quinta-feira, novembro 10, 2005

Quase tudo sobre o «Falar de Blogues» - 1ª Parte

Hoje, ao final do dia (19h00), organizado por José Carlos Abrantes, decorreu na Livraria Almedina ao Atrium Saldanha, um colóquio sobre blogues, «Falar de Blogues: percursos e perspectivas».

Este colóquio contou com a presença do jornalista do «Público» e blogger, António Granado (Ponto Media), da Joana Amaral Dias (Bichos Carpinteiros), do Professor e blogueiro, Rogério Santos (Indústrias Culturais) e da Catarina Rodrigues, que segundo constou, fez parte da organização de um tal de 2º Encontro Nacional de Weblogs que decorreu lá para cima, para o norte, não sei bem onde.

Eu não sou muito destas coisas, mas como o meu amigo Paulo Rebelo insistiu muito, lá fui fazer o frete. :)

Com "medo" de chegar atrasado ao ponto de encontro (porta principal do Atrium Saldanha), sai às 17:45 h do trabalho (de Carnaxide), já a contar com o infernal trânsito de Lisboa, e para ver se não dava mais uma das minhas já habituais secas ao meu amigo Paulo. Conclusão: cheguei cedo demais e quem levou uma grande seca fui eu.

Como no Atrium Saldanha há umas "esplanadas" agradáveis, e até havia um gajo a tocar piano, iniciei a minha espera sentadinho na tal de "esplanada". Comecei por pedir uma bica, passei por um par de Frizes - limão - e como não gosto de fazer misturas, acabei a beber Super Bocks Green. Quando o Paulo finalmente chegou, já estava à meia hora a beber Super Bocks e a ouvir piano.

Mesmo em cima da hora chegamos à Almedina, e até conseguimos arranjar umas cadeirinhas livres, mas, infelizmente (e estupidamente) ficámos separados. Do meu lado eaquerdo, acabou por ficar sentado um "ganda cromo", que mais tarde vim a saber que era o Paulo Querido.

Na mesa, já estava sentado o Professor Rogério Santos que cumprimentei com um ligeiro e polite aceno de cabeça. Como ainda não tinham iniciado a palestra, o Professor aproveitou, educadamente, para me perguntar se já tinha concluído a minha tese de mestrado. Fiquei um pouco embaraçado pois a última coisa que me apetecia naquele momento era lembrar-me que ainda me faltava concluir a porra da tese. Já estava a meter os pés pelas mão quando, felizmente, o José Abrantes começou a falar para a audiência, e eu aproveitei logo para me sentar, deixando os meus assuntos académicos pendentes, para outras núpcias.

Foi então que reparei que faltava na mesa a Joana Amaral Dias. Fiquei bastante decepcionado, mas como já estava ali sentado e entalado entre a assistência, deixei-me ficar. Também era chato ir-me embora logo no início, e corria o risco de ficar ainda mais mal visto pelo simpático Professor Rogério. E o Paulo... já me esquecia do meu amigo Paulo Rebelo. Tinha mesmo que ficar. :)

A sala era pequena e os lugares estavam todos ocupados. Na plateia, em pé e sentadas, encontravam-se mais de 25 pessoas, mas menos de 50, mais coisa menos coisa. E como pensei que esta coisa dos blogues fosse coisa de miúdos (e miúdas), fiquei surpreendido com as idades da maioria dos meus companheiros e companheiras de bancada: entre os 25 e os 50, menos coisa mais coisa. De fatinho e gravata havia poucos, eu e mais meia dúzia, os restantes tinham ar de meninos da mamã ou de esquerdistas. O Paulo Rebelo... pode ser sempre facilmente confundido com um Skinhead. :)

Enquanto a Catarina continuava a sua dissertação sobre qualquer coisa que se tinha passado no tal encontro de blogues no norte, do meu lado esquerdo, estava um caramelo que não se calou, nem sequer por um segundo. Tinha um ar de cinquentão e vestia um casaco de bombazina grossa, gasto nos cotovelos. Passou o tempo todo a segredar em voz alta coisas imperceptíveis à sua companheira do lado, interrompendo o constante sussurro com umas subtis risadas graves que só não ouvia quem não queria. Devia ser um gajo qualquer conhecido, pelo menos dava-se a ares disso. Apesar de tudo, e das cotoveladas, não antipatizei com ele.

Ainda estava a Catarina a falar sobre blogues - pelo olhar atento da plateia, deveria ser alguma coisa de interessante - quando vi o Abrantes levantar-se a olhar para alguém que vinha detrás e a apontar com o dedo para o lugar vazio na mesa de honra. Tinha chegado a Joana. :)

Não a consegui ver bem, apesar de me encontrar na terceira fila, mais coisa menos coisa. A Joana Amaral Dias sentou-se num lugar quase na minha perpendicular, mas, os cabeçudos e cabeçudas à minha frente tiravam-me a vista quase na totalidade. Mesmo movendo a minha cabeça, para um lado e para o outro em busca de uma brecha, só a conseguia ver de relance, e por brevíssimos momentos. Contudo, deu para me aperceber, que ao contrário do que me parecia através da mediação das imagens, a Joana tinha um ar de miúda, e até era engraçadinha. Como o Paulo Rebelo me disse no final: «vive em New York e é da esquerda chique».

(continua…)
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3 Comments:

Blogger BRUNO said...

quando surgir oportunidade de se realizarem outros eventos nesse sentido, gostaria muito de comparecer.
a parte da cerveja tambem é interessante.
tens uma boa extrutura narrativa.. bastante pictórica. espero que não escrevas apenas no blog, porque senão estaremos para sempre à merce de saramagos e companhia que, apesar de escreverem que se desunham, vão ficando distantes a pouco e pouco.

fica bem

sexta-feira, novembro 11, 2005 2:37:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

A parte em que chamas ao jornalista do Expresso Paulo Querido, de caramelo, está demais. ;)

sexta-feira, novembro 11, 2005 7:20:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Mas quem és tu para andar a chamar caramelo ao Paulo Querido?

sexta-feira, novembro 11, 2005 8:58:00 da tarde  

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