terça-feira, novembro 22, 2005

Ficção & Realidade: falar de blogues na primeira pessoa - 2ª e última parte

Voltando um pouco atrás, enquanto ainda escrevia a segunda parte da minha versão do colóquio, dei por mim a omitir descontraidamente a última frase que tinha escrito no post, e que dizia:

«Embora [ela], pela fotografia, me parecesse mais jovem que ao vivo».

No último momento, optei por retirar este meu juízo, simultaneamente, valorativo e depreciativo. Eventualmente, poderia estar-me a referir a uma Blogueira e leitora habitual do «Geração Rasca» (GR) e seria de péssimo gosto, afirmar publicamente que ela me parecia mais nova na fotografia. E logo a uma leitora…

As relações virtuais, por muito ténues que sejam, têm destas coisas. Só depois de ler um comentário deixado no supracitado post pela referida leitora, onde a mesma dava a entender que não tinha estado presente no colóquio «Falar de blogues», é que editei novamente o post e voltei a colocar (copy/paste) a última frase. E lá se encontra até hoje.

Uma situação análoga ocorreu com José Carlos Abrantes (JCA). Claro que eu já sabia quem era JCA, mas como não tinha tido nenhum contacto com esta personagem, dei-me à liberdade de o tratar na minha estória por “tu cá”, “tu lá”. A partir do momento que recebo um seu e-mail, ainda por cima a elogiar a minha estória, fiquei um pouco constrangido, e até, confesso, envergonhado. Como era possível tratar uma pessoa com um curriculum como o de José Carlos Abrantes, por tu? Obviamente que no quarto capítulo, mesmo inconscientemente, alterei a forma como me referia a JCA. Mas tenho de reconhecer que se o e-mail que JCA me enviou fosse pouco abonatório em relação à minha estória, quiçá, a mesma teria ficado muito mais divertida, pois, transformava-o num piscar de olhos num “vilão”. :)

A verdade é que me diverti muito menos quando escrevi a quarta parte da minha saga, e isso é evidente quando se lê o post. Felizmente libertei-me destes constrangimentos no quinto e último capítulo.

Contudo, como uma boa estória tem de ter sempre bons "vilões", os meus já tinham sido escolhidos logo no primeiro casting: o jornalista do Público, António Granado e o jornalista do Expresso, Paulo Querido.

Ao contrário do que posso ter dado a entender na minha estória, o António Granado, apesar de [aparentemente] na realidade ser mesmo um personagem sorumbático, não foi de forma alguma [muito] aborrecido nas suas intervenções. Contudo, de forma a tentar dar um pouco de mais colorido ao meu filme, optei por enfatizar a sua postura, invariavelmente, macambúzia.

Algo de semelhante aconteceu com o personagem Paulo Querido. Apesar de me ter divertido imenso com os seus comentários e atitudes durante o colóquio, o seu perfil adequava-se na perfeição para ser o “anti-herói” do meu “filme”. E assim foi.

No último post, exagerei [um bocadinho] as reacções do Paulo Querido. Apesar de ser verídica a frase que lhe atribui sobre o seu pedido de umas luvas de boxe, tal como a minha resposta ao seu pedido também o foi, contudo, tudo aquilo não passou de uma brincadeira. Só que a minha estória ficava muito melhor assim. E Arte é Arte! :)

O pior aconteceu, quando, o outro personagem envolvido no episódio das luvas de boxe, o Rodrigo Adão Fonseca (RAF), na altura ainda membro do Blasfémias, apareceu no «GR» a comentar a última parte da minha estória e levando à letra tudo aquilo que eu tinha escrito. Achei imensa graça à situação que eu tinha criado sem querer mas não queria ser “acusado” de lançar ainda “mais achas para a fogueira” do já ligeiro quiproquó existente na vida real entre as duas personagens. Contudo, quando me preparava para responder ao RAF, eis que surge um comentário do Paulo Querido, no mesmo post, a dizer que também tinha achado bastante graça à estória e a tentar esclarecer que tudo aquilo que tinha dito, não tinha passado de uma pura brincadeira, mal interpretada por mim. Acabamos a trocar uns e-mails divertidos sobre este assunto, e onde, Paulo Querido, deu mostras de um enorme fair play.

Também, não é verdade que estivesse assim tanto calor quanto isso dentro da sala, só que eu tinha mesmo de encurtar à força o enredo - o orçamento não dava para mais. Cinco capítulos já eram mais que suficientes. Para isso, tive de tirar alguns “coelhos” da cartola. Assim, fui-me desculpando com a [real] tagarelice do Paulo Querido. Nesses momentos, desviei-me um pouco mais da realidade mas... a ficção oblige.

Com todas estas interessantes relações entre a ficção e a realidade que se foram sucedendo enquanto eu escrevia, em cinco partes, a minha versão dos acontecimentos na Almedina, tinha mesmo de escrever um [ou dois] post[s] sobre o assunto, até porque não quero, de forma alguma, dar azo a [ainda] mais especulações. :)
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3 Comments:

Blogger sabine said...

"Quem conta um conto acrescenta-lhe um ponto" ;)

quarta-feira, novembro 23, 2005 9:32:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

"Estória" fixe! :)

quinta-feira, novembro 24, 2005 1:29:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Por que nao:)

sábado, novembro 21, 2009 4:14:00 da manhã  

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