O clima social degrada-se de dia para dia. Prevê-se que paralisação dos transportadores possa vir a ter um efeito acelerador e corrosivo na presente e débil situação político-económico-social do nosso país.
José Sócrates é parte do problema e não parte da solução. O actual Primeiro-ministro já deu provas, mais que evidentes, de que não tem condições políticas nem capacidade para liderar o governo de Portugal. Neste momento precisamos de estar unidos. Sócrates não tem perfil para unir os portugueses em torno de um projecto comum.
Porém, na delicada situação económico-social em que o país se encontra, também não parece de todo recomendável que se procure antecipar a qualquer custo eleições legislativas – que, quer se queira quer não, podem acabar por dividir ainda mais os portugueses.
Vivemos tempos difíceis, e o próximo governo terá de tomar decisões complicadas, que exigirão um amplo consenso político nacional - o mais alargado possível.
Os protestos de dia 12 por todo o país demonstraram que os jovens, e menos jovens, dos mais diversos quadrantes político-ideológicos e extractos sociais, se encontram disponíveis para lutar juntos por objectivos comuns, e que também existe um forte espírito de solidariedade inter-geracional. Dois exemplos que devem servir de orientação ao próximo governo de Portugal.
Para conseguirmos superar esta[s] crise[s], o próximo governo terá de ser necessariamente, um governo forte e abrangente em termos político-partidários, porque terá de estar munido do Poder necessário para enfrentar alguns dos mais poderosos interesses instalados e profundamente enraizados na sociedade portuguesa; e em simultâneo, procurar acabar, definitivamente, com alguns dos abusivos direitos adquiridos que, em grande medida, são co-responsáveis da profunda crise em que nos encontramos.
Nestas particulares circunstâncias, exige-se, mais do que nunca, que os actuais detentores do poder político, económico e judicial, sejam mais determinados e solidários na resolução dos problemas nacionais;
e mais compreensivos com as justas aspirações dos jovens, e menos jovens portugueses, que ordeiramente se manifestaram no passado dia 12 por todo o país.
Já é tempo de, neste país, a Boycracia ceder definitivamente o lugar a uma cultura de Meritocracia, e dos interesses superiores da nossa
Pátria se sobreporem irreversivelmente a alguns do mais mesquinhos interesses corporativos.