segunda-feira, março 26, 2007

Lá vamos cantando e rindo...

Na primeira fase do concurso votei em Manuel Fernandes Tomás. De resto, nem sequer tive paciência para ver mais de 10 ou 15 minutos de alguns dos episódios da interminável saga. Porém, e por mero acaso, acabei por assistir a alguns dos documentários do programa: Salazar, Fernando Pessoa, Infante D.Henrique, e [pasme-se] até consegui aguentar a primeira parte do documentário de D.João II com Paulo Portas.

Apesar de não ter qualquer dúvida que o Infante D.Henrique é o maior português de todos os tempos, tenho de confessar que se tivesse votado na fase final do programa provavelmente a minha escolha também recairia em Salazar. E não o faria por nutrir qualquer tipo de admiração ou simpatia pelo carismático ditador português, mas somente com o intuito de evitar que Álvaro Cunhal acabasse por vencer o concurso com o voto militante dos comunistas que, ainda assim, o conseguiram arrastar até à fase final do programa e coloca-lo num imerecido segundo lugar na classificação geral.

Pelos mais diversos motivos que não importa aqui referir, compreendo perfeitamente que alguns de vós se sintam frustrados e revoltados com a vitória final de Salazar. Eu sentiria precisamente o mesmo se porventura Cunhal vencesse o concurso [cruzes canhoto!].

No entanto, não fui capaz de deixar escapar uma gargalhada contida [para não ferir susceptibilidades] quando hoje de manhã me disseram que Salazar tinha vencido com 41% dos votos… 33 anos depois da Revolução de Abril.

Apetecia-me agora divagar um bocadinho sobre aquela célebre frase do “volta, estás perdoado”, mas não quero abusar mais da vossa paciência.

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17 Comments:

Blogger cristina said...

«sentiria PRECISAMENTE o mesmo»...

A sério?! O mesmo, mesmo?!

A mim não me choca muito que o homem tenha ganho. Há, de facto, gente que o admira, mas acredito também - espero! - que haja muita gente que votou como espécie de boicote ao concurso (que é parvo desde o início, não é só agora)...

segunda-feira, março 26, 2007 10:29:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Salazar tem o seu lugar na História, quer se goste ou não. Agora que este seja o 'maior' português de todos os tempos...

segunda-feira, março 26, 2007 10:31:00 da tarde  
Blogger menina-m said...

man...agora comprovas mesmo o teu q.i.! é que com esta...
muito obrigada!

terça-feira, março 27, 2007 12:20:00 da manhã  
Blogger André Carvalho said...

Cristina,
O mesmo mesmo não garanto, mas pior, com toda a certeza.:)

Susana,
Concordo contigo, mas que tem graça tem. ;)

Mariana,
Não tens nada de agradecer. E se tiveres mais alguma dificuldade de entendimento, eu posso sempre fazer-te um desenho mais simples para tu apreenderes. Comigo já sabes, estás sempre à vontade.

terça-feira, março 27, 2007 12:55:00 da manhã  
Blogger MPR said...

Não vale a pena começar a desmpoeirar os fachos ou mandar cozer as suásticas nos capuzes brancos. Seja como for não percebo o que poderá dar vontade de rir. A não ser o facto de haver gente tão patética que vote no Salazar.

terça-feira, março 27, 2007 9:37:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Tens de começar a ver os filmes do Griffith com mais atenção MPR. E é claro que não percebes o que dá vontade de rir. ;)

terça-feira, março 27, 2007 10:22:00 da manhã  
Blogger MPR said...

O D.W. Griffith foi um grande inovador no cinema. Mas não deixou de ser um facho. E o Birth of a Nation é disso um marco. A Leni Riefenstahl foi também uma grande realizadora e nazi até à ponta dos cabelos, por muito que o negue. Não percebi foi porque é que dizes que os tenho que ver com mais atenção. Mas lá está, ultimamente não tenho percebido muita coisa. Devo estar a precisar de férias.

terça-feira, março 27, 2007 11:07:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Sinceramente, preocupa-me mais o resultado da votação que Camões e Pessoa tiveram, que o Botas. ;)
A votação de Salazar pode servir de aviso para os senhores ditos de esquerda, que se sentam nas cadeirinhas do parlamento. É que depois de 33 anos falta cumprir Abril, em quase tudo(!!).

terça-feira, março 27, 2007 11:49:00 da manhã  
Blogger André Carvalho said...

MRP,

É por demais evidente que gostas muito de mandar bitaites sobre coisas que desconheces, mas que ouviste dizer por aí, e acreditaste piamente - umcomportamento tipico da esquerda. Se conhecesses mesmo a obra de Griffith entenderias o que te disse. É que onde alguns só conseguem ver uma obra-prima cinematográfica que faz a apologia ao racismo, outros vêem [tal como Griffith afirmou] uma obra que se limita a traduzir uma [triste] realidade histórica. Achas mesmo que se o Griffith fosse um “facho” realizaria um ano depois do “Nascimento de Uma Nação” um grande fresco pacifista como o “Intolerância”?

terça-feira, março 27, 2007 9:17:00 da tarde  
Blogger MPR said...

Claro que conheço a obra do homem! Até dá vontade de rir. Sim, este coronel do exército confederado era um homem conservador (até para a época) e defensor da escravatura. O Birth of a Nation é (diga lá ele o que disser) um filme a glorificar o racismo, e o Intolerance não passa de um pedido público de desculpas após as fortes criticas de que foi alvo. A Leni Riefenstahl também sempre negou ser simpatizante nazi (depois da guerra acabar claro) mas a sua obra fala por si. É olhar para o ecrã! O Intolerance é apenas um filme apologético, tal como o brilhante "Há Lodo no Cais" é uma tentativa de Elia Kazan em se justificar após ter nomeado diversos colegas seus na caça às bruxas do McCarthy. Sabes que nós, os gajos de esquerda, para além de mandarmos uns bitaites, temos o triste hábito de ver uns filmes, e ler umas coisas. É horrivel eu sei... e por vezes nem sequer concordamos com os gajos de direita. Faz ter vontade do regresso do Oliveira Salazar... assim nós deixavamos de ter este comportamento típico de esquerda... ficávamos caladinhos, e até se podia reescrever a história e as pessoas ao bel prazer do Estado. Não percas a esperança, pode ser que esse dia chegue.

quarta-feira, março 28, 2007 11:05:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

MPR,

Não precisas de dizer mais nada. Vê-se logo que és um entendido na obra de Grifitth. E deve ter sido aí que viste “cozer suásticas em capuzes brancos”. Nem outro grande “facho”, o Walt Disney, se lembraria dessa. ;) Já a “teoria” do pedido de desculpa do Griffith com o “Intolerância” é muito divulgado pela net brasileira, wikipédias e afins (leituras muito em voga nos novos intelectuais da esquerda), por isso não estranhei que o referisses. Mas como és um entendido na matéria, já deves ter lido a autobiografia de Griffith, por isso até estranho ser necessário recordar-te que Griffith, ao contrário de um significativo número dos seus compatriotas no início do século XX, não era um defensor da escravatura, tal como é manifestamente evidente em «Intolerância». Mas já deu para perceber que tens bastantes dificuldades em situar os acontecimentos no seu contexto histórico [deve ser por andares cansado de tantas leituras e visionamentos na Cinemateca].

E, que me lembre, nem sequer foi o “facho” do Griffith que disse “haver gente tão patética” a votar no Salazar, mas um outro gajo qualquer da esquerda estalinista manifestamente incapaz de respeitar opiniões divergentes das suas. Típico!

quarta-feira, março 28, 2007 12:33:00 da tarde  
Blogger MPR said...

Eh pá, por acaso não li a autobiografia do Griffith, e fico muito feliz se a leste. És nitidamente um gajo muito à frente, com um conhecimento invejável da Sétima Arte. Estou aliás a ficar inseguro quanto às minhas afirmações por causa das tuas insinuações de que fui pesquisar à net, ou à wikipédia o conhecimento que tenho ou deixo de ter sobre o tema. Sinto-me aliás na necessidade de me justificar perante ti, mencionando bibliografia vasta só para te provar que li mesmo livros, sim aquelas coisas que são escritas em papel. E começar aliás a enumerar os filmes todos que vi ou deixei de ver. Pior ainda, como na verdade sou uma fraude, e tu tão habilmente me desmascaraste, fico é tão envergonhado que até me sinto inclinado a concordar contigo, e rastejar para debaixo de uma pedra qualquer. Tens razão... não percebo nada de nada. Quando falei em suásticas em capuzes brancos não estava a ser irónico (aliás a frase completa era mesmo alarmista). E tens razão o griffith não era racista, aliás o Directors Guild of America nem sequer anunciou em 1999 que ele alimentou esteriotipos racistas intoleráveis e que portanto iriam mudar o nome ao seu prémio honorário. Espera... isto é capaz de tambem estar na net. Ai desculpa... não torno a dizer. Ele não apoiava a escravatura, ele só lutou como coronel pelo lado confederado, e não era racista, o mundo é que é imbecil. Aliás, a melhor fonte para analisar a sua obra é a sua auto-biografia, onde ele suponho que negue o que nunca quis assumir. E sim... sou um estalinista, ai agora é que me apanhaste... meus deus... que horror, como me conheces tão bem... como vês através de mim como se fosse transparente! Ai que vergonha... sim... é mesmo natural que se vote num ditador fascista retrógrado para maior português de sempre... sim tens razão! Viva Salazar! Viva! Viva a Mocidade Portuguesa! Viva! Sim, sim... que inteligente, perspicaz e culto és... estou envergonhado! Já agora, podias-me emprestar a auto-biografia do Griffith? É para ver se aprendo qualquer coisinha... E obrigado sim?... Obrigado...

quarta-feira, março 28, 2007 2:11:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

MPR,

Longe de mim pretender que te sintas intimidado, e nem tens nada de agradecer. Estou aqui para partilhar contigo todo o meu modesto conhecimento de livre vontade.

Primeira lição: A Guerra Civil Americana terminou em 1865, e o Griffith nasceu 10 anos depois (1875). Eu sei que o homem foi um génio, mas dificilmente seria coronel confederado com a modesta idade de menos 10 anos. É o que dá andar a ler muitas wikipédias, e ter dificuldades em contextualizar a História. ;)

quarta-feira, março 28, 2007 2:51:00 da tarde  
Blogger MPR said...

É o problema de se falar de cor, um tipo engana-se. Tens razão, o pai é que foi coronel confederado. Devia mesmo ter ido à wikipédia. Aí teria acertado. O que não invalida o resto.

quarta-feira, março 28, 2007 3:21:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Não invalida o resto? Isso dizes tu porque não tens de estar aqui a responder a um gajo que afirma (de cor) que Griffith foi coronel confederado e que [também] por isso seria racista. Gostaria de saber se és assim tão “condescendente” para com alguns gurus de esquerda que serviram Hitler. Não te cures não…

quarta-feira, março 28, 2007 3:44:00 da tarde  
Blogger MPR said...

Ele é racista pela sua obra, o enquadramento familiar tambem não ajuda. Mas o que se estava a discutir era a sua obra. O que é fantástico é que me acusaste de não saber nada de ir ler tudo à net. Pelo facto de não ter ido digo um disparate (sim foi o pai, my mistake) e tu por teres ido descobres esse erro! És o maior! Ou demoraste quase quatro horas a lembrares-te que eu me tinha enganado? Depois queres que isso transforme uma figura como ele num anjinho defensor dos direitos humanos. Poupa-me tu! Eu vi o filme. Não tem muito que enganar! Se achas que tem problema teu, mas tu és o gajo que se ri com a vitória do Salazar, e que provavelmente acha que ele até foi um grande homem. Ainda bem! Fico feliz por ti. Não te esqueças de ir fazendo listas para denunciares à policia politica, no caso improvável de isto um dia virar. Na verdade esta conversa já tresanda. Fica lá com o balde de plástico. O Griffith não era racista, o Salazar não era fascista e pronto! Feliz? Ok. Por mim chega!

quarta-feira, março 28, 2007 4:03:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Tenho muita pena MPR. Estavas-me a divertir imenso. :)

Inté...

quarta-feira, março 28, 2007 4:08:00 da tarde  

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