quarta-feira, julho 20, 2005

FREITAS E XENOFONTE

Procurei ler com atenção a entrevista do Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros que foi publicada hoje no DN, e que antes de o ser, já fazia correr muitos pixéis pela nossa infosfera.

Achei deveras curiosa a referência feita pelo Sr. Ministro a Xenofonte pois, se por um lado demonstrou um grande desconhecimento do autor citado, por outro, e apesar dessa incongruência, existem duas similitudes importantes nos percursos de vida de ambos que interessa revelar.

Xenofonte foi um militar e escritor destacado na sociedade ateniense, contemporâneo e amigo do famoso filósofo Sócrates, mas que por defender posições muito próximas dos inimigos de Atenas - os Espartanos - acabou por ser obrigado ao exílio. O Ateniense não conseguiu agradar a Gregos e a Troianos tal e qual o Professor Freitas (apesar de querer parecer só agradar a Troianos).

A vontade do Sr. Ministro ser Presidente da República é tanta, que na sua estratégia parece ter-se esquecido dos factos que o impedem de tornar o seu sonho realidade: em primeiro lugar não pertence ao aparelho partidário socialista, sendo por isso olhado com desconfiança pelos mesmos; simultaneamente, também é tido como uma espécie de "foragido" por parte das hostes da Direita Conservadora e Liberal.

Outra coincidência entre Freitas e Xenofonte é que durante um determinado período das suas vida ambos surgem ligados a um Sócrates - o que, ao contrário do que o Professor Freitas afirma, não fez de Xenofonte um filósofo nem irá fazer (espero eu) do Sr. Doutor um engenheiro.


Se os deuses gregos estiverem connosco, o "nosso" Sócrates também há-de ser condenado por um tribunal popular a “tomar cicuta” antes que nos enterre completamente no buraco que continua a escavar alegremente.
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