terça-feira, maio 08, 2007

A maximização da coisa

Maria de Belém é das mulheres políticas portuguesas a que mais saboreio ouvir falar.
Maria de Belém é, além de tudo, foneticamente aprazível.
As palavras ecoam nos seus lábios como roseiras bravas e o perfume que exalam é inebriante.
Hoje o tema da sua pequena crónica na Antena 1 foi sobre a tomada da bastilha, salve seja, desculpem, a Câmara de Lisboa.
Às tantas Maria de Belém diz qualquer coisa como "a maximização da interpretação da lei", blá, blá, blá, blá...
Estando eu num exercício de gestação de algum pensamento genial, quando, a jornalista, ouvindo os meus entendimentos, pergunta:
O que pretende dizer com "maximização da interpretação da lei"?
E lá explica Maria de Belém, qualquer coisa interpretada como:
não sei se sabe mas, em Portugal, qualquer pessoa pode colocar qualquer pessoa em situação de arguido, para tal basta escrever uma carta anónima, ora se não existirem critérios mais razoáveis para a interpretação da lei, isto é se:
constituído como "arguido" = culpado (maximização da interpretação),
sem sequer entrar em linha de conta a presunção da inocência, um dia destes poderemos encontrar-nos numa situação de ingovernabilidade.
Todos nós que temos amigos, todos nós que já ouvimos falar sobre o caso tal e tal, todos nós amigos do oficial de justiça que ouviu o sr fulano de tal a dizer qual, todos nós espantadíssimos com cambalhotas argumentativas e todos nós ainda mais atónitos com as considerações, geniais e inovadoras, dos actores políticos.

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