jorge palma em belém
Na semana passada, os jardins da Torre de Belém (Lisboa) encheram para ver Jorge Palma e os seus ilustres convidados encerrar as Festas de Lisboa. «Qualquer Coisa Pá Música» - assim se chamava o espectáculo.
Abriram os Tocá Rufar com os Gaiteiros de Lisboa nas percussões e gaita e entraram os Demitidos e Palma à guitarra desvendando Portugal, Portugal. Ao palco, cada um na sua vez subiram também os tais convidados... os amigos! Rui Reininho cantou Frágil - muito bom! Mariza acompanhou a Canção de Lisboa - interpretação "demasiado" própria. J.P.Simões cantou no Bairro do Amor - desafio cumprido. Cristina Branco foi a Estrela do Mar - muito bem! Sérgio Godinho foi cúmplice do Jeremias - não foi um bom momento, com muita pena minha... Adolfo Luxúria Canibal declamou À Espera do Fim - uma boa ideia, mas que precisava de ser mais trabalhada. Fausto cantou e acompanhou à guitarra Dá-me Lume - estranha confluência de estilos. Os Gaiteiros voltaram para o Encosta-te a Mim - uma justaposição que deixou em falta alguma interligação. E, no final, a chamar de novo todos ao palco, os Tocá Rufar deram o ritmo do A Gente Vai Continuar. Pelo meio também um quinteto de metais foi acompanhando o desfile de canções: os clássicos, as novidades e algumas outras mais ou menos conhecidas do grande público.
Foi um bom fim de Festas. Entre as músicas que esperamos e aquelas que nos surpreendem houve um pouco de tudo. Não foi, no entanto, uma boa imagem... Começa a incomodar-me a, digamos, boémia aplaudida, incentivada, troçada, pelo grande público. Não me interpretem mal, gosto muito da sua obra, e apesar de pôr em dúvida o seu estilo de vida, aprecio o seu à vontade com o público e a ligação que consegue em cima do palco. No entanto, tudo isso começa a desmoronar-se quando a tendência para o disparate surge como resposta a isso mesmo. Saber rir de si próprio é uma virtude... quando temos as pessoas a rirem-se connosco e não a rirem-se de nós... E saber distinguir essas situações é que pode ser complicado. Acho que estou a ficar velha...
imagens (1. do cd Qualquer Coisa Pá Música) (2. do vídeo Encosta-te a Mim)
Foi um bom fim de Festas. Entre as músicas que esperamos e aquelas que nos surpreendem houve um pouco de tudo. Não foi, no entanto, uma boa imagem... Começa a incomodar-me a, digamos, boémia aplaudida, incentivada, troçada, pelo grande público. Não me interpretem mal, gosto muito da sua obra, e apesar de pôr em dúvida o seu estilo de vida, aprecio o seu à vontade com o público e a ligação que consegue em cima do palco. No entanto, tudo isso começa a desmoronar-se quando a tendência para o disparate surge como resposta a isso mesmo. Saber rir de si próprio é uma virtude... quando temos as pessoas a rirem-se connosco e não a rirem-se de nós... E saber distinguir essas situações é que pode ser complicado. Acho que estou a ficar velha...
imagens (1. do cd Qualquer Coisa Pá Música) (2. do vídeo Encosta-te a Mim)
Etiquetas: Concertos, na mouraria
3 Comments:
Cristina,
Não gostaste do concerto devido ao comportamento boémio do Jorge Palma ou devido às fracas prestações musicais?
..estive lá também... O génio deste "trovador" esteve lá. Falharam algumas notas, mas foi uma grande noite (de festa) num local fantástico! Parece-me que o Palma sem esse tempero de boémia não seria o Palma. Impressionou-me tb ver um certa comunhão à volta da figura. No final ver o Adolfo LC A DANÇAR (entusiasmadissímo!), ao som dos Toca'Rufar, era coisa que não imaginava antes! :-)
nancy.
Eu gostei do concerto no geral. O que me "incomodou" foram alguns momentos de JPalma... Eu já vi concertos dele muito mais comprometidos que este e não me incomodou tanto... Tem um bocado que ver com o contexto. Um concerto tão aberto como este chega a muitas mais pessoas, independentemente de saberem ou não apreciar certos momentos. Custa-me que do palco venha um alimentar de "falsos" incentivos...
Se calhar estava mal colocada no recinto, mas o contexto infuencia, sem dúvida a forma como se vê o espectáculo...
alípio.
Sim, a comunhão de palco... Lá está, tudo depende do contexto =)
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