O poder da estética
Apesar de já ter mais de uma dezena de livros [de bolso] editados em português, ainda não tive o prazer de conhecer nenhuma das obras de Doris Lessing – da qual já ouvi dizer tanto de bem como de menos bem. E como estes prémios têm sempre aquele efeito de aguçar o apetite do mais comum dos leitores, por [brevíssimos] momentos ainda pensei em ir a “correr” à livraria mais próxima para poder começar de imediato a ler [na transversal] qualquer “coisa” da octogenária britânica. E ainda me passou pela cabeça que, com alguma [bastante] sorte, conseguia fazer aqui [no GR] uma figuraça e, quiçá, bloggers como o Pedro Correia ou o João Villalobos ainda poderiam acabar por escrever um daqueles posts, tipo, “Gostei de ler”, com um link para o meu portentoso texto – tal como acontece aos meus “felizardos” colegas de blogue. O “único” senão é que eu teria de escrever um post inteiro sem parêntesis rectos, sem equívocos ortográficos, sem desacertos gramaticais, sem dizer mal de alguma coisa simplesmente porque sim, sem me “esticar” nos parágrafos e, mais difícil [talvez mesmo impossível], acabar por conseguir dizer alguma coisa inteiramente coerente, perceptível, inteligível, e que no final, não seja ofensiva para ninguém.
Assim [tendo em conta esta impossibilidade de facto], depois de ter analisado profundamente todos os prós e todos os contras [quando quero consigo ser minucioso] acabei por optar por* não comprar [ainda] nenhum livro da Doris Lessing; mesmo sabendo de antemão que esta opção vai acabar por me sair mais cara [monetariamente falando], porque as novas edições vão acabar por sofrer do já famoso super efeito Nobel no preço. Como desculpa para este meu momentâneo desinteresse poderia argumentar que prefiro aguardar por melhores traduções das obras de Lessing, mas a verdade é que as edições de bolso que se encontram presentemente à venda no mercado nacional não ficam tão bem nas prateleiras do meu escritório.
*“(…) acabei por optar por (…)”, “por (…) por” – eu tentar até tento, mas não consigo evitar estas repetições e outras redundâncias e equívocos.
Assim [tendo em conta esta impossibilidade de facto], depois de ter analisado profundamente todos os prós e todos os contras [quando quero consigo ser minucioso] acabei por optar por* não comprar [ainda] nenhum livro da Doris Lessing; mesmo sabendo de antemão que esta opção vai acabar por me sair mais cara [monetariamente falando], porque as novas edições vão acabar por sofrer do já famoso super efeito Nobel no preço. Como desculpa para este meu momentâneo desinteresse poderia argumentar que prefiro aguardar por melhores traduções das obras de Lessing, mas a verdade é que as edições de bolso que se encontram presentemente à venda no mercado nacional não ficam tão bem nas prateleiras do meu escritório.
*“(…) acabei por optar por (…)”, “por (…) por” – eu tentar até tento, mas não consigo evitar estas repetições e outras redundâncias e equívocos.
Imagem via: The Folio Society
Etiquetas: Doris Lessing, O que lamento profundamente é que ainda não foi desta que o Arquitecto Saraiva ganhou o seu Nobel da Literatura, Prémio Nobel da Literatura, Quem diz a verdade não merece castigo
3 Comments:
Eu nunca escreveo esses posts «Gostei de Ler». O Pedro e o FAL sim. Mas, quem sabe, abro para este uma excepção :)
Abraço
Caro João Villalobos,
Agradeço muito mas, se não me deseja mal, suplico-lhe que não faça uma coisa dessas. Graças a ninguém levar a sério o que eu vou escrevendo por aqui, os meus colegas de blogue têm vindo [até agora] a fazer questão de me ir convidando aos fins-de-semana para jantar na casa deles [só para me gozarem e vangloriarem-se dos seus feitos]. E como deve compreender a vida está difícil [para todos]… e os jantares têm sido deliciosos. ;)
Pois eu adorei este teu texto! ... muito bem escrito, e de fino humor! ;)
... tenho a mania dos parêntesis, das reticências, das frases longas, das multi-vírgulas, de tudo muito extenso e muito explicadinho ... fiz do Postais de BXL um exercício estético ... tento não abusar dos parêntesis, das frases longas, da multiplicação de vírgulas ...
... de certa forma, revi-me no teu texto ... Gostei!
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