segunda-feira, novembro 14, 2005

Quase tudo sobre o «Falar de Blogues» - 4ª Parte

Depois de mais uma intensa luta com o microfone, da qual o sempre tranquilo José Carlos Abrantes conseguiu sair mais uma vez vitorioso, o Professor e Blogueiro Rogério Santos, tomou a palavra. Por esta altura, já o calor tinha começado a tomar conta do ambiente e o ar da sala ameaçava tornar-se irrespirável. Talvez por se aperceber desta alteração “atmosférica” ou por simples propriedade profissional, o Professor Rogério fez uma intervenção breve e concisa.

Como com a rápida ascensão da Blogosfera vão surgindo, naturalmente, novos formatos de blogues, Rogério Santos decidiu levar ao Colóquio, na Almedina, dois exemplos concretos de blogues no feminino representativos destas transformações: o blogue «Somos informáticos», de uma professora do ensino secundário de Braga, que utiliza esta ferramenta como auxiliar e complemento electrónico das suas aulas, na tentativa de criar um ambiente mais propício à aprendizagem dos seus pupilos; e o «Todo nada», da galega Maria Yánez, que tem como propósito a defesa da língua galega e que recorre, para o efeito, à divulgação dos produtos culturais da região, dando especial ênfase à literatura e música galegas.

O Professor Rogério ainda arranjou um tempinho para relevar uma orientação que se vem impondo progressivamente na blogosfera: a utilização dos blogues como canais de marketing.

E, enquanto se desenrolava a já tradicional batalha da muda de microfone, com os fios, invariavelmente, sempre a ficarem enrolados num dos membros do painel, José Carlos Abrantes, em compasso de espera, aproveitou, uma vez mais, para informar o auditório que iria falar Joana Amaral Dias e, de seguida, iria dar voz a mais duas “individualidades”, que se encontravam sentadas na plateia, Paulo Querido e Leonel Vicente.

Quando José Carlos Abrantes referiu o nome, “Paulo Querido”, e olhou fixamente para o marmanjo do meu lado esquerdo, que finalmente fez um segundo de silêncio, e retribuiu o olhar para o moderador, acenando afirmativamente com a cabeça para aí uma dez vezes, fiquei com a ligeira sensação de que o tal excelentíssimo senhor caramelo do meu lado esquerdo era o Paulo Querido. :)

Mal a Joana começou a sua prédica, recomeçaram os flashes. E até o miúdo que estava sentado do meu lado direito, até então muito sossegadinho, sacou do bolso um telemóvel da terceira geração (ou da segunda e meia) e começou a disparar timidamente algumas fotos à nova superstar do nosso universo político.

Enquanto a Joana, instigada por José Carlos Abrantes, manifestava o seu mal-estar por, desde segunda-feira, ainda não ter escrito um post no seu blogue colectivo, intergeracional e [relativamente] “multipartidário”, o meu olhar dirigiu-se de imediato, numa reacção tipicamente behaviorista, para o meu companheiro de blogue, Paulo Rebelo, que se mantinha impávido e sereno a “escutar” a oradora, como se aquele assunto nada tivesse a ver com a sua pessoa. Teria sido interessante se o Tiago e a Ana Clara também estivessem a assistir ao colóquio, só para observar as suas reacções àquelas palavras da Joana Amaral Dias. O que me tem valido é que entraram recentemente para o «Geração Rasca», o Pedro, o Bruno e o Filipe, que têm vindo a escrever com regularidade, excelentes posts. :)

Quando “voltei” à palestra, a Joana Amaral Dias falava da função de watchdogs de alguns blogues de análise e comentário político, e tendo por base a forte tendência de concentração dos media e o decréscimo das audiências, prognosticava para [alguns] blogues, «uma oportunidade para recuperar [a] qualidade no jornalismo».

A Joana aludiu, ainda, ao respeito que tem por todos os seus leitores, mesmo por aqueles que lhe deixam opiniões extremamente críticas nas caixas de comentários dos seus posts. Sobre este assunto, o moderador interveio por breves momentos, para chamar a atenção para o facto dos comentários que se fazem nos blogues, só por si, merecerem honras de um outro colóquio. Na minha modesta opinião, se José Carlos Abrantes se estava a referir aos comentários que se fazem no blogue «Bicho-carpinteiro», o melhor mesmo seria organizar um congresso… e de vários dias.

Para quem no início da sua intervenção, confessava que não percebia nada de blogues, a Joana até que acabou por não se sair nada mal.

(continua…)

A 5ª e última parte desta saga é publicada amanhã.
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