Há vícios que nunca se perdem
Os sindicatos marcaram uma greve da função pública para dia 30 de Novembro. Não discuto as razões. Mas com tantos dias passíveis de serem eleitos, vão logo escolher um que servirá, acima de tudo e aos olhos da opinião pública, para substituir um feriado que este ano ocorre num Sábado. O resultado é fácil de apurar: todo o capital de confiança e simpatia que tinham ganho aquando da manifestação de 200.000 pessoas é atirado pela janela fora. Não é só o Governo que dá tiros no pé.
Etiquetas: Greve geral, sindicatos, tiros no pé
7 Comments:
De facto, só prova que os sindicatos não lutam para resolver os problemas, quer dos seus associados, quer dos trabalhadores que, hipoteticamente, dizem defender. Claro que um só dia de greve, ainda por cima a uma 6ª feira, só pode significar aos olhos do comum cidadão, com mais uma ponte "oferecida" à função pública. Se o objectivo dos sindicatos fosse o de mudar alguma coisa, não anunciava uma greve de um só dia, mas antes de vários dias, talvez uma semana. Dessa forma, tenho a certeza que alguma das partes havia de ceder, mas não sem luta, assim, sabe a pouco e, claro, com resultado esperado. Nada muda porque não se faz força para que isso aconteça e, para o governo, é mais uma (tímida) reacção do que uma contestação, logo, não há motivos para mudar uma vírgula sequer à proposta apresentada.
Ninguém aguentaria viver sem uma semana de ordenado, uma vez que qual dia de greve é descontado.
Sem dúvida que sim mas, se assim não for, qual a maneira de os fazer mudar?
Talvez um greve de zelo àquilo de que eles mais gostam: cobranças
As greves são uma boa maneira de o governo poupar dinheiro, isso eu sei, e apesar de tudo o que se diz, continuo a achar que é uma forma legítima de protesto.
Voltei para dizer que, de facto, em termos de opinião pública sexta-feira não é um bom dia para se fazer greve, embora teoricamente qualquer um o seja, se queremos manifestar a nossa indignação.
Leonor,
está incompleto o post. Onde diz: "não discuto as razões", deveria também dizer "...nem discuto a legitimidade" ;).
Mas tenta fazer uma manif com 200 mil na sexta feira dia 30...
A não ser que façam minis-manif: uma no alentejo (é uma óptima altura do ano para se passar uns dias), outra no algarve(há sempre quem passe uns dias no Algarve), alguma em Andorra (o gang da neve) e outra em Cuba e no Brasil (para os mais abastados: recebe-se o sub. de Natal entre o dia 20 e 25 de Novembro e há que lhe dar uso).
Quanto à duração da greve, acho que um dia bem programado basta. O tal dia da manifestação de 200 mil é prova disso: muita gente, sentido de oportunidade (era a Cimeira de Lisboa) e, claro, como não se realizou em dias que dessem para fazer uma ponte ou para esticar um fim de semana, a opinião pública compreendeu que se estavam ali, naquele número e a fazer a maior manifestação de há 10 ou 15 anos a esta parte, algo ia mal no reino de Sócrates. Mas depois oferecem-lhe estes brindes, e ele, claro, agradece:))
Pois, embora não deva ver o resto do país pelo meu umbigo, vivo num sítio onde se refila muito mas depois fazer greve: zero, portanto esta questão da oportunidade da greve não se põe. Há pessoas que têm pavor à greve, têm medo de ser perseguidos, que os nomes vão para o ministério e qua ainda acham que a greve é coisa da esquerda e dos comunistas e acaba por ser indiferente a que dia fazem greve. Além disso, acho que a perda de uma dia de ordenado pode fazer alguma diferença no orçamento mensal dos portugueses e parece-me, não é o teu caso, que a maior parte das pessoas pensa que fazer greve é fazer gazeta sem qualquer penalização.
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