e John Malkovich no filme Dangerous Liaisons (1988)
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terça-feira, julho 07, 2009

Agenda: LOVE - LIVE TOUR

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segunda-feira, julho 06, 2009

wok

[Lisboa, Maio/2009]
A sala principal do Teatro da Trindade (Lisboa), longe de estar cheia, recebeu WOK - um espectáculo de percussão sob a chancela dos Tocá Rufar. Seis elementos em palco dão conta de uma série de bombos, bombinhos e bombões. Coordenação fantástica de som e movimento nas baquetas, nas mãos, nos braços, nas pernas, no corpo, na cabeça,... Uma coisa me impediu de apreciar o espectáculo como devia: os fatos! Era suposto representaram tribos do futuro, portanto, uma mistura de negros e coloridos, de licras e cabedais, de cabelos florescetes e máscaras escuras. Não gostei dos fatos! Ou melhor, não gostei do enquadramento: não consegui uma ligação pacífica entre o "futurismo" das roupas e a tradição dos instrumentos. Acho que só ultrapassei a estranheza no "convívio" final. O "chefe" da tribo, sem nunca falar língua de gente, convida ao palco alguns elementos da plateia ensaiando meia dúzia de ritmos - momento bem acolhido pelos artistas de ocasião, gerando situações bem divertidas para toda a casa. A colaboração final com "palmas de repetição" de todo o público foi muito bem conseguida e as palmas de encore soaram ainsa bem ritmadas em jeito de lição bem estudada.

Ainda em digressão: Guarda, Mafra, Moita, Trofa, Vagos, Açores, Grândola, Alcochete.

foto

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sexta-feira, julho 03, 2009

Oui, chéri, c'est vendredi


Muse - Unintended
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quinta-feira, julho 02, 2009

Cenas inesquecíveis (6.1)

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Sindroma de Aljustrel

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Cenas inesquecíveis (6)


Anthony Hopkins no filme The Remains of the day (1993)
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Autoridade e emancipação

O pensamento único conduz a uma visão democraticamente pouco saudável. Entendo por pensamento único a imposição de um determinado modelo de uma forma autoritária, cuja implementação conduz a necessidades de controlo burocrático e/ou policiamento social o que se traduz na construção de uma sociedade altamente regulada e asfixiante, com a perda de ganhos em termos de liberdade (seja ela de expressão, comportamento,...). Normalmente os defensores de um certo pensamento tentam impô-lo como forma de comportamento geral, o que se traduz numa perda evidente de liberdade e necessidade de adopção de comportamentos semelhantes, sob pena de "exclusão" daquele mundo, seja ele laboral, social, familiar, etc.
Há alguns meses que escrevo aqui sobre a vigilância necessária à comunicação social. A comunicação social portuguesa (abundam exemplos lá fora muito interessantes) transformou-se, nos últimos anos, numa arena de combate de teorias económicas e de um "evangélico" pensamento neutro. Os seus defensores surgem como meros moços de contabilidade e que apenas nos estão a ajudar a fazer contas de mercearia, sabemos, porém, que para além de tentarem ensinar-nos a fazer contas, os ditos defensores (das boas contas) apenas pretendem impor-nos um determinado modelo social, político sob a máscara exemplar de boas e más aprendizagens económicas. Penso que a economia neutra seria, aliás, um excelente mote para uma peça dramática de Shakespeare.
O problema do pensamento único reside no facto de pensar que a sua solução é a única possível, outra solução é a ruína e a devastação, daí que se ergam fantasmas apocalípticos e que olham para todas as outras formas de pensamento de forma sobranceira e arrogante, porém a sua principal "virtude" é a razão da sua decadência.
Se olharmos para a história da humanidade há múltiplos exemplos de uma forma de actuação cíclica do pensamento único: imposição de um modelo de sociedade (político, económico, cultural, social), desenvolvimento do modelo, controlo policial, militarizado ou burocrático, excessos e decadência do modelo, emancipação, novo conflito entre modelos, regresso ao início.
Estamos assim perante dois modelos antagónicos em permanente contronto: o autoritário (único) e o emancipatório.
O modelo emancipatório é, ao contrário do que dizem os defensores do modelo autoritário, a alavanca de mudança da sociedade, pois é a emancipação do controlo que alavanca a mudança. Contudo, como a liberdade e pluralidade de pensamento e de opções são bandeiras inquestionáveis, o modelo perde eficácia em longas negociações. Esta sua perda de eficácia tem como consequência a implementação de modelos autoritários e de burocracias de controlo. A única forma do modelo emancipatório continuar vigilante é a aliança estratégica como um modelo autoritário socialmente mais justo (esta afirmação é muito questionável).
Assim, a luta continua!

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Uma leitura menos eufórica sobre o resultado das eleições

Mais comentário menos comentário, foi esta a leitura dos resultados das Europeias/2009:
  • PSD teve uma grande vitória;
  • PS teve uma grande derrota;
  • BE teve uma grande vitória;
  • CDU teve uma grande vitória;
  • PP teve uma grande vitória.

A minha análise é um pouco diferente, digamos menos exuberante:

  • O PSD pode cantar vitória por ficar à frente do PS, mas convenhamos, 31% de votos representa o eleitorado «normal» do PSD. Ou seja, o PSD não ganhou votos ao seu mais directo adversário, nem conquistou o «Centrão»;
  • O PS tem muito trabalhinho a fazer: recuperar de 26% para 46/48% para ter maioria vai exigir muito arrependimento e voz de cordeiro manso pela parte de Sócrates;
  • O BE saiu vitorioso destas eleições: está em crescendo e atacou o PS da forma correcta - os votos a mais que teve vieram directamente do PS;
  • O PCP manteve seu eleitorado e como não perder votos representa sempre um vitória para aqueles lados...;
  • Se levarmos em linha de conta as sondagens*, o PP teve uma vitória estrondosa. Contudo, ao ficar atrás dos dois partidos de extrema esquerda, leva-me a pensar que o voto de protesto (que normalmente se transfere dos partidos do centro para os partidos com convicções ideológicas mais acentuadas), podia ter sido melhor aproveitado pelo PP;
  • O grosso da abstenção situa-se no centro. PS e PSD têm de conquistar estes 20-30% de votantes que não ligaram muito ao conselho do Presidente e foram trabalhar para o bronze no dia das eleições. Porque, normalmente, a votação conjunta nestes partidos representa 70 a 80% do eleitorado e nestas eleições tiveram 50%...Portanto, se é verdade que o PS tem muito trabalho a fazer, a tarefa do PSD, se não quiser ser um partido com votações na casa dos 30-35% (o seu eleitorado «normal») também não se afigura fácil;
  • * Uma palavra para as sondagens que davam como certo o desaparecimento do PP: o mal destas sondagens não está no método científico que utilizam, porque ele é igual para todos os partidos, e não se podem fazer cálculos diferentes para percentagens, margens de erro e desvio padrão de dados de uma mesma amostra. O mal é que estas empresas têm uma noção muito pouco correcta da «amostra representativa da população portuguesa», enchendo estas amostras de cidadãos que trabalham nos serviços nas duas grandes cidades (por isso partidos como o BE, que têm um eleitorado mais urbano, aparecem sempre bem colocados nas sondagens, esquecendo o agricultor minhoto ou o mineiro de Aljustrel, que, embora em menor número, são votantes mais assíduos). Quem estudou Estatística, sabe que calcular estes conceitos (desvios, margens, etc) é bastante fácil: uma simples folha de cálculo faz isso; o que é difícil é encontrar uma amostra que represente, com a máxima fidelidade possível, a população que se quer estudar. Isso engloba não só a Estatística, mas também estudos sociológicos e comportamentais profundos da população. Que custam dinheiro, muito dinheiro para uma filosofia de minimização de custo.

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