Sobre Soares
Sempre simpatizei com Mário Soares. Simpatia não é adoração: penso que ele cometeu alguns erros no pós-25 de Abril por causa da descolonização. Pelo que tenho lido, esses erros aconteceram num momento particular da história portuguesa em que seria difícil fazer melhor. Mesmo assim, Mário Soares deveria admitir que errou. Mas ele não é nem nunca será para mim má moeda.
Soares desenvolveu à volta de si uma imagem de "pai" da pátria que o tempo tem mostrado ser uma construção, como todos os mitos políticos portugueses (e mitos não faltam).
O tempo e as circunstâncias para uma candidatura a um terceiro mandato presidencial não foram as mais felizes e Soares vem dando "tiros no pé" quase diariamente. A tentar controlar tudo e todos, enquanto não se conseguia controlar a si mesmo.
No caso particular do debate com Cavaco Silva saber se Soares venceu ou não o debate é o menos importante. O essencial é que a táctica estava errada: tratar daquela forma qualquer adversário é um erro crasso para qualquer político. O adversário muito dificilmente deixará de usar essa táctica a seu favor. E assim fez Cavaco Silva.
Por tudo isto, não vou votar Mário Soares, embora o homem me mereça respeito.
ADENDA: Têm-se feito a Soares inúmeras críticas que eu considero injustas. Mas concordo totalmente que ele seja criticado por arrogância cultural. Soares teve como mestres alguns dos grandes intelectuais do século passado. Mas isso não lhe dá o direito de achar que é o único com direitos para vencer estas eleições.
ADENDA (2): André: Inicialmente concordei contigo. Mas agora pergunto: Não perguntaram ao João Soares o porquê de Mário Soares reagir daquela maneira? Deviam ter perguntado. Tem de haver uma razão objectiva para o homem ainda não ter desistido.
Soares desenvolveu à volta de si uma imagem de "pai" da pátria que o tempo tem mostrado ser uma construção, como todos os mitos políticos portugueses (e mitos não faltam).
O tempo e as circunstâncias para uma candidatura a um terceiro mandato presidencial não foram as mais felizes e Soares vem dando "tiros no pé" quase diariamente. A tentar controlar tudo e todos, enquanto não se conseguia controlar a si mesmo.
No caso particular do debate com Cavaco Silva saber se Soares venceu ou não o debate é o menos importante. O essencial é que a táctica estava errada: tratar daquela forma qualquer adversário é um erro crasso para qualquer político. O adversário muito dificilmente deixará de usar essa táctica a seu favor. E assim fez Cavaco Silva.
Por tudo isto, não vou votar Mário Soares, embora o homem me mereça respeito.
ADENDA: Têm-se feito a Soares inúmeras críticas que eu considero injustas. Mas concordo totalmente que ele seja criticado por arrogância cultural. Soares teve como mestres alguns dos grandes intelectuais do século passado. Mas isso não lhe dá o direito de achar que é o único com direitos para vencer estas eleições.
ADENDA (2): André: Inicialmente concordei contigo. Mas agora pergunto: Não perguntaram ao João Soares o porquê de Mário Soares reagir daquela maneira? Deviam ter perguntado. Tem de haver uma razão objectiva para o homem ainda não ter desistido.
sabine às segunda-feira, dezembro 26, 2005
3 Comments:
Eu se fosse o Cavaco is mas era fazer a rodagem ao carro, e candidatava-me 'a presidencia do PSD.
Cavaco por acaso é de Boliqueime, se fosse de Rio Maior, duvido que este tipo de comentários não existiam!
Cara Sabine,
Essa do Soares ser um homem da cultura é o que tu dizes. Eu não o considero como tal [nem lá perto]. Ao que parece, nem convivendo [como tu dizes] com os grandes intelectuais do século passado, conseguiu aprender alguma coisa de jeito... pelo menos não aprendeu nada de bom. Não é só o facto de ser mal-criado, porque pior [muito pior] é a indole dele.
Ele acha que tem direitos porque está habituado a lidar com os bimbos da geração dele e outras gerações que o trazem nas palminhas nas mãos sem saberem bem porquê. Comigo ia de carrinho em 5 segundos. Infelizmente... ele não quer debater comigo. ;)
A razão objectiva para o homem ainda não ter desistido deve ser precisamente a falta de razão... e de não ter verdadeiros amigos. Não vejo outras razões possíveis.
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