Alhambra
Já estive lá perto, mas a necessidade de marcação antecipada (bastante antecipada!) da visita demoveu-me de uma tentativa de aproximação... Confesso que não conheço a história do espaço, nem a importância do castelo, nem o papel do Palácio... Mas Alhambra, para mim, seria uma espécie de visita de estudo...
Alhambra é um exemplo vivo da ligação da Arte e da Matemática! As decorações geométricas das paredes, dos tectos, dos chãos, dos arcos, das janelas... tudo aquilo são peças demonstrativas de um importante teorema matemático. Sabíeis vós que há apenas e exactamente 17 tipos de padrões?... Olhando para os azulejos lá de casa, ou para a toalha da mesa, ou para a parede da estação, ou para a calçada da rua,... ou onde quer que exista ou se invente uma repetição que preencha o plano, independentemente do motivo que a gera, se atentarmos apenas no esquema de repetição ela respeita uma de 17 "leis" já identificadas. E o que tem Alhambra que ver com esta história?... É que, naquelas paredes, tectos e chãos existe pelo menos um exemplar "vivo" de cada uma dessas "leis"! A matemática da Teoria de Grupos que veio provar tudo isto desenvolveu-se no século XIX... Alhambra existe desde o século XII!!!
Alhambra é uma das finalistas na votação para as Sete Maravilhas do Mundo. Agora espero que tanta Matemática num só espaço não vos afaste de uma visita!
[algumas fotos: www.alhambradegranada.org]
imagens:
- castelo (Alhambra.org)
- padrões («Un matemático pasea por la Alhambra»)
- padrões («Un matemático pasea por la Alhambra»)
Etiquetas: À volta do Mundo, Um matemático também precisa de poesia
cristina às segunda-feira, julho 02, 2007
3 Comments:
O Alhambra é um prodígio de beleza e simetria, merece mesmo ser uma das maravilhas finalistas. Além disso, é também um testemunho importantíssimo da evolução histórica da Península, ou seja, das nossas raízes.
Mas para quem quiser mesmo conhecer a ligação mais estreita entre arte e matemática, aconselho a visita a este site:
http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm2000/icm33/Escher.htm
av:
Agradeço o contributo.
Sem dúvida que os desenhos de Escher são também um reflexo da ligação estreita entre a Arte e a Matemática. Escher foi inovador no preenchimento de espaço, na esolha dos motivos, nas metamosfoses, na utilização do infinito, na exploração de paradoxos dimensionais. E tudo isso tem por trás também muita teoria algébrica e geometria hiperbólica.
Os trabalhos de Escher são mais apelativos e mais arrojados, mas Escher é do século passado, Alhambra tem 800 anos e nasceu num meio puramente geométrico, com total ausência de representação figurativa!!! O próprio Escher se passeou por Alhambra anotando aquilo que via, inspirando-se ainda sem saber muito bem em quê...
Claro, Cristina, nem sequer são comparáveis. Foi só uma achega em termos de ligações entre matemática e arte, uma mera curiosidade. Além disso, no Alhambra não há paradoxos: tudo é de uma estética absolutamente lógica e ao mesmo tempo poética, o que faz daquele espaço um lugar único. Não sabia que Escher tinha andado por lá, mas agora que o diz parece-me naturalíssimo, pensando nos motivos que usou.
Abraço
Ana
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