Menezes
Deixemos para trás o que no pretérito jaz. Para Menezes ganhar as eleições legislativas tem duas semanas para estabilizar o PSD e dois anos para conquistar o país. Para tal, tem, a meu ver, de fazer três coisas essenciais:
- Estar mais preparado e estudar melhor os dossiers do que Mendes: era confrangedor ver os debates mensais com o PM, onde este era acusado pelo líder da oposição de ser apenas forma sem conteúdo, mas onde Sócrates levava sempre a melhor por um mais profundo conhecimento das matérias. Aliás, nunca percebi porque acusavam Sócrates de populismo, usando como argumento que este passava a semana a preparar os debates semanais com Santana: um bom profissional, se quiser ser promovido, tem de se preparar para os momentos decisivos, assim como um estudante que queira passar tem de estudar para os exames. Sócrates também é populista, mas não o é, certamente, por aplicar o seu tempo a preparar as suas intervenções;
- Tomar como suas duas ou três causas, evitando, se possível a educação e a saúde: há corporativismo a mais e são zonas de conflito permanente. Sócrates bate-se pelo ambiente e pela desburocratização (que palavra mais burocrática de se dizer/escrever). Um exemplo: sempre que há uma novidade em matéria de ambiente ou de simplificação processual, o mérito vai direitinho para Sócrates. No meu dia a dia, é enorme a quantidade de loas a Sócrates que ouço por parte de empresários, mesmo com ligações ao PSD e ao PP, que conseguiram aquele licenciamento ou resolveram um assunto jurídico em metade do tempo, gastando metade do dinheiro, ou nenhum, porque os serviços necessários já estavam disponíveis online. E, num país afogado em burocracias, isto conta e muito;
- Respeitar o político Sócrates. Mendes passou o tempo a dizer que Sócrates era populista, que prometia mas não cumpria, que não era sério, que não tinha valores. Desculpem, mas esse tipo de discurso é o que eu ouço no café, é aplicado a todos os políticos e tem um nome: conversa de chacha. O melhor que Menezes tem a fazer é ver onde Sócrates é forte e aparecer ao lado dele nesses assuntos e avaliar onde ele é fraco e apresentar alternativas bastante claras, publicitando-as o mais possível.
É simples: estudar as matérias melhor que o adversário, apadrinhar algumas causas, respeitar Sócrates e em 2009 poderá haver uma surpresa. A pior coisa que um político pode fazer é subestimar o adversário. Mendes fê-lo e perdeu. Que sirva de lição a Menezes.
Etiquetas: Ai Portugal Portugal, Política
4 Comments:
"Tomar como suas duas ou três causas, evitando, se possível a educação e a saúde: há corporativismo a mais e são zonas de conflito permanente."
Corporaquê?!
Gostei. Concordo. Voltarei.
Passa por mim no meu PALAVROSSAVRVS REX!
Luis,
eu depois explico.
Joshua,
é sempre bem vindo.
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