quarta-feira, agosto 31, 2005

CORREIO ELECTRÓNICO DOS LEITORES: CONSULTÓRIO POLÍTICO

Devido ao elevado volume de e-mails que se têm vindo a acumular diariamente na minha caixa de correio electrónico, e em virtude de não ser humanamente possível responder individualmente a todas as questões que me colocam, vejo-me constrangido :) a abrir esta nova rubrica no «Geração-Rasca». No espaço «Consultório Político» passarão a ser publicados periodicamente alguns dos e-mails que me enviam, com questões, dúvidas e opiniões pertinentes, e que eu comentarei sempre que o considere apropriado.

AS PRESIDENCIAIS

1. «(…) é evidente que as próximas presidenciais vão estar centradas no combate entre Mário Soares e Cavaco (…) apesar de ser militante comunista, não sei se vou ser capaz de votar numa segunda volta em Mário Soares (…)»
Augusto Pinto – 26 anos, Moura

Caro Augusto, se Cavaco e Soares confirmarem as suas candidaturas às presidenciais, não há réstia de duvida que o combate político se vai centrar neles, contudo, como o meu amigo se assume como comunista, poderá ter de se ir preparando para votar logo à primeira volta no candidato Soares, pois a “candidatura” apresentada pelo seu partido é - usualmente - só «para inglês ver». Como a «geração-rasca» à qual ambos pertencemos é transversal a todo espectro político, conjecturo que num futuro próximo – após a «geração-rasca» tomar pelas leis naturais as rédeas do poder – o partido comunista abandone definitivamente a política subserviente que mantém em relação ao partido socialista e passe a assumir em futuras eleições presidenciais as suas ideias e os seus candidatos até ao fim. Quanto às dificuldade que o meu amigo evidencia por, porventura, ter de votar em Mário Soares (numa primeira ou segunda volta), aconselho-o, antes de tomar qualquer decisão, a atentar ao seu camarada Bernardino Soares e para as consequências visivelmente nefastas causadas pelo último batráquio vivo esverdeado que ele teve de engolir.


2. «(…) como é que ainda há pessoas como o Medeiros Ferreira que ainda nesta terça-feira escreveu um artigo de opinião no DN com o titulo «O novo Mário Soares» (…) ele acha normal e até benéfico o regresso de Mário Soares à Presidência da República "após dez anos de interregno" (…) como é possível o Medeiros Ferreira conseguir ver um "novo" Mário Soares onde todos nós continuamos a ver o velho Mário Soares? (…)»
Gil Azevedo – 31 anos, Lisboa


Amigo Gil, não vale a pena aborrecer-se por causa das opiniões dos outros, para além do mais, quando se trata de uma questão de "visão", o Dr. Medeiros Ferreira não pode ser obviamente levado a sério. :)

CORREIO ELECTRÓNICO DOS LEITORES:
andremcarvalho@hotmail.com
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terça-feira, agosto 30, 2005

EXCLUSIVO: SMS DE SOARES PARA ALEGRE

Uma das minhas já famosas "fontes anónimas" acabou de me informar do conteúdo integral de um SMS que foi enviado hoje «eram quase seis da tarde» por Mário Soares para Manuel Alegre, e que passo já de seguida a partilhar com todos os interessados, em mais um rigoroso exclusivo do Blogue, «Geração-Rasca»:

«QUERES JUNTAR O TEU QUADRADO AO MEU PARA FAZERMOS UM RECTÂNGULO? UM ABRAÇO DO TEU CAMARADA MÁRIO»

Aguarda-se com expectativa a resposta de Manuel Alegre, hoje à noite, em directo de Viseu…
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INQUÉRITO RASCA DE ESCOLHA MÚLTIPLA: O QUE VAI ANUNCIAR MANUEL ALEGRE ESTA NOITE EM VISEU?

1) Continua a ser um soldado solitário e perde a guerra

2) Consegue formar um batalhão e avançar para outra guerra

3) Continua a ser reabastecido

4) Deixa de ser reabastecido

5) Continua a defender o «Quadrado» até à «sua última gota de sangue».


6) O seu sonho transforma-se num pesadelo.

7) O seu pesadelo tornar-se num sonho

8) Vai publicar um novo texto -«O Triângulo»- no seu livro de contos a editar proximamente, onde conta a história da metamorfose de um Quadrado, numa outra figura geométrica sem ângulos rectos.
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segunda-feira, agosto 29, 2005

SUGESTÕES: LIVROS E POLÍTICA

ARMAND MATELLART
HISTÓRIA DA UTOPIA PLANETÁRIA
da cidade profética à sociedade global

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AS ILUSÕES DEVASTADAS DE PORTUGAL

Ontem (28.08.2005) o prestigiado jornal espanhol El Pais, publicou um longo artigo (Las ilusiones devastadas de Portugal) sobre o estado lastimoso do nosso país.

Assim os "nostros hermanos" já ficam a saber que «(...) el rumbo del Gobierno, liderado por el socialista José Sócrates, que llegó al poder en marzo pasado, es el mismo de uno de sus antecesores, José Manuel Durão Barroso, y de Pedro Santana Lopes (...)».
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AS "GAFES" DE SAMPAIO

Depois de interromper tardiamente as suas férias numa tentativa evidente de não deixar mal visto o seu camarada Primeiro-ministro Sócrates, Jorge Sampaio veio - num aparente ataque súbito de "presidencialismo" - defender publicamente a limpeza coerciva das florestas e a responsabilização dos proprietários, tentando retirar o onús da responsabilização dos ombros do(s) governo(s).

Subsequentemente, o ministro da Administração Interna António Costa vem a terreiro esclarecer, que já existe legislação sobre a limpeza coerciva de matas que obriga os particulares a proceder à limpeza de uma faixa de 50 metros em redor das habitações.

Neste último fim-de-semana, enquanto as chamas consumiam a Mata Nacional do Urso, o presidente da Câmara Municipal de Pombal, Narciso Mota, acusou o Estado de "não dar o exemplo" na limpeza das suas florestas.

E assim vai o nosso país...
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CAVACO MARCA PONTOS

O Expresso deste fim-de-semana refere que Cavaco Silva pode contar com o apoio de Belmiro de Azevedo na sua candidatura a Belém.

Também se confirmam as intenções do Professor Cavaco só anunciar a sua candidatura depois das autárquicas.
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quinta-feira, agosto 25, 2005

PERGUNTAS RASCAS SOBRE REFORMAS RASCAS

Porque é que quem tiver ainda a possibilidade de se reformar até Dezembro de 2005 o poderá fazer com 36 anos de descontos e 60 anos de idade, aposentando-se sem qualquer penalização; e a "débil" «geração-rasca» só o poderá fazer com 65 anos de idade e podendo chegar a atingir 49 anos de descontos?

Porque é que não se faz um Referendo para saber se os portugueses estão dispostos a manter alguns "direitos adquiridos" evidentemente excessivos de alguns actuais "reformados"?

Porque é que em vez de se aumentar a idade da reforma da "ignóbil" «geração-rasca», não se cria um valor máximo de reforma do tipo 10 vezes o valor do ordenado mínimo nacional em vigor e se aplica desde já a todos aqueles que auferem reformas superiores a este valor e que por este motivo em nada ajudam à sustentabilidade do actual Sistema de Segurança Social?

Se há necessidade de aumentar drasticamente a idade da reforma da "pouco produtiva" «geração-rasca» por motivos de sustentabilidade sistema, porque é que não há - em simultâneo - a mesma necessidade de diminuir drasticamente o valor de certas reformas evidentemente excessivas com base no mesmo motivo?

Se o calculo das Reformas são baseadas no que se descontou ao longo da vida para a Segurança Social, porque é que os calculos não são iguais para todas as gerações? E se a reformas superiores a 10 vezes o ordenado mínimo nacional correspondem ordenados muito acima da média a nível nacional, porque é que estas pessoas precisam de reformas tão elevadas? Não ganharam dinheiro suficiente ao longo da vida? Esbanjaram-no no jogo? Na droga? Na bolsa?

Quando há motivos para pagar reformas milionárias no Sistema de Segurança Social Público, porque é que não se muda o nome do Ministério da Segurança Social para Ministério dos Remediados e do Estatuto Social?
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INFERNO EM COIMBRA















Fotografia: Martins (Coimbra, 22.08.2005)
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quarta-feira, agosto 24, 2005

OTA E TGV - PARTE II - CASO DE POLÍCIA

Apesar de apoiado por uma maioria absoluta no parlamento – que lhe deveria transmitir a tranquilidade necessária para governar bem o nosso país – o Executivo de José Sócrates tem dado mostras desde que tomou posse, de uma imensa inabilidade para governar que é por demais evidente na gestão dos projectos OTA e TGV.

Tirando alguns radicalismos pouco producentes, é consensual na nossa sociedade que o investimento público é necessário e útil para o desenvolvimento do país. No nosso caso esta necessidade/utilidade ganha acrescida importância, pois o nosso sector privado – tirando raras mas honrosas excepções – é infelizmente iníquo.

Contudo, e considerando o já referido estado lastimável em que se encontram as nossas finanças públicas, e o esforço adicional a que estão a ser sujeitos a generalidade dos contribuintes, este Executivo não se pode dar ao luxo de decidir avançar para investimentos desta monta por «obra e graça do espírito santo» sem qualquer esforço na procura de um consenso o mais alargado ao nível político-social, e sem se apoiar em estudos de viabilidade credíveis e num processo transparente para todos os intervenientes – com especial relevo para os contribuintes-eleitores.

Caso o actual Executivo não opte por esta via, só me resta passar a engrossar as fileiras daqueles que publicamente afirmam que já estamos perante um “caso de polícia”.

Convém não nos esquecermos que mesmo em relativos fiascos como o Euro 2004 e a Expo 98, os governos da época, procuraram sempre com sucesso um necessário consenso nacional alargado.

No caso da OTA e do TGV teremos de entanto de tentar aprender com os erros do passado recente, e ter a coragem de não avançar (também é preciso ter a coragem para não se avançar) ou de arranjar outras alternativas, caso uma cuidada analise custo/benefício (não somente financeira mas também social/ambiental) não dê mostras de uma inequívoca satisfação do interesse nacional.
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OTA E TGV - PARTE I - A DITADURA DA MAIORIA

Desde que o actual desgoverno socialista anunciou (ou talvez não) a sua determinação em avançar com o aeroporto na OTA e com o TGV, começaram imediatamente a ser levantadas publicamente uma série de dúvidas bastante pertinentes pelos mais diversos sectores socioprofissionais e político-económicos, no que concerne à exequibilidade no nosso país destes dois projectos multimilionários.

Considerada a actual situação de penúria das nossas finanças públicas; o enorme esforço financeiro que comprovadamente terá de ser levado a cabo para avançar com estes projectos; e os benefícios reais para o país deste tipo de investimento públicos em obras de grande envergadura num passado recente; este executivo deveria sentir a obrigação de justificar fundamentadamente a todos os cidadãos contribuintes-eleitores deste país esta sua opção aparentemente megalómana.

O mais estranho em todo este processo é que mesmo em situações bastante mais favoráveis de disponibilidade financeira pública e privada, nunca nenhum outro governo democrático, no passado, avançou para projectos de dimensão semelhante sem procurar consensos político-sociais mais alargados.

Aparentemente para o eng.º Sócrates a Democracia não passa de uma Ditadura da Maioria.
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terça-feira, agosto 23, 2005

O «SERVIÇO PÚBLICO» DO PROFESSOR VITAL - Parte II

O Professor Vital Moreira teve (mais uma vez) a delicadeza de me enviar um e-mail com a sua reacção ao post publicado no «Geração-Rasca» na passada sexta-feira com o título «O Serviço Público do Professor Vital».

No já referido e-mail o Professor Vital elogia o profissionalismo de José Rodrigues dos Santos, alegando que se confinou a deplorar no seu blogue «Causa Nossa», um erro gramatical recorrente do conhecido apresentador.

Sobre a minha discordância com algumas das ideias que apresentou em «Serviço Público…», o Professor Vital Moreira argumenta que não costuma comentar as prestações dos políticos-comentadores de televisão e que raramente costuma ver esta tipologia de programas, pois, segundo as suas palavras: «todos defendem as suas posições partidárias e não posso admirar-me que um dirigente partidário defenda as respectivas posições...». O Professor faz ainda questão de esclarecer que «não acompanha algumas das posições de António Vitorino, como por exemplo no caso CGD».

Da minha parte, e prestado este esclarecimento, continuo a reafirmar que face às numerosas tentativas de endeusamento de que o dr. Vitorino tem sido alvo de uns anos a esta parte por alguns sectores político-sociais específicos, teria sido bastante mais interessante conhecer a opinião do Professor Vital Moreira sobre o desinteressantíssimo desempenho semanal de António Vitorino no programa «Notas Soltas» da RTP1.

Deixo aqui o meu lamento pelo facto do Professor Vital Moreira não ter aproveitado uma das raras vezes que viu o programa «Notas Soltas» para nos dar a conhecer a sua opinião sobre a qualidade do "serviço" prestado pelo dr. Vitorino na televisão pública.
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PIRO-PORTUGAL














André 2003 (Infografia)
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segunda-feira, agosto 22, 2005

EXCLUSIVO: ESCUTA TELEFÓNICA A SÓCRATES NO QUÉNIA

Mais uma vez consegui um rigoroso exclusivo para o «Geração-Rasca»: a escuta de um telefonema entre o Ministro António Costa e o Primeiro-ministro José Sócrates, enquanto este se encontrava de férias no Quénia. Passo a transcrever na íntegra essa escuta telefónica:

António Costa (AC): Está?

Primeiro-ministro (PM): Sim?


AC: Fala o Costa!

PM: Sim! … O que é que queres? Há algum problema?

AC: Nem me digas nada Sócrates…

PM: Porquê Costa?

AC: Porque isto está tudo a arder!

PM: Ó Costa…isso já estava mais que previsto. Já era de esperar que a opinião pública não gostasse da nomeação do Vara para a CGD… por isso é que chegamos à conclusão que eu deveria tirar estes quinze dias de férias bem longe de Portugal. Se tudo correr bem pode ser que passe incólume a esta fase mais difícil…

AC: Não! Não é isso Sócrates!

PM: Não? Então é o quê?

AC: O país está mesmo a arder! São fogos…

PM: Ah… assim já estou mais descansado…

AC: Descansado?

PM: Claro Costa! Então não tínhamos combinado que se tivéssemos problemas com o fogo dizíamos que a culpa é do anterior governo e que nós fizemos o que podíamos? Se as coisas corressem bem… o mérito era nosso. (risos)

AC: Foi… mas infelizmente isto está mesmo mau e já morreram pessoas, arderam casas e milhares de hectares de florestas e culturas agrícolas. Por este andar isto vai passar os fogos de 2003… o melhor é interromperes as tuas férias e vires para cá depressa.

PM: Estás louco Costa? O que é que eu vou fazer para aí? Eu não sou bombeiro!

AC: Eu sei Sócrates…mas é que isto está mesmo mau e anda tudo a criticar as tuas férias aí no Quénia enquanto o país arde...

PM: Ai é? Mas quem é que tem o desplante de me andar criticar?

AC: Os de sempre: o Marques Mendes, o Ribeiro e Castro e mais um número indeterminado de comentadores, cronistas, jornalistas…

PM: Chega Costa! Mas porque é que esse pessoal todo não tira férias em Agosto como qualquer pessoa normal?

AC: Ó Sócrates… é que isto está mesmo mal. Deverias mesmo interromper as tuas férias e vir…

PM: Nem penses! Eu prometi um safari aos meus filhos e o prometido é devido!

AC: (silêncio)

PM: Está?

AC: Estou!

PM: Estás calado porquê Costa?

AC: Ó Sócrates…é que essa do prometido ser devido é capaz de não ser o argumento mais adequado depois das promessas que fizemos…

PM: Ó Costa… até parece que os outros não fizeram o mesmo…

AC: Sócrates… numa altura de crise como esta ir para o Quénia para um Resort de Luxo é capaz de não ter sido uma boa ideia…

PM: Também tu me criticas Costa?

AC: Não é isso Sócrates! Eu sei que depois de três meses de trabalho árduo merecias 15 dias de férias… só que isto está mesmo a pegar fogo…

PM: Olha.. diz ao Sampaio para interromper as férias dele e…

AC: Nem pensar! … Ele já se ofereceu para as interromper mas eu disse-lhe logo que não.

PM: Mas porquê?

AC: Ó Sócrates… quem é que ficava mal se ele interrompesse as férias por causa dos fogos e tu continuares no Quénia?

PM: Bem Costa… bem vistas as coisas até que és capaz de ter alguma razão. Mas… e ele foi nessa?

AC: Claro! O Jorge é um porreiro! Vai ficar à tua espera só para não te deixar mal visto…

PM: Realmente quem tem um Jorge Sampaio tem quase tudo…

AC: Pois é… mas se não queres interromper as férias o que é que eu faço por aqui? É que estou a ser pressionado...

PM: Olha Costa… começa por dar corda aos sapatos e vai para o terreno para junto das populações e dos bombeiros, pois fica sempre bem nos noticiários; simultaneamente vai espalhando também a ideia que os meios são escassos e atira as culpas para o Durão e para o Lopes…

AC: Pois… mas o problema é que eu já disse que havia meios suficientes e que este ano o combate aos incêndios ia ser muito mais eficaz…

PM: Ó Costa… tu foste dizer uma burrice dessas?

AC: Pois… não fui muito esperto pois não?

PM: Deixa lá…não tenhas problemas… agora passa a dizer que não há meios suficientes!

AC: Ó Sócrates, mas assim não vou ficar nada bem visto neste "filme".

PM: Costa… não te preocupes! Mal visto já tu estás! (…) e com estas trapalhadas todas o pessoal é capaz de nem se lembrar do que já disseste ou deixaste de dizer...

AC: És capaz de ter razão Sócrates…

PM: Bem… aguenta-te lá por ai que eu tenho de me aguentar por aqui… (risos)

AC: (risos)

PM: Adeus e bom trabalho!

AC: Espera!

PM: Sim?

AC: Tive uma ideia para te deixar bem visto.

PM: Boa... conta!

AC: Agora depois de desligar vou voltar a ligar-te outra vez e tu atendes e desligas logo.

PM: Para quê essa parvoíce toda Costa?????

AC: Assim, quando me perguntarem por ti, digo que falei mais que uma vez contigo.

PM: Essa está realmente excelente Costa! Mas olha…

AC: Sim Sócrates…

PM: Em vez de telefonares mais uma vez, telefona mais duas!

AC: Para quê?

PM: Assim podes dizer que falaste comigo mais que duas vezes! Sempre é melhor que mais que uma… (risos)

AC: Ah… essa então é puro génio Sócrates!

PM: Por estas e por outras é que sou eu o Primeiro-ministro. (risos)

AC: Pois é! (risos)

PM: Já agora…

AC: Sim…

PM: Avisa aí todo o nosso pessoal para comprarem todas as viaturas de serviço que precisem até à próxima semana sem falta.

AC: Para quê essa urgência toda Sócrates?

PM: Porque estou a pensar, mal chegue a Portugal, e de forma a ajudar a amenizar as coisas, vou anunciar publicamente a proibição de aquisição de mais viaturas pelo Estado. O que é que achas desta ideia?

AC: Mais outra ideia genial Sócrates! Todos sabemos que o povo gosta deste tipo de medidas… (risos)

PM: Bem… tenho mais um safari para fazer. Até para a semana… e tenta aguentar isso como puderes.

AC: Ok! Continuação de boas férias!

PM: Olha Costa…

AC: Sim?

PM: Não te esqueças de ligar mais duas vezes que eu atendo e desligo ok?

AC: Não, não me esqueço! Adeus Sócrates!

PM: Adeus Costa!
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SAMPAIO E AS ORDENS HONORÍFICAS

Apesar de já ter passado mais de uma semana sobre a atribuição aos membros dos U2 da Ordem da Liberdade por Jorge Sampaio, ainda há um número considerável de comentadores e cronistas da nossa praça a levantarem as suas vozes contra este acto presidencial.

Não sou nenhum fanático (ou mesmo fã) dos U2 – e muito menos de Jorge Sampaio – mas não me chocou particularmente a atribuição desta Ordem Honorífica Nacional à banda de Bonno Vox pelo senhor Presidente da República.

Embora a atribuição destas Ordens Nacionais tenha sido vulgarizada pela maioria dos Presidentes da Republica do pós-25 de Abril, com este último - e na senda de Mário Soares - a valoração destas condecorações honoríficas desceu a níveis tão baixos, com critérios de atribuição tão absurdos, que já muitos se questionam sobre o que têm realmente de fazer para que não lhes seja atribuída nenhuma Ordem “Honorífica”.


Na minha modesta opinião, os U2 fizeram mais por merecer a Ordem da Liberdade que a maioria dos últimos granjeados com esta e outras Ordens Honoríficas. Assim sendo, não se percebe o motivo pelo qual continua a existir ainda tanta polémica em torno de mais este já banalíssimo acto presidencial.
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sexta-feira, agosto 19, 2005

O «SERVIÇO PÚBLICO» DO PROFESSOR VITAL

Costumo ler regularmente e com interesse as opiniões do Professor Vital Moreira no seu blogue «Causa Nossa», por isso foi com algum espanto que constatei que a Silly Season parece também andar a afectar o blogue do Sr. Professor.

O post com o título de «Serviço Público...» assinado por Vital Moreira, leva-me - e em clara discordância com o Sr. Professor - a também querer tecer algumas considerações sobre a verdadeira qualidade do "Serviço Público" prestado pela transmissão semanal na televisão pública do "programa" «Notas Soltas» com o dr. Vitorino.

Face ao que escreveu no post, fica claro que o Sr. Professor Vital é um espectador atento do referido "programa"... estranho contudo a relevância (quiçá algo deselegante) que pretendeu dar aos lapsus linguae do (também) Sr.Professor Rodrigues dos Santos, em contraste com uma total ausência de opinião sobre o paupérrimo desempenho semanal do dr. Vitorino nos ecrãs da televisão pública.

Quem vem assistindo como eu, semana após semana, à frívola prestação do dr.Vitorino na RTP1, pode (e deve) realmente levantar algumas questões acerca da qualidade da prestação do serviço público de televisão em Portugal, mas parece-me evidente que o Professor Vital as preferiu contornar, relevando puritanismos e alguns fait divers, numa aparente vã tentativa de poupar o dr. Vitorino.

Se o «Notas Soltas» tem algum condão de «Serviço Público», é o de andar a destruir paulatinamente um trabalho com vários anos, levado a cabo por certos sectores político-sociais com o intuito de endeusamento do dr.Vitorino - equivoco esse que o próprio dr. Vitorino tem feito questão de clarificar publicamente, semana após semana, e em directo para todos os lares dos portugueses que ainda o consigam ver/ouvir.

A única coisa que me apraz dizer sobre as já famosas prestações de contorcionismo político semanal do dr. Vitorino na TV pública é: quando na última segunda-feira - e após muito esforço - acabei de o ver/ouvir no referido "programa", entendi finalmente - e com toda a clarividência - o motivo pelo qual todas as televisões tendem a transmitir telenovelas depois das notícias das oito.

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quarta-feira, agosto 17, 2005

HAJA DECORO!

O Eng.º Sócrates, ao fim de três meses de “trabalho” nas suas novas funções como Primeiro-ministro, tirou quinze dias de férias para fazer um safari em Africa com os seus filhos. Afinal, e ao contrário do que muitos dizem, a nova legislação laboral é bastante generosa para os trabalhadores…

Para um Primeiro-ministro que se dizia empenhado em combater o excesso de benefícios da nossa classe política, até que não começa nada mal… :(

Mas já antes de tirar os seus quinze dias de férias, o Eng.º Sócrates desdobrava-se em duas personagens distintas (ou talvez não): umas vezes aparecia como Primeiro-ministro, outras, surgia como Secretário-geral do Partido Socialista. Isto pode parecer normal ao mais comum dos mortais, mas se transpusermos estas regras para o mundo laboral, é de estranhar que em dias/horários úteis de trabalho para a maioria dos trabalhadores portugueses, e em que o eng.º Sócrates deveria estar a exercer as suas funções de Primeiro-ministro a tempo inteiro (para a qual é pago pelos contribuintes), o mesmo surja ao lado dos candidatos autárquicos do Partido Socialista a fazer campanha com as vestes de Secretário-geral do PS. Não deve ter com certeza muito que fazer…

Se um dia deste me cruzar com o eng.º. José Sócrates (caso ele não esteja de férias ou fugido dos fogos), não sei se o hei-de tratar por senhor Primeiro-ministro ou se por eng.º Sócrates (o Secretário-geral do PS).

O comportamento e postura do eng. Sócrates é a antítese da que deveria ter um Chefe do Executivo. O mais grave disto tudo é que o eng.º Sócrates e os seus correligionários nem sequer têm a consciência que esta postura é imoral e não dignifica em nada a classe política nem o povo português.

Haja decoro!
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terça-feira, agosto 16, 2005

LIGAÇÕES PROMÍSCUAS E BONIFICAÇÕES GENÉTICAS

Na semana passada, a Bloquista Joana Amaral Dias referiu-se na parte final do seu artigo de opinião publicado no DN (09.08.2005), com o título «Portugal debaixo de fogo», a umas supostas «ligações perigosas» que existiriam na Portugal Telecom, devido ao facto, inequívoco, desta importante empresa nacional empregar numerosos filhos e familiares de políticos conhecidos da nossa praça, assim como ex-políticos.

Logo no dia seguinte foi publicada no mesmo jornal a resposta do Professor Marcelo que “naturalmente” saiu em defesa do seu filho ou… talvez dele próprio. Dois dias depois de ser publicada a crónica de Joana Amaral Dias, utiliza também o direito de resposta no mesmo jornal, André, o descendente de Jorge Sampaio. Ainda fiquei à espera que outros visados utilizassem o direito de resposta nos dias seguintes, mas tal não sucedeu… nem me parece que vá suceder, pois é mais que provável que alguns dos citados no artigo de opinião de Joana Amaral Dias tenham o “rabo entalado” e não lhes convenha nada fazer ainda mais “ondas”.

Apesar de todos sabermos que a Portugal Telecom tem dezenas de milhares de funcionários e por este mesmo motivo ser natural que um número considerável de familiares de figuras políticas possam lá exercer as suas profissões, a verdade é, tal como demonstra inequivocamente o recente mau exemplo de Armando Vara na CGD, existe muita promiscuidade entre o poder político e o poder económico. No meio destes imbróglios é natural que possam pagar alguns (poucos) «justos por pecadores».

Mas, por muita razão que tenha o Professor Marcelo nos argumentos que utiliza na defesa do seu filho, convém relembrar que há muita gente com habilitações, com qualificações e com perfil para também poderem exercer funções de topo na Portugal Telecom ou noutras empresas, mas, por não serem «filhos de boa gente», acabam por não ter qualquer possibilidade (ou facilidade) de acederem a esses lugares... nem que seja, numa situação extrema, pelo simples facto de não puderem "tirar" mestrados e/ou doutoramentos em Harvard ou Singapura.

Igualmente ingénua é também a resposta de André Sampaio quando refere em sua defesa as médias finais que obteve no secundário e na universidade (ensino público - como o mesmo fez questão de deixar claro), como se estas fossem garantia de entrada na Portugal Telecom ou em qualquer outra empresa. A ingenuidade de André Sampaio é tanta que nem tem a noção que existem centenas de pessoas que terminam os seus cursos com notas melhores e/ou similares às dele e nem sequer conseguem exercer a profissão para a qual obteram qualificação académica. Sem querer tirar o mérito à média final de curso de André Sampaio – pois nem sequer conheço as circunstâncias de facto – há uma coisa que eu tenho a certeza: neste país, se por coincidência um individuo for filho e/ou familiar de “gente importante” e simultaneamente tirar boas notas, acaba sempre por obter uma “bonificação genética”. Não tenho qualquer dúvida que num país como o nosso, um aluno que seja filho de pai ignoto e que termine o seu curso com uma média final de 16 valores, se porventura fosse filho de pais ilustres acabaria por obter mais um ou dois pontinhos de “bonificação genética” no final da sua vida académica.

Estranho (ou talvez não) é a reacção de Joana Amaral Dias na
edição de hoje do DN e no seu blogue «bicho-carpinteiro» (11.08.2005), onde se limita a dizer que «(...) não se tratava de nenhum ataque pessoal, mas apenas do realçar da "coincidência" de a PT empregar os "filhos" referidos, e muitos outros ex-governantes (...)», "refugiando-se" ainda em fontes supracitadas (outros jornais e blogues).

Se os nossos políticos fossem sérios, os seus filhos poderiam exercer qualquer profissão em qualquer empresa sem qualquer contestação ou dúvida pública quanto às capacidades e qualificações dos mesmos. Infelizmente, o que se constata, é que estas graves e sistemáticas injustiças sociais não tem a menor importancia para os nossos políticos (mesmo os ditos mais sérios). Não há um político neste país que não saiba que existe uma ampla promíscuidade nestas relações político-económicas, mas, quando confrontados, limitam-se a defender a si e aos seus, esquecendo-se que muita da proeminência social que granjeiam é devida a uma grande maioria de cidadãos honestos, pelos quais, deveriam-se sentir na obrigação de tentar impedir por todos os meios (se necessário criar novos quadros legais) para que os seus colegas menos sérios continuem a tentar obter benefícios imerecidos para os seus familiares em detrimento de outros cidadãos que justamente poderiam ocupar esses lugares que continuam a ser usurpados impunemente ao longo destes 30 anos de "Democracia".

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segunda-feira, agosto 01, 2005

THE MOST SEARCHED WORDS ON THE INTERNET

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