segunda-feira, maio 03, 2010

Secularização?

O distinto professor é especialista em tragédia grega, o outro distinto professor é especialista no dogma matemático, o senhor do meio é especialista em liberdade de expressão.
Encontram-se no santuário num dia de quase final de semana, à noite, e desenvolvem o sermão do momento.
A Bíblia convenientemente colocada na mão esquerda, ladeados por um altar magnificamente adornado, ao fundo o cálice sagrado.
Suas santidades alertam-nos para a decadência do império de Deus e entregam-nos de mão beijada a sua verdade relevada, única e irreversível.
O Seu Deus chama-se objectividade e neutralidade científica e tal como o Deus de outros é a solução definitiva, a derradeira oportunidade de sermos desviados do mau caminho.
Os digníssimos representantes da Igreja ortodoxa não se aperceberam das fissuras no templo e no seu longo sono dogmático também não se aperceberam que existiam ofertas mais atractivas no mercado.
Os veneráveis sacerdotes frequentaram uma determinada ortodoxia, não há mal nenhum nisso, há sempre ciência, saber e verdade colocadas ao serviço de sumidades de circunstância, eleitas pela objectividade e neutralidade científica dos media, das academias, das ideologias, enfim tantas as ofertas quanto as necessidades construídas (e a construir) no mercado.

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