domingo, janeiro 07, 2007

Mariza, concerto em Lisboa (revisitado)

Na passada 6a feira, apanhei na RTP1 as últimas músicas do concerto da Mariza... Lembrei-me do post da Nancy e do meu comentário... do seu apreço e da minha falta dele... Parei uns momentos, decidida a tentar perceber o que é que - tristemente! - não me atrai no canto de Mariza...

Não é a música, decididamente! O «fado dos poetas» mas também «o fado da rua, traiçoeiro e amaldiçoado» recebem arranjos que me agradam bastante.

Não é a interpretação da cantora... Indiscutivelmente, Mariza tem voz e «canta com a alma»!

Durante este exercício fui percebendo que havia alturas bem determinadas em que a minha audição se sentia incomodada... Acho que percebi... São os jeitos que a senhora dá à voz... Não estou - obviamente!!! - a dizer que ela não tem boa voz... Mas há um cantar entre-dentes muito particular que não cai bem ao meu ouvido - mau ouvido, o meu! Há também aquelas alternâncias entre agudos e graves muito características do fado, que por vezes me soam a arabescos desnecessários - mau ouvido, o meu!

De qualquer forma, deu para pereber que, afinal, ainda devo ter cura, pois a música e a alma conseguem fazer com que eu me prenda a alguma coisa... O resto virá com o tempo...

O concerto transmitido foi o de Lisboa, de onde saiu o CD de que falou a Nancy. E, de facto, o fecho com o "Ó Gente da Minha Terra" foi qualquer coisa de «fabuloso e arrepiante!!!» - como dizem também no YouTube. Sim, André, há vários vídeos da Mariza no YouTube! =) E, além disso, há um site oficial, onde se podem ver também alguns vídeos, fotos e excertos de várias músicas.


Aconselho, então, eu também, esta versão ao vivo do "Ó Gente da Minha Terra" (no YouTube). Podem lá estar os trejeitos que não aprecio, mas está também a música, a voz poderosa e a alma - sobretudo a alma! - de Mariza.

Imagem retirada do vídeo, via YouTube.

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7 Comments:

Blogger amok_she said...

Parece q, afinal, o problema ñ é com a Mariza, nem sequer com os trejeiros...o teu problema é com o Fado!;-)...por mim, nada a opôr...tb ñ sou grande apreciadora de fado,mas...aprecio a Mariza e o seu estilo...como deve acontecer com uma grande parte dos seus apreciadores.

domingo, janeiro 07, 2007 10:38:00 da tarde  
Blogger cristina said...

amok:
Sim, não sou, como já disse no comentário do post da Nancy, grande apreciadora de fado (cantado). Mas a Mariza, em particular, tem qualquer coisa que me afasta - os tais trejeitos entre-dentes... Há fados (cantados) onde o jeito de fadista não me "incomoda" tanto... Mas estou num bom caminho para a cura =) Até porque tenho a Mariza como pessoa e como artista em muito boa consideração... é uma pena que não a saiba ouvir...

segunda-feira, janeiro 08, 2007 9:56:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Cristina,

Mas os tais trejeitos de q falas tb os sentes somente ao ouvi-la?
Eu gosto imenso da Mariza, penso q da nova geração é das q cantam com técnica e com alma.
Nancy

P.S. Q se passa com o blogger? My god eu e a minha falta de paciência para as máquinas!

segunda-feira, janeiro 08, 2007 11:03:00 da manhã  
Blogger JFR said...

Creio que o principal problema é retirar-se ao fado o que ele tem de genuíno. Já expressei o que penso sobre o dito concerto em:

http://abaixa-voz.blogspot.com/2007/01/inovar-preciso-mas-da-forma-certa.html

segunda-feira, janeiro 08, 2007 11:43:00 da tarde  
Blogger cristina said...

nancy:
Eu acho que com a Mariza é mais forte, talvez porque o seu domínio técnico da voz o permita e a alma que investe na interpretação o propicie... Mas para poder avaliar isso melhor tenho de dedicar mais tempo a ouvir essa nova geração... =)

jfr:
Não acho que o problema seja esse - pelo menos o "meu" problema! Até porque acho que é com esses novos arranjos que me vou aproximando do fado. Percebo o teu ponto de vista, mas não me parece assim tão dramático: é reflexo de uma evolução. Trabalhar sobre uma base, dando-lhe novas roupagens; apropriar-se da música, permitindo novas abordagens, tornando-a mais pessoal.

terça-feira, janeiro 09, 2007 8:54:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

eu aprecio toda a nova geração e gosto mais no femininio de Ana Moura ou Mafalda Arnauth (ou la como se escreve, n tenho tempo) No masculino Camané. Da marisa tb me quero insurgir contra aquela saia cónica, mais valia uma coisa mais flexivel na forma. E a sra. dança! Gostei da percussão!

quarta-feira, janeiro 10, 2007 11:37:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Se pretende "fazer as pazes" com o fado, mas cansam-na aqueles esgares tradicionais, talvez encontre em Cristina Branco uma nova paixão. Comigo foi assim. Experimente ouvir e depois conte.

terça-feira, maio 15, 2007 9:02:00 da tarde  

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