sexta-feira, setembro 28, 2007

Tolstoi

Pratico, há alguns anos, com um amigo, um exercício literariamente interessante e mentalmente saudável. Trata-se de fazer chegar um ao outro, pelo menos uma vez por ano, "impressões" sobre determinado livro. O que potencia, por vezes, "discussões" agradáveis.

O nosso único "amor de perdição" é Camilo. O meu "Camilo" preferido, até agora, é, sem dúvida, "A Queda de Um Anjo" (cuja leitura me parece aconselhável a qualquer político activo "no actualmente").

Neste momento estou a braços com um livro gigantesco. Este "calhamaço" foi sugerido pela Nel de Agustina. Como a personagem principal de "Dias Felizes" dialoga, com alguma frequência, com Anna Karénina de Tolstoi, resolvi mergulhar naquele volume assustador de páginas. Penso que o exercício me permitirá compreender Nel de uma outra forma e mergulhar noutro Universo literário feminino. Ana difere de Elizabeth Bennet (cuja inteligência em demanda da inteligência da alma gémea, coloca a questão "casal" num Universo totalmente novo), e de Madame Bovary (a heroína de Flaubert não questiona a "fidelidade" em termos morais), mas é uma personagem igualmente canónica.

Tolstoi é um gigante moralista, mas um gigante moralista maravilhoso.

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