sentir o tempo do mundo...
Peço desculpa pela ausência, mas fui ali bailar e ainda não estava inteiramente operacional. Entretanto, e em jeito de balanço pessoal do ano passado, queria partilhar convosco uma das letras do Senhor Tê.
Não é impossível dançar
mesmo p'ra quem tenha
pé de chumbo
dançar é apenas um modo
mais intenso de existir
é sentir o tempo do mundo
e deixar-se ir
[...]
Nas abas do vento
deixam-se ir
sem pensamento
quase a cair
mas sempre no tempo
Carlos Tê, "Abas do Vento" (musicado por Clã, 1997)
mesmo p'ra quem tenha
pé de chumbo
dançar é apenas um modo
mais intenso de existir
é sentir o tempo do mundo
e deixar-se ir
[...]
Nas abas do vento
deixam-se ir
sem pensamento
quase a cair
mas sempre no tempo
Carlos Tê, "Abas do Vento" (musicado por Clã, 1997)
Tudo isto nunca me fez tanto sentido como no ano que agora findou... Portanto, os meus votos para o ano que agora começa são: DANCEM, BAILEM, TORNEM A DANÇAR E BAILEM NOVAMENTE!!!
Lentas e embaladas, enérgicas e saltadas, aconchegadas nos braços do par, em coesão reflexiva de grupo, em brincadeirdas divertidas contagiantes, em espaço próprio interiorizado, invadindo em desafio o espaço do outro... De facto, é tudo uma questão de «sentir o tempo do mundo e deixar-se ir»... Dançar não é impossível e nem sequer é difícil, é apenas... intimidador. Reproduzir passos é bonito e, quando todos certinhos, é bastante agradável à vista, mas dançar é mais que isso (e pode até nem passar por aí!!!). É aqui que entra o tal «modo mais intenso de existir»... e é isto que intimida. O "problema" não é não saber, o "problema" é achar que não se sabe! Não digo que não é importante conhecer esquemas e passos - é! numas mais do que noutras... -, mas, antes, durante e depois disso, agora e sempre, é preciso libertar o pensamento... «sentir o tempo do mundo e deixar-se ir»...
Lentas e embaladas, enérgicas e saltadas, aconchegadas nos braços do par, em coesão reflexiva de grupo, em brincadeirdas divertidas contagiantes, em espaço próprio interiorizado, invadindo em desafio o espaço do outro... De facto, é tudo uma questão de «sentir o tempo do mundo e deixar-se ir»... Dançar não é impossível e nem sequer é difícil, é apenas... intimidador. Reproduzir passos é bonito e, quando todos certinhos, é bastante agradável à vista, mas dançar é mais que isso (e pode até nem passar por aí!!!). É aqui que entra o tal «modo mais intenso de existir»... e é isto que intimida. O "problema" não é não saber, o "problema" é achar que não se sabe! Não digo que não é importante conhecer esquemas e passos - é! numas mais do que noutras... -, mas, antes, durante e depois disso, agora e sempre, é preciso libertar o pensamento... «sentir o tempo do mundo e deixar-se ir»...
foto: Vasco Neves - Out/2007 - ESMAE (Porto)
Etiquetas: Danças Tradicionais, Música, Vidinha
2 Comments:
muito bonita a letra, poema mesmo; a foto tb está muito bem, boa divulgação do "trabalho" do Vasco (os coropos no centro um nadinha mais escuros, nitidos... seria perfeita). Viva a Dança?! Manuela
Viva a dança! Pois claro ;)
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