Falar de blogues na terceira pessoa – parte única
O título do post era para ser “O dia em que o André levou uma tareia da Rita”*, mas como as vozes masculinas na gravação áudio são muito parecidas e eu não tenho certeza se era mesmo o André a levar uma tareia da Rita – apesar de me parecer mesmo o André a levar uma tareia da Rita – fiquei-me por um título mais genérico.
De qualquer modo, e independentemente de quem levou uma tareia da Rita, até porque a Rita bateu numa data de gente – ah mulher!!! –, impõe-se um agradecimento ao André por ter disponibilizado, no terceiro episódio da saga, o ficheiro áudio que me permitiu “assistir” ao encontro em diferido. Portanto… Obrigado.
No que toca ao encontro em si, à medida que ouvi fui cerrando os pulsos de raiva por não ter podido estar presente. Até porque, para além de adorar discussões com pessoas inteligentes, os temas debatidos me interessavam. E para quem não foi nem ouviu o registo fique a saber que aquilo andou um bocado à volta de pipis e pirilaus – e eu, como qualquer homem latino que se preze, gosto muito de pipis e do meu pirilau.
Mas apesar da conversa prazenteira sobre as especificidades com que cada sexo está e se expõe na blogosfera, e das discussões sobre mamas e voyerismo e machismo e feminismo – nas quais eu também sinto prazer em participar mesmo que consciente da impossibilidade de chegar a um consenso – o que o que me levou a escrever este post foi mesmo um assunto lateral e, na minha opinião, bastante mais sério: já perto do final, na fase de debate, alguém se insurgiu contra a alegada censura em alguns blogues invocando até, para o efeito, o 25 de Abril. Que por vezes apagavam os comentários e os posts… e que assim não pode ser… porque o tempo da censura já lá vai… e porque se for num jornal o pessoal – esse, o mesmo que escreve nos blogues – fica todo indignado… e que é uma hipocrisia… e, no fim de contas, uma irresponsabilidade!...
Ora bem… a resposta da Sofia, que alegou o carácter privado dos blogues, à partida, deveria chegar para convencer os mais fundamentalistas da causa. A Rita, num estilo desagradavelmente directo, que muito aprecio, acrescentou que o blogue dela era dela e que fazia o que muito bem entendia com os comentários ordinários que recebe**.
Sem qualquer tipo de complexos, e por muito que defenda a liberdade de expressão – que não pode ser aqui invocada pelos “comentadores”, porque a única expressão abrigada por essa liberdade é a do autor do blogue – faço minhas as palavras delas. É que, já houve blogues muito interessantes que tiveram que “fechar”, não pelo conteúdo colocado pelos autores, mas pela gravidade – não consigo arranjar termo melhor – dos comentários: alguns “posts” provocaram uma resposta insultuosa que teve uma interpretação ainda mais ofensiva e um contra-ataque exponencialmente mais agressivo que gerava novo contra-golpe e… por aí em diante numa espiral de violência verbal que só terminou com o encerramento da tasca.
O melhor mesmo é cortar o mal pela raiz e apagar o primeiro comentário obsceno sem ceder à tentação de responder. Sentem-se indignados os meninos e meninas que gostam de dizer ordinarices sob a cobertura do anonimato? Azar!… Porque não criam o vosso próprio blogue para dar corpo a essa indignação. Escrevem o que vos apetece. Usam os termos e a linguagem que vos aprouver. Desancam em quem acham que merece ser desancado. E ninguém vos pode apagar os textos. Mas atenção… não se esqueçam de abrir a caixa de comentários a toda a gente.
(*) Hehehe! Brincadeira… não estiveste tão mal assim.
(**) Essa ideia de um blogue com o correio de ódio que recebes não é nada mal pensado.
4 Comments:
Absolutamente de acordo! E também já apaguei um comentário.
Caro Raimundo,
Fico-te muito grato por teres optado por um título mais genérico mas, mesmo assim, confesso que ainda pensei em te deixar aqui um comentário anónimo dando azo à minha… gratidão. ;)
Também gostaria de deixar claro que a “tareia” que levei da Rita foi completamente consentida. Há tareias que dá gosto apanhar. :)
Um abraço,
Pois eu acho que quem não quer comentários desagradáveis, não tem caixa de comentários.
Ter caixa de comentários para apagar os que não nos agradam é absolutamente infantil. Podem fazer antes um chat com os vossos amigos. Se querem ser "publicos" têm que admitir que haja quem não goste e exprima essa opinião.
E quanto ao falar de blogues, já agora, acho que as senhoras só disseram banalidades. O que lamento, dado que também sou mulher. Mas não há pachorra para o TPM da rititi, que aliás é permanente. (o que, de uma certa perspectiva, é uma sorte....)
Susana Alves
Susana...
Comentários desagradáveis, expressar desacordo ou desgosto em relação ao post do autor, são uma coisa. Insultos obscenos gratuitos são outra completamente diferente.
Os primeiros permito. Os segundos... nem pensar.
Mais: As caixas de comentários estão lá para o leitor deixar a sua opinião acerca do post, acrescentar alguma coisa à discussão, concordar ou discordar, ou até chamar a atenção do autor para alguma situação. E até tolero certo tipo de provocações, do mesmo modo que tolero o elogio pastoso. E só por isto as caixas de comentários justificam a sua existência e abertura ao público em geral, mesmo que o leitor decida comentar de forma anónima. Agora, ninguém tem que aturar acéfalos com sídroma de Tourette...
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