ficção (?)
O médico, perante uma rapariga vítima de violação, informa-a que está grávida e...
- Os procedimentos para o aborto não são complicados, eu posso...
- Não!
- Não?! Quer continuar a gravidez?!
- Sim. Vai contra os meus princípios. Eu não sou assassina... É uma vida...
- Sim... é uma vida, mas é uma vida que vai querer fazer crescer?!
- Mas o doutor é a favor do assassinato?
- Regra geral, não, mas, em certos casos, sim. E este caso do feto é um deles. É complicado definir limites. É discutível se o idiota que a deixou nesse estado deveria ou não continuar a viver. No caso do feto, podemos discutir os trimestres, mas há, sem dúvida, uma enorme barreira limitadora: o nascimento. Pode ser uma barreira moral muito ténue mas faz toda a diferença.
Seguiu-se uma troca de ideias sobre os desígnios de Deus... em que a mulher acredita e o médico não...
Pessoalmente, e, apesar de estar inclinada a concordar com o médico, não me parece que este seja o tipo de aconselhamento desejável... Se a mulher não quer, à partida, se vai contra os seus princípios, e não há risco de vida, o aborto não deve ser encorajado pelo médico. O médico deve saber acompanhar a posição da mulher e não impor-lhe a sua posição. Seria esta uma maneira de deixar a mulher mais à vontade para escolher, libertando-a um pouco do peso do assassinato que teria na consciência?... Mesmo assim...
Resta contextualizar o diálogo ali em cima: adaptado de memória do episódio de ontem do Dr. House – que, para além de ser uma série, é sabido que a personagem não prima pela delicadeza das relações humanas... por isso não deve haver razão para alarme. Mas deixou-me a pensar...
- Os procedimentos para o aborto não são complicados, eu posso...
- Não!
- Não?! Quer continuar a gravidez?!
- Sim. Vai contra os meus princípios. Eu não sou assassina... É uma vida...
- Sim... é uma vida, mas é uma vida que vai querer fazer crescer?!
- Mas o doutor é a favor do assassinato?
- Regra geral, não, mas, em certos casos, sim. E este caso do feto é um deles. É complicado definir limites. É discutível se o idiota que a deixou nesse estado deveria ou não continuar a viver. No caso do feto, podemos discutir os trimestres, mas há, sem dúvida, uma enorme barreira limitadora: o nascimento. Pode ser uma barreira moral muito ténue mas faz toda a diferença.
Seguiu-se uma troca de ideias sobre os desígnios de Deus... em que a mulher acredita e o médico não...
Pessoalmente, e, apesar de estar inclinada a concordar com o médico, não me parece que este seja o tipo de aconselhamento desejável... Se a mulher não quer, à partida, se vai contra os seus princípios, e não há risco de vida, o aborto não deve ser encorajado pelo médico. O médico deve saber acompanhar a posição da mulher e não impor-lhe a sua posição. Seria esta uma maneira de deixar a mulher mais à vontade para escolher, libertando-a um pouco do peso do assassinato que teria na consciência?... Mesmo assim...
Resta contextualizar o diálogo ali em cima: adaptado de memória do episódio de ontem do Dr. House – que, para além de ser uma série, é sabido que a personagem não prima pela delicadeza das relações humanas... por isso não deve haver razão para alarme. Mas deixou-me a pensar...
Etiquetas: Aborto
3 Comments:
Minha cara Cris...essa é uma leitura mt linear, da personagem em causa...estás a 'ver' apenas a capa...o q tantas vezes sucede nas relações pessoais...reais!, mas...a ironia do 'homem' - um tanto cáustica é certo,mas...só uma inteligência brilhante pode gerar tal tipo de ironia - é uma capa defensiva...para afastar, hummm, tanta coisa q ñ me atrevo a listar aqui...antes q me suceda o mesmo q no Aspirina...:=>
amok:
Por mim, estás à vontade! =)
Eu percebi a ironia do homem, e o habitual humor cáustico defensivo da personagem. O que me fez pensar foi a remota (?) hipótese de um real médico reagir assim...
Cristina,
convido-te a ler Desgraça de J.M.Cotzee...e mais não digo. ;)
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