O Punk e as minhas memórias pós-revolucionárias
Quando comecei a ler os primeiros textos sobre o punk pensei:
isto tem tudo a ver comigo!
Detestava o rock sinfónico e tudo o que aquela corrente simbolizava, no meio de toda aquela parafernália de sons gostava ligeiramente dos Queen e da, actualmente, demasiado desgastada Bohemian Rhapsody.
Considerava execráveis os Emerson, Lake and Palmer, Genesis, Camel e Renaissance, achava apenas piada a alguns temas dos Jethro Tull e dos Pink Floyd.
O Punk apareceu, para mim, na altura certa, pois tudo o que se produziu a partir daí teve sempre muito mais a ver comigo e com o meu gosto musical.
Lia a Bravo, a Música e Som e uma ou outra revista que circulava pela escola e fascinavam-me os visuais de bandas como: Sex Pistols, Ramones, The Stooges, The Clash
Boomtown Rats, The Jam, Siouxsie & The Banshees, The Stranglers, Ultravox; e do lado de lá do Atlântico Blondie, Patti Smith, Television e Dead Kennedy's. Data dessa altura a descoberta de uma banda dos sessenta os Velvet Underground.
Para além do visual fascinavam-me as afirmações políticas e socialmente incorrectas daqueles grupos; diziam enormidades nas entrevistas sem estarem preocupados com as reacções.
Imaginava-me a dizer coisas semelhantes aos meus amigos de esquerda, de direita ou do centro e exercitava a imaginação engendrando as suas infindáveis argumentações.
É que prevalecia, na altura, uma espécie de necessidade escatológica de gostos musicais ideologicamente consentâneos.
Os de esquerda falavam-me na tendência nazi do movimento Punk.
Os de direita do vestuário pouco próprio.
Os do centro insistiam na combinação do maravilhoso e do imaginário na obra dos Yes, algo de inexistente no Punk.
Sempre que falávamos sobre música a conversa descambava para o desacerto ideológico do Punk.
Depois de alguns desconcertos argumentativos resolvi adoptar uma postura musical ideologicamente neutra.
Não me manifestava ou não discordava e, a partir daí, fomos todos muito mais felizes.
É certo que lhe foi inerente um certo regime de clausura interna o que desgastou, para todo o sempre, a minha empatia com monumentos que simbolizem este estado, como, por exemplo, conventos e mosteiros...
google images
isto tem tudo a ver comigo!
Detestava o rock sinfónico e tudo o que aquela corrente simbolizava, no meio de toda aquela parafernália de sons gostava ligeiramente dos Queen e da, actualmente, demasiado desgastada Bohemian Rhapsody.
Considerava execráveis os Emerson, Lake and Palmer, Genesis, Camel e Renaissance, achava apenas piada a alguns temas dos Jethro Tull e dos Pink Floyd.
O Punk apareceu, para mim, na altura certa, pois tudo o que se produziu a partir daí teve sempre muito mais a ver comigo e com o meu gosto musical.
Lia a Bravo, a Música e Som e uma ou outra revista que circulava pela escola e fascinavam-me os visuais de bandas como: Sex Pistols, Ramones, The Stooges, The Clash
Boomtown Rats, The Jam, Siouxsie & The Banshees, The Stranglers, Ultravox; e do lado de lá do Atlântico Blondie, Patti Smith, Television e Dead Kennedy's. Data dessa altura a descoberta de uma banda dos sessenta os Velvet Underground.
Para além do visual fascinavam-me as afirmações políticas e socialmente incorrectas daqueles grupos; diziam enormidades nas entrevistas sem estarem preocupados com as reacções.
Imaginava-me a dizer coisas semelhantes aos meus amigos de esquerda, de direita ou do centro e exercitava a imaginação engendrando as suas infindáveis argumentações.
É que prevalecia, na altura, uma espécie de necessidade escatológica de gostos musicais ideologicamente consentâneos.
Os de esquerda falavam-me na tendência nazi do movimento Punk.
Os de direita do vestuário pouco próprio.
Os do centro insistiam na combinação do maravilhoso e do imaginário na obra dos Yes, algo de inexistente no Punk.
Sempre que falávamos sobre música a conversa descambava para o desacerto ideológico do Punk.
Depois de alguns desconcertos argumentativos resolvi adoptar uma postura musical ideologicamente neutra.
Não me manifestava ou não discordava e, a partir daí, fomos todos muito mais felizes.
É certo que lhe foi inerente um certo regime de clausura interna o que desgastou, para todo o sempre, a minha empatia com monumentos que simbolizem este estado, como, por exemplo, conventos e mosteiros...
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Etiquetas: Festa da Música, Punk Rock
3 Comments:
olá
se gostas de cinema vem visitar-nos em
www.paixoesedesejos.blogspot.com
todos os dias falamos de um filme diferente
PS-Os Velvet eram/são uma maravilha, depois a Patti Smith é única e temos sempre os Talking Heads!!!
paula e rui lima
Apesar de provavelmente nem te aperceberes, pode parecer estranho para quem leia este post e não tenha vivido esse momento histórico que referes, que seja possível fazer uma associação entre o movimento punk e a extrema-direita. Embora o punk esteja associado ao movimento anarquista, eu também sou testemunha que é rigorosamente verdade o que dizes. Estranhos tempos esses, em que as forças políticas dominantes catalogavam tudo o que mexia e que não compreendiam como movimentos fascistas ou de extrema-direita.
André,
Tens razão e não me apercebi, mas o movimento punk na altura em q surgiu foi catalogado como um movimento de extrema direita.
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