terça-feira, janeiro 30, 2007

Prós e Contras: Aborto

Foto: Kalle Helminen

Ontem fiz o “sacrifício” de assistir ao «Prós e Contras» da RTP1 até às tantas da matina: uma maratona televisiva que acabou por valer a pena. Apesar dos argumentos apresentados serem os habituais – já analisados e dissecados por áreas transdisciplinares de estudo como a Bioética –, é sempre interessante conhecer a opinião que têm sobre o aborto especialistas em matérias tão distintas como o Direito, a Medicina, a Psicologia, a Sociologia, etc; e das pessoas que lidam de alguma forma com os problemas resultantes da prática do aborto.

No programa de ontem, ambas as orientações estiveram [relativamente] bem representadas, mas no cômputo geral, o NÃO saiu-se bastante melhor que o SIM.

Lídia Jorge, Fernanda Câncio, Catarina Furtado e Vasco Rato, foram claros equívocos entre os apoiantes do SIM, e acabaram [presumo, contra vontade] por fazer campanha pelo NÃO. Lídia Jorge e Fernanda Câncio tiveram intervenções desastrosas, evidenciando claras dificuldades em se fazerem entender, e ainda mais em conseguirem justificar uma opção de voto no SIM. O descontrolo emocional que tomou conta de ambas também não ajudou. Já Catarina Furtado e Vasco Rato pareceram, no mínimo, pouco esclarecidos/convencidos. Como Vasco Rato anda [com toda a certeza] a ver muitos sketches dos Gatos Fedorentos, acabou por ser o instigador de um dos momentos mais delirantes da noite, tendo brindado os telespectadores com um sketch, de improviso, que foi aplaudido, entusiasticamente, por Daniel Oliveira.

O restante grupo de apoiantes do SIM esteve bastante bem, com alguns dos seus elementos a apresentarem argumentos consistentes na defesa do SIM. Já a claque que os apoiava teve momentos pouco felizes, não conseguindo evitar soltar, aqui e ali, graçolas, risinhos e gargalhadas, durante e após as intervenções de alguns defensores do NÃO. Acabaram por passar uma mensagem de pouca tolerância e a falta de respeito pelas opiniões diferentes das suas.

O NÃO esteve bem em toda a linha: na defesa da vida, na defesa das mulheres e no respeito pelas opiniões de todos os intervenientes no debate. E também, por não terem tido qualquer pudor em aparecerem ao lado de Fernando Santos, que deu a cara pelo NÃO mais “fundamentalista” que pode existir nesta matéria. Apesar de discordar completamente da opinião do actual treinador do SLB, é inquestionável que a sua avaliação é 100% coerente com os valores que afirmou defender.

Caso curioso neste debate foi o facto de todos os intervenientes, sem qualquer excepção, afirmarem [e reafirmarem] ser contra o aborto e em concordarem que o aborto não é uma “coisa” boa. Se são todos contra o aborto, e se concordam que não é uma “coisa” boa, como é que podem considerar que o aborto livre até às 10 semanas é uma solução razoável e progressista?

Tendo em conta a pergunta que é colocada no referendo, e o tabu sobre a regulação da IVG que ainda hoje teima em persistir, só posso votar NÃO. Simplesmente recuso-me a passar cheques em branco, muito menos a este governo e em matérias desta relevância.


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36 Comments:

Blogger menina-m said...

desculpa lá, mas sem te conhecer achava que eras uma pessoa minimamente razoável.

o não prestou ontem um enoirme favor ao sim, mostrando uma série de defensores risíveis que não apresentavam mais alternativas do que "porque é uma vida". risível intervenção do fernando santos. do sr. negro cujo nome não decorei. da lady in rose. incrivelmente, não houve uma única intervenção que me tivesse feito conter o riso.


já agora:

www.vidabreve.wordpress.com



e por favor, vamos cair na realidade e admitir que o programa de ontem apenas relegou ao ridículo pessoas que, e como muito bem disse vital moreira, salvar "vidas" porque abortar é condenar mulheres não é heróico. é usar o medo para forçar os nossos argumentos.



mas não falou do vital moreira?!

terça-feira, janeiro 30, 2007 11:38:00 da tarde  
Blogger cristina said...

Também me esforcei por assistir à maratona, mas não estou tão certa que tenha valido a pena... Aquilo foi mais um desfile que um debate.

A plateia não esteve tão desequilibrada (mentalmente!!!) como eu temia, mas mesmo assim, notaram-se bem os tais «momentos pouco felizes».


andré:
Quanto à tua pergunta:

O aborto não é uma «coisa boa», pois pode originar complicações físicas e psíquicas para a mulher. Mas, por vezes, as consequências previsíveis do nascimento podem ter mais peso frente a essas complicações. Portanto, não deve ser visto como a única, nem como a primeira opção, mas deve poder ser uma opção! E o que está em causa AGORA é o ser uma real opção - legal (que permita) e com condições (que minimizem as complicações)! É por isso que o «aborto livre até às 10 semanas» pode ser uma solução razoável.
Respondi?

terça-feira, janeiro 30, 2007 11:47:00 da tarde  
Blogger menina-m said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

quarta-feira, janeiro 31, 2007 12:12:00 da manhã  
Blogger menina-m said...

cristina, devo discordar. para mim, é uma boa opção quando uma mulher decide que é a opção que quer tomar. é desagradável ter que abortar. mas muito pior é ser obrigada a amar quando não se quer.


e, pior ainda, ser condenada por recusar-se a fazê-lo...


(em virtude do meu comment anterior estar ilegível - escrever 3 coisas ao mesmo tempo tem destas coisas... - corrija-se:

*enorme
*e por favor, vamos cair na realidade e admitir que o programa de ontem apenas relegou ao ridículo pessoas que, e como muito bem disse vital moreira, usam o argumento de que estão a salvar "vidas" quando apenas sabem acenar com condenações para quem quiser abortar. não é heróico. é usar o medo para forçar os nossos argumentos.

quarta-feira, janeiro 31, 2007 12:15:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

mariana, pelo link que apresentas que se limita a ofender com todas as letras os intervenientes no debate que defenderam o não, vê-se logo que és muito razoável. foi pena não teres também lá estado para animares ainda mais a malta. lol

o vital teve mesmo muito bem, sempre coerente com os tempos em que defendia argumentos como o muro de berlim e a liberdade de escolha das mulheres e homens de leste.

quarta-feira, janeiro 31, 2007 12:18:00 da manhã  
Blogger a.leitão said...

Parece-me ver aqui qualquer coisa como o síndrome da idade verde e despassarada

quarta-feira, janeiro 31, 2007 1:55:00 da manhã  
Blogger MPR said...

Cheques em branco ao governo? Se há coisa que não se pode fazer aqui é partidarizar o voto, o Sim ganhar só significa que as mulheres que abortem até às dez semanas não podem ser perseguidas criminalmente, não tem nada a ver com o governo, nem com o Sócrates, nem com o BE ou o CDS-PP!

quarta-feira, janeiro 31, 2007 10:47:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

mariana,

Apesar da tua evidente azia, não vou fazer grandes observações aos teus comentários, principalmente, porque vou editar nos próximos dias posts que podem responder às tuas dúvidas. Quanto à idoneidade do link que indicas, tal como a Rita diz, deve ser para rir [só pode]. Quanto ao Vital, só pelo facto de ter pretendido defender o SIM sem ofender ninguém, já foi bom. Apesar de não concordar com ele em algumas coisas, respeito a sua opinião. Mas também utilizou muita demagogia, e tal como te sucedeu, também me fez rir bastante, mas voltarei a este assunto noutro post.

quarta-feira, janeiro 31, 2007 12:37:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Cristina,

Respondeste à tua maneira… a minha é bastante diferente. Como já disse à Mariana, voltarei brevemente ao assunto.

quarta-feira, janeiro 31, 2007 12:37:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Rita,
Voltarei à intervenção de Vital Moreira noutro post.

quarta-feira, janeiro 31, 2007 12:38:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

A.Leitão,
Como não entendo a quem dirige o seu comentário e o que pretende dizer, não posso fazer grandes observações sobre o mesmo.

quarta-feira, janeiro 31, 2007 12:38:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

MPR,
Cada um fala por si. Da minha parte, como é evidente, não confio minimamente neste governo, por isso reafirmo que não lhes passo cheques em branco. Em vez de estar “preocupado” com os meus cheques em branco, talvez fosse mais interessante tentar entender o motivo pelo qual o governo persiste em querer manter um tabu que não faz qualquer sentido. Também não vejo onde está no meu post a tal “partidarização”. Quanto ao seu argumento, é uma das razões que os adeptos do SIM utilizam para se defender o aborto livre até às 10 semanas, nada de novo. Mas já agora… defende a “perseguição criminal” das mulheres que pratiquem aborto depois das 10 semanas? Ao responder SIM no referendo resolve este problema?

Abraço,

quarta-feira, janeiro 31, 2007 12:41:00 da tarde  
Blogger . said...

«O corpo da mulher é da nação e mais nada. Proponho que se penalizem severamente esssas badalhocas que fumam durante a gravidez, mas só depois de darem à luz os filhos da nação.»

O SIM é tão óbvio, tão visceral, tão incontestável que a discussão só tem este poder, de fazer ressaltar a retórica mais insidiosa que há no mundo ("matar crianças inocentes") e as fracturas onde elas não deveriam existir. As leis despenalizadoras (drogas, eutanásia, aborto) caminham no sentido de libertar o corpo das amarras teológicas do poder e da religião. O único NÃO possível é a "regulação" do aborto, o SIM seria o aborto sem limite. Tudo o resto é querer voltar ao séc. XIX. Mas algum homem pode votar em algo que lhe dará direito de decisão sobre o corpo da mulher? E alguma mulher pode dizer que a decisão do poder paternal não deve ser seguida pela lei?

E segue o pais, a discutir os melhores portugueses e o aborto, como se não houvesse nada de actual e decisivo para discutir. Que parolos que somos.

«Every sperm is sacred.»
Monty Python

quarta-feira, janeiro 31, 2007 1:50:00 da tarde  
Blogger menina-m said...

demagogia é nem sequer falar de todos os intervenientes do debate.


e sim, azia, porque me mete um profundo asco esta atitude de defender coisas que valem menos do que uma mulher como se fossem mais importantes do que elas.


co0mo mulher, sinto que sou muito mais do que um feto. e qualquer mulher vale muito mais do que ser uma carregadora de embriões.
ponto.

quarta-feira, janeiro 31, 2007 1:52:00 da tarde  
Blogger menina-m said...

demagogia é nem sequer falar de todos os intervenientes do debate.


e sim, azia, porque me mete um profundo asco esta atitude de defender coisas que valem menos do que uma mulher como se fossem mais importantes do que elas.


como mulher, sinto que sou muito mais do que um feto. e qualquer mulher vale muito mais do que ser uma carregadora de embriões.
ponto.

quarta-feira, janeiro 31, 2007 1:52:00 da tarde  
Blogger cristina said...

andré:
Não estava à espera que concordasses, só estava à espera que compreendesses aquilo que parecias não perceber: que, para quem vota SIM, ser-se contra o aborto não é uma incongruência.

Se dizes que eu respondi à minha maneira e que a tua é bastante diferente é porque continuas a achar que é incongruente - ou seja, não esclareci à tua dúvida: não percebeste como é que quem vota SIM pode ser contra o aborto - era essa a questão, certo?

Já percebi que não achas que o aborto livre seja uma opção razoável, mas o que eu digo é que essa irrazoabilidade não vem directamente do facto de considerares que o aborto não é uma "coisa" boa, vem dos motivos pelos quais consideras que o aborto não é uma "coisa" boa. E esses motivos é que são (podem ser) bastante diferentes...

[Fico, então, à espera de novas tuas sobre o assunto, brevemente...]

quarta-feira, janeiro 31, 2007 2:05:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Numa plateia(a do NÃO) onde o depoimento mais coerente foi o de Fernando Santos(já que entende que um aborto é a morte de uma vida humana e que uma vida humana com 10 semanas de gestação não é menos que uma recem-nascida, mostra-se também contra as excepções legais para os casos de violação, má formação do feto, etc), pode imaginar-se o nível de argumentação da mesma...
Acho que andam todos um bocado confusos, sem saber o que raio vão votar e persistem em não querer ver o real problema - as condições miseráveis a que as mulheres se têm de sujeitar para abortar (e a que se vão continuar a sujeitar caso o NÃO ganhe) e a sua criminalização, na prática, não consumada.
Votar NÃO é fechar os olhos a tudo o que acontece com essas mulheres e adormecer descansado na hipocrisia vigente.
Um pouco de raciocínio talvez não fizesse mal a essas kátias Guerreiros do país.
SIM à descriminalização e legalização da interrupção voluntária da gravidez!

quarta-feira, janeiro 31, 2007 2:49:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Muntubila,

Não conheço exactamente o ranking das retóricas mais insidiosas do mundo, mas o "matar crianças inocentes", ainda sim, deve andar ela por ela com aquela retórica do “feto não ter vida”.

quarta-feira, janeiro 31, 2007 6:46:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Meu caro rebater ideiais de consciência é chover no molhado, cheques em branco a politicos fazemo-lo todos os fim do mês ao pagar o irs e de 4 em 4 anos nas urnas.
Ficar instalado no que está mal, e só "botar" discurso" quando alguém tenta remediar é discurso a que já nos habituámos.
A tudo isto juntar os panfletos como o que ontem encontrei na minha caixa de correio e do qual dou exemplo no "Lembranças dos Guerreiros", só me faz ter mais certeza em votar contra a negação.
Abraços

quarta-feira, janeiro 31, 2007 6:55:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Mariana,

“demagogia é nem sequer falar de todos os intervenientes do debate”

Era só mesmo o que faltava era a tua pretensão de achares que tens voto na matéria sobre o que escrevo ou deixo de escrever. Poupa-me! lol Mas se tens muita vontade de escrever “sobre todos os intervenientes”, escreve tu!

"e sim, azia, porque me mete um profundo asco esta atitude de defender coisas que valem menos do que uma mulher como se fossem mais importantes do que elas."

Depende muito de quem avalia, da “coisa” a que te referes, da mulher, e do valores que podem estar em causa. Se a “coisa” a que te referes for um embrião [ou mesmo um feto], e o que estiver em causa for a vida da mulher, não só aceito como defendo o aborto. As possibilidades que estão previstas na actual lei em vigor são todas plenatamente aceitáveis [do meu ponto de vista]. Mas se o que estiver em causa for a vida do feto e um outro qualquer problema da mulher que ainda não esteja previsto na lei, a minha opinião vai variar, obviamente, consoante a minha valoração pessoal do problema em causa. E já que tanto insistes, para te provar que, ao contrário do que pensas, sou bastante aberto a outras possibilidades de aborto, até te posso dizer que caso da mulher em causa ser como tu, para poupar a criança, não só defenderia a IVG em qualquer situação, como teria de me conter bastante para não defender uma IEG.

como mulher, sinto que sou muito mais do que um feto. e qualquer mulher vale muito mais do que ser uma carregadora de embriões.ponto.

Fico tão feliz por sentires que és mais que um feto que, caso fosse dado a religiosidades, até estava capaz de soltar aqui um “Ámen”.

quarta-feira, janeiro 31, 2007 6:56:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

"Mas já agora… defende a “perseguição criminal” das mulheres que pratiquem aborto depois das 10 semanas? Ao responder SIM no referendo resolve este problema?"

Talvez não resolva ESSE problema, mas resolve grande parte do problema actual, sendo que a maioria dos abortos realizados hoje, clandestinamente, ocorre antes das dez semanas.
E ainda que fosse uma minoria,é melhor do que não resolver nada não é?
Acredito que ache que não, que tudo está muito bem como está...
Enfim, essa é uma falsa questão. Os apoiantes do NÃO não estão preocupados nem com a perseguição das mulheres que abortem depois das 10 semanas, nem com a das que abortem antes. Pelo contrário, apoiam ou são coniventes com essa perseguição.
Menos hipocrisia...

quarta-feira, janeiro 31, 2007 7:08:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

tricotar janelas,

Observações ao seu primeiro comentário:

O nível de argumentação do Fernando Santos é evidentemente bastante coerente (por isso o escrevi), mas não é menos chocante e facciosa do que a de alguns defensores do SIM. Estou convencido [mas posso estar enganado] que se dessem mais uns minutos de conversa à Lídia Jorge, facilmente defenderia posições como as da Mariana nesta caixa de comentários. Fernando Santos disse o que pensava, e a Lídia Jorge não teve a mesma coragem.

Já os argumentos que apresenta para votar SIM são, no mínimo, tão discutíveis como qualquer outros que eu possa apresentar para votar NÃO. Portanto deixemo-nos verdadeiramente de hipocrisias e votemos como queremos, em consciência [sempre que possível], e sem ter de andar sempre a dizer que os outros é que andam confusos só porque não concordamos com eles.

Mas já que o tom do seu comentário o permite, quanto à participação da Cátia Guerreiro gostaria de dizer que pelo que me apercebi, não mordeu ninguém, mas olhe que vi muita baba a cair dos queixos da Lídia Jorge.

quarta-feira, janeiro 31, 2007 7:52:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Apontar incoerências de raciocínio que são evidentes não implica não deixar votar toda a gente em consciência, antes pelo contrário.
Note-se que, no essencial, não respondeu a nada do que escrevi nos meus comentários...
Os argumentos bem fundamentados podem ser discutiveis, os outros são, no mínimo, repreensiveis.
A confusão que critiquei nos apoiantes do NÃO (as excepções, pelo que tenho visto, são raras) vem exactamente dessa falta de lógica - o que é válido e inviolavel em algumas situações (a vida do embrião ou feto) já o não é para outras (leiam-se as excepções da lei actual).
Já agora, acredito que o tenha preocupado a "baba da Lídia Jorge", mas a mim causaram-me mais repulsa os argumentos levianos que constaram nos ganidos da Kátia Guerreiro.

quarta-feira, janeiro 31, 2007 9:19:00 da tarde  
Blogger menina-m said...

E já que tanto insistes, para te provar que, ao contrário do que pensas, sou bastante aberto a outras possibilidades de aborto, até te posso dizer que caso da mulher em causa ser como tu, para poupar a criança, não só defenderia a IVG em qualquer situação, como teria de me conter bastante para não defender uma IEG.


o que é uma ieg?


seja o que for, dizer uma coisa destas não prova só a sua baixeza e falta de carácter. achava bem que eu viesse para aqui dizer que gente como o andré devie ser logo castrada, só por não pensar como eu?! fala muito do direito à vida mas depois nem nos insultos sabe ser coerente!

quanto ao debate, infelizmente não pude comentar porque quando cheguei a casa já ia a meio...fui ao cinema.
mas fui bastante a tempo para soltar umas boas risadas com argumentações bacocas e confusas como as do sr fernando santos.
ainda assim, talvez ele não fosse capaz de descer tão baixo como o andré desceu, sugerindo que um filho meu deveria ser abortado por ser meu filho.


mas, senhores, é isto o direito à vida?!

quarta-feira, janeiro 31, 2007 10:07:00 da tarde  
Blogger André Carvalho said...

mariana,

Esta sua tardia e evidente tentativa de inversão retórica, depois de vir para aqui dizer, tão respeitosamente, que os meus argumentos [que nem sabe quais são] lhe metiam asco, é que demonstram uma baixeza de carácter que só consegue ser superada pela descarada sonsice de agora já se mostrar uma acérrima defensora de, segundo as suas próprias palavras: “coisas que valem menos do que uma mulher”. E de agora até já denominar a tal “coisa” que ainda nem sequer existe de… seu filho. Mais um bocadinho e já está a votar NÃO ao aborto. Poupe-me! Please!

PS. Para saber o que é o IEG vá ler o link deste post para uma introdução bioética ao aborto. Que era o que já deveria ter feito antes.

quarta-feira, janeiro 31, 2007 10:31:00 da tarde  
Blogger Unknown said...

André:

Desculpa lá, mas não percebo como é que tu podes tomar a posição que tomas agora tendo votado sim no último referendo, podes afirmar que não entendes como é que os partidários do sim se podem afirmar contra o aborto.

Se mostrasses um bocadinho mais de respeito pelos partidários do sim, talvez a posição que tomas agora fosse mais credível.

quarta-feira, janeiro 31, 2007 11:59:00 da tarde  
Blogger André Carvalho said...

Olá Luís,

Até pelo que disseste, é óbvio que tenho bastante respeito pelos partidários do SIM, o que me parece é que alguns partidários do SIM não têm respeito por mim. Mas isso já é outra estória.

Abraço,

quinta-feira, fevereiro 01, 2007 12:08:00 da manhã  
Blogger Unknown said...

André:

Se é outra história se calhar é melhor não misturarmos.

Um abraço

P.S.: André não resisto a uma inconfidência (eu sei que é disso que se trata). Quando (e se) te voltarem a convidar a tomar café comigo espero que para a próxima apareças.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007 12:28:00 da manhã  
Blogger Luis M. Jorge said...

"Quanto à idoneidade do link que indicas, tal como a Rita diz, deve ser para rir"

Ainda ressabiado, André? Deixe lá, o Opus Dei tem um lugarzinho para si.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007 12:38:00 da manhã  
Blogger menina-m said...

1. Interrupção eugênica da gestação (IEG): são os casos de aborto ocorridos em nome de práticas eugênicas, isto é, situações em que se interrompe a gestação por [B]valores racistas, sexistas, étnicos [/B], etc. Comumente, sugere-se o praticado pela [B]medicina nazista [/B] como exemplo de IEG quando mulheres foram obrigadas a abortar por serem judias, ciganas ou negras. Regra geral, a IEG processa-se contra a vontade da gestante, sendo esta obrigada a abortar;

quinta-feira, fevereiro 01, 2007 12:43:00 da manhã  
Blogger Unknown said...

Luis:

Tu não piques a André!

Eu acho que todos temos a ganhar se ambas as partes souberem discutir isto sem provocações desnecessárias e com tranquilidade. Eu bem sei que não é fácil atendendo à delicadeza do tema.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007 12:46:00 da manhã  
Blogger menina-m said...

desejo [e ]

substantivo masculino


1.vontade; apetite; anseio;

2.aspiração;

3.intenção;

(Do lat. vulg. desidìu-, «desejo erótico», do lat. cl. desidìa-, «indolência; preguiça»)




espero que assim consiga perceber BEM o que é um filho DESEJADO. e que um filho não desejado nem sequer existe para a mulher que o carrega - é mais um fardo, e não uma paixão.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007 12:49:00 da manhã  
Blogger Unknown said...

Mariana:

"Regra geral, a IEG processa-se contra a vontade da gestante, sendo esta obrigada a abortar."

Suponho que estejas a citar, mas ainda assim tenho que dizer que esse "regra geral" é todo um programa. Quantas mulheres é que quereriam de livre vontade ter um filho em pleno campo de concentração nazi?

quinta-feira, fevereiro 01, 2007 12:49:00 da manhã  
Blogger André Carvalho said...

Luís m.Jorge,

Para vires de tão longe até aqui com essa lábia toda é evidente que essa do ressabiado não passa duma projecção do teu subconsciente. A não ser que te tenhas perdido e finalmente descobriste o caminho da salvação. :) Ao evocares o nome de Josemaría Escrivá de Balaguer a um ateu és capaz de ir longe nos teus propósitos. Não te cures não...

quinta-feira, fevereiro 01, 2007 12:56:00 da manhã  
Blogger Cambeque said...

Hummm? Acho que os apoiantes do Não não viram o mesmo Prós e Contras que eu... Confesso que o Não me deixou estupefacta... Porquê? Talvez achassem a minha resposta demasiado ofensiva.

domingo, fevereiro 04, 2007 11:28:00 da tarde  
Blogger Cambeque said...

não deixem de espreitar na sequencia da discussão:

http://ervilhas.weblog.com.pt/arquivo/383091.html

domingo, fevereiro 04, 2007 11:31:00 da tarde  

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