O texto e a sua construção
O processo de construção do texto é tão ou mais cativante do que o próprio texto. Reformulo: a construção de qualquer obra é tão ou mais empolgante do que a obra. Tomando à priori um exemplo de um texto genial, é sempre com assombro que se desvenda, por exemplo, numa versão fac-similada, os processos com que este foi conseguido. Assombro, não pela genialidade do texto; antes pela fragilidade/humanidade com que, exemplifiquemos, um exímio poema foi construído. Aquela sensação de que estamos muito distantes do génio, desaparece no exacto momento em que os processos que foram utilizados para o criar são os mesmíssimos que utilizamos quotidianamente para escrever uma carta de reclamação ao servidor de net: escrever, rasurar, complementar, organizar as ideias, etc.
Ou seja, passa a existir um acontecimento de identificação. E esta identificação entre uma carta profissional e um poema, não tem um efeito banalizador sobre a tal obra de arte, afastando-a por efeito de menosprezo da sua qualidade. Promove uma aproximação entre o leitor e o poeta na medida exacta em que o último deixa de ser uma semi-divindade para o primeiro e passa a ser um homem comum. E, convenhamos, os homens preferem conviver com homens do que com deuses.
Ou seja, passa a existir um acontecimento de identificação. E esta identificação entre uma carta profissional e um poema, não tem um efeito banalizador sobre a tal obra de arte, afastando-a por efeito de menosprezo da sua qualidade. Promove uma aproximação entre o leitor e o poeta na medida exacta em que o último deixa de ser uma semi-divindade para o primeiro e passa a ser um homem comum. E, convenhamos, os homens preferem conviver com homens do que com deuses.
Etiquetas: livros
2 Comments:
O processo criativo é sempre o mesmo! O resultado é que pode ser diferente consoante o jeito do criador.
Quanto aos homens e aos deuses, não sei não!
Beijos
Conhecer os bastidores do que quer que seja é sempre cativante!
Discordo da pitucha: não acho que o processo criativo seja sempre o mesmo.
Quanto aos Homens e aos deuses... estou contigo, Carlos: vivam os Homens! =)
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