Ser xiita no Líbano [2]
Ao contrário do que se passa em países democráticos (como Israel), deve reconhecer que não é todos os dias que se lê um texto profundamente crítico para com os regimes totalitaristas do Mashrek, escrito por uma xiita, do sexo feminino, natural e residente no Líbano. Quando nem sequer o próprio Daniel Oliveira, que é descrente, do sexo masculino, ocidental, que vive fora do Líbano, e me parece ser uma pessoa versada e interessada nestas matérias, foi capaz de reconhecer no seu «Arrastão» [nem, pelo que tenho lido, no «Expresso»] metade das evidências que esta xiita libanesa teve a coragem de escrever.
E, não foi por este artigo publicado no Na-Nahar que Mona Fayad passou a ser pró-israelita.
Apetece-me agora também fazer minhas, as suas palavras: «Quando se começar a olhar para o Médio Oriente com os olhos da justiça, sem judeus nem árabes nem cristãos, só da justiça, talvez muita gente perceba como andou a defender o indefensável.»
E, não foi por este artigo publicado no Na-Nahar que Mona Fayad passou a ser pró-israelita.
Apetece-me agora também fazer minhas, as suas palavras: «Quando se começar a olhar para o Médio Oriente com os olhos da justiça, sem judeus nem árabes nem cristãos, só da justiça, talvez muita gente perceba como andou a defender o indefensável.»
4 Comments:
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Só assim se percebe a barbárie que a escolha da fé criou - um fundamento sólido para as linhas gerais das escolhas políticas.
Resta saber se justiça não é apenas uma linguagem comum que é reivindicada por todos intervenientes... por diferentes razões, todas fundamentadas e credíveis segundo a fé que as alimenta.
Como argumentar contra isso?
Apelando a evidencia e não à justiça.
Estive a ler o texto que ela escreveu (o outro post) e concordo com ela em quase tudo. Até porque ser xiita no Libano significa = a ser do Hezbollah e nem todos servem nesta categorização (ainda bem).
«Resta saber se justiça não é apenas uma linguagem comum que é reivindicada por todos intervenientes... por diferentes razões, todas fundamentadas e credíveis segundo a fé que as alimenta». Bem, Bruno, eu vejo as coisas assim: em tempos de guerra psicologica todas as vozes dissonantes sao bem vindas: Israel aproveita as palavras delas, o Hezbollah aproveitará outras dissidencias...
Uma coisa eu seu a ONU DEVIA DESARMAR O HEZBOLLAH! Se nao o conseguir fazer, vamos ter problemas...
«Só assim se percebe a barbárie que a escolha da fé criou - um fundamento sólido para as linhas gerais das escolhas políticas». A bárbarie nao é a escolha da fé mas até onde a levamos. É por isso que eu defendo um estado laico e sem cruzes nas escolas publicas. A fé nao se pode emisquir em tudo.
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