terça-feira, maio 22, 2007

Clint Eastwood

Hoje, se há realizador capaz de fazer brilhantes filmes em série, ele chama-se Clint Eastwood. Há algo no seu mister que transforma tudo aquilo que realiza em monumentos ao cinema. A fórmula parece simples: tem predilecção por cenas simbólicas, épicas, jogos de sombra/luz, os protagonistas não são heróis que salvam meio mundo, mas apenas pessoas, com algumas forças e imensas fragilidades. Embora não representando o estereótipo de herói, existem quase sempre três qualidades nos actores principais: a dignidade de jogar limpo, a honra de saber perder e a fleuma de saber ganhar.

Um dos aspectos que tem vindo a ganhar importância na indústria do cinema é o argumento do filme. Para se ter uma ideia do que afirmo, basta constatar que há algumas décadas o Óscar para Melhor Argumento era entregue ainda a cerimónia ia a meio, no meio dos chamados Óscares técnicos: sonoplastia, efeitos especiais, guarda-roupa, etc. Actualmente, é o antepenúltimo a ser entregue, imediatamente antes da estatueta para Melhor Filme e Melhor Realizador. Além disso, os bons argumentistas são tão disputados como as grandes estrelas ou os bons realizadores.
Clint Eastwood ancora sempre os seus filmes a memoráveis estórias. Argumentos bem engendrados, simples, com aquela moral de que a vida dói sempre, mesmo aos mais audazes. Filma permanentemente com uma aura de melancolia, de pessoas que já viveram os seus quinze minutos de fama, não da fama vã, mas daquele momento único que acontece quando realizamos um sonho. E é isso que Clint Eastwood essencialmente é: um realizador de sonhos.

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