Memórias alinhavadas dos setentas
Durante esta década emerge de Hollywood uma nova geração de cineastas (Scorsese, Coppola, Spielberg, etc).
Marlon Brando e a sua voz inconfundível num padrinho ícone, o famoso beija mão, um cavalo de raça, delinquentes com inovadores códigos de honra, vinganças à porta fechada e o suspense inerente a cada reunião do clã. Na minha cabeça não deixava de pairar a pergunta: quem é que vendeu a alma ao diabo e vai desta para melhor?
Godfather é uma obra-prima do cinema com sangue, suor e lágrimas e espantosamente não é que alguns maus são bons pais e bons filhos?
The Godfather: Part II (1974), continuação da saga, o filho pródigo encarnando um papel que não era para si. Será mesmo que não era? Pacino é, para mim, dos vilões mais intrigantes. Não consegui compreender como é que um bom rapaz daqueles se transforma num padrinho tão frio, racional e implacável. Como é possível alguém mandar matar o seu próprio irmão? Era mais fã de Pacino do que do irmão, enervava-me a violência gratuita e o descontro emocional do rapazinho, mas não era preciso tanto.
Decorria o final da década de 70 e Apocalipse Now (1979) era o filme sensação da juventude. Baldo-me às aulas, escolho um cinema pertinho do autocarro de regresso a casa e instalo-me confortavelmente na fila central do Apolo 70. The End, dos Doors, helicópteros, praia, morte, tragédia contaminada de poesia.
Jamais assisti a obra cinematográfica tão genial e foi a primeira de muitas vezes que ouvi a longuíssima canção dos Doors. Depois disto o terror jamais foi tão poético.
Etiquetas: Cinema, Coppola, os anos setenta
1 Comments:
miss Nancy, jamais o padrinho e esse apolcalipse sairão dos nosso imaginários.
tornaram-se intemporais e marcam qualquer geração!
quem a viveu em primeira mão num cinema é digno de um bem haja, e de uma pequena inveja dos que tiveram de se contentar com a sala e - nos máximos dos máximos - com o seu home cinema!
um forte abraço deste MAR!
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