O ÚLTIMO FÔLEGO DE SOARES
A Esquerda rejubila de alegria com a disponibilidade demonstrada por Mário Soares para se candidatar à Presidência da República. Os apoios e o regozijo são evidentes, embora alguns, ditos mais “radicais”, aqui e ali vão colocando algumas dúvidas existenciais, mas com a plena consciência que, como noutros tempos, vão ter de engolir mais um sapo, pois Soares é o único candidato da Esquerda que pode enfrentar uma personalidade com o prestigio do Professor Cavaco Silva e aspirar a ter sucesso.
A esquerda portuguesa tem a noção que o actual governo apesar de apoiado numa maioria absoluta parlamentar e de ter somente quatro meses de "vida", já evidencia bastantes sinais de desgaste e múltiplas fragilidades; mas como a esquerda valoriza a simples existência de um governo que se diga de esquerda – mesmo que seja um mau governo – e não tolera nenhum governo de direita – mesmo que seja um bom governo –, prepara-se então para apoiar um septuagenário que já tem com toda a justiça o seu lugar de destaque assegurado na nossa História, mas cuja data de validade já expirou faz tempo.
Não sou daqueles que acha que se a disputa se centrar em Cavaco e Soares, o primeiro já tenha a eleição garantida conforme alguns parecem querer fazer crer, pois até agora a esquerda elegeu – e reelegeu – sempre os seus candidatos presidenciais, independentemente de terem ou não, perfil para exercer o cargo, ou de serem adeptos de um presidencialismo populista como Soares, ou do presidencialismo partidário como Sampaio.
Não concordo com os opinion-makers que à laia de conselho sugerem que Cavaco deveria desde já assumir a sua candidatura. Quanto a mim, se de facto o Professor Cavaco Silva quiser ser o candidato do Centro-Direita, deve guardar o anúncio da sua decisão até ao último momento, pois a seu silêncio beneficia a sua candidatura e está a causar imensa instabilidade nas outras candidaturas.
Entretanto a Esquerda, temendo o pior resultado de sempre nas próximas presidenciais, e ciente que o silêncio de Cavaco Silva não lhes é em nada benéfico, vai dizendo que a Direita não tem alternativas, e lembrando sempre que pode, que Soares está habituado a recuperar de desvantagens bem piores do que as actuais sondagens lhe conferem. Desta forma a esquerda vai tentando desestabilizar como pode, procurando que outros nomes sejam veiculados como potenciais candidatos do Centro-Direita, e simultaneamente tenta pressionar Cavaco a anunciar, ou mesmo a desistir, da sua candidatura a Belém.
O que parece evidente é que de todo o espectro partidário, os candidatos mais fortes para disputar as eleições presidenciais são Cavaco Silva e Mário Soares, mas desiludam-se os esquerdistas, a Direita tem outros candidatos muito fortes caso Cavaco Silva não considere o desafio suficientemente aliciante.
A esquerda portuguesa tem a noção que o actual governo apesar de apoiado numa maioria absoluta parlamentar e de ter somente quatro meses de "vida", já evidencia bastantes sinais de desgaste e múltiplas fragilidades; mas como a esquerda valoriza a simples existência de um governo que se diga de esquerda – mesmo que seja um mau governo – e não tolera nenhum governo de direita – mesmo que seja um bom governo –, prepara-se então para apoiar um septuagenário que já tem com toda a justiça o seu lugar de destaque assegurado na nossa História, mas cuja data de validade já expirou faz tempo.
Não sou daqueles que acha que se a disputa se centrar em Cavaco e Soares, o primeiro já tenha a eleição garantida conforme alguns parecem querer fazer crer, pois até agora a esquerda elegeu – e reelegeu – sempre os seus candidatos presidenciais, independentemente de terem ou não, perfil para exercer o cargo, ou de serem adeptos de um presidencialismo populista como Soares, ou do presidencialismo partidário como Sampaio.
Não concordo com os opinion-makers que à laia de conselho sugerem que Cavaco deveria desde já assumir a sua candidatura. Quanto a mim, se de facto o Professor Cavaco Silva quiser ser o candidato do Centro-Direita, deve guardar o anúncio da sua decisão até ao último momento, pois a seu silêncio beneficia a sua candidatura e está a causar imensa instabilidade nas outras candidaturas.
Entretanto a Esquerda, temendo o pior resultado de sempre nas próximas presidenciais, e ciente que o silêncio de Cavaco Silva não lhes é em nada benéfico, vai dizendo que a Direita não tem alternativas, e lembrando sempre que pode, que Soares está habituado a recuperar de desvantagens bem piores do que as actuais sondagens lhe conferem. Desta forma a esquerda vai tentando desestabilizar como pode, procurando que outros nomes sejam veiculados como potenciais candidatos do Centro-Direita, e simultaneamente tenta pressionar Cavaco a anunciar, ou mesmo a desistir, da sua candidatura a Belém.
O que parece evidente é que de todo o espectro partidário, os candidatos mais fortes para disputar as eleições presidenciais são Cavaco Silva e Mário Soares, mas desiludam-se os esquerdistas, a Direita tem outros candidatos muito fortes caso Cavaco Silva não considere o desafio suficientemente aliciante.
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