Leituras ao vento

Caro Pedro, revelar as minhas últimas cinco leituras é um prazer, que seria infinitamente maior se elas fossem verdadeiramente de Verão. Aqui ficam por ordem de leitura:

James Lins, Um Playboy que não deu certo de Mário Prata. Uma história bem divertida onde Mário Prata surge como autor, escritor e personagem, que algures a meio do livro se desentende com a personagem que cria, James Lins.

Quem me dera ser Onda de Manuel Rui. Um porco que usa auricular, come comida de Hotel e vive num sétimo andar em Luanda. Para saber mais, façam o favor de ler.

Morte em Veneza de Thomas Mann. A certeza reiterada de que há livros para os quais uma leitura apenas é insuficiente. Tê-lo-ei lido há umas duas décadas e agora que a ele regressei, fiquei enleada no amor platónico do crepuscular Aschenbach pelo jovem Tadzio, o espírito apolínio da beleza descrita e o impulso quase dionisíaco pelo objecto desejado com a Sereníssima em pano de fundo.

Passageiros em Trânsito de José Eduardo Agualusa. Contos com sabor a outras latitudes mais a Sul. Sempre o apelo da partida e a sensação de inquietude.

Ich bin kein Berliner de Wladimir Kaminer. Um guia de viagem alternativo à cidade de Berlim, onde curiosamente Lisboa surge. Kaminer mantém o olhar distanciado da cidade que o acolheu há década e meia e observa os berlinenses nessa mesma distância. Curioso e divertido.

A complementar a prosa, a poesia de Ondjaki e de Arnaldo Antunes.

E agora passo o testemunho aos meus co-bloggers. Cristina, André e Carlos, contem-nos que lêem. O mesmo repto lanço à Tati e ao James Stuart.

Imagem: Fernando Botero, Mujer leyendo.