sexta-feira, maio 28, 2010

Garganta

Fim de regime, fim de regime! Então vá! Querem melhor data do que a de hoje?
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Civilizado é aquele que honra a civilização a que pertence

a ler sff
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quinta-feira, maio 13, 2010

O regresso de Aldina Duarte



Grande Entrevista ontem no "Pessoal e Transmissível".

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sexta-feira, maio 07, 2010

O fim das maiorias?

Há pouco tempo fiz o seguinte raciocínio:
. bem, perante o actual estado do país e do mundo e das ambiguidades crescentes entre ideologias do centro (social democracia, direita liberal e socialismo), partidarização e gestão danosa dos bens do Estado e a crescente delapidação dos recursos naturais dos países por monopólios, oligopólios e forças com discursos sedutores (competitividade, coesão social e cidadania participativa) e cujos fins são tendencialmente de capacitação das economias mundiais de se tornarem simultaneamente competitivas entre si e passíveis de especulação financeira, talvez seja de considerar votar num partido minoritário. Objectivo? Fiscalização dos bens e recursos naturais do país.
Ao que parece alguns Ingleses fizeram um raciocínio semelhante.

Perigos:
. se uma grande maioria de cidadãos realizarem um raciocínio semelhante poderemos vir a cair nos braços de maiorias perigosas para todos nós, não sendo de descartar totalitarismos e autoritarismos, tanto de direita como de esquerda.

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segunda-feira, maio 03, 2010

Secularização?

O distinto professor é especialista em tragédia grega, o outro distinto professor é especialista no dogma matemático, o senhor do meio é especialista em liberdade de expressão.
Encontram-se no santuário num dia de quase final de semana, à noite, e desenvolvem o sermão do momento.
A Bíblia convenientemente colocada na mão esquerda, ladeados por um altar magnificamente adornado, ao fundo o cálice sagrado.
Suas santidades alertam-nos para a decadência do império de Deus e entregam-nos de mão beijada a sua verdade relevada, única e irreversível.
O Seu Deus chama-se objectividade e neutralidade científica e tal como o Deus de outros é a solução definitiva, a derradeira oportunidade de sermos desviados do mau caminho.
Os digníssimos representantes da Igreja ortodoxa não se aperceberam das fissuras no templo e no seu longo sono dogmático também não se aperceberam que existiam ofertas mais atractivas no mercado.
Os veneráveis sacerdotes frequentaram uma determinada ortodoxia, não há mal nenhum nisso, há sempre ciência, saber e verdade colocadas ao serviço de sumidades de circunstância, eleitas pela objectividade e neutralidade científica dos media, das academias, das ideologias, enfim tantas as ofertas quanto as necessidades construídas (e a construir) no mercado.

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sábado, maio 01, 2010

Aprender a construir uma saída

"O Estado, unidade tradicional de resolução dos problemas da sociedade, está cada vez mais limitado face à globalização. As actividades mais atractivas do ponto de vista financeiro e comercial estão a ser cada vez mais globalizadas, isto é, privatizadas e retiradas do controlo do Estado. Com a globalização económica e financeira, os benefícios do desenvolvimento industrial e os da economia de casino estão a ser cada vez mais privatizados, enquanto que os custos sociais e ecológicos da mesma globalização estão a ser localizados. Este processo de simultânea globalização e localização conduz, por um lado, a problemas financeiros que, por sua vez, levam a mais privatização e desregulação e, por outro lado, à erosão da legitimidade e autoridade política, pois que o Estado tem, cada vez mais, de mediar entre pressões globais e exigências locais.
Diz-se que o crescimento económico traz a resolução dos problemas e com o crescimento, as desigualdades desaparecem. Pelo contrário, o que está a acontecer é que a combinação e mútuo reforço das [seguintes tendências: turbo-capitalismo, desigualdades, identidade indefinida, problemas ambientais] (...) conduz inevitavelmente a um círculo vicioso em que o desenvolvimento industrial se devora a si próprio. (...) A globalização económica tem consequências desastrosas para as sociedades - pobreza, criminalidade, fragmentação, colapso, etc. -, além de corroer as comunidades e as culturas e conduzir a um fenómeno de 'desenraizamento' em que os indivíduos já não têm sentido de pertença a uma unidade social. (...) O que aqui pretendemos não é lamentar estas tendências económicas destrutivas, mas mostrar que até o ideal com que se comprometera a educação de adultos - o ideal de humanizar o desenvolvimento - se está a tornar obsoleto pelo próprio facto de o ideal de desenvolvimento já não existir. (...)
Com tudo isto - e cá está a ideia de 'Aprender a nossa saída' - temos um discurso sobre a necessidade de uma mudança qualitativa, algures pela aprendizagem coleciva, a fim de resolver esses problemas e não esperar por um milagre qualquer que os vá solucionar."

Finger, Mathias (2005). "A Educação de Adultos e o Futuro da Sociedade" In Canário, R. & Cabrito, B. (Org.) (2005). Educação de Adultos. Mutações e Convergências. Lisboa: Educa, pp. 21-22.

Por partilhar deste ponto de vista considero que os partidos tradicionais não têm formas de resolver consistentemente a actual crise. Os partidos enredam-se (enredam-nos) em soluções de circunstância, ao sabor das necessidades do investimento e da especulação. Para além dos governos se encontrarem à mercê de agências supranacionais dominadas por interesses ocultos (FMI, OCDE, OMC, OMS, UE) de onde emanam directivas, relatórios, estudos, pareceres e análises pretensamente imparciais e cujos níveis de manipulação percebemos agora (os exemplos são muitos) se escondem por detrás da objectividade e neutralidade de fachada e das gulas imparáveis dos monopólios, oligopólios e especuladores globais. A luta global a que actualmente assistimos, em torno da especulação das dívidas públicas, tornam-nos presas indefesas face à necessidade imparável de cada vez mais acumulação de capital de elites que há muito se afastaram dos seus países e populações. Considero que nem o liberalismo, nem o marxismo oferecem soluções consistentes, pois ambos se comprometeram, de formas distintas, com este tipo de desenvolvimento.
Quando as elites (económicas e políticas) deixam de se interessar pelos seus países e populações é altura de os países (e as suas populações) encontrarem outra saída.
Em 1848 Henry David Thoreau publica "A Desobediência Civil" está na altura de perceber o que defende e se as suas ideias, face à pilhagem dos bens públicos a que estamos a assistir actualmente, se poderão transformar num porta estandarte, apoio teórico, uma esperança que oriente a acção.
Responsabilizar as vítimas (os desempregados)? Apenas um subterfúgio de circunstância, um guião previsível, quiçá um filme negro, do qual, aliás, já intuímos o fim, dividir para reinar.

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